Capítulo 4

Com o passar do tempo Isabella ia se acostumando com a presença das trigêmeas - mais especificamente falando, de Elizabeth. Ainda não sabia ao certo sobre o passado de Elizabeth e os reais sentimentos de Edward com ela.

Ele continuava a tratar Bella com amor, de maneira protetora, com desejo. Mas a Elizabeth ele também tratava com ternura, com um carinho quase como de irmão - mas e ela? Se sentia dessa maneira também?

— Está tudo bem?

A voz de Emily a tira de seus pensamentos.

— Está sim, claro.

Das três, Emily era a que Bella mais gostava.

— Na verdade, tem uma coisa que eu gostaria de saber sim… - Então Emly sorri de forma encorajadora. - É que, às vezes me parece que Elizabeth gosta muito do Edward. Eu só queria saber…

— O que aconteceu entre eles?

Mesmo que sua voz tivesse simplesmente sumido, Bella assentiu com a cabeça.

— Sabe Bella, ao todo vivemos mais de três mil anos. É, somos tão velhas quanto os Vulturi. Vivemos e vimos tantas coisas, passamos por cada situação que sinceramente não sei porque ainda estamos vivas. Edward e Lizzie estavam noivos.

Bella tentava não demonstrar a dor avassaladora que aquela frase lhe trouxera. Noivos?

— Eu sei o que deve estar pensando. Mas ele te ama e não desistiria de você. Lizzie o salvou, e ensinou a ele o que sabia, assim como fez com Carlisle, mas acabaram nutrindo sentimentos.

"Quando viemos para cá pela primeira vez, Edward propôs a Lizzie casamento. Era algo muito importante para os dois, mas nosso passado sempre vem de alguma forma nos atormentar e desta vez veio mais rápido do que esperávamos. Não posso entrar em detalhes, mas Lizzie temia que isso colocasse em perigo não só a vida de Edward mas de todos que conhecemos e nos afeiçoamos nesta casa.

“Fomos embora e prometemos a nós mesmas não manter contato com ninguém, muito menos fazer novos laços. Mas então, Lizzie pressentiu o perigo que Edward corria, e por isso aqui estamos nós.”

— Então ela ainda o ama - disse Bella, quase como um sussurro.

Emily a encara por um momento. Se não tivesse vivido tanto, duvidaria que algo como isso pudesse acontecer. Um vampiro, se apaixonar perdidamente por um humano assim?

— Ela pode até ser, mas ele eu duvido muito. Quando menos esperarem, podemos desaparecer novamente.

Estavam sentadas na varanda da casa dos Cullen, e a conversa se encerra quase que no mesmo momento em que Edward chega, caminhando e sorrindo com Elizabeth ao seu lado, rindo de alguma piada interna.

— Vai se formar de novo? Com essa já foram quantas vezes?

— Muitas.

Antes de entrar na casa Edward fica ao lado de Bella, e Elizabeth segue adiante.

— Temos que conversar. - Então espera ele sentar-se ao lado dela, enquanto Emily segue Elizabeth. - Precisamos resolver aquele assunto.

— Case comigo - rebatia Edward, lançando-lhe seu sorriso.

Encarando o chão, Bella tentava reunir forças para dizer o que estava pensando.

— E você ainda quer se casar comigo? Olha, eu sei que já foram noivos… E eu não sou nada comparada a ela… Só preciso que seja sincero comigo.

Edward segurou o rosto dela na altura do seu, para que ela não pudesse olhar em nenhuma direção exceto em seus olhos.

— É com você que quero passar o resto da minha vida, não tem porque se preocupar.

Bella pensou um pouco sobre o assunto, não muito convencida.

— Vocês ainda se dão muito bem. E não me disse que já foram noivos quando te perguntei sobre elas.

Por um breve momento ele deu-lhe um meio sorriso, do jeito que sempre a fazia corar.

— Está com ciúmes?

Apenas desviando o olhar e rindo para si mesma, admitiu em pensamentos que talvez fosse isso o que estava sentindo. Mas como não se sentir assim? Edward sabia o real motivo delas terem ido embora antes, e tê-los deixado para trás?

No momento em que Bella abre a boca para dizer o que poderia estar sentindo, Edward fica imóvel, e vira para a porta de entrada. Sem entender, Bella segue o mesmo movimento e viu imóvel Emily imóvel como uma estátua.

“Você precisa ver isso”, ela pensou, e Edward de prontidão levantou-se.

— Venha Bella.

Na sala, todos estavam atentos olhando o noticiário, o que era uma surpresa pra Bella, já que nunca os vira com receio. A notícia parecia confusa aos teus olhos, várias lojas invadidas mas sem nada ter sido roubado, mas com vários corpos estraçalhados.

— Estão em Seattle - disse Emily.

— Quem? - quis saber Bella.

— Não quem, mas o que - responde Elizabeth. - Vampiros.

Bella sentiu que o medo tomava conta de seu corpo.

— Vampiros?

— Não qualquer vampiro - completou Jasper. - São recém-criados. Baderneiros, descontrolados, fazem toda confusão, ainda mais se forem muitos.

— Estão chamando muita atenção - rosnou Rosalie.

E então não era somente Bella quem estava tomada pelo medo.

“O que foi, Lizzie? Por que está desse jeito?”, dizia Edward por pensamento.

— Ellie, Emily e eu vamos verificar. Muitos vampiros causando todo esse alvoroço podem trazer enormes problemas. Os Volturi podem querer verificar com seus próprios olhos e fazer deles exemplo.

— Vamos com vocês - disse Emmett de prontidão.

— Se eles vierem e ver que ainda sou humana… O que pode acontecer?

— Nada irá lhe acontecer Bella, eu prometo.

As irmãs já estavam de saída, junto com Emmett e Jasper quando Lizzie para na frente de Bella e Edward.

— Eu estou com o mesmo sentimento de quando tentou se matar Edward. Tenho um forte pressentimento de que isso tem a ver com vocês dois. Farei o que estiver ao meu alcance para que fiquem bem, mas tomem cuidado.

“Cuida dela”, disse Lizzie por pensamento. E então se foi, para observar a distância, quem estaria transformando tantos vampiros de uma vez.

***

A noite já tomava conta de Forks, e a passos velozes em menos tempo que o esperado lá estavam os Cullen, escondidos porém atentos ao menor dos movimentos. Apesar de não abrirem a boca para dizer algo, Elizabeth dizia o que precisava um ao outro por telepatia, fazendo com que continuassem camuflados.

Andaram por quase toda a cidade, até que encontraram: havia um vampiro recém-criado liderando os demais, mas que ao mesmo tempo parecia não manter controle sobre nenhum. Eles iam se alimentando e transformando todos que encontravam pela frente.

Sentindo a raiva crescente que vinha de Ellie, Elizabeth segurou seu braço antes que ela fizesse algo estúpido.

“Anda Lizzie, podemos acabar com eles! Uma de nós já seria capaz, em cinco acabaríamos mais rápido!”

“Não podemos Ellie, olha” e apontou na direção de uma ponte que localizava-se acima de onde estavam. Se não tivesse apontado, jamais os teria percebido, encapuzados e imóveis. “Se eles estão aqui e não fizeram nada, é porque estão tramando alguma coisa”.

Ao seu sinal, os Cullen se retiraram, enquanto no meio do caminho Lizzie informava o motivo de sua decisão. “Os Volturi estão de olho!”.