As Aventuras do Pequeno Eryk

30 – O Fim de uma Aventura, Consequência de uma Nova!


Alguns Dias Atrás...

Eryk e sua mãe estavam abraçados na cama, enquanto assistiam TV no comercial da novela de sua mãe, até passar uma notícia rápida sobre um assassinato recente.

– E mãe...

– Diga meu filho.

– Porque as pessoas machucam as outras? Seria tão legal se todos vivessem em paz. Eu não entendo isso...

– Eryk... Há pessoas nesse mundo muito más. Infelizmente são muitos deles. Não podemos fazer nada quanto a isso.

– Mas... Não podemos nem convencê-las? A senhora mesma falou que violência não resolve. Eu sempre apanho na escola. E mesmo a senhora dizendo que se alguém vier bater em mim, eu não quero bater neles...

– Owm filhinho... – Sua mãe abraça Eryk comovida com o seu pensamento. Ela sempre admirava seu filho por ver que o pequeno desde cedo tem um senso de justiça muito elevado.

Eryk adora quando sua mãe o aconchega nele. Mas ele fica pensativo quanto ao assunto levantado. Tudo o que ele queria era que todos fossem amigos. Independente dos defeitos e aparência. E como a maioria respondia contra isso, no caso do Eryk, era sempre pelo lado da violência. Por isso nunca quis que outra pessoa passa-se pelo o que ele passa na escola. E mesmo a pessoa continuar fazendo bullying com Eryk, tudo que o gordinho queria era parar com isso e ser amigo deles, mesmo eles não merecendo. Eryk não era capaz de desejar o mal para os outros, só o bem para todos. Assim, o mundo seria de fato um lugar melhor.

Atualmente...

Eryk é lançado para longe. A sorte dele é que a queda é amortecida pelas caixas de papelão, já que José não queria feri-lo gravemente. Só assustá-lo para que o garoto saia logo dali.

– Eryk. Eu vou falar pela milésima e última vez... – José dizia isso calmamente. – “Isso não é assunto para crianças.” Volte para sua vida pacífica e brinque como as outras crianças. Deixe os adultos cuidarem disso! – A voz de José agora era grossa, séria, e assustadora.

– “Vida pacífica?” Desde que eu me mudei, minha vida não ficou mais pacífica. Todo dia, eu sempre apanhava na escola. Eu era muito fraco... Não conseguia nem dar um soco neles, porque eu ficava me segurando para não machucá-los. Eu não queria bater neles. – Dizia Eryk se levantando dos papelões enquanto voltava para a área aberta para confrontar José cara a cara.

– Mas então? Porque está aqui? – José pergunta para Eryk, não entendendo o que fez estar onde está.

– Hehe... Foi graças a Luane, ao Jeová e ao Junior. Eles foram os primeiros amigos que eu tive depois que eu me mudei. E quando eu vi que eles pensavam igual a mim, igual a minha vontade de ajudar as pessoas, aí foi que eu vi que eu não posso mais me entregar. Eu preciso lutar. – Eryk o respondeu encarando José seriamente. O adulto ainda não entendia. Na verdade, só o deixava cada vez mais zangado.

– Mas que... AJUDAR AS PESSOAS!? Crianças não tem que pensarem nisso! Vai brincar com os seus novos amigos e deixe isso com os adultos! – Berrou José de forma irada da vida.

– DEIXAR COM OS ADULTOS?! ELES NÃO FAZEM NADA! NÃO INPORTA QUANTOS DIAS PASSAM, É SEMPRE A MESMA COISA! PESSOAS MORRENDO, CRIANÇAS CHORANDO, ISSO NÃO PARA NUNCA! É POR ISSO QUE EU NÃO VOU MAIS FICAR PARADO! EU VOU ENFRENTAR TODA A ESCURIDÃO DO MUNDO PARA QUE ELE E OS MEUS AMIGOS POSSAM SORRIEM!

Eryk saca seu estilingue e usa uma bola que nunca tinha visto. Mas Eryk não parou para ver e atirou em José.

Quando o rapaz a deviam, uma mega explosão acontece mais atrás do homem na mesma direção onde a bolinha foi parar.

– Mas o que...??? – José olha para trás BEM surpreso. Eryk agora sorri confiante.

– As invenções da Jessy não são coisas de criança, para você saber. – Eryk esclarece para o homem sorridente para ele.

– O que quer dizer com isso? – José pergunta.

– Jessy é uma gênia. Ela consegue inventar qualquer coisa na base do improviso ou não. Graças as invenções dela, podemos enfrentar qualquer coisa! – Eryk o respondeu orgulhoso de sua prima.

– Ora! Muito bem, vamos ver como elas te salvaram. – José cuspiu as palavras se referindo as invenções da prima de Eryk, antes de partir para o ataque.

Ele pressiona Eryk no ar enquanto corria até a uma parede próxima. Eryk sente ser sufocado a medida que José o pressionava sobre a parede.

Mas quando Eryk consegue pisar na parede com os dois pés, sem querer ele aciona algo que ativa em seus calçados um foguete que salva o garoto empurrando e jogando José para longe.

– Hehehe as invenções da Jessy estão cada vez mais iradas. Vamos lá!!! – Eryk comentou e finalizou voando até José tentando acertá-lo com seu estilingue o usando como uma faca.

José se protege com sua barra de aço, enquanto era arrastado para trás até Eryk o agarrar pelo braço e o levar para o céu.

– ERYK AGORA É SÉRIO! ME LARGA SE NÃO-

– Tem certeza?! Olha que eu largo mesmo...! – Provocou Eryk com um sorriso sapeca.

– Grr...

Eryk o levou até de baixo das nuvens, segurando José pelo braço. Em baixo deles, dava para ver a cidade e os prédios um pouco ao longe.

– Eryk... Vocês são crianças. Não importa quantos dons vocês tenham, são jovens demais para encarar o mundo dessa maneira... – Dizia José agora calmo e preocupado em saber do que Eryk e seus amigos eram capazes.

– Me desculpe José. De verdade. Mas há coisas que os adultos deveriam fazer, mas não fazem. É por isso que eu decidir que farei isso. Eu e os meus amigos. Se eu estiver com eles, eu ficarei bem.

– FIQUE CALADO QUANDO EU DIGO! – Dizia o pai de José berrando com sua esposa, enquanto o garoto e sua tia estavam no quarto do pequeno que estava na cama enquanto a mais velha fechava a porta a trancando com suas mãos.

– VOCÊ NUNCA ME ESCULTA! É POR ISSO QUE VOCÊ É UM PÉSSIMO PAI! – Retrucava sua mulher.

– É O QUE!? VOCÊ QUE É UMA DISFALERADA! SÓ VIVE SAINDA NA RUA DANDO OS-

– CALA A SUA MALDITA BOCA! VAI EMBORA DAQUI, VAI PRO INFERNO! – José ouvia barulhos de sua mãe batendo em seu pai com batidas no peito dele.

– SAI DAQUI SUA IMUNDA! EU NÃO QUERO VER VOCÊ NUNCA MAIS!

– EU QUE NÃO QUERO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

José estava assustado de baixo das cobertas na cama. O pequeno soluçava aos prantos. E seu olhar fica mais traumatizado ainda quando ouve algo sendo furado e seu pai gritando de dor varias vezes.

– Não... Papai-

– Fique onde está José. – Sua tia pediu ainda no mesmo lugar. As lágrimas dela escorriam em seu rosto assim como no garoto. E tanto ela quanto José queriam ir lá e acabar com essa tragédia com suas próprias mãos.

Mas o que faltava para ambos naquele momento...

Era de coragem.

– É verdade... Se as pessoas contribuíssem para ajudar as outras, independendo dos seus riscos, se fosse para impedir uma tragédia, iria valer a pena... – Dizia José se recordando de seu passado, pensando que se tivesse ignorado o perigo, seu pai poderia estar com ele agora.

– Sinceramente José? Eu realmente queria estar com os meus amigos, brincando, jogando, se divertindo ao lado deles, mas... Esse mundo... Me faz querer lutar para ajeitá-lo. Me faz querer enfrentar todo o mal que existe para ajudar o próximo e ser retribuído apenas com um sorriso e uma grande amizade. É por isso José. É por isso. – Dizia Eryk descendo aos poucos até o solo quando não passou a aguentar mais o peso de José.

– Eu compreendo. Bom... Acho que eu vou me entregar. – Os dois agora já estavam no chão. José suspirou enquanto dizia em rendição.

– Você promete que vai andar na linha novamente? – Pergunta Eryk e José deixa escapar um riso antes de responde-lo.

– Sim Eryk... Eu prometo.

Os dois agora fazem as pazes. José traz toda a comida transformada de volta ao normal, enquanto Eryk procurava pelos seus amigos...

Que anda estavam presos na criatura.

Jessy não conseguia pegar o seu controle, por isso não conseguia sair.

Junior não conseguia mover suas pernas, por isso não conseguia sair.

Jeová estava imóvel lá dentro, por isso não conseguia sair.

E Luane não conseguia dançar para suas fitas a ajudarem ali, por isso não conseguia sair.

O portão do local onde se encontravam se abria lentamente. Uma luz vinha dele, assim como uma silueta de um garoto gordinho vinha na mesma direção.

Era Eryk.

– Cara... Teve cada bronca. Ainda bem que o José agora não vai mais fazer maldade. – Dizia Eryk andando tranquilamente no local enquanto segurava seu estilingue...

Até se deparar com a enorme criatura a sua frente.

– Eryk... – Luane chamou pelo seu nome enquanto era sufocada lá dentro. Os outros três também o vê, mas logo duvidam se Eryk vai conseguir encontrar uma maneira de salva-los antes de serem digeridos.

– Ai agora danou-se. – Comentou Junior lá dentro.

Eryk deixa seu estilingue cair de sua mão, fazendo todos lá dentro da criatura se espantarem, surpresos.

A reação de Eryk foi de um choque ao ver aquela criatura. O garoto estava imobilizado. Mas quando ele se “recupera”, um sorriso de orelha a orelha se formou no gordinho.

– É HOJE QUE EU VOU ME PANTURAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Berrou Eryk de alegria, antes de correr até a criatura e...

Começar a comer ela.

– Hã?! – Todos os seus amigos exclamaram incrédulos. Eryk estava literalmente devorando a criatura dando várias mordidas e abocanhadas nela, como se estivesse jogando um vídeo game (Pacman).

Seus amigos assistiam aquilo sem acreditar, até agora. Mas era óbvio. Porque eles não pensaram nisso antes? Mas era óbvio que Eryk comeria. A criatura é feita de feijão, e esse é o prato favorito de Eryk.

– Só podia ser o Eryk mesmo... – Dizia Junior entre risadas.

– Ah sim. Só podia ser o comilão do Eryk. – Concordou Jeová.

– Ainda bem que a criatura era feita de feijão. – Comentou Jessy aliviada.

– Bem que a gente poderia ter comido também. – Falou Luane pensando seriamente se deveria ou não ter comido aquela criatura.

Um baita arroto foi escutado. Eryk estava jogado em cima dos restos de outros ingredientes que estavam dentro da bolha de feijão. O gordinho estava feliz da vida. Nunca tinha comido uma feijoada tão gostosa como essa, e todos seus amigos o viram rindo do jeitinho do Eryk de ser.

Mais tarde...

Isa e Rebeca chamaram pela policia. José e sua mãe foram presos, Zero avia escapado e os pequenos heróis aviam fugido dali, imaginando que suas mães seriam chamadas após souberem disso.

No topo de um prédio próximo ao armazém, O Homem Encapuzado assistiu tudo aquilo sem perder um segundo se quer.

– Quem diria. O poder que despertei em Zero entrou em ressonância com o Jeová, já que ambos possuem a mesma personalidade. Mas com ambições diferentes, elas se enfrentaram. Aquela cozinheira acabou sendo presa pelas criaturas que mais odeia na terra, as crianças. E José acabou vendo do que o coração puro é capaz na lata. – Comentava o encapuzado por fim, até um barulho de alguém pisando firme no chão vir atrás do ser.

– Eu deveria saber que você estava por detrás disso. – Falou a Bruxa Ana um pouco afastada dele. O encapuzado ri enquanto se virava para ficar frente a frente.

– Agora você entende do porque eu ter feito tudo isso? – Pergunta o ser.

– Conseguiu o que queria? – Perguntou Ana curiosa.

– Conseguir. E o pior que foi graças a você. – Respondeu o encapuzado.

– Hã?

– Se você não tivesse cercado o Eryk naquele momento, o seu coração puro nunca teria vindo tão à tona.

– Hunf. E daí que o que você falou estava certo. O que isso adianta, hein? Nada. Então...

– Porque você está falando isso? Você também não o ajudou a chegar no armazém mais rápido com a sua magia depois que viu o coração puro de Eryk despertar? – O encapuzado fez questão de recordar o momento em que Ana avia prendido Eryk em um beco e logo em seguida tê-lo deixá-lo ir dando passagem ao seu objetivo, dizendo isso com um sorriso sínico estampado na cara.

– O QUE?! – Ana agora fuzilava o encapuzado com o seu olhar. – Estava me espionando?!

– Espionando você, não. Eu estava espionando o Eryk. Você que se envolveu por acaso.

– Hunf. Que seja. Agora tudo acabou, não é?

– Não.

O encapuzado a respondeu dando as costas e se retirando do local.

– Eles tem que manter uma coisa em mente: Eu sou o chefão final dessa história.

O encapuzado dizia isso, antes de sumir do local.

No dia seguinte... Em uma sala da delegacia...

– Ultimamente recebi informações de certos casos... muito peculiares. E depois de analisar a todos, pude concluir que a nossa cidade ganhou um novo tipo de grupo de arruaceiros. O que me incomoda, é que esse grupo estão na escala de 6 a 8 anos. E mesmo nessa idade, eles fizeram vários absurdos. Como humilhar uma dançarina regional na frente de todos, participar em uma briga de gangue, comprar a Corrida da Cidade e os mais recentes: “Destruir uma escola” e “Darem cabo aos criminosos no caso dos Ladrões de Comida”. A sociedade que estamos vivendo está saindo do controle! Como meras crianças tiveram a audácia de fazer mais que metade do que fizeram? Não meus senhores... Não podemos deixar isso impune. A partir de hoje, essas crianças estarão sobre vigilância total, entendido!?

Um homem vestido uma camisa azul com mangas cumpridas e cabelo marrom fazia sua reuniam com 9 senhores sentados em uma mesa redonda enquanto avia policiais especializados e armados em pé na mesma sala, enquanto na parede, avia um quadro com as fotos de Junior, Luane, Jeová, Jessy e Eryk.

Continua...