Suspian - It's not the last time.

------LEIAM AS NOTAS INICIAIS------

When we love someone, nowhere is far enough.

Suspian

Mais um dia, mais uma vez a mesma coisa, chego em casa e vou ver minhas correspondências, uma em especial me chamou atenção, não sei de onde vem, não sei do que esse trata, mas quando abro, aquela sensação de perda se arrebate sobre mim, um sentimento. Saudade.

‘‘ Sinto sua falta!

Ass: Caspian ‘’

Simples palavras, mil sesnsaçoes.

Não! Ele não pode fazer isso, primeiro que eu nem sei como ele conseguiu me enviar uma carta, e outra, ele me faz imaginar de como poderia ter sido se eu continuasse em Narnia, lembrar que eu poderia ter sido feliz com ele, com todos lá.

Mas tenho que continuar, tenho que estar aqui,continuar minha vida,sei que tenho que esquecer, rasgar, queimar ou fazer qualquer coisa com isso, mas não consigo.

Guardo a carta.

Uma parte dele, comigo, mesmo que sejam só suas palavras, crer que são verdadeiras.

Uma outra correspondência que me chamou atenção, foi um embrulho, um papel de um tom envelhecido, este sei de onde vem, só não sei porque. Um presente do meu velho professor. Um quadro com uma floresta verdejante, raios de sol que se infiltram nas folhagens e banham as flores e arbustos com seu brilho, trazem vida ao ambiente, as cores vibrantes da flora que se estende por longos caminhos, animais tímidos que se revelam na relva. Melancolico. Lindo, mas melancólico.

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Meu quadro esta na parede,posso passar horas olhando para ele, me lembra o lugar que eu mais pude chamar de lar na minha vida, um dos lugares que eu me senti mais feliz na minha vida.

Fecho meus olhos e posso ouvir o farfalhar das folhas, o som do vento. Mas me lembro que minha janela esta fechada. Abro os olhos.

Acho que eu estou louca!

Vejo o quadro se mexer, o vento sopra mais forte, um redemoinho de flores aparece, sai do quadro e me envolve.

Estou sonhado.

Só posso estar.

Quando abro os olhos não acredito, estou em Narnia, aquela mesma floresta!

Não era imaginação, era uma lembrança, a mesma que estive com meus irmãos na primeira vez que estivemos em Narnia.

Minhas roupas e cabelo também mudaram. Estou com o mesmo vestido que estive na minha ‘coroação’, meus cabelos soltos com minha franja presa com uma presilha atrás da minha cabeça. Meu arco e as flechas presos nas minhas costas.

Percebo um movimento à esquerda e com rapidez espantosa prendo uma flecha no arco e aponto para o barulho.

- Susan?!

Reconheço essa voz! A voz que habita meus sonhos e pensamentos, saudade que aperta meu coração.

- Caspian?!

- Como? Quando? Que?! – ele gagueja confuso

- Nem me pergunte. – respondo

Ele parece se livrar do choque inicial e corre em minha direção, antes que me de conta do que esta acontecendo ele esta me girando no ar com o sorriso mais lindo do mundo no rosto.

- Susan! Voce não sabe o quanto senti sua falta!

- Caspian! – grito o abraçando, quanto senti falta do seu cheiro!

Ele me aperta mais contra seu corpo, como se nunca fosse me soltar denovo. Não sei se gostaria que ele o fizesse.

- Voce voltou...- ele sussurrou, não era uma pergunta.

- Voltei, mas não sei se posso ficar, nem sei como vim parar aqui. – eu disse

- Fique! Voce pode ficar comigo, ser minha rainha! – ele exclamou com um entusiasmo muito grande.

Não queria desmanchar aquele sorriso, mas olhar para ele e saber que aquele esperança não podia existir, que eu tinha uma vida, uma família lá fora...

-Fica...- ele sussurrou

-Não posso! – meus olhos suplicam para que ele entenda – Tenho uma vida uma família.

- Achei que sentisse minha falta. – ele disse se afastando de mim

Me senti fria, vazia, eu precisava dele, eu sabia disso, só não queria acreditar.

-Eu sinti, eu sinto!- eu disse desesperada.

- Se sentisse, se me amasse, ficaria aqui! – ele disse em tom acusador

Derepente me senti com raiva, como ele poderia pensar essas coisas, como pode duvidar que eu o ame, simplesmente porque não posso abandonar minha outra vida, ele sabe como é complicado!

- Ah não! – explodi

Eu agarrava o arco com força, a raiva deveria ser visível nos meus olhos.

- Não venha a mim e me diga que eu não te amo ou não amei, não pode pedir que eu jogue tudo para o alto, minha vida lá, minha família! – eu grito – Voce abandonaria Nárnia? Seus súditos? Aqueles que precisam de você?

Ele hesitou por um momento

-Acho que não – eu disse

-Me desculpe Susan, mas simplesmente não posso suportar saber que você esteve tao perto e te deixar escapar denovo. – ele admite

- Lutei com os monstros mais terríveis, os homens mais valentes, mas não posso lutar contra o que você faz comigo. – ele continua

- Caspian, não me faça escolher... – lhe peço

-Façamos um acordo então. – ele propôs

- Tipo qual? – lhe pergunto

- Voce fica aqui... – ele diz e eu o olho brava- por hoje – ele corrige- não há mundo real. Só eu você e a linda Nárnia.

- Tudo bem, com uma condição. – eu lhe disse

-Qual? – ele me olha esperançoso

- Uma caçada, o vencedor revindica seu premio, pode ser qualquer coisa menos me obrigar a ficar para sempre em Nárnia. E você sabe que se eu pudesse eu ficaria. – eu brinquei

- Uma caçada? Sério? – ele arqueou as sombrancelhas descrente

- Porque não? – lhe desafio

- Sem ofensas, mas acho que está claro quem vai ganhar.- ele diz como se fosse óbvio

- É mesmo, a grande rainha de Nárnia, mestra do arco, contra um rei jovem com uma espada, tadinho de você. – sorri com o desafio e com a cara de orgulho ferido que ele fez.

- O primeiro com um urso ganha. – eu disse e saí em disparada.

Corro muito rápido e posso ouvir Caspian atrás de mim, sei que esse é o meu lugar.

Mas no momento ele decidiu me desafiar, e acredite, vou ganhar. Rio com esse pensamento.

Caspian está me alcançando, mas corro mais rápido, estamos chegando no penhasco, a luz do sol esta brilhando mais forte, o calor muito bem vindo. Chagamos à ponta do penhasco e paramos, sei que temos uns momentos de trégua, ele me abraça, assim que o sol se esconder atrás da montanha nossa trégua acaba, a caçada recomeça, mas ate lá estou aqui nos braços dele e pra mim está bom.

Sei que essa não é a última vez que virei a Nárnia.