As Aventuras dos Marotos

Capítulo 39 - O Retorno


Cena 1 – A Esperança



Na torre da ala norte, Andrômeda olhava o horizonte, os tons do entardecer a exprimir sua tristeza. Quando Remo voltaria? Como ele estaria? Eram tantas perguntas que só teriam uma resposta quando ele voltasse.



- Ainda aqui, amiga? Lílian pousou a vassoura e aproximou-se dela – Pensando em Remo?



- Sim, Lily – suspirou. – Vê aqueles dois?



Lílian seguiu o olhar de Andrômeda e viu Sirius e Marlene voltando do Lago.



- Felizardos! – Lílian riu. – Eu sei o que você está sentido.



- Remo nem me escreveu – Andrômeda suspirou. – Eu sei que o momento é difícil, mas você não acha que ele poderia ter escrito pelo menos uma linha.


- Sim, Andy – Lílian abraçou a amiga. – Essa atitude não condiz com o Remo que conhecemos – disse surpresa – James me mandou notícias, ele contou que o funeral foi muito triste e que a Sra. Lupin chorou todo o tempo, mas que Remo agüentou firme – continuou após uma breve pausa. – Eles voltarão na semana que vem, resolveram ficar um pouco mais para que a Sra. Lupin possa se recuperar.



- Então a única coisa que me resta... – Andrômeda suspirou novamente – é aguardá-lo.



- Isso! Agora me diga o que conseguiu descobrir? – Lílian mudou de assunto propositalmente. – Qual a última fofoca do momento na Sonserina?



- Bem, Lucius deixou Severus no comando e pelo que vejo... – sorriu marota – minha irmã Narcisa está sob seus cuidados também.



- O que você está me dizendo? – Lílian disse perplexa – Severus e Narcisa? – seu queixo ainda estava caído. – Mas...você não me disse que ela está noiva de Lucius e que eles iam se casar assim que ela se formasse.



- Sim, eu disse. Bellatrix se casará com um Lestrange este ano e a próxima será Narcisa, mas... eu conheço a minha irmã. Ela é como Bellatrix está casando para dar continuidade a linhagem, não por amor – fez uma careta – na verdade não sei se elas são capazes de amar, porém apesar de ela tentar esconder é visível que Narcisa está interassada em Severus.



- Você terá uma família e tanto – Lílian assoviou. – Eu espero sua família ter um ataque quando você se casar com Remo.



- Engraçadinha! – tocou a amiga com os ombros. – Vamos! Hora de enfrentar o Salão de Convívio.


As garotas pegaram suas respectivas vassouras e desceram da torre.



Cena 2 – Incertezas de Mãe



Morgana sentava na poltrona e lia a carta que interceptara antes de sua partida, lágrimas escorriam de tristeza por causa de seu filho, seu menino era um rapaz apaixonado e sem a mínima possibilidade de uma vida feliz.



- Mãe... – Remo entrou de repente e ficou irado ao encontrar a carta que enviara para Andrômeda nas mãos de sua mãe – A senhora não tinha esse direito.



- Desculpe – enxugou as lágrimas. – Em minha defesa só tenho a dizer que sou uma mãe preocupada, você é tudo que me resta, meu filho. – ela sorriu tristemente. – Como ela se chama?



- Seu nome é Andrômeda Black. – os olhos de Remo brilhavam enquanto ele falava dela. – Ela é um encanto, meiga, inteligente... você irá gostar dela, mãe.



- Então, ela filha de Eugéne e Horácius, pobrezinha – balançou a cabeça. – Isso não importa, o que realmente interessa é o que vocês sentem um pelo outro, Remo.



- Eu a amo. – Remo abriu seu coração. – Eu quero me casar com ela.



- Oh! Fenrir. O que você fez conosco. Eu te odeio. – Morgana segurou a cabeça inconformada. – Você contou a ela sobre as suas transformações?



- Ainda não... – Remo abaixou a cabeça – mas eu sei que ela vai me amar do mesmo jeito.



- Será, meu filho? – Morgana olhou bem dentro dos olhos de Remo. – Será que ela vai continuar a te amar mesmo que você não possa dar a ela uma vida normal? – continuou implacável – Será que esse amor resistirá mesmo após ela saber que você não poderá dar os filhos que provavelmente ela vai querer? Crianças “normais”, pois não sabemos o que ocorre com um nascido...



Remo ficou petrificado diante de todas as possibilidades que a mãe lhe mostrava e sentiu raiva de si mesmo, seu amor por Andrômeda o havia cegado de maneira que ele via apenas esperança e não a crua realidade.



- E mesmo que ela o ame a ponto de se sacrificar por você, Remo – a dor de seu filho era sua dor. – O quanto você a ama? Seria capaz de ser egoísta a ponto de negar uma vida melhor que a que pode dar para ela?



- Você não me conhece. Por certo que seria egoísta. Eu a amo, mãe. Faria qualquer coisa para estar sempre ao seu lado. Seria tão egoísta de minha parte ter esperanças? – Remo parecia um animal ferido.- Você tão pouco a conhece, mãe. Talvez, ela não considere um sacrifício ficar comigo.



Remo virou as costas e saiu batendo a porta antes que seus sonhos desmoronassem de vez.



Cena 3 – O Reencontro



Remo não via a hora de ver Andrômeda, ele tinha acabado de chegar e a conversa com o Dumbledore havia se estendido mais do que ele previu, tinha de agradecer ao Diretor, pois ele conseguira demover a mãe de tirá-lo da Escola.



Ele despediu-se friamente da mãe, apesar de saber que ela lhe queria bem, não conseguia deixar de transferir certo rancor pelas verdades que ela lhe infringira. O que mais ele queria agora era sentir que nada mudaria.



Apressou o passo em direção a Torre Norte, no Campo de Quadribol encontrou James e Lily, eles estavam tão grudados um no outro, quase parecendo a personificação de uma pessoa só.



- Pego emprestado. – passou por eles pegando a vassoura de James. – Depois devolvo. – ele já impulsionava para o céu antes de James responder ou saber o que aconteceu.



A tarde se punha no horizonte e a visão de Andrômeda de costas para ele era encantadora, uma pintura que ele guardaria para sempre em seu coração.



- Você demorou! – ela disse ainda sem se virar. – Tem uma boa desculpa para isso, Remo?



- Demorei, mas voltei! – largou a vassoura. – Importa o motivo? – Abriu os braços para recebê-la – Eu estou aqui!



- Não importa! – Andrômeda correu para abraçá-lo e aconchegou-se em seus braços. – Se realmente voltou para mim.



- E para onde mais eu poderia ir, Andy? Senti sua falta, meu amor. – ergueu o queixo dela enquanto depositava em seus lábios, o beijo que ansiou por todos os dias desde que se separaram.



- E eu de você. – ela disse depois de um longo tempo em que ficaram nos braços um do outro para suprir a carência de ambos. – Amo você, Remo. Promete que jamais me deixará de novo?



- Eu prometo! – os olhos dele se turvaram antes de acrescentar. – Desde que não possa evitar.



Remo a puxou para perto de si acariciando seus cabelos longos e abraçados deixaram-se ficar para ver a tarde cair.