P.O.V. Anna.

Mal posso acreditar! Finalmente vou para Hogwarts com minha irmã Elsa! É hoje!

Eu havia recebido minha carta à alguns dias, o que deixou Elsa supercontente. E é claro, a mim também. Minha irmã irá para seu terceiro ano na escola de bruxaria, e eu ainda entro no primeiro. Estou tão ansiosa! Tomara que eu seja da Sonserina, que é a casa de minha irmã. Também mal posso esperar para me inscrever no quadribol, quero ser batedora, como Elsa.

Quando abro os olhos, abro também o sorriso. Parece que acordei muito cedo, mas isso não me incomoda, afinal, nem ao menos pude dormir por conta da ansiedade. Empurro as cobertas para o lado e me levanto. Calço as pantufas apressada e saio correndo do quarto. Minha intenção é chegar ao quarto de Elsa, o que só consigo depois de levar um tombo.

Dou três batidas rápidas na porta do quarto dela, mas ninguém me atende. Então giro a maçaneta, e vejo que a porta não estava trancada.

Houve um tempo no qual eu era proibida de ultrapassar aquela porta. Antes de Elsa receber a carta, ela era denominada uma aberração e era incapaz de controlar sua magia. Eu era insistente, vivia batendo na porta, chamando por ela. Mas ela não vinha. Não abria a porta para mim. Me ignorava. Papai e mamãe, como trouxas que são, me proibiam de vê-la. Mas eu sempre soube que Elsa jamais me machucaria.

Adentro o quarto. Observo Elsa dormindo. Parece um anjinho louro. Que pena que não a deixarei dormir nem mais um minuto. Me aproximo da cama dela rapidamente e puxo seus cobertores. Ela resmunga, mas não acorda. Reúno todo o ar que consigo em meus pulmões e solto tudo em um grito

–ELSAA!- Quando paro de gritar, vejo que ela também está gritando e que sua varinha está apontando na direção do meu rosto.

–Anna, sua louca!- Ela briga, brava, baixando a varinha.- Quase que te matei!

Eu poderia perguntar mil coisas agora, mas apenas uma passou em minha mente.

–Você dorme com a sua varinha?

Ela sorri.

–Vai se arrumar.- Ela se levanta.

Me encaminho à porta, mas assim que eu saio, coloco a cabeça para dentro do quarto novamente.

–Você ainda não me respondeu.

Elsa gira os olhos.

–Sim, Anna. Eu durmo. Satisfeita?

–Por que?- Pergunto curiosa.

Elsa bufa

–Vai se arrumar logo, antes que percamos o trem.

Então saio e fecho a porta atrás de mim. Torno a correr de volta ao meu quarto.

Hogwarts me espera!

P.O.V. Merida.

Estou andando tranquilamente pelo corredor, comendo uma maçã. Já estou usando as vestes Sonserinas, afinal retorno à Hogwarts hoje para meu terceiro ano. Minha varinha está em minha mão direita, preparada para a ação, enquanto a maçã está na esquerda.

Não pense em mim como um doce jovem que faz tudo para agradar aos outros e procura um “príncipe encantado”. Pense em mim como alguém que adora provocar os outros. Sim, essa sou eu. E quanto a essa história de “príncipe”... Não acredito.

Enquanto caminho pelo corredor, vejo três cabeleiras ruivas vindo na minha direção. São meus irmãos, eu sei. Eles se parecem bastante comigo, e tenho certeza de que quando forem para Hogwarts, vão para a Sonserina também. Um deles carrega uma caixa e os outros dois admiram-na.

Preciso me divertir, é claro. Mordo a maçã, tranquilamente, e quando os três se aproximam de mim, ergo a varinha e miro na direção da caixa...

Wingardium Leviosa!- Faço o feitiço, e observo a caixa flutuando à alguns metros de altura. Nem que subam um na cabeça do outro a alcançariam. Caio na gargalhada ao vê-los pulando para alcançar a caixa.

–Merida!- Eles dizem em uníssono.

Para minha sorte minha mãe vem em minha direção.

Merida!- Ela pega a varinha de minha mão e fazendo com que a caixa se espatife no chão. As aranhas, que eram o conteúdo da caixa, chispam depressa, e meus irmãozinhos começam a chorar. - Desse jeito você será expulsa! Não se deve usar magia fora de Hogwarts, e você sabe disso.

Bufo.

–Poupe-me, mamãe.- Me apoio sobre uma perna e sopro uma mecha do meu rebelde cabelo ruivo que estava na minha cara.- Papai é o Ministro da Magia. Eles não me expulsariam nem num milhão de anos.

–Vá pensando assim que verá onde vai parar.- Ela diz.- Agora vamos logo.

Mamãe está bem elegante, com um vestido roxo no mínimo chique e os cabelos lisos amarrados em um rabo-de-cavalo. Assim que chegamos do lado de fora da casa, meus irmãos pestinhas passam correndo por nós e já tomam seus lugares no carro. Honestamente, não sei o que eles vão fazer conosco na estação de King's Cross. Acho que querem destruir o Expresso de Hogwarts, ou adentrá-lo de penetra. Mas não posso retrucar.

Assim que mamãe e eu adentramos o carro, mamãe no banco dianteiro e eu no traseiro ao lado dos trigêmeos, vejo que papai também está bem apresentável. Usa um terno risca de giz preto muito elegante e seus cabelos, ruivos como os meus, estão bem penteados. Está mais elegante que das duas últimas vezes que fui para a Estação de King's Cross embarcar no Expresso de Hogwarts.

E o carro dá a partida.

P.O.V Bela.

Meu pai e eu havíamos acabado de chegar à estação. Era meu primeiro anos. Sabe, na minha família todos somos sangue-puros, mas não temos muito dinheiro. Quando papai era jovem, ele era Auror, mas não teve muita sorte com isso. Já tentou vagas no Ministério, mas não conseguiu. Apesar de ter concluído os estudos em Hogwarts, ele não teve muita sorte para arranjar emprego.

Eu já sei que sou uma bruxa desde que nasci, afinal abortos não são muito comuns em minha família. Quando fui ao Beco Diagonal, tive de me contentar em comprar apenas o que meu pai podia me dar. No fim ele me presenteou com um gatinho muito fofo que chamei de Puffy.

Atravessamos a coluna entre as plataformas 9 e 10 e chegamos à nove e meia.

Sou muito tímida e sei que não vai ser fácil arranjar amigos. Me enganei. Uma menina com cabelos louros e enormes veio correndo em minha direção. A princípio, achei que fosse doida, mas logo percebi que só estava empolgada.

–Oi, meu nome é Rapunzel, vou para meu primeiro ano em Hogwarts e você?- Fiz a menção de falar, mas ela me interrompeu.- Você deve estar indo também, né? Acho que temos a mesma idade. Quero tanto ir para a Grifinória, mas acho que não vou conseguir, sabe?- Ela atropelava uma palavra na outra.- Não sou tão corajosa e...

Meu pai pigarreia interrompendo-a.

–Bela, querida, Vou embora agora. Acho que está em boa companhia.

Rapunzel sorri. Abraço meu pai e lhe dou um beijo no rosto.

–Adeus pai.- Digo e o observo indo embora por onde veio.

Caminho ao lado de Rapunzel para o bagageiro. Ela continua tagarelando sobre coisas que, sinceramente, não me importam. Mas tudo bem. Gostei dela.

Ela já está usando as vestes negras de Hogwarts, enquanto eu, estou em meu vestidinho amarelo simples.

Então adentramos o trem.

P.O.V. Jasmine.

Estou em minha cabine parcialmente vazia. Parcialmente porque tem mais duas pessoas além de mim a ocupando. Um é uma menina de pele negra que parece interessada demais em suas próprias mãos. Ela vai para o primeiro ano, pois suas vestes não são de nenhuma casa específica. Também vou para o primeiro.O outro é um rapaz de pele morena e cabelos lisos e pretos. Suas vestes são da Sonserina, então acho que boa gente ele não deve ser. Eu sei, isso é preconceito, mas foi o que meu pai me explicou antes de eu adentrar o trem “Não se misture com sonserinos e nem pense em ir para a Sonserina.” Bom, isso me deixou um pouco preocupada.

Não demorou muito a aparecer mais três meninas perguntando se podem dividir a cabine com a gente. A menina negra não disse nada. O menino sonserino falou que não havia problema. E eu continuei a olhar pela janela o mundo lá fora, enquanto o trem andava.

Uma das recém-chegadas, é uma menina com cabelos vermelhos berrantes. Ela está com as vestes de Hogwarts. A outra tem cabelos louros lisos e olhos azuis escuros. Ela usa um vestido rosa extravagante. E a terceira também tem cabelos louros, mas estão presos em um coque, e seus olhos são azuis mais claros. Sua blusa é azul e sua calça jeans preta.

Não dou muita atenção para as recém-chegadas, estou mais preocupada em observar a paisagem. Escuto elas conversando com a menina que estava ali antes de elas chegarem. Mas não me importa o que elas estão falando. Ouço uma delas, a menina de pele negra, dizer que se chama Tiana, ou algo assim. Só presto atenção, quando uma delas me chama.

–Menina.- Foi o que disse. Volto meu olhar para elas e percebo que se trata da menina que está usando um coque.- Qual é o seu nome?

–Jasmine.- Respondo sem muito interesse.

–Prazer, Jasmine. Sou Cinderela, e essas são Aurora- Ela indica a outra loura.- E Ariel.- Ela aponta para a do cabelo vermelho.

–O prazer é todo meu.- Digo. Na verdade não é não. Não estou muito receptiva hoje.

–E você, menino?- pergunta Aurora ao sonserino.

–Me chamo Aladdin.- Ele informa, sorrindo com gentileza.

–Nome legal, porém não muito comum.- Cinderela sorri.

–O seu também não é.- Retruca ele, sorrindo.

Volto a olhar pela janela, e então percebo que também estou sorrindo.

–E o seu nome, Jasmine...- Ele comenta, o que me faz olhá-lo.- É o nome de uma flor.

Ignoro o que ouvi, murchando o sorriso.