O que é que eu estava a fazer? Eu não podia deixar a pessoa que mais amo ir assim daquela maneira, tenho de dizer o quanto o quero, a dor estava a tornar-se insuportável. Andei até ao quarto dele, abri a porta sem pedir permissão ele até olhou assustado, fui andando até ficar frente a frente.

- Eu amo-te. – Suspirei – Podes ser um anjo, podes até ter dois lados, podes ser o pior dos piores ou o melhor dos melhores, mas eu continuo a amar-te, podes ter prejudicado a minha vida e noutro momento ser um salvador, eu continuarei a amar-te – as lágrimas que tentava segurar, começaram a cair com bastante força e eu soluçava cada vez mais. – Pode até nunca haver uma solução para nós, nenhum futuro, mas vais estar sempre aqui, porque eu amei-te como Diogo, amei-te como Azazel, amei te de todas as formas possíveis e ninguém pode ir contra o que eu sinto. – Ele olhava-me directamente nos olhos, absorvendo cada palavra que saia da minha boca. – Não quero perder mais momentos, a discutir como este, quando podemos estar bem, não quero estar sem ti! É um crime, é um pecado, mas eu amei e vou para sempre amar o meu anjo de duas faces!

Limpei as lágrimas que corriam, tinha-lhe dito tudo o que ia na alma, tudo o que sentia, mesmo que o nosso amor seja impossível, que quero aproveitar o tempo que me resta com ele, os segundos que ainda tenho para viver a loucura deste amor.

- Margarida! – Ele segurava-me o braço - … Pára de pensar!

Então ele beijou-me, com saudades, com desejo e com tudo aquilo que há muito nos privavam de ter.

O seu aperto era tanto e tão bom que me esmagava contra o seu corpo e a nossa volta nas paredes do quarto reflectiam as imagens dos nossos momentos e cada vez que nos beijávamos mais intensamente, o ambiente mudava, era como se tivéssemos a voar, percorremos florestas, mares e até o centro da cidade. Por momentos voltei a fechar os olhos e quando os abri estávamos de novo no seu quarto, as suas mãos quentes retiravam o meu vestido enquanto eu lhe tirava a camisola, vi as estrelas quando ele beijou o meu pescoço até eu gemer.

Não havia como controlar aquela sede, a sede de nos unir num só.

- Eu amo-te tanto – Disse-me exasperado pelas condições em que nos encontrávamos. – Não me deixes mais!

- Não deixo – E continuamos a beijar-nos, a tocar-nos, a sentir o prazer carnal que a vida oferecia, o amor, como era perfeito amar e sentir-me amada. E foi depois de matar todas as saudades que sentíamos, adormeci na sua cama, bem presa ao seu corpo, para nunca mais fugir.