18 de agosto de 1993

Querido Amigo,

Sei que a forma que nos conhecemos não foi a mais perfeita que imaginávamos, mas foi relativamente divertida.

É meio constrangedor lembrar, mas vale a pena. Vai que, em um futuro distante, a gente esqueça de tudo isso? As cartas vão nos lembrar.

Eu não esperava que fosse te conhecer logo. Pensei que iria demorar pelo menos um mês pra absorver os últimos acontecimentos, aí iria me encontrar, mas foi logo na sexta seguinte ao combinado, fiquei muito feliz por isso.

Agora a história, sério, nunca vou esquece-la, foi muito estranha, e hilária, e perigosa, foi tudo o que menos imaginávamos:

Eu estava linda, indo, de boa, para o trabalho, ok até aí? Bem informal, mas tudo bem, liberdade de escrita em carta é tudo de bom! Enfim, casa-trabalho-casa, como sempre. Sexta-feira, normal como qualquer outra. Expediente já tinha acabado, estava fechando o Big Boy como sempre faço e fui em direção a minha casa, tudo normal até ai.

Virando a esquina próxima ao Big Boy vi um garoto sendo assaltado (claro que era você, Charlie, mas não quebre o suspense), automaticamente voltei, só que escutei os gritos do menino, e percebi que ele tinha sido violentado, corri até ele e o reconheci (agora sim posso dizer que foi você). E claro, era você,Charlie. Fiquei assustada, sem saber o que fazer. Você sorriu pra mim e automaticamente soube que era mesmo você. Te levei para minha casa, onde meu irmão e eu pudéssemos cuidar de você. Você só estava com alguns ferimentos na cabeça, nada grave, não é?

Resumindo, depois de todos os cuidados, tivemos um bom tempo pra conversar, foi mais ou menos assim a conversa:

Eu:E aí, como vão as coisas?

Você: Cara, acabei de ser assaltado, não estou nada bem.

(Risos)

Eu:Fora isso, como vai a vida, o que você faz e tal?

Você: Normalmente, quando não estou com o Patrick ou a Sam, vou ler ou ajudar meus pais, ou qualquer outra coisa divertida.

Eu: Ainda se sentindo infinito?

Você:Sempre que dá vontade.

Charlie, você é muito engraçado, devia ser divertir mais, você fica muito recluso e tal. Não nos conhecemos tanto, mas acho que essa é minha opinião. Gostei muito da conversa que a gente teve, não vou conta-la toda aqui porque sabemos o que conversamos (livros, vida, livros, livros, livros...)

Voltando a história. Depois de conversarmos muito, meu irmão e eu fomos leva-lo pra sua casa onde conhecemos seus pais. Eles são bem legais, amarei visita-lo de novo.

Enfim, podemos nos encontrar de novo?

Seria adoravel que sim

Até a próxima

Com amor,

Bianca

Ps: você contou tudo pra Sam? é sério, tenho medo dela.