As Aventuras de Sertekeros Vezeiros

10. Nem Tudo é o que Parece


“Sets, Sets”

Uma mão gelada pegava na minha. Abri o olho, o teto era branco, cheio de mofo, parecia de um hospital.Olhei para baixo e vi que estava em uma maca, o lençol do hospital estava sobre mim.

“O que esta acontecendo?”

“Graças a Deus acordou”, olhei para o lado e vi a mesma garota que havia me chamado, ela segurava minha mão e quando eu a olhei se sentiu constrangida. Em minha mão havia uma pulseira verde fluorescente do hospital escrito algo como, ‘entrada do hospital dia 1 de dezembro. Estado de coma’. Ela percebeu que eu observava a pulseira e sorriu quando a olhei.

“Quanto tempo estou aqui?”

“Três semanas”

“O que aconteceu?”

“Não se lembra?”, balancei a cabeça que não e ela continuou, “Asfixia, traumática, por afogamento, falta de oxigenação cerebral. Poço, Angela. Lembra?”.

“Não. Estou dormindo, não é? Onde estão os outros? Onde esta Aurora? Que dia saímos da floresta? Tudo caiu, eu não me lembro...”.

“Que floresta? Deve estar variando por causa dos remédios. Descanse depois conversarmos”.

“Volte aqui, onde pensa que vai. Eu quero que pare de brincar com minha cara e me fale as coisas direito, eu mereço saber”.

“Sets, fique quieto ok?”

“Como sabe meu apelido?”

“Ate onde sei, fui eu que criei...”.

“Quem é você?”

“Sou sua namorada ate onde eu sabia, vou chamar o medico você não esta bem...”.

Ela saiu e me deixou sozinho. Tirei a agulha que estava no meu braço. Peguei as roupas dentro do armário e vestir. Estava amarrando meu tênis quando ela entrou na sala com o medico.

“Não pode te deixar sozinho um segundo?”

“Não, se me conhece do jeito que fala saberia disso...”.

“O que esta insinuando?”

“Eu apenas não te conheço, ok?”

“A cicatriz cegou seu olho foi? Como assim não me conhece?”

“Não te conheço, apenas isso”.

Ela começou a chorar e eu me lembrei de onde a conhecia. Levantei da cama, e sai e fui ate onde ela estava e a abracei.

“Calma, desculpa, eu não sabia que... Achei que havia te perdido. Eu estava tão cego achando que não iria a ver mais que não te reconheci, desculpe Aurora. Esta diferente, o que aconteceu?”

Ela deitou a cabeça no meu peito e meu coração disparou, ela estava vermelha e eu também.

“Estou sem dormir e comer a dias, estava preocupada com você, em pensar que tudo foi porque foi ajudar aquela... Desculpo-te... Ate porque você não é exatamente meu namorado, mas...”.

“Eu te amo”, disse virando o rosto, ela olhou para minha cara, mais vermelha do que estava e disse em meio de um sorriso.

“Também te amo. Todos querem o ver”.

“Estão todos bem?”

“Sim, seu bobo. Afinal o que estava sonhando?”

“Foi tudo um sonho?”

“Acho que sim Sets”

“Ainda bem, eu acho”.

“Aurora, você? Opa estou atrapalhando algo? Tomara que esteja”, uma figura parou na porta, com um largo sorriso no rosto, usava roupas pratas e pretas, seu cabelo preto liso e repicado estava desarrumado como sempre, “Saiu do coma?”.

“Estou nele ainda, idiota”.

“Idiota, não sabe brinca ficasse no útero”, eu ri e ele continuou, “Vim buscar Aurora, mas então vim buscar os dois...”.

“Já sabe de nos?”

“Claro, vocês estavam juntos aquele dia no lago e eu imaginei que estivessem... Bom, o pai dela estava forçando a namorar com ela, então ela era basicamente minha namorada, mas para os outro. Ela é bonita, mas não gosto dela assim...”.

“Então eu posso beija-la em sua frente que você não liga? E afinal levar para onde?”

“Ah, eu me incomodo um pouco, você ficar aos beijos e eu de vela, sozinho, sem Alice... Ah, Alice”.

“Estão juntos?”

“Questão de tempo meu senhor, questão de tempo”, eu ri e ele ficou envergonhado, “Afinal por que quer saber se eu ficaria incomodando?”.

“Deu vontade de beijar você agora. Sabe, só para ver se estou acordado mesmo” disse olhando para Aurora, ela sorriu e me beijou.

“Esta acordado, moçinho?”

“Não tenho certeza, mas o senhor candelabro vai achar ruim se continuar. Aonde vamos?”

“Minha casa, do lado da sua...”.

“Eu quero saber como eu fiquei desacordado...”.

“Vamos resolver isso, ser de pouca inteligência”, ergui a sombrancelha e ele riu.

Chegamos à casa de Arthur. O motorista, seu Mario,veio o caminho todo perguntando se eu estava realmente bem e disse para Aurora cuidar bem de mim, o que deixou nos dois constrangidos. A casa de Arthur era ao lado da minha. Minha casa era a mesmo que eu costumava viver, a do meu tio. A diferença é que meu pai também morava lá. Eles vieram me receber e eu fiquei contente em saber que as pessoas estavam preocupadas comigo, e que tudo aquilo que passei não passava de um sonho, mas... Ate que ponto?