06 – Líder

– E o nome da nossa querida casinha na árvore éeeeeeeeeeeeeee... – Jessy embaralha os papeis na sacola, tira um papel, lê e depois anuncia.

– Laços Eternos!

– De quem foi esse? – Jeová pergunta.

– Esse é o meu. – Eryk responde.

– E por quê? – Jeová pergunta novamente.

– Porque esse lugar será o ponto de encontro da turma e eu... Bem, queria que isso durasse para sempre. – Explica Eryk.

– ahhh... – Jeová fala como se a ficha tivesse caído agora.

– Aí, vamo ver o dos outros? – Pergunta Junior.

– Vamos! Peraí só um instantinho... – Dizia Jessy enquanto colocava sua mão dentro da sacola. Ela retira outro papel e ler o que está escrito bem surpresa.

– Bola de Madeira? – Dizia a menina gênio, desviado seu olha imediatamente do papel para Junior.

– Que cara é essa? Vamo combinar que é um nome bacana não é? – Pergunta Junior com o peito estufado de orgulho.

– Não é não! – Todos, exceto Junior, falaram ao mesmo tempo.

– Seu estraga prazeres! – Dizia Junior cruzando os braços aborrecido.

– Vamos ver o próximo... – Falava Jessy retirando outro papel da sacola. – Casinha do Sol? Luane? – Pergunta Jessy surpresa com a Loira.

– É um nome bonitinho, não? – Pergunta Luane. Só que todos acenam não com a cabeça, como resposta.

– É cada nome, viu? Toma Eryk. – Jessy cansada de ver tantos nomes estranhos, passa a sacola para Eryk continua.

– Tá bom, deixa eu ver... – Dizia Eryk pegando outro papel. – Amizade em um He-de-Hec-Hec... t-ta... MAS QUE NOME É ESSE?- Eryk depois de se esforçar tanto, desiste de tentar ler o que estava escrito. Jessy assim que percebeu que era o dela, resolveu falar.

– Amizade em um Hectare. Poxa Eryk, nem é tão difícil assim! – Dizia à morena.

– Cê que pensa. – Afirmava Eryk.

– Hec-o QUE? – Dizia Junior também com dificuldade de entender a palavra.

– Hectare. HE-C-TA-RE! – Explicava a garota soletrando.

– Mas que nome difícil! Eryk, agora falta o meu. – Dizia Jeová se referindo ao ultimo nome que restou.

– Ah tá, peraí! – Dizia Eryk se lembrando de pegar o ultimo papel.

Assim que Eryk ver o que está escrito, coloca a outra mão na boca, quase vomitando.

– JEOVÁ?! – Dizia Eryk horrorizado.

– O que foi? – Dizia Jeová vendo o estado do amigo, preocupado e curioso de saber por que ele ficou assim.

– Que nojo car-hunm – Dizia Eryk quase vomitando.

– Aaaa é vocês que não sabem de nada! – Falava Jeová aborrecido, não acreditando que o que quer que fosse bastou deixa Eryk assim.

Enquanto isso, em um esconderijo de uma gangue de rua qualquer...

– Chefe, não sabe da ultima! – Dizia um adolescente com jeito de marmanjo, que parecia ser um dos capachos do tal chefe.

– Desembucha o lorinbundo! Dizia o Chefe.

– Fique sabendo que aquele tal de Jeová fez com que uma de nossas gangues... Fosse detida pela polícia! – informou.

– ELE O QUE?! – Dizia o chefe inconformado e irado.

– É-e não é só isso! Parece que ele teve ajuda de um nego e um gordinho. Tudo muleke! – Explicou novamente.

– Isso é impossível! Não tenho gente froxa! Como isso foi acontecer?! – O Chefe pergunta exigindo uma explicação.

– Parece que o gordinho fez com que o trânsito vira-se um engarrafamento bem brabo. E foram detidos pelos tiras pensando que tinha sido eles. – Explicou.

– Jeová, Jeová... Tínhamos um acordo... E você vacila comigo assim? Pois bem! Eu mesmo vou me encarregar disso. - Dizia o Chefe tomando rumo para a porta.

Enquanto isso na casa da árvore...

A casa estava realmente bela olhando por fora. Tinha um monte de ripa pregada no tronco da árvore, formando uma escada até o topo. Mas para fica mais divertido, os garotos trouxeram algumas cordas as transformando em uma espécie de elevador, amarada no topo da casa. Só Junior e Jeová sabiam como usá-las.

E dentro da casa, todos estavam falando de qualquer coisa. As meninas de bonecas e roupas e dos meninos de jogos e desenhos. Estavam todos reunidos em volta de uma mesa feita de madeira pelo Mecânicobô, até Eryk tocar em um assunto.

– Gente... Eu tava pensando... – Falava Eryk deixando todos presentes curiosos.

– O que? – Pergunta Luane.

– A gente bem que poderia fazer algo com essa casa, né? – Dizia o garoto.

– Como o que? – Perguntava Junior.

– Seilá, tipo... Um Clube? – Falava Eryk

– Tá. Mas... um clube de quê? – Perguntava Jeová.

– Um que ajudassem as pessoas por exemplo. – Dizia Eryk.

– Nya, eu gostei! - Dizia Jessy aprovando a ideia.

– Ajudassem as pessoas em quê? – Perguntava Luane.

– Não sei... Em qualquer coisa! No que precisassem. De pessoas, animas, e porá ir vai. Até em dar um jeito nos valentões. Eu... – Eryk para de falar por um segundo por se lembrar que tem crianças que sofrem muito com valentões nas escolas e nas ruas. Mais logo após volta a falar. – Eu sei que tem muita gente que sofrem com os valentões, sem poderem se defender e até são mais fracos que eles, assim... Como eu. – Esse ultimo Eryk falou baixinho, mais todos escutaram, Principalmente Jeová. Mas antes que qualquer um quisesse se pronunciar, Eryk continua de onde parou, mudando de assunto e expressão no seu rosto. - E aqui seria o nosso ponto de encontro. Que tal?

– Sim, mas, quem ia mandar na parada toda? Quer dizer, alguém tem que dar as ordem e organizar tudo isso, certo? – Dizia Jeová

Isso deixou Eryk bem pensativo. Eryk tinha uma noção de responsabilidade e aquilo era muito grande. Imediatamente pensou logo na prima que, além de inteligente, suas invenções sempre vinham a calhar. Mas se for para dar ordens, Jeová poderia também ser uma ótima opção. Apesar de ter um jeitão brabo, Jeová é um grande amigo. Apesar das vezes ele ser um pouco grosso com as pessoas, ele só faz isso quando está inconformado com algo. Eryk também pensou nele mesmo, mas retirou isso de seu pensamento na hora. Ninguém iria escolhe-lo para isso, então resolveu esquecer essa parte e pergunta logo.

–Tá, mas... Quem estaria disposto para isso? – Pergunta Eryk.

– Que tal você Eryk? – Diz sua prima deixando todos surpresos, principalmente Eryk.

– Ahn-Hâ, eu? M-mas por que eu? – Perguntou. Realmente não esperava que alguém ia dizer o seu nome, mas como tinha sido sua prima, não depositou muitas esperanças.

– É... Por que ele? – Pergunta Junior esperando uma resposta bem convincente.

– Bom, para começar: o Eryk é legal, justo com todos, e sempre se preocupa com o próximo. Para ser o líder de algo assim, tem que ser alguém que tenha tudo isso. Não concordam? – Disse a morena.

– É... Eu acho que sim. Eu também não poderia ser, porque não levo jeito para isso. É muita pressão e responsa. – Dizia a loira.

–Eu acho- Junior ia falar, mas foi cortado por Jessy.

– E também, se lembram daquela vez que enfrentamos aquela Bruxa e graças ao Eryk que nós conseguimos vencê-la? Na minha opinião, Eu achei ele muito corajoso e... – Jessy é interrompida por Eryk.

– E-es-es-espera um pouco! Eu não sei se eu vou dar conta e... Por que não você Jessy? – Perguntou. Não que ele não gostasse da ideia, mas Eryk estava preocupado com o futuro daquele plano e não queria que ele próprio fosse à razão da ruína.

– Porque eu não sou capacitada para isso. Eu sei muito bem. Às vezes posso me exaltar e não seria bom para nós. Vai por mim Eryk! Você é o único aqui que tem a vontade de seguir esse plano adiante. Uma vez você me disse que queria ajudar as pessoas. Então, está mais do que na hora de você fazer isso. –Concluiu a prima.

– Ehm... E vocês concordam? – Pergunta Eryk. Querendo saber se os outros estavam de acordo.

– Eu acho que o Eryk daria um ótimo líder. Eu voto nele. – Dizia Luane.

– Bom, eu até entendo do porque do Eryk ser uma boa opção. Uma vez, Ele salvou um gato de ser atropelado, mesmo que quase o levasse junto. Vocês tinham que ver! – Dizia Junior

Jeová estava de braços cruzados o tempo todo, sem falar nada. Assim que Eryk percebeu, resolveu pergunta para o amigo.

– E você Jeová?

Jeová fica um tampão sem falar. Todos estavam olhando para ele esperando sua resposta. Quando ele ver que todos estavam o observando, finalmente decide falar.

– Tanto faz. – Foi tudo o que ele disse.

– Então tá combinado! Eryk, você é o líder! – Anuncia Jessy.

– Bom eu... Não sei nem o que dizer... Se vocês tiverem algo contra, é só falar para mim, Tá?– Falava Eryk sem jeito.

– Pode deixar! – Todos, menos Jeová, falaram ao mesmo tempo.

E então foi assim: Eryk dizia como iam funcionar. Começou dizendo que se tiver algum problema que precisaria da ajuda de toda a turma, era para combinar de se encontrarem na casa na árvore. Também ditou outras coisas. Depois de um tempo, Eryk percebe que estava ficando tarde.

– Jessy, que horas são? – Pergunta Eryk para sua prima.

– São... 15h30min (três e meia da tarde). - Respondeu a mesma.

– Gente, vamos encerrar por hoje? – Pergunta Eryk para todos.

– Ahhh, mas tava tão bom! – Dizia Junior não gostando da ideia.

– É, mas tá ficando tarde. – Dizia Eryk

– Ahhh tá bom! – Falava Luane inconformada também. Queria brincar mais um pouco, mas todos já estavam se preparando para sair, então ela não ficaria lá sozinha.

Todos estavam saindo da casa na árvore. Eryk seguindo por Jeová e logo após, Junior, Luane e Jessy, respectivamente.

Jeová e Eryk estavam prestes a descer pela árvore. Até Jeová fazer algo que ninguém esperava.

Jeová empurra Eryk chutando-o pelas costas, fazendo com que Eryk caísse do auto da casa. Deixando todos surpresos e, preocupadamente, apavorados.

Quando Eryk finalmente deu por si, percebeu que estava caindo. Enquanto caía, Eryk agarra as cordas amarradas na árvore com todas as forças que tinha e, por um milagre, pousa no chão em pé, sem se machucar, se atrapalhando um pouco com o equilíbrio.

– Ohhh, to vendo que você sabe se virá quando precisa! – Dizia Jeová ainda no topo da casa, realmente impressionado, porém, dizia aquilo de uma maneira fria, deixando Eryk apavorado.

– Jeová...? – Foi tudo o que Eryk diz. Não estava acreditando no que estava acontecendo.

– POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! – Gritava Junior para Jeová. Só Eryk estava fora da casa, na terra. Enquanto o restante estavam no topo da árvore, porém, fora da casa. Jeová estava de costas para os três enquanto encarava Eryk.

– NÃO SE ENTROMETAM!!! – Dizia Jeová virando a cabeça para o lado, mostrando que estava dando atenção para os três. Jessy e Luane se espantam, enquanto a Junior não sabia como, mas não conseguia se mover de jeito nenhum.

– Mas... Por quer você fez isso? Eu poderia ter me machucado! – Dizia Eryk tentando achar algum sentido em Jeová.

Mas o garoto só suspira e faz uma cara de entediado como resposta.

– EU ACHEI... Eu achei que nós... Éramos amigos?! – Dizia Eryk com dificuldade. Estava com medo de, não só de perder o amigo, como também de o que ele poderia fazer depois.

– Você ainda não entendeu não é? – Dizia Jeová parecendo não ligar para isso. Ele então usa a mesma corda que Eryk tinha usado para aterrissar no chão, ficando frente a frente com o mesmo.

– NÃO! ENTÃO EXPLICA QUE EU NÃO TO ENTENDENDO NADA! – Gritava Eryk. Aborrecido de ter sido jogado do auto da árvore.

– Eu estou fazendo isso... Justamente por sermos amigos! - Dizia Jeová colocando seriedade naquelas palavras.