As Aventuras do Pequeno Eryk

28 – Se Infiltrando na Base


O armazém onde a gangue da cozinheira tinha dominado agora, graças a suas criaturas, estava cercado por um muro bem alto. Lá, também, tinha vários caminhos ao ar livre, onde normalmente passa os carrinhos de carga, em cada depósito que tinha por lá. Em alguns prédios também aviam as chaminés do tipo de fábrica, com um tipo de ”chapéu” no topo onde se encontrava a boca da saída daquele tubo.

E graças ao enorme portão, que estava aberto, Eryk consegue se infiltrar na base com sucesso.

O pequeno garoto foi se esconder atrás de um lote de caixas de madeira assim que avistou cinco criaturas andando para lá e para cá nas extremidades.

– Ah rapaz. E agora? Tem um montão deles? Esperai Eryk. – Eryk estava olhando para eles, esperando encontrar uma saída. Mas depois ele senta no chão e fica com uma feição pensante no rosto. – Vejamos. A Isa foi raptada. Não dá para chamar a galera e nem a polícia. Já sei! Eu vou criar uma distração enquanto pego ela e corro! Ah não... Não rola. Sozinho não dá. Hum...

Eryk volta a pensar em uma forma de salvar Isa. Mas mal sabia ele que Zero estava logo atrás, com um pedaço de pau enorme em sua mão.

E o garoto nem perde tempo de deixar Eryk inconsciente com esse mesmo pedaço de pau.

Algum tempo depois...

– Ai... Onde eu estou...? – Eryk finalmente desperta. Sua cabeça estava com um enorme galo. Mas o seu espanto foi mesmo quando ele percebe que estava amarrado, de cabeça para baixo, e ainda por cima, sentindo alguém atrás dele fazendo-lhe companhia.

– Ah finalmente acordou balofo. – Eryk escuta a voz de Isa atrás dele, igualmente amarrada.

– Isa? Você não tinha sido raptada?

– Eu fui. E pelo visto você também.

– Hã? Como assim?

– “Como assim” digo eu! Olha onde nós estamos!

Quando Eryk repara melhor o local ele vê que estava no lado de dentro de um dos prédios do armazém.

Abaixo deles, avia um caldeirão de forma de fábrica, saindo bolhas lentamente até espocar e sumir. O liquido que se encontrava lá dentro era da cor laranja e ao redor do perímetro avia também vários desses caldeirões, porém, o que estava abaixo de Eryk e Isa era o único que estava em funcionamento.

– Aahm... A gente vai virar purê? – Eryk pergunta demonstrando estar confuso. Isa bufa pela lerdeza do garoto.

– Acorda oh garoto! Será que não é óbvio? – Isa falou mostrando o fato a frente dele.

– Obvio? O que é isso? – Eryk pergunta inocente, mas isso fez Isa bufar cansada.

– O que você veio fazer aqui mesmo, hein? – Isa perguntou tentando saber qual foi o motivo que levou um garoto tão lerdo a parar ali.

– Eu vim te salvar ué.

– Meu herói... – Ironizou a garotinha, revirando os olhos.

– Credo. Eu hein.

– Você não estava num encontro? – E sem perceber, Isa pergunta isso como não queria nada.

– Eu ta... Ué? Como você sabia disso? – Eryk pergunta surpreso. Isa cora na hora e tenta se encolher entre as cordas onde estava amarrada.

– E-e-eu acabei passando por... O-o-onde vocês estavam! Só isso! – Isa respondeu gaguejando, rezando mentalmente para que aquele assunto morra logo de uma vez.

– Você passou por nós? E nem nus deu um “oi”? Por quê? – Eryk pergunta como um amigo ofendido por não ter recebido um devido comprimento de sua conhecida.

– Hã? E porque eu faria isso? Não vou com a sua cara mesmo. – Isa respondeu no seu tom “habitual” de sempre. Eryk bufa, cansado do jeito arrogante da menina.

– Você ainda estar desse jeito? Poxa. Eu ainda tive o trabalho de vir aqui por sua causa.

– Hmpf! Como se eu me importasse. – Isa vira o rosto para o outro lado de uma maneira arrogante.

– Pirralhos e patricinhas...! Um pouco de atenção, por favor? – A ex-cozinheira da cantina da escola se pronunciou, fazendo os dois olharem para a mesma direção que tinha vindo sua voz.

A cozinheira se encontrava em uma sala de observação onde dava para ver o local inteiro de cima.

– E tia da cozinha! A sua meleca escorreu tanto na comida que as transformou foi? – Eryk pergunta fingindo estar curioso, mas com um tom de provocação a mais velha. Isa deixa escapar um pequeno riso em silêncio, mas depois se repreende mentalmente por ter dado importância para alguém como Eryk.

– Meu garoto... Meu gordinho e chatinho garoto... Você não tem consciência do perigo que você se encontra? – A mais velha queria estrangular um, mas conseguiu se conter tentando não fazer nenhum esforço a mais do que era necessário naquele momento para ela.

– Perigo? Que perigo? Tá falando dessa piscina de Fanta laranja borbulhante aqui embaixo?

– Eu mereço... – Isa se pronunciou de saco cheio da lerdeza do outro. A cozinheira rir, vendo que Eryk não fazia idéia do que estava sob.

– Deixa eu te dar uma noção do que essa “Fanta laranja” pode fazer!

A cozinheira puxa uma alavanca, fazendo Eryk e Isa descerem aos poucos até o enorme caldeirão de fábrica embaixo deles.

E cada vez que se aproximavam, tanto Eryk quanto Isa começavam a sentir calor.

– Uou! Tá esquentando aqui... – Alertou Eryk para ele mesmo.

– Aí... Lá se vai meu penteado. – Falou Isa fazendo um leve drama.

– Q... – Eryk a olha de canto, não acreditando no que acabou de ouvir.

A cozinheira agora sobe a alavanca, fazendo com que as duas crianças parem de chegar perto do local onde vinha tanta quentura.

– E então? Conseguem sentir o calor? Sabem o que acontece quando chega perto de algo queimando, não é? – A cozinheira pergunta animada com o que pode fazer com esses dois.

– Ai meu cabelo vai ficar horrível... – Choramingou Isa fazendo um drama desnecessário.

– Cabelo? A gente vai virar ingrediente pro rango do meio-dia e você ta preocupada com o seu cabelo? Mas é uma.... Ai...! Agora eu estou com fome... – Eryk estava indignado com a menina, mas assim que sentiu seu estomago roncar assim que falou na palavra “rango”, começou a pensar em comida, e depois pensar no que ia comer hoje (se ainda teria chance de comer hoje, já que estava prestes a virar purê), e logo depois começou a imaginar o cheiro da comida e logo se derreteu de fome.

– E você? Só pensa em comida! Tinha que ser um gordo mesmo!

– É O QUE?! – Eryk escutou e gritou ofendido.

Enquanto isso, em outro compartimento, Zero e José estavam sentados assistindo o trabalho da cozinheira com seus reféns.

– Porque ela não frita eles logo hein? – Zero perguntou sorrindo enquanto via Eryk e Isa pela janela da cabine.

– Ela falou que está esperando ferver mais. – José explicou enquanto estava de braços cruzados e sentado em um banco mais afastado de Zero.

Quando os dois iam prosseguir com sua conversa, o alarme vermelho que piscava na parede começou a soar pelo local, indicando intrusos lá.

– Droga! O que foi isso?! – Perguntou a velha já aborrecida.

José imediatamente foi até os painéis próximos a janela onde Zero estava e foi checar as câmeras de segurança.

E seu espanto foi imenso quando viu Junior, Jeová, Luane e Jessy enfrentando as criaturas com varias armas improvisadas e algumas invenções da menina-gênio.

– Droga! Mas não param de aparecer! – José martela os painéis a sua frente com seu punho. O mais velho estava enfurecido. Não pelo fato de estarem sendo invadidos, e por crianças. E sim por crianças estarem se intrometendo em algo que não deviam.

– Mas que dro... E SUA VELHA! TEMOS COMPANHIA. E AQUELES BICHOS LOUCOS NÃO ESTÃO DANDO CONTA DO RECADO. – Quando Zero também viu quem era, ele ligou o alto falante para avisar a cozinheira no outro lado do prédio.

– Resolvam isso logo então! – A velha pega um microfone e o responde por alto falante. Zero não perdeu tempo e foi até o objetivo. Porém, José ainda não tinha isso.

– Droga José... Mas quem será que estão invadido aqui? – Eryk fitava José, mas depois ele se pergunta sem fazer idéia.

José ainda estava inconformado, mas achava melhor avisar Eryk, falando pelo microfone do alto falante que Zero antes usara.

– São os seus amigos Eryk. Eu acho que eles não sabem quando devem parar de brincar de herói. – José falou sarcástico, mas ainda zangado internamente pensando no perigo que aquelas crianças passavam agora.

Eryk arregala os olhos, surpreso ao saber disso. Ele não acreditava, mas seus amigos conseguiram achá-lo e quando ele mais precisava deles.

– Aff esses caras de novo. São um bando de burros por terem vindo para um lugar tão perigoso. Tinha que ser seus amigos, não é balofo? – Falou Isa arrogante novamente. Mas quando ela tentou olhar para Eryk de canto, Isa conseguiu ver uma feição estática do garoto.

– Eles... Vieram aqui... Por mim? – Eryk se pergunta ainda sem acreditar. Isa não entendeu o que ele quis dizer com aquilo.

– Hã? Por que você está assim? – Isa pergunta sem imaginar o motivo. E quando Eryk percebe que estava diferente, ele balança a cabeça, como se quisesse voltar à realidade.

– N-não é nada. – Eryk agora vira o rosto para o outro lado, se esforçando ao máximo para não chorar. Eryk pensava que se deixa-se uma única lagrima se quer derramar, Isa o irá perturbá-lo para sempre por causa disso.

Isa começa a sentir um calor em suas costas. O calor vinha de Eryk, obviamente.

Mas esse calor era diferente. Diferente também do calor que estava abaixo dela. E mesmo sem entender, Isa estava gostando de sentir esse calor. A deixava confortável. Quase que se derrete toda.

Mas quando ela vira o rosto para se encontrar com o de Eryk, ela balança sua cabeça negativamente tentando “recobrar” a consciência.

Enquanto isso...

No lado de fora do prédio onde se encontravam, em um dos caminhos, os amigos de Eryk acabam de lidar com mais algumas criaturas que tinham aparecido para impedi-los de prosseguirem.

– Eles são mais fracos do que pensei. Para dizer a verdade eu achei que eles eram bem fortes. – Comentou Junior.

– E eles ainda são feitos de comida. – Jessy analisava, ainda sem acreditar.

– O Eryk e a Isa estão por aqui mesmo? – Luane perguntava inserta.

– Bom, a Jessy disse que esse local poderia ser o esconderijo deles, ou seria um ponto de acesso. E tem um monte dessas coisas por aí, então eu acho que estamos no caminho certo. – Explicou Jeová de uma maneira que Luane possa entender.

– Beleza galera! Vamos detonar com essas coisas de não-sei-o-que! Me sigam!!! – Berrou Junior como se fosse o líder do grupo. Ele começa a marchar que nem um soldado enquanto começa a seguir em frente.

E quando todos estavam distraídos, uma pedra vinha na direção de Jeová.

E quando ela estava prestes a acertá-lo em cheio, Jeová rebate a pedra para longe com a barra que segurava em sua mão esquerda.

– Ora, ora, ora o que temos aqui...! – Quando Jeová olhou para ver quem tinha isso, Zero aparece debochado em cima de vários caixotes.

– Você!? – Jeová exclama ao reconhecê-lo.

– Ai babou, é o Zero. – Falou Junior estremecendo de medo.

– Eu só quero saber... O que vocês estão fazendo aqui? – Zero pergunta autoritário.

– Nós viemos resgatar o meu primo! – Jessy foi a que respondeu.

– Seu primo? Quem? Aquele balofo? Não, não vi ele não. A essa hora ele já deve ter sido devorado pelo seu prato principal hahahahahaha. – Zero zomba achando graça da própria piada.

– Não... ISSO É MENTIRA! – Jessy quase acredita no garoto, mas logo percebe que era isso que ele queria.

– Quer apostar? – Zero agora a provoca.

– Menino... Você vai se arrepender. – Alertou a morena.

– Ah, é? Então vem aqui e me mostre!

Jessy já ia avançar em Zero, mas o braço de Jeová a impediu.

– Hã? Jeová? – Jessy se surpreende.

– Eu ainda tenho umas contas a acertar com ele. Deixe isso comigo. Vão atrás do Eryk. – Pediu Jeová sério enquanto encarava Zero.

– Vocês ainda acreditam que ele está aqui? – Zero ria da cara deles – Eu já lhe disse. A essa hora ele deve ter virado purê.

– Não... – Jessy estava começando a se abalar.

– Não acredite nele Jessy. É assim que ele joga. Zero conta mentiras só para conseguir o que quer. Agora não percam mais tempo. Vão e deixe que eu atrase o Zero. Vão! – Jeová estava decidido. Ele volta a encarar Zero preparado para lutar contra ele.

– Es-está bem. Vamos.

Os três deixam o local. Deixando apenas Jeová e Zero.

– Tá na hora de esquenta as coisas. – Dizia Zero, antes de pular do topo até Jeová.

Enquanto isso...

– Mas o que? O que esse pirralho está fazendo? – Dizia José vendo Zero pelas câmeras de vigilância deixar Jessy, Luane e Junior passar. – Ah droga! Eu vou ter que sair mãe! – Ele ativa o alto falante para avisar sua mãe antes de ir.

– Está bem! – A cozinheira o libera falando pelo alto falante também.

– E tia da cantina? – Eryk a chama, fazendo-a voltar a vigiá-lo. – Você não vai lá embora com eles não?

– Não, eu vou ficar. Quero garantir que vocês não vão conseguir escapar daqui. – A velha o responde com um sorriso convencido em seu rosto.

– Droga! Nos desenhos os vilões sempre vão embora para os heróis escaparem. – Resmungava Eryk aborrecido.

– E como vamos escapar daqui, hein? – Isa pergunta como se não houvesse solução.

Antes de Eryk a responder ele examina o local com o seu olhar. O garoto procurava qualquer coisa para ajudá-los a saírem dali.

E quando ele avista um monte de caixas de papelão bem próximas ao caldeirão debaixo deles, Eryk teve uma idéia.

– Você logo, logo vai saber. – Eryk a responde, sorrindo vitorioso antes de por seu plano em ação.

Ele começa a mexer a cabeça, tentando balançar a corda onde estão pendurados na tentativa de saírem dali.

– Eiei! O que está fazendo? – Isa quando vê, começa a ficar com medo.

– Mas o que vocês estão aprontando?! – Pergunta a cozinheira assim que percebe.

– Eu estou tentando sair daqui, sua velha! – Provoca Eryk conseguindo balançar ainda mais.

– Aiiiii nãããão! Por favor para com isso!!! VAMOS CAIR!!!!!!!!! – Isa começa a choramingar, mas depois que o balanço ficou mais forte ainda, ela agora berrava de medo.

– Hahahahahahaha mas não vão MESMO! – A velha desce novamente a alavanca, com toda a sua força, fazendo assim, Eryk e Isa descerem até o caldeirão mais rápido que anteriormente.

Isa agora gritava apavorada. Eryk ainda fazia a corda balançar. A temperatura aumentando rapidamente indicava a aproximação veloz até o caldeirão borbulhante.

E quando a corda deu seu ultimo balanço...

... o fio de cabelo do Eryk encosta um pouco na bolha, fazendo tostar um pouquinho.

E como o planejado, Eryk e Isa vão parar para fora do caldeirão. E com a corda ainda descendo, eles ficam pendurados agora no lado de fora do caldeirão, encostados na parede.

– AAAAAAI!!! TÁ QUEEENTE!!!! – Gritou Eryk sentindo sua cara arrastar na parede do caldeirão até os dois caírem em cima do lote de caixas vazias e as cordas se afrouxarem, finalmente se libertando.

– Bem feito pra você balofo. – Ria Isa.

– Ei! Voltem aqui! – A cozinheira então abre a porta do compartimento e começa a descer pela escada.

– Vamos! – Eryk puxa Isa pela mão e correm procurando por uma saída de lá.

Enquanto isso...

Jeová e Zero brigavam nesse exato momento. Trocavam socos e chutes um no outro. E como ultimo golpe, ambos correm até o outro, até Jeová socar a cara de Zero, e Zero socar a cara de Jeová.

E com isso os dois são derrubados.

– Droga! – Falou Jeová se levantando.

– Acho que já está na hora de levar a sério. – Falou Zero fazendo o mesmo.

– O que você quer dizer com isso? – Pergunta Jeová.

– Eu quero dizer... “Isso”.

Uma aura negra encobre Zero, deixando o clima em volta dele assustador.

– Mas que droga é essa?! – Pergunta Jeová incrédulo.

– Digamos que eu estou “turbinado”. – Zero o respondeu. Mas assim que Jeová piscou seus olhos, sentiu sua barriga ser socada por Zero.

Enquanto isso...

– Olha! Estou vendo uma luz. Pode ser uma saída! – Alegou Eryk ainda puxando Isa para o local onde vinha a luz.

– “Uma luz no fim do túnel”? Nunca pensei que algo assim aconteceria comigo. – Comentou Isa ao se lembrar do ditado.

– Vamos! Estamos quase-Parooooooou. – Mas quando os dois ia virar a esquina, eles se deparam com um monte de criaturas feitas de comida. Eryk se alto interrompe, retornando para a parede de lotes de comida tomando o maior cuidado para não serem percebidos por elas.

– O que foi? – Pergunta Isa.

– Estamos cercados.

– Estamos... Droga! – Repetiu, um tanto brava.

Eryk a olha com seus olhos quase esbugalhados e sua boca forçando-a ficar fechada. Isa não compreende a reação do garoto, até perceber que ambos ainda estavam de mãos dadas.

– Já pode largar minha mão. – Falou Isa ríspida.

– Hã? Mas é você que não quer largar. – Falou Eryk, fazendo Isa se tocar que a mão que Eryk usava para segura-la já estava de palma aberta e que Isa era quem estava apertando com toda sua aflição.

– M-minha o que?! AAAHH droga! – Isa quase gagueja de vergonha. Mas ela consegue disfarçar e largar a mão do garoto e a limpa na sua roupa como se estivesse pegando em algo sujo, mesmo tentando esconder sua coloração vermelha em seu rosto virando-o para o outro lado.

– Aff. Vamos achar outro lugar para ir embora. Ali! – Eryk avista uma janela e resolve subir até ela. Isa, sem escolha, faz o mesmo. Ambos sobem nos caixotes tomando todo o cuidado para não fazer barulho para chamar a atenção dos mutantes.

Eryk é o primeiro a chegar ao topo, mas ele esperou Isa para ser a primeira a sair pela janela.

– Ai... Tá muito alto... – Isa logo viu que a janela dava o lado de fora de todo o armazém, sendo possível ver a rua. Mas mesmo que desse para descer da janela pelos caixotes no lado de fora, Isa não teve coragem devido à altura.

– Não se preocupe. Você consegue. – Incentivou Eryk e Isa assentiu.

Depois de conseguir criar coragem, Isa consegue sair do local, enquanto Eryk ainda estava na janela no lado de dentro.

– Beleza, sua vez. – Falou Isa esperando pelo Eryk no chão.

– Eu não vou Isa. – Falou Eryk olhando para o lado de dentro conferido se não tinham o achado.

– Hã-c-como assim?

– Eu tenho que achar meus amigos. Isa chama a polícia. – Pediu Eryk antes de voltar para dentro, mas a voz de Isa o impede.

– O-o que? Mas você-

– Chama a polícia! – Eryk elevou seu tom de voz, mostrando que estava falando muito sério. Isa o encarou, confusa. Mas quando ela vê Eryk entrando de volta, ela resolve obedecê-lo sem ter outra escolha.

– Hã? Mas espera! Como eu vou ligar para policia se nem celular eu tenho? – Falou a morena ao se tocar.

Enquanto isso...

– Beleza, foi mais um! Como ta indo Jessy? – Pergunta Junior após ter derrubado mais uma criatura com um chute.

– Aff! Nada aqui também! – Falou Jessy após ter aberto uma porta de um dos pequenos prédios e logo após o fechando.

– Nem aqui. – Falou Luane desanimada fazendo o mesmo que a morena.

– Finalmente... Achei vocês...!

Uma voz fez Junior, Luane e Jessy se arrepiarem de medo. E quando os três viram para a direção que tinha vindo àquela voz, se deparam com José.

– Danou-se. – Comentou Junior.

– O que crianças tolas como vocês vieram fazer em um lugar como esse? Hã!? – José começou a falar calmo, mas finaliza com uma voz brava.

– N-n-nós-

– Nós viemos resgatar nosso amigo... E a chatinha. – Respondeu Junior, interrompendo Jessy, completando zoando com Isa.

– É mesmo, é? – Pergunta José, ficando sério.

– É. E valeu!

Uma voz diferente falou por eles e agradeceu. Isso chamou a atenção dos quatro. E quando José olha para trás, ele vê Eryk com um rosto sério ao encará-lo.

– Eryk... – Falou Jessy aliviada.

– Valeu galera. E você... – Após Eryk agradecer seus amigos, ele agora se referia a José.

– Meu Deus... Vocês não param mesmo, não é? – Suspirou José cansado.

– Não. E você precisa saber de uma coisa. Obedecer sua mãe não quer dizer que você tem que fazer coisas erradas por ela! – Eryk deu um conselho, e com isso, José rir.

– Uma criança me dando lição de moral? – Falou José sorrindo debochado.

– Minha mãe falou uma vez que não temos que obedecer uma pessoa que faz coisas erradas! – Falou Eryk se lembrando do bom conselho que recebeu de sua amada mãe.

– É mesmo, é? Diga uma coisa que eu não sei? – Falou José provocando Eryk novamente.

– Eu queria saber. O que sua mãe pretende fazer aqui? – Jessy interrompe o papo, querendo saber o motivo disso.

– O quê garota? – Pergunta José não entendendo muito o que ela quis dizer.

– Sua mãe tem o poder de dar vida a comida. E nesse armazém está cheio delas. Mas eu não acho que é só para conseguir mais soldados para seu exército, ou é?

– Garota esperta...! – José a elogiou antes de começar a explicar. – De fato, ela não esta aqui só para isso...

Enquanto isso...

– Aquele garoto não tem para onde fugir. E mesmo se ele conseguir, não irá muito longe... – Dizia a cozinheira andando passo por passo ao lado de uma máquina.

De volta ao lado de fora...

– O plano da minha mãe não é só aterrorizar a cidade e roubar sua comida... – Continuava a explicar José.

– Hehe... Eles nem sabem o que lhes espera. – Afirmou a velha, ficando de frente aos painéis da maquina.

– Com o poder de criar vida a comida, ela pensou em uma coisa para devastar a Terra... – Prosseguiu José.

– Com isso, nenhum tipo de exército irá contra nós...! – Dizia a cozinheira apertando o botão vermelho, ativando a maquina.

– Ela pretende... Criar a maior criatura feita de comida da face da Terra... – Explicava José para os quatro.

– Hahaha! Venha! Vamos! Que minha obra prima seja enfim nascida!!! – Finalizou a velha rindo malignamente enquanto estendia seus braços para os lados.

A maquina estava fervendo, ao ponto de soltar fumaça da mesma de uma maneira tensa. E com um termômetro indicando a temperatura, imediatamente passa do ponto amarelo para o vermelho.

– E com isso... – Começa José.

– ...NADA E NEM NINGUÉM PODERÁ ME DETER!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Glorificou a cozinheira finalizando com uma risada mais maléfica ainda enquanto imaginava o tamanho do mostro que estava prestes a criar.

Continua...