2.Nenhuma fada irá me deter

2 anos antes,

Litoral Irlandês

Era cedo,o sol mau havia transpassado as nuvens e um jovem alemão,de cabelos loiros quase brancos bem aparado e penteado,vestindo um terno fino aguardava por algo que nem ele mesmo sabia o que era.

Afundou seus sapatos caros na areia fofa da praia Irlandesa e lá fincou um estaca de ferro,que transmitia através de um emaranhado de fios as informações térmicas e gravitacionais do local para uma tela de LCD nas mão do garoto.Mas o que um jovem rico e bonito fazia ali?A resposta é que Matt Dickerson,como o ele se chamava,era um gênio mirim,na verdade nem tão mirim agora e que ocupava seus dias em desvendar o inexplicável,no contexto literal da expressão.

Há alguns anos,algumas paradas gravitacionais e alterações sísmicas e climáticas tem intrigado o jovem alemão.Primeiro Edimburgo,depois o Vale da Morte no oeste americano,seguido por um vilarejo isolado no Uzbequistão.Coisas estranhas aconteceram por lá,a gravidade sumia por instantes,e a temperatura se alterava,se Matt não soubesse que era cientificamente improvável de acontecer,ele diria que alguém andou viajando no tempo.

Desde aqueles casos,as atividades estranhas pararam,mas segundo seus calculo algo semelhante e extremamente grande aconteceria ali,a qualquer instantes à alguns metros da praia.

Como se alguém houvesse lido seus pensamentos,um enorme clarão vindo do mar quase cegou seus olhos verdes,e quando a luz se enfraqueceu,foi possível por alguns segundos ver uma massa irregular de terra flutuando sobre as águas do mar.Não houve muito tempo para registrar o momento,pois quase que imediatamente pequeno helicópteros vieram ao longe em direção ao monte de terra que lentamente ia afundando,e depois disso não viu mais nada.Tudo que ele estava vendo à alguns segundos sumiu,como se nunca tivessem estado ali,deixando somente as águas irlandesas a serem apreciadas.

Mas Matt sabia que algo continuava acontecendo mesmo que ele de algum modo não pudesse ver.Pegou seu material da areia e correu em direção à uma plataforma de pesca mais adiante,a corrida não foi tão difícil devido ao seu porte atlético,pois ao contrario de seu rival da família Fowl,ele exercitava também o corpo,e não só o cérebro.

Não haviam pescadores a essa hora na plataforma,então o jovem de se debruçou sobre grades de segurança e forçou ao máximo sua visão até conseguir ver,mesmo que de relance a terra que era na verdade uma ilha afundando enquanto um dos helicópteros resgatavam duas pessoas,ou melhor,crianças quase que no ultimo instante.Por pouco não ficou vesgo tentando enxergar os acontecimentos,mas continuou forçando a visão e viu um dos helicópteros vindo para a costa e pousar lentamente e sem nenhum ruído em uma grande rocha que traçava um caminha até a praia, e para sua total incredulidade quem desceu da pequena aeronave foi ninguém menos que Ártemis Fowl,a peste irlandesa como Matt o chamava.Ele e Ártemis tinham uma rivalidade antiga,que o fazia tentar superar o rival em tudo,e sempre fracassando.Mas não dessa vez,aquelas criaturas seja lá o que forem eram uma descoberta dele,e o Fowl não iria lhe roubar isso.Nunca!

Ele viu o garoto irlandês indo na direção de uma cabana enquanto o mini helicóptero levantava vôo,mas antes ele pensou ter visto,não,ele viu uma criatura de pele morena,cabelos ruivos e orelhas pontudas dentro do helicóptero.Uma fada.

Aquela aeronave já havia partido,mas certamente haveriam outras analisando o local,então mais do que rápido correu e desceu da plataforma e foi para baixo dela,onde vários barcos á motores estavam acorrentados,mas com um pouco de raciocínio ele achou um ângulo em que as correntes não chegavam e as soltou sem sequer fazer força.

Logo,estava velejando em alta velocidade,com gotículas de água molhando seu terno de dois mil Euros,mas ele não desistiria tão fácil.

Continuou acelerando,sempre mantendo os olhos atentos,até que novamente as imagens difusas voltaram,agora um pouco mais nítidas que antes.

Ele estava certo,no local em que a pequena ilha estivera a minutos atrás agora havia um outro helicóptero que voava perto das águas a procura de algo.

Matt desligou os motores para não fazer barulho e consegui remar com o barco até embaixo da aeronave,qual milagrosamente seus tripulantes não o viram.Pegou a mochila que estava em suas costas e tirou um pequeno frasco de Clorofórmio e um lenço,o qual ele mergulhou no liquido de cheiro forte que quase o fez desmaiar,teria que pegar um dessas criaturas para que pudesse estuda-las,e era preciso mas que uma aeronavezinha para faze-lo desistir dos mistérios científicos que a tanto tempo ele sonhava em desvendar.

Ele esperou o momento certo e assim que o helicóptero desceu um pouco,pulou,se agarrando aos trens de pouso,o que fez a nave pender para um lado,entregando sua posição.

O pequeno helicóptero que parecia inofensivo começou a sacudir e lançar lasers para todos os lados,mas antes de ser acertado,Matt pegou impulso e entrou,dando de cara com um ser que ele estava acostumado a ver em histórias de fadas e duendes,tirando o fato de estar armado com uma pistola estilo Power Ranger.

A criatura ficou tão espantada ao ver um humano tão de perto que deu tempo para seu adversário pressionar um pano úmido sobre suas narinas,e o cheiro forte o fez desmaiar.

“Pronto,problema resolvido”,pensou o pequeno gênio alemão,e estaria certo se não fosse por um detalhe:Se o piloto estava inconsciente,quem estava pilotando?Virou a cabeça a tempo de ver o pequeno leme de pilotagem cair junto com a aeronave,mas foi mais rápido e se jogou por cima do banco do piloto puxando o leme no ultimo instante fazendo o helicóptero voltar aos céus.

Não era um piloto muito bom,mas novamente não deixaria isso impedir seus objetivos que agora estavam tão perto de se realizar.Ele já tinha tudo pronto em sua cabeça:Pilotaria até a pista de decolagem particular a alguns quilômetros dali,depois ele e um dos guarda-costas de seu pai,o ex-tenente Josef da SecurityMaster voltariam para a Alemanha onde Matt iria iniciar seus experimentos.Ele estava como sempre a dois passos a frente de todos,até das fadas.