As Doze Casas Estereotipadas

Curriculum vitae - Casa de Capricórnio


— Sejam muito bem-vindos à casa de Capricórnio! Muito prazer, meu nome é Shura e eu gostaria de conversar com vocês sobre o futuro!

— Ah não, é outro palestrinha… — Hyoga resmungou já sem paciência.

— Não, não, caro pupilo do senhor Mago de Gelo. Tenha isso como uma conversa entre amigos, e eu estou aqui para ensinar vocês a como organizar sua vida e seu estilo de organização no trabalho!

— Olha só. A gente precisa passar pela sua casa para chegar lá ao Grande Mestre. Athena está flechada na casa de Áries.

— Péssima escolha, meus caros — disse Shura — Tentei ajudar o Mu com o lance do temperamento, ensinei até um mantra para ele. Só que mesmo assim ele me manda tomar no orifício anal às vezes. Enfim, acredito que vocês tenham jeito.

— Senhor Shura, eu realmente tenho apreço por suas intenções, mas nós realmente não estamos dispondo de muito tempo — falava o virginiano ainda com o nariz vermelhinho por causa da alergia.

— Administrar tempo é uma das partes destes meus ensinamentos, acredito que seja relevante — enfiou a mão dentro do bolso da calça e tirou de lá um lenço de papel, entregando para o esverdeado. — Toma, limpa esse nariz porque assim vai pegar um resfriado.

— Agradecido — pegou o papelzinho.

— Vocês precisam refletir sobre o futuro, são jovens cavaleiros agora e essa não é uma carreira longa principalmente para as patentes menores — explicava — Podem acabar se acidentando sério, isso se não morrerem.

— Quanta motivação, disso que precisávamos para finalmente salvar nossa Deusa. — Cisne continuava com seus comentários.

— Eu não gosto do seu tom. Bem que Camus tinha comentado que seu pupilo se tornou um rebelde sem causa…

— Todo mundo aqui está me dizendo isso, que merda. Bora, a gente quer passar! Parece o Milo de tanto que fala, agora entendi o que Aiolos queria dizer com aquela piada ruim.

— Aiolos? Aquele era um piadista bem humorado, pena que traiu o Santuário. — suspirou fundo — Enfim garotos, se vão solicitar algo ao Grande Mestre precisam estar apresentáveis.

— O que quer dizer com isso? — perguntou Shiryu.

— Primeiramente um banho e depois passarei algumas dicas. Aproveitem que estou fazendo isso gratuitamente para esses dois rapazes, porque foram educadinhos comigo — apontou para o Dragão e Andrômeda.

— Além de tudo você quer que a gente PAGUE? — Pégaso apontou para o próprio peito acusadoramente.

— Se eu saísse por aí distribuindo minhas valiosas dicas para qualquer cavaleiro de baixa patente, eu estaria tão pobre quanto o pessoal que mora em Rodório. Mas estou com desconto de 20%, aumenta para 30% se tiver algum “capricórnio” no seu mapa astral. É imperdível!

— Isso é um absurdo!

— Acalme-se pessoal, nós estamos na casa do senhor Shura e ele tem as regras dele — ainda segurava o papel em mãos — Onde tem uma lixeira para eu descartar corretamente?

— Tem uma ali à esquerda — apontou — Se vocês não fizeram o mapa, podem tratar de providenciar. Há um site ótimo que eu tenho algumas ações, dá para saber o mapa gratuitamente, já para entender e ter uma consulta particular há um preço.

— Ai ai tudo tem que pagar! — resmungou Pégaso.

— Aproveite então os recursos gratuitos, Seiya. — falou o libriano — A Shunrei fez o meu mapa astral só para arranjar uma treta. Meu ascendente é em capricórnio.

— Muito bom! — o anfitrião abriu o sorriso. — Então te dou o pacote completo e gratuito, Shiryu. A Excalibur Consultoria fará o recorte certo no seu currículo!

— Ele tem até um slogan…. — O loiro revirou os olhos.

— Andrômeda, você também foi muito gentil e se provou digno de meus conselhos e dicas. Aceita ficar e assistir minha palestra?

— Pera, Shiryu, você vai ficar mesmo?

Então o libriano se aproximou do amigo e sussurrou em seu ouvido:

— Vai na frente, se não ele inventa de fazer mais um beijaço, igual o Milo! E também… ele foi tão convincente, eu preciso mesmo aprender a dar rumo ao meu futuro!

— Depois eu que sou o idiota!

— Mas você é — afastou-se — Você vem, Shun?

— Bem, eu… eu não posso fazer desfeita, né?

— A última vez que você não fez desfeita você saiu na merda. Literalmente.

— Por acaso terá algum coquetel estranho, senhor Shura?

— Não. Apenas um suquinho de laranja e alguns biscoitinhos — o capricorniano serviria o que comprou da parte mais "econômica" do mercado — Você não vai passar mal.

Andrômeda ponderou por alguns segundos e resolveu aceitar. Pensou sobre o banho que o anfitrião havia oferecido e ficar limpo e apresentável para falar com o Grande Mestre era uma ótima ideia.

— Eu aceito, senhor Shura, mas infelizmente não poderei ficar para a palestra completa. Sou bastante regrado, entretanto quero aprender algumas coisas.

— Tudo bem então. Farei a primeira parte focada em ti e a outra no Dragão — olhou para os outros cavaleiros — Já vocês dois, rebeldes. Ponham-se para fora de minha casa!

— Era o que nós queríamos desde o início. Inferno! — Hyoga passou pelo maior, o encarando com desprezo. Seiya foi logo atrás.

— E nem pensem em pedir meus serviços depois, seus insolentes!

— Pode deixar! — Pégaso acenou.

Cisne estava rangendo os dentes e apertando as mãos com força para suportar a raiva que sentiu ao ver o Décimo Primeiro Templo. Ele estava puto por Camus espalhar por aí que ele era um rebelde sem causa e ainda mais por ter virado um picolé. Enquanto isso, Shun tomava uma ducha em Capricórnio e Shiryu aprendia o básico sobre a montagem de um currículo.