As Sete Ameaças

Parte IV: Sangue e Água – O temor de Zoro.


Hommer estava no trono dourado com seu manto de cinco metros coberto de pedras preciosas e a coroa brilhante. Kilo estava no trono negro com roupas igualmente negras e uma Estrela da Manhã em uma das mãos, que segurava com tanta força que as pontas dos dedos estavam brancos. Por último, Zoro estava no trono prateado, vestido com a armadura e a expressão tão furiosa que gelava o sangue de Gunter, projetado no centro da sala, como um ladrão sendo julgado.

— Poderia, por favor, repetir o que disse anteriormente? – exigiu Kilo.

— Pois não. Eu estava retornando de lua de mel com minha nova esposa, quando o ex-soldado do reino de Gapazium, Ivo Jaroisk, apareceu ara leva-la. Matou todos os meus soldados e estava levando Jasmine quando ela o matou.

— E onde ele está agora? – perguntou Zoro, a voz apenas um grunhido de raiva.

— Na sala de corpos – falou Kilo.

— Você tem uma sala de corpos? – perguntou Hommer confuso.

— Sim. Todos os mortos em combate vêm para o meu castelo.

— Para quê?

— Tiramos seu sangue e depois os cremamos. O sangue para pintar as paredes das salas de combate e as cinzas para compor o solo destas mesmas salas. Por que você acha que nossas cores são vermelhas e pretas? – falou ele com um sorriso cruel.

— Isso não é importante – falou Zoro com raiva – Há alguns dias os sete fugiram de onde estavam sendo mantidos sob supervisão, mas fugiram mesmo assim. Vocês sabem por que?

— Não – falou Hommer genuinamente inocente.

— Por causa do casamento de meu filho com a filha de Potter Lobus.

— Exato! – gritou o outro levantando-se do trono – Por cauda de um mero capricho infantil de seu filho, Potter sentiu-se humilhado e deu-se de presente para Jaroisk! Posso até mesmo ver ele dando sua vida para que os pupilos de Ivo recobrassem a memória com a condição que ele salvasse sua querida e inocente filha.

— Não foi um capricho – protestou Kaus – Nós nos amamos!

— Ao inferno com amor juvenil! – gritou Zoro – Esse erro nos levará à ruína!

— Não seja tão radical... não é o fim ainda – falou Kilo rindo. Ele simplesmente amava provocar Zoro, mas continuava a segurar a Estrela da Manhã com mais força que o necessário.

— Você sabe por que nos livramos deles quando ainda eram crianças, Gunter?

— Por que já eram irritantes.

— Por que já eram perigosos! Tentamos nos livrar deles quando crianças por que se crescessem seriam uma ameaça para nós.

— Por isso eu disse que deveríamos tê-los matado desde o começo – insistiu Kilo.

— Não era uma opção – cortou Zoro.

— Você não é o tipo de homem que sinta piedade de criancinhas, Zoro – comentou o rei de Luzarium.

— Ouvi dizer que já invadiu uma vila e matou todos até mesmo mulheres e crianças! – tremeu o outro rei.

— Calem-se – rugiu o homem em armadura – Vocês não veem que estamos sob uma ameaça muito grande?

— O que faremos? – perguntou Hommer, ainda encolhido sob seu manto ornamentado.

— Agora, creio que teremos que nos juntar para derrota-los.

— Não – gritou Kilo – Não me juntarei a vocês. As providências já foram tomadas quanto ao corpo de Ivo.

— Que providências? – perguntou Zoro alarmado.

O rei de Luzarium deu seu sorriso típico de quando estava prestes a fazer algo ruim.

— Você saberá Zoro, no momento correto. Agora, vão embora. Já gastei meu tempo precioso com vocês e não os quero em meu castelo nem mais um minuto.

— Kilo, diga-me o que fará com Jaroisk – insistiu o rei prateado.

— Saia do meu castelo. E não se preocupe com Ivo, ele voltará para o seu reino.

Zoro queria contestar, mas quando olhou para o lado buscando o apoio de Hommer, ele já estava na porta, onde vários soldados de preto e vermelho esperavam, atentos.

- Vá – disse Kilo – Ou meus soldados o tirarão daqui.

E, sem mais nenhuma escolha, saiu dali. Não teria opção senão esperar, mas seu coração estava apertando com o que o rei burro poderia fazer.

O maior medo de Zoro era, sem dúvida, uma guerra com Nina Flamingo.