Quando amanheceu a única certeza que tinha era de que deveria antepor a vida do meu novo e pequenino companheiro a qualquer coisa. Peguei um dos cocos abertos e coloquei o macaquinho sobre meu ombro, logo comecei minha caminhada. Ele ainda tremia, mas eu o entendia. Em seu lugar, também ficaria assustado.

Atravessamos algumas trilhas entre as árvores, mas por um instante parecia que estávamos dando voltas e voltas até lugar nenhum. Ele gemia debilmente perto de meu ouvido, era como se dissesse: “Devagar, estou com medo. Não seria melhor se voltássemos?

Eu respirava profundamente olhando ao redor, a procura de um sinal, uma visão, um ruido… Ou algo que fosse esperançoso.

E depois de tanto andar, cansado, fatigado, quase desistindo da minha frustrante procura, um som ecoante encheu meus ouvidos. Era som de água.

Está ouvindo, amiguinho? Está ouvindo isso?

Aquilo me animou de tal forma que eu mal podia me conter, apenas o fiz porque sabia que meu pequeno companheiro era extremamente frágil. Mas ainda assim, apertei meu passo, claro que com um pouco de cautela, e ali, bem detrás das folhas, pude contemplar maravilhado o riacho e a paisagem a sua volta. Nunca havia visto algo assim.