Capítulo 17 – Reencontro

Londres, Reino Unido

Quarta, 23 de dezembro.

Uma jovem com os cabelos castanhos escuros caminhava apressadamente nos corredores do ministério, tinha acabado de chegar a Londres, não conhecia nada na cidade, a única coisa que sabia era que precisava conversar com o ministro da magia. Assim que entrou pegou as informações necessárias dirigiu-se até o destino, a sala do ministro ficava no nível um, caminhou até o elevador, quando estava se aproximando as portas estavam se fechando neste se encontrava Paul Black.

— Segura para mim, por favor. – Gritou se aproximando do elevador, Paul sorriu ignorando o pedido da garota. – Urgh, idiota! – Resmungou irritada vendo as portas se fecharem, apertou várias vezes o botão, minutos depois o elevador chegou novamente.

A jovem assim que chegou ao andar indicado, caminhou pelo corredor branco até a recepção, assim que chegou pediu para falar com o ministro, como não tinha horário marcado não seria possível, usou sua persistência falando que era um assunto urgente, conseguiu um encaixe na agenda dele, porém teria que esperar ele sair de uma reunião.

— Pode aguardar ali na sala de espera, Senhorita. – Sorriu a secretária apontando para uma porta de vidro próxima a recepção.

— Obrigada. – Sorriu falsamente, estava irritada por ter que esperar. Caminhou até a sala assim que entrou viu o rapaz do elevador. – Hoje não é meu dia de sorte.

— Olá. – Sorriu Paul observando a garota se sentar na poltrona mais distante que ele estava. – Sobre o elevador...

— Não precisa se desculpar por ser um idiota. – Revirou os olhos voltando sua atenção para a revista que estava folheando.

— O que você disse? – Ficou inconformado de ser chamado assim, estava acostumado com as garotas caírem a seus pés, foi até ela e se sentou na poltrona mais próxima.

Além de idiota é surdo.— Murmurou arqueando a sobrancelha direita.

— Qual o seu nome? – Já estava ficando irritado com aquela garota.

— Por que te falaria? – Encarou o rapaz surpresa, não tinha notado a proximidade em que ele estava.

— Não é educado xingar uma pessoa sem conhece-la. – Cruzou os braços observando-a colocar a revista de lado aproximando o rosto dele.

— Não é educado ignorar uma garota. – Olhou diretamente nos olhos dele, ambos ficaram se encarando por alguns segundos.

Paul foi aproximando o rosto da morena sem quebrar o contato visual, sentia a respiração dela em seu rosto, ele gostava de desafio, mal sabe ele que ela também. Quando estava próximo o bastante de beija-la uma senhora entra sorridente na sala de espera, fazendo os dois se afastarem rapidamente.

— Oi crianças. – Cumprimentou de bom humor – Formam lindo casal, são namorados?

— Não! – Ambos falaram com desgosto deixando um clima tenso.

— Que pena! Vocês poderiam mudar essa ideia e se conhecerem melhor.

— Não se engane senhora, eu já tenho namorado e garanto que sou MUITO feliz com ele. – A morena respondeu áspera lançando um olhar para Paul.

— Que bom, eu não estou à procura de uma, ela também não faz meu tipo. – Paul disse a última frase em um tom baixo, mas o suficiente para a garota ouvir.

— Cuidado, amor e o ódio estão muito próximos. – A senhora observou os dois - Eu e o meu marido começamos assim.

— Aqui não terá a menor chance. – Sorriu sarcástica olhando Paul fechar a cara, nesse momento, a secretária entrou na sala e falou para garota segui-la até o ministro. – Passar bem.

A jovem seguiu a secretária, depois de alguns minutos entrou na sala do ministro, ele estava sentado atrás de sua enorme mesa analisando alguns papéis, assim que ela entrou Sirius levantou o olhar para observa-la, levantou de sua cadeira e foi até a moça.

— Bom dia, sou o Ministro da Magia, Sirius Black. – Cumprimentou a garota com um aperto de mão e a direcionou até a cadeira de frente a mesa. – Sente-se, por favor.

— Bom dia. – A morena se ajeitou na cadeira, observou o ministro se sentar a sua frente.

— Em que posso ajuda-la, Srta...?

— Parkinson. – Pronuncia a garota, deixando Sirius surpreso com o sobrenome. Meu nome é Mellany Parkinson.

—--------------------- Arte de Amar —---------------------

Gina estava sorridente, tinha acabado de sair do shopping, carregada de sacolas, tirou a manhã para as compras que era um de seus hobby's favoritos. As ruas da cidade estavam movimentadas, queria passar em outras lojas próxima ao shopping, caminhou apressada passando pelas pessoas, assim que virou a esquina de um café esbarrou em uma pessoa que derramou suco em sua blusa branca.

— Não acredito! – Resmungou notando o estrago em sua roupa se abaixou para pegar a sacola que tinha deixado cair.

— Me desculpe! – O homem se desculpou abaixando-se para ajuda-la, naquele momento reconheceu aqueles cabelos ruivos e o perfume único. – Gina?

— Espera... – Assim que levantou o olhar encontrou aqueles olhos azuis acinzentados que ocuparam sua mente durante muitos anos. – Draco?

— Nossa... Quanto tempo. – Suspirou ele, dando a mão para ajuda-la a se levantar.

— Bastante tempo. – Encarou aqueles olhos sem acreditar que ele estava na sua frente.

— Como você está? – Tocou nas mãos dela, sentindo a maciez de sua pele.

— Bem. – Sorriu sentindo suas bochechas corarem com o toque, desejava por muito tempo sentir novamente as mãos dele nas suas. – Por onde andou? Pensei que estivesse morto...

— Eu fui para América. – Analisou o rosto da ruiva, seu coração bateu mais forte. – Senti sua falt...

— Draco querido, que bom te encontrei. – Uma mulher loira sorriu se aproximando junto com Nathalie, trazia uma caixinha transparente nas mãos.

— Pai, olha que lindo! – Nathalie mostrou o sapatinho de bebê para o loiro, logo seu olhar foi para a ruiva. – Você é?

Gina analisou a situação, seus olhos foram até a menina que havia falado com ele e o chamado de pai, “ele tem uma filha” seu coração se apertou, seus olhos recaíram sobre a enorme aliança no dedo anelar de Draco que segurava suas mãos “ele está casado” pensou sentindo um nó se formar em sua garganta, olhou a mulher ao seu lado, ela estava grávida de uns quatro meses, sua barriga marcava bem o vestido que usava, sentiu seus olhos lacrimejarem, levantou o olhar para ele, não acreditava naquilo, precisava sair dali antes que chorasse na frente deles.

— Eu... Eu tenho que ir. – Respondeu se afastando rapidamente, Draco segurou sua mão.

— Espera. – Tentou faze-la voltar, mas foi tarde ela já havia sumido no meio da multidão, seu coração ficou descompassado, o modo como ela o olhou partiu seu coração.

— Quem era ela pai? – Nathalie perguntou vendo o pai olhar sem reação na direção em que a ruiva partiu.

— Ela... – Respirou profundamente, preferiu não falar nada a respeito. – Eu não a conheço, sem querer esbarrei derrubando suco nela.

— Pelo modo como vocês se olharam parecia que se conheciam. – A mulher olhou para ele, Draco desviou o olhar.

— Impressão sua. – Respondeu irritado. – Vamos terminar logo essas compras.

Os três seguiram novamente para dentro do shopping, Draco ficou distante pelo resto do dia, seus pensamentos toda hora voltavam para a ruiva, perdeu a chance que teve, ela estava linda, desejou reencontra-la, mas não sabia onde poderia ir foi muita coincidência vê-la daquele jeito, não desistiria de encontra-la outra vez.

***

Gina sumiu entre a multidão, correu até seu carro, assim que entrou encostou a cabeça no volante e chorou, como foi tola durante todos aqueles anos, acreditou no amor do loiro e ele nem ligou para ela, sua filha deveria ter a idade de Erick o que significava que ele estava com outra mulher quando saiu de Hogwarts. Seu coração estava acelerado, sentiu a dor da decepção, mesmo depois de todos os anos, não esperava reencontra-lo daquela maneira, soluços escapavam de seus lábios.

Seus pensamentos foram até a noite do baile, lembrou-se dos lábios dele em sua pele, tocou seu pescoço, as palavras dele vieram em sua mente, respirou profundamente, ele continuava lindo, estava mais irresistível que na época de Hogwarts, seus olhos estavam mais intensos, brilharam quando encontraram com os seus, os lábios continuavam carnudos e deliciosos, mas beijavam outra boca que não a sua, sentiu o coração comprimir em seu peito, fechou os olhos até se acalmar.

Depois de alguns minutos sua respiração voltou ao normal, limpou o rosto, passou novamente sua maquiagem, ajeitou seus cabelos, precisava voltar para o trabalho, conjurou um feitiço para limpar sua blusa, se recompôs, ligou o carro e foi em direção ao ministério, não o deixaria atrapalhar sua vida novamente.

—--------------------- Arte de Amar —---------------------

Sirius observou a morena por alguns minutos o sobrenome remetia os tempos de Hogwarts, conhecia poucos membros da família Parkinson, tentou puxar na memória quem seria ela, não conhecia nenhuma Mellany, decidiu quebrar o silêncio.

— Então, senhorita Parkinson, o que deseja no ministério?

— Bom, primeiramente, gostaria de me apresentar, sou filha de Pansy Parkinson. – Falou observando a surpresa de Sirius.

— Ah sim, Pansy, como está sua mãe? – Perguntou notando a pouca semelhança entre as duas.

— Está morta. – Falou desviando o olhar. – Morreu faz alguns meses. Estive morando com minha vó até então, mas ela também faleceu e me deixou uma chave... Quando fui até o Gringotes encontrei alguns pertences, dinheiro e uma carta.

— Sinto muito. – Observou a jovem respirar profundamente se lembrando dos acontecimentos recentes. – Você quer que eu a ajude com alguma coisa?

— Sim. – Retirou a carta de dentro da bolsa que estava usando. – Preciso que me ajude a encontrar meu pai.

— Seu pai? Não estou entendendo. – Sirius ficou confuso, ainda não tinha entendido o porquê da visita daquela garota, pegou a carta e começou a ler.

— Depois que li essa carta, tentei encontra-lo, mas não consegui apenas com o primeiro nome. – Falou enquanto o ministro lia a carta. – Preciso que você me ajude.

— Compreendo. – Depois de ler a carta, devolveu-a para a menina. – Como você tem certeza que ele é seu pai?

— Não tenho, por isso preciso encontra-lo. – Suspirou olhando diretamente para ele. – Se ele realmente for meu pai, será o único parente vivo que me resta.

— Irei fazer alguns telefonemas. – Sentiu pena da garota, tão jovem e sozinha no mundo. – Farei o possível para ajudar você, anote meu telefone e deixe o seu na recepção, qualquer noticia que eu tiver lhe avisarei. – Levantou sendo acompanhado pela garota.

— Obrigada. – Sorriu discretamente. Assim que estava saindo da sala, voltou-se para o ministro. – Qual o nome completo dele?

— Draco Lucius Malfoy.

—--------------------- Arte de Amar —---------------------

Harry entrou no ministério, ficou parado no Hall de entrada, olhou em volta, fazia tanto tempo que não ia naquele lugar. Uma das ultimas vezes foi no sexto ano, preferiu mudar os pensamentos, estes não lhe trazia boas lembranças. Caminhou até uma moça que se encontrava atrás de um balcão de informações.

— Oi, bom dia, eu gostaria de falar com o ministro Sirius Black. – Sorriu ele, desconcertando a recepcionista.

— Oi, só um momento. – Falou olhando-o encantada, depois de alguns segundos voltou para si e fez um telefonema. – Quem é o senhor?

— Sou o afilhado dele, Harry Potter. – Sorriu deixando-a surpresa.

— O...Ok. – Gaguejou desconcertada, após alguns minutos no telefone, ela se volta para ele. – Harry, digo Sr. Potter, Sirius está atendendo uma pessoa no momento, ele mandou o Senhor subir e aguardar alguns minutos.

— Obrigado. – Respondeu saindo em direção ao elevador, mas já ia se esquecendo de algo. – Moça, em que nível fica a sala de Ronald Weasley?

— Fica no terceiro nível, Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas.

— Obrigado novamente. – Joga um pouco de seu charme e sai dali deixando a mulher suspirando.

***

Hermione depois que resolveu alguns assuntos importantes em seu departamento, dirigiu-se até a sala no nível três, pegou alguns papeis e foi até a sala de Rony, bateu na porta e após alguns segundos entrou.

— Hermione. – Rony se assustou, deixando a caneta cair.

— Tudo bem Rony? – Perguntou sorrindo.

— Claro, por que não estaria? – Tentou esconder o nervosismo, minutos antes Harry havia lhe passado uma mensagem avisando que estava no ministério.

— Se você esta falando... Aqui estão os papeis. – Falou lhe entregando um envelope pardo com documentos.

— Se for isso, irei analisa-los agora. Precisa de mais alguma coisa?

— Se eu não te conhecesse iria pensar que está querendo que eu vá embora. – Arqueou a sobrancelha observando as bochechas do ruivo ficarem vermelhas.

— Não, eu...

— Estou brincando, até amanhã Rony. – Sorriu divertida saindo da sala, antes de ir em direção a saída decidiu ir até o banheiro que ficava naquele andar.

— Até amanhã. – Suspirou aliviado, em instantes, Harry entraria por aquela porta, não queria que o reencontro deles fosse em sua sala.

Harry olhava calmamente os números mudarem de andar para andar, finalmente havia chegado ao terceiro nível. Caminhou pelo corredor até avistar a sala que tinha uma placa metálica escrita Ronald Weasley na porta, caminhou até ela e entrou, a porta estava encostada, observou Rony, ele estava concentrado lendo uns papeis.

— Rony?

— Harry! – Se assustou novamente jogando os papéis para cima.

— Nossa, está tudo bem? – Sorriu quebrando a tensão.

Harry entrou e deixou a porta entreaberta, havia algo naquela sala que chamava sua atenção, fechou os olhos e inspirou o perfume dela, Hermione esteve ali. Olhou para Rony de forma interrogativa, este sabia o significado daquele olhar.

— Sim. – Respondeu baixo ao olhar dele.

Harry se virou e viu a morena passando, era ela, só podia ser ela, foi até a porta, reconheceu-a pelo perfume, nunca esqueceu aquele aroma doce e ao mesmo tempo excitante, Hermione estava de costas caminhava sensualmente pelo corredor, seus cabelos brilhavam igual há anos atrás, continuava linda. Assim que ela virou o corredor foi atrás dela, seus sentidos não lhe obedeciam, caminhou apressadamente pelo mesmo caminho, virou e a viu entrando no elevador, caminhou rapidamente até este, seus sentidos voltaram a si, fazendo-o parar diante dela.

— Hermione. – Pronunciou com a voz fraca, não conseguia esconder o nervosismo e a emoção de reencontrá-la. Ela ao escutar aquela voz, se virou olhando para ele.

— Harry. – Fala na mesma intensidade dele, sua respiração acelerou e seus pêlos arrepiaram ao escutar a voz dele pronunciando seu nome.

Depois de 17 anos era a primeira vez que eles ficaram frente a frente, naquele momento a porta do elevador se fechou e ambos como num impulso levaram a mão até a porta, mas já estava fechada, nenhum dos dois estavam preparados para aquele encontro, mas ambos sabiam o que ainda sentiam um pelo outro.