Guru do Amor - Casa de Escorpião

Seiya e Shiryu estavam quase chorando ali no chão de escorpião. Já faziam quase quinze minutos que o cavaleiro Milo não parava de falar:

— Boa tarde a todos! Eu sou Milo de Escorpião, guardião da oitava casa zodiacal que protege o templo do Grande Mestre. Estou aqui para impedir rebeldes, como vocês, de passarem e prosseguirem pelos demais caminhos, visto que meus companheiros anteriores não foram eficientes para barrar pirralhos. O que eu acho suspeito, visto que para um cavaleiro de Ouro…

E ele não parou, além disso bombardeava os cavaleiros com muitas perguntas. Ele queria saber tudo sobre eles, até a última vez que eles cortaram as unhas. Tudo poderia ser usado a favor do escorpiano que gostava de colecionar informações para utilizar nos momentos mais oportunos. Até que Shun e Hyoga chegaram juntos ao templo.

— Olha só! Mais invasores e ainda grudadinhos como um casal? Ai ai esses jovens de hoje em dia!

— Ah Milo, nós dois não somos um casal! Só estava ajudando o Shun porque…

— Aaah, não precisam ter receio de se assumir! Tá tudo bem, a Grécia é o berço da homossexualidade, homens transavam com outros homens e acabou. É história, imutável. Como o conceito de cidadão, um pouco de cultura faz bem. Ele ia evoluindo com a necessidade de governo de um povo…

— Senhor Milo, não é nada disso! Eu estava com dificuldade de subir as escadas porque estou com dor nas pernas, e…

— Ai minha Deusa! Vocês tão jovens assim e já estão dando o bumbum um pro outro? Minha nossa, essa juventude… SENTA AÍ! Tio Milo vai explicar umas coisas importantes sobre educação sexual!

— Esquece essa merda! A Saori está lá flechada na casa de Áries, precisamos prosseguir para salvá-la!

— O que vou explicar agora servirá para a vida toda de vocês! Então fiquem quietos, pois como eu disse, o Tio Milo irá palestrar sobre a educação sexual. É um privilégio, pois eu não tive isso na minha época, tive que descobrir muita coisa sozinho e hoje sou quase um guru do amor.

— Não precisamos de um “guru do amor”, precisamos passar! Deixa a gente em paz! — Hyoga já estava irritado.

— Foi por isso que meu amigo Camus quando passou por aqui disse que o havia transformado em um picolé gigante! Falta de respeito com as pessoas! Você não deveria namorar com um rebelde sem causa desses, mocinho — olhou para Andrômeda.

— MAS A GENTE NÃO NAMORA, INFERNO! Eu estou com dor nas pernas porque comi a buchada do Aldebaran e fiquei com piriri! Não tem nada disso!

Suas bochechas estavam vermelhas e seus olhos lacrimejando de constrangimento. Nesse momento Seiya começou a rir.

— PELOS CÉUS, Shun irritado é uma pérola!

— Seiya, eu vou soltar um flato em você se continuar! Podemos passar agora, senhor Milo?

— Mas é claro que não! Desculpe-me pelo engano com o mocinho aqui, pois esse Cisne aí eu conheço de outros carnavais — deu um breve riso ao ver o semblante irritado do pupilo de seu amigo — Mesmo assim a informação é necessária. Já que provavelmente estou lidando com virgens por aqui.

— Pelo amor de Deus, de tanto ele falar eu pensei em me matar! — Shiryu cobriu o rosto com as mãos. — Preferiria ficar surdo ao invés de cego!

— Mas você recuperou a visão em Câncer.

— A que custo?!

— Senhor Milo, o que podemos fazer para passar sem rolar violência?

— Vocês podem ouvir a minha palestra sobre educação sexual ou então… como vocês são virgens não posso exigir demais, não é? — Hyoga pensou em contra argumentar, mas percebendo que aquele rapaz era um safado, assentiu com os demais. — Ok. Quero ver todo mundo se beijando e a palestra fica para mais tarde. Eu não poderei participar do "beijaço" por razões óbvias.

Todos arregalaram os olhos. O sorriso safado no rosto de Milo aumentou.

— Eu tenho namorada!

— Problema seu. Decidam, beijo ou aulinha? Ah, tem a terceira opção, mas essa faz uso da violência. E seria um desperdício usar minha Agulha Escarlate em formiguinhas como vocês.

— Tá. Todo mundo vai ao mesmo tempo ou o que?

— Pode ser um de cada vez. Estou esperando. — Escorpião cruzou os braços.

— Senhor Milo, será que poderia ser só um selinho? Quero guardar o meu primeiro beijo de língua para uma pessoa especial — uniu as pontas dos indicadores.

— Quer alguém mais especial que seus amigos salvadores de Athena, coisa fofa? Quero ver língua nesses beijos, troca de saliva.

Seiya foi o mais prático, pois não estava com saco para aguentar as palestras por mais tempo. Beijou Shiryu, Hyoga e Shun rapidamente, limpando a boca.

— Beleza, Potrinho. Pode passar.

— Vou esperar meus amigos.

Shiryu foi o segundo, bem menos desinibido que o primeiro. Tentou ser delicado com o virginiano. Quando sobrou apenas Shun e Hyoga, o russo segurou o rosto do menor e o beijou.

Andrômeda estava parecendo um morango de tão vermelho.

— Ok, estou satisfeito. Podem seguir — virou de costas e sumiu pelo templo.

— Gente, eu… — tentou avisar, mas acabou desmaiando no meio da frase.

— Shun! O coitado não aguenta essas safadezas! — Seiya segurou o menor de cavalinho. — Vamos!

Correram assim para Sagitário, o “lote vazio”. O que aconteceria ali?