As Aventuras de Sertekeros Vezeiros

Mais Esconderijos Fracos e Mais Bruxas Feias


"Quem?” perguntou Angel.

"A bruxa, ela vem todo dia, me oferecendo uma roda de fiar... Tentando me deixar tentada."

"Ah, é só isso! Então não tem problema. É só não relar na roca!” falei.

"Claro que não, é mais difícil do que parece. Eu morro de vontade de fazer a lã virar linha."

"É, deve ser super. interesante” murmurei sarcasticamente.

"Vamos, debaixo da cama” disse Aurora nos apressando.

"Mais esconderijos fracos, mais bruxas feias e mais espinhos” murmurei me arrepiando.

"Para de falar Sets, entra logo embaixo da cama” disse Angel.

A bruxa entrou no quarto. Essa era mais feia que a outra. Ela fez aparecer uma roca de fiar magicamente no meio do quarto e começou a falar: “Aqui minha querida, veja que linda, apenas rele!”.

Aurora olhava para a roca e para a cama (para ser mais exato debaixo da cama, onde nos estávamos). Sua cara estava como se ela perguntasse para nós, se ela aceitava ou não.

De repente a bruxa se virou duma vez e veio em nossa direção. Passou a mão debaixo da cama bem na hora que eu e Angel demos uma engatinhada para trás. Tirou a mão que tinha passado no chão e ficou olhando fiquisamente para ela.

"O que foi Sra. Feiticeira?” disse 'Primavera' tentando ser educada.

"Sangue... Vermelho, escarlate e fresco” disse a bruxa.

Passei alguns segundos, tentando compreender de onde havia saido, esse tal sangue. De repente a velha me puxou pelo colarinho e me levantou.

"De novo isso” murmurei.

"Devia aprender a se esconder melhor e a cuidar dos seus machucados...”.

Foi ai que eu entendi o que estava sangrando, agora tudo fazia sentido.

"Ela era minha irmã... Não nos falávamos muito, mas éramos irmãs...” dizia a bruxa, me levantando mais e me chaqualando.

"Ela quem? Não estou entendendo mas nada!"

"Você é burro em moleque! A responsável por essa linda marca sangrenta no seu olho."

"Quem, a velha que gostava de rosas, e espinhos, é sua irmã?! Agora que você falou você é feia igual ela!"

Ouvi Angel segurando para não rir.

"Ah! Já chega disso” rosnou a velha me levando para a janela.

"O que pretende fazer!” gritou Angel desesperada.

"Eu vou levar ele para tomar um banho de rosas... Só que dessa vez, vai sozinho."

Aurora estava em choque e olhava a roca, como se aquela fosse à única saída. Angel então gritou: “Não! Por favor, o deixe... Ele não vai aguentar mais espinhos!”.

"Agora que disse isso, esse foi o meu melhor plano, estava com duvida, mas você me deu certeza. E como você é irritante! Ah, você vai junto...” e a pegou pelo braço.

"NÃO! Solte-a! Faça o que quiser comigo, só não se encoste a ela!” gritei.

"É, você é corajoso... Mas você não vale apena mesmo!” disse a bruxa me soltando “Mas eu vou me vigar minha irmã, e a melhor forma de fazer isso é fazer você sofrer como eu estou sofrendo!” disse isso apertando mais o braço de Angela.

"Solte ela sua velha coroca do inferno” disse avançando na velha.

"Oh! Você é forte... mas não é tanto! Está sem comer faz quantos dias em rapaz?” disse a velha me empurrando para a parede me fazendo bater a cabeça e ficar meio inconsciente.

Eu não conseguia me mexer, nem fala. Mas de uma coisa eu sabia Angela estava correndo perigo e isso eu não podia permitir.

Fui então que me lembrei de outra historia que minha vó contava para minha prima. Uma princesa tinha sido amaldiçoada por uma bruxa, que se ela relasse na roca de fiar caia em sono profundo para sempre. O que isso ia me ajudar? Como?

Angela estava lutando e esperneando, mas a velha continuava a aperta-la e a levar mais próximo da roca de fiar. Até que... A velha conseguiu-o furar o dedo de Angela na agulha da roca e ela caiu quase como se estivesse desmaiada.

Tirei forças de não sei onde e corri e segurei pelos braços, pouco antes de cair no chão.

"A próxima é você!” rosnou a velha para Aurora.

Aurora estava em choque desde a hora que a bruxa nos achou debaixo da cama. Ela não se movia, nem piscava e muito menos falava. Parecia uma estatua em tamanho natural.

A velha puxou sua mão e furou o seu dedo com a roca. Gritei, para ela sair de transe. Mas ela não me ouviu. A única que me ouvis foi à velha que me deu um coese na cara e mandou-me calar a boca.

Aurora também caiu desmaiada no chão. E a porta do quarto de Aurora começou a bater.