Por fim, os olhos se tornaram negros e ele levantou-se com calma, levemente olhou para os próprios trajes e disse dando de ombros até as portas.

— Eu sou Alucard, o demônio dos assassinos.

[...]

Após a possessão de Gael, Alucard decidiu sumir por um tempo para... Acostumar-se com o novo mundo, trancafiado por um Milênio, o Demônio precisava respirar.

Se estabeleceu em Reading, onde nenhum dos Clãs vivia, mas onde todos sempre passavam para mandar mensagens aos outros ou simplesmente enviar espiões e afins. Assim Alucard sempre saberia de todos os movimentos e cartadas dadas pelos Clãs.

Com mais astúcia e milhares de ideias estabelecidas em sua prisão própria, Alucard tinha sangue nos olhos e queria matar.

A notícia do túmulo profanado, o corpo do Coveiro e o sumiço de Gael insinuavam uma traição por parte do Mago possuído, tornando-o assim um Caçado pelos quatro Clãs.

Alucard não tinha necessidades físicas, portanto ele passava todo o seu tempo estudando as cidades e os acontecimentos durante sua morte e assim foi por quase dez anos.

No período da Primeira Guerra Mundial, muitos dos soldados foram a batalha, Alucard sem hesitar preparou-se o máximo para destroçar cada Reagan, o Clã Oeste seria o seu primeiro alvo.

Os Reagan's eram guiados pelo líder do Clã, o mais velho, Lucian, um lutador que pairava sobre os seus como um Pastor, julgando com mão firme, deixando assim o Clã com poucos membros.

[...]

A imagem era única... Um homem com físico forte sobre um Casaco negro, tinha os cabelos grisalhos meramente penteados, seus olhos azuis eram fixos sobre o Portão da Mansão Reagan, o Clã era influente e Alucard havia chegado cedo.

Sem esperar a recepção Alucard começou a sua vingança.

O portão enorme foi facilmente retorcido com a força física do demônio. Com passos calmos sobre o caminho de pedras, Alucard tinha as mãos nos bolsos e os olhos agora fixos nas duas portas de vidro, ali já tinham dois homens enormes vestidos em casacos marrom, eles abriram as portas e correram na direção de Alucard.

— Exhalantur Potestatem.

Esticou ambas as mãos e uma rajada de poder negro emanou de suas mãos destroçando ambos os homens.

Guardou as mãos e adentrou o local, o único barulho eram de gritos de dor e gemidos.

[...]

Sentado em sua cadeira, estava o homem com um terno branco bonito, sua pele negra e o cabelo feito em pouco tempo, parecia pronto pra morrer.

Os olhos negros fixos na porta de madeira simples, através do seu escritório os gritos eram ouvidos, ao seu lado haviam duas pequenas meninas, uma de cada lado, ambas choravam sem cessar.

O homem cerrou ambos os punhos, sua expressão era séria e ele iria proteger susa filhas até a morte.

A porta se abriu com calma e o corpo ensanguentado porém sequer tocado apareceu. O olhar negro era fixo nos de Lucian.

Lucian levantou sem desviar o olhar e arremessando a mesa para o lado com a mão firme.

— Gael, deixe pelo menos minhas filhas em paz, elas não tem nada a ver com seus experimentos...

— Eu não sou Gael e isso não é um experimento, é vingança.

Lucian foi com passos calmos até um armário retirando dali uma Katana, a lâmina tinha um brilho inigualável, ele voltou a sua posição atual sem olhar para Alucard, fez um pequeno giro com a espada e fincou no chão.

Tirou o terno com calma, em seguida tirou também a camisa, por fim suspirou baixo.

— Que Potestas seja comigo...

Seus olhos abriram e ele pegou a Katana do chão, seus dentes cerraram e seus músculos se expandiam cada vez mais, Alucard arregalou os olhos com certo espanto, mas logo deu dois passos ofensivos sem mais rodeios.

— Os deuses já protegeram vocês por mil anos... Não protegerão mais.

Lucian fez o primeiro movimento sem responder Alucard visando cortar sua cabeça, o demônio simplesmente ergueu a mão para aparar a espada enquanto se abaixava com calma.

Porém a mão de Alucard é quem foi aparada, antes que pudesse reagir, Lucian fincou a espada no chão novamente e um círculo formou-se a sua frente, Alucard afundou junto com o piso de madeira, Lucian pulou logo atrás gritando enquanto girava a Katana afundando-se no escuro do porão.

Caindo na escuridão, o filho de Potestas não enxergava muito bem, Alucard já tinha se esgueirado as sombras.

— Sabe qual a diferença entre eu e você Lucian? Eu te conheço, você não me conhece... Suas filhas estão bem?

O homem com a pele já suada engoliu aquilo em seco e deu um salto forte procurando subir o andar novamente, agarrou-se ao piso superior, mas seu peso fez com que aquilo quebrasse, Alucard gargalhou em meio a toda aquela escuridão e então um gemido agudo foi ouvido, Lucian berrou forte e arremessou a Katana contra a sombra sem mirar, a Katana fez uma curva estranha até que a gargalhada de Alucard foi cessada, Lucian sem hesitar esgueirou-se até o interruptor daquele porão e quando olhou, Alucard estava de pé com a Katana fincada no coração.

— Quando você é um Guerreiro treinado, não importa como... A vontade de proteger os seus sempre se sobrepõe a qualquer obstáculo, seja a escuridão ou seja um demônio como você, ou devo dizer, Alucard, nem mesmo a sua voz tão falsa como é pode imitar o agudo de minhas filhas, eu sou pai e sei o que digo.

O demônio estava com os olhos pesados, caiu de joelhos, Lucian foi em sua direção para o golpe final.

— Não... — Sussurrou Alucard erguendo a cabeça enquanto o filete de sangue escorria — Você é só o primeiro de muitos e a minha vontade de matar... Se sobrepões sobre a sua vontade de proteger... SABE POR QUE? PORQUE EU QUERO MUITO MATAR! — Gritou retirando a Katana do coração e fincando-a no chão. — Do que adianta fincar uma Katana no meu coração? Eu não tenho um, mas você tem. — Lucian deu um passo para trás, porém o Demônio foi mais rápido, sua mão foi rápida e silenciosa como o vento, antes que Lucian percebesse, o seu coração ainda dava uma última batida já na mão de Alucard. — Os próximos estão no andar de cima...

Lucian já não conseguia falar, mas ao ouvir aquelas palavras ditas por Alucard que por sinal era em escárnio, o semideus foi na direção de Alucard cambaleando, juntou ambas as mãos e com um golpe de cima tentou um último golpe que com certeza esmagaria Alucard, mas o demônio foi tão rápido em desviar quanto tinha sido em tirar o coração de Lucian.

O impacto contra o chão foi forte, abalou as colunas da Mansão que começaram a rachar, Lucian ergueu o olhar rangendo, logo já estaria morto, só não estava por causa da Adrenalina ainda em seu corpo e por ser um filho do próprio Potestas.

— Nunca, jamais... Você achará lugar sobre a Terra para você... Não há lugar para você, SEU DEMÔ... — Antes que terminasse a própria Katana o silenciou, o barulho da cabeça rolando e o estalo do corpo contra o chão foram o veredito para o fim do Clã Reagan.

As filhas de Lucian já estavam com a assinatura de morte prontas.

Alucard era realmente um demônio e a partir dali gostou ainda mais de ser um, sem ressentimentos, sem pena, sem necessidades.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.