A cabine estava vazia, mas com vários objetos quebrados e móveis fora do lugar, como se houvesse havido uma luta ali. Spock e os dois seguranças examinaram tudo com muito cuidado, mas não encontraram nenhuma pista do que ocorrera. Porém eles constataram que os circuitos de controle da porta haviam sido sabotados. Alguém forçara a entrada. A tenente Uhura também estava lá, olhando em volta com um ar angustiado.

De repente, o comunicador de Spock apitou. O vulcano atendeu prontamente.

— Spock falando.

— Senhor, aqui é o alferes Simmons do corpo se segurança da Estação. Realizamos buscas criteriosas pela Srta Chapel em todas as nossas instalações. Ela definitivamente não está mais a bordo.

O vulcano pareceu pensar um pouco e pediu em seguida:

— Por favor verifiquem os circuitos de segurança da área de decolagem – disse Spock - talvez tenhamos uma gravação de quem a levou.

Faremos isso imediatamente— foi a resposta.

— Estou indo para aí – disse o vulcano.

* * *

As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento que um homem entrou cautelosamente na doca vazia, arrastando Christine Chapel pelo braço, com um mini phaser encostado nas costas dela. Ela parecia bastante abalada, com os olhos assustados e lacrimosos. Eles se aproximaram de uma pequena nave de transporte, que trazia o emblema da Divisão Científica da Frota. Entraram rapidamente e pouco mais de dois minutos depois, a nave deixou a estação.

Porém, o que deixou Spock mais intrigado foi constatar a identidade do homem que havia levado Christine.

Ele era o Dr. Roger Korby, que havia sido noivo dela. Ou pelo menos aparentava ser ele, uma vez que ele deveria estar morto a mais de três anos.

No primeiro ano da sua missão, a equipe da Enterprise foi designada para tentar localizar o Dr. Korby, que era um importante arqueólogo e cientista dado como desaparecido no planeta Exo III. Eles o haviam encontrado, mas posteriormente o capitão Kirk descobriu que Korby era um androide, uma cópia robótica para o qual o cientista havia tentado transferir sua consciência antes de morrer. Ele pretendia criar uma raça de seres imortais, substituindo pessoas chave da Federação por outros andróides. Porém, uma das suas próprias criações, uma androide denominada Andrea, o destruiu juntamente com ela mesma (1). A Frota Estelar havia proibido o acesso não autorizado ao planeta e instalado um posto de monitoramento científico para estudar os laboratórios onde os androides eram construídos.

Um dos operadores da doca espacial aproximou-se de Spock e o abordou, mostrando-lhe um “pad”.

— Comandante – disse ele – esta nave chegou à estação há quatro horas, proveniente do sistema Exo para reabastecimento. Seu plano de vôo e manifesto de carga indicavam que seguiria em seguida para Vulcano, onde entregaria alguns equipamentos eletrônicos retirados do posto em Exo III. A nave decolou há três horas e assim que recebemos o alerta da segurança iniciamos o monitoramento da nave através do seu “transponder”. Ela se dirigiu para o curso sete cinco ponto três, novamente em direção ao sistema Exo, mas perdemos o sinal logo que ela saiu do alcance dos sensores.

— Me passem todos os dados que vocês conseguiram antes do sinal ser interrompido – pediu Spock. Em seguida ele se dirigiu a Uhura, que o havia acompanhado até ali – tenente, entre em contato com o capitão Kirk em Andoria. Precisamos colocá-lo a par da situação urgentemente.

— Entendido – respondeu ela.

O vulcano pegou seu comunicador e contatou Scott, que estava a bordo da Enterprise supervisionando as atualizações da nave.

— Sr. Scott, preciso que você transporte imediatamente para a minha localização dois kits médicos e quatro kits de sobrevivência – disse o primeiro-oficial – vou precisar também de quatro rifles phaser pesados e um conjunto de cargas explosivas de demolição com detonadores de tempo.

— Sim senhor – respondeu o engenheiro – tudo estará aí em dez minutos.

Spock mudou o canal do comunicador.

— Sr. Checov, apresente-se a mim em trinta minutos na área de decolagem da Estação – disse ele – ordene também que os Srs. Matheis e Laurentis da segurança se juntem a nós.

Referência do Capítulo:

(1) Série Star Trek (Clássica), 1ª temporada, episódio 9 — “... E as Meninas, de que são Feitas?”.