Capítulo 11- O Voo

Cena 1 – O Novo Apanhador

Hogwarts voltava à vida, depois do silêncio das férias escolares, pois sem os alunos a escola era um local inanimado. James estava sentado num dos bancos e aguardava com ansiedade a sua vez para o teste na equipe de quadribol da Grifinória. A posição não importava desde que entrasse para o time. Os alunos chegavam aos poucos para ver quem ainda estava no páreo e os marotos também acompanhavam o teste do amigo.

- Coitado! Eu nunca vi o James pálido desse jeito – Sirius comentou em tom de troça – dá até para ele competir com você Aluado.

- Obrigado pelo elogio, Almofadinhas! – Remo agradeceu o amigo pela indelicadeza.

- E pensar que nosso ele só quer essa vaga para impressionar a Evans – Peter destilava veneno – Hunf! Ele não se emenda mesmo.

Peter começou a odiar aquela garota desde o dia em que o chamara de idiota na sala de poções. Sirius e Remo não consideraram a indignação do amigo, como sempre nada que ele dizia era levada a sério.

- James Potter! – Scott Wood, o capitão do time chamou a plenos pulmões e James se levantou – Você é veloz numa vassoura? Por que...

O capitão não conseguiu terminar a frase porque James já havia decolado com sua “Máxima Stilus” em direção a torre norte e por onde passava deixava apenas uma lufada de vento.

A torre norte se aproximava cada vez mais e antes de bater nela, fez um vôo rasante rente ao chão dando a impressão que se espatifaria no chão, porém novamente surpreendeu ao subir para o céu e desenhar um looping, de volta completa para aterrizar suavemente ao lado de Wood.

- Uau! Seja bem-vindo ao time – o capitão dizia enquanto os alunos extasiados aplaudiam e ele apertava a mão de James – você acaba de conseguir a vaga para apanhador.

- Verdade? – disse ainda incrédulo e sorriu feliz – Muito obrigado!

- Obrigado? – Olívio deu uma batida amistosa na costa do novo jogador – Quero ver você ainda me agradecer após os treinos – gargalhou com vontade – treino todas as quintas a partir das sete da noite.

- Está certo! – virou-se para os amigos que já vinham em sua direção – É minha gente! Cumprimentem seu novo apanhador.

Por onde James passava recebia cumprimentos até que um aglomerado de alunos da Grifinória resolveu carregá-lo para dentro do castelo e dar seguimento às comemorações na Sala Comunal.

Cena 2 – Abaixo aos Exibicionistas

Andrômeda desceu da vassoura na torre norte, lugar onde Lílian costumava se refugiar após as aulas, aquele lugar era solitário e dali tinha-se uma boa visão do campo de quadribol.

- Lily! Está acontecendo alguma coisa lá no campo de quadribol.

- Ah! Deve ser o teste para completar a equipe de quadribol da Grifinória – fitou a amiga e concentrou-se novamente no que estava fazendo – eu li alguma coisa hoje no quadro de avisos.

- O que você está fazendo? – Andrômeda se voltou para amiga que parecia estar escrevendo uma carta.

- Estou escrevendo para o Severo – murmurou quase inaudível.

- Para quê? – Andrômeda ajeitou a saia para se sentar ao lado da amiga.

- Ele é meu amigo... – fitou a amiga com o olhar entristecido – quer dizer era. Acho que eu não soube me expressar bem e o magoei – tinha lágrimas nos olhos – eu sinto a falta da companhia dele, não quero que nossa amizade termine assim.

- Você tem a mim, eu sou sua amiga – Andrômeda tentou consolar – Nunca vai voltar a ser como antes, mesmo que ele consiga esquecer que você o rejeitou – suspirou diante da ingenuidade de Lily – Acho que é melhor que o deixe sozinho, afinal só o tempo pode curar a dor e a mágoa de quem não foi amado – revirou os olhos – ah! Eu sempre me esqueço que você nunca se apaixonou e não deve saber como é isso.

- Não sei, mas posso imaginar – enxugou as lágrimas com a palma da mão – Você entrega esta carta?

- Está bem! – Andrômeda guardou a carta no bolso da bata – Eu entrego!

- Agora levanta, vem e respira fundo.

Elas olharam para o campo de quadribol e viram uma “Máxima Stilus” vindo em direção delas.

- Minha nossa!

Andrômeda levou um susto, mas a vassoura parou diante delas e deu uma rasante rente ao chão.

- Potter – Lílian gritou. – Ele vai se espatifar no chão.

Lílian se debruçou sobre a amurada da torre, porém em vez disso, a vassoura subiu novamente e James fez um enorme looping e aterrizou novamente no gramado do campo de quadribol.

- Uau! – Andrômeda também se debruçou sobre a amurada. – Que vôo! Ele foi magnífico, não? E pelo jeito ele conseguiu entrar para a equipe a Grifinória.

-Droga! Eu pensei por um momento que ele fosse se espatifar, mas ele só estava se exibindo, de novo!

- Ah! Lily. – Andrômeda fitou a amiga e sorriu levemente, ela estava pálida e tremia feito uma vara verde Andrômeda. – Então, quer dizer que a senhorita se importa com o que aconteceria a ele.

- Hunf! – olhou zangada, a cor voltando novamente em suas faces. - Por mim ele pode quebrar até o pescoço que eu nem vou me importar.

- É mesmo? – Andrômeda gargalhou melodiosamente.