— Boa jogada humano!— disse o comandante Kang – como você desconfiou que a bomba estava na prótese daquele traidor?

— Eu tive um pouco de sorte – respondeu Kirk - estava me lembrando da história de uma mítica guerra que ocorreu a séculos no meu planeta, em uma cidade chamada Tróia e que foi vencida quando um dos exércitos preparou uma armadilha, escondendo soldados dentro de um grande cavalo de madeira e o dando de presente a seus inimigos. De repente me ocorreu que os “Filhos de Kahless” poderiam estar usando um estratagema parecido.

— Acho que preciso aprender mais um pouco sobre as guerras do seu mundo, capitão— disse o klingon, sério.

— Tenho certeza de que você vai gostar – disse Kirk, sorrindo também.

— Estamos voltando imediatamente para Qo´noS – disse Kang— não quero correr o risco de causar um incidente diplomático, agora que conseguimos evitar uma guerra.

— Então, até o nosso próximo encontro – disse o capitão. E completou – Qapla! (1)

O klingon esboçou um sorriso feroz. E seu rosto desapareceu da tela da ponte.

Pouco depois, Spock informou:

— O cruzador klingon K’T’Linga acabou de deixar o sistema e está a caminho do seu planeta, capitão.

— Muito bem. – disse Kirk. E se virou para o piloto da nave – Sr. Sulu, programe e retome nosso curso anterior, senão daqui a pouco vamos ter um ansioso engenheiro-chefe fungando em nossos pescoços.

Como se respondesse aos pensamentos do capitão, o comunicador em sua cadeira apitou.

— Kirk falando – respondeu ele.

O sotaque característico do engenheiro chefe da Enterprise soou pelo auto-falante.

— Senhor, os nossos sistemas ficaram uma bagunça depois que fizemos a interface com a barcaça klingon e a minha garota está agora ainda mais necessitada de ajustes e carinho. Nós vamos demorar para retomar o curso para a estação em Epsilon Indi VIII?

— É a nossa próxima parada, Scotty - respondeu Kirk – pode pôr lenha na caldeira.

— Sim, senhor - respondeu o engenheiro, alegre.

O capitão, depois de fechar o canal, olhou para o seu primeiro oficial e sorriu divertido.

O vulcano, desviando o olhar para a tela principal da nave, comentou:

- Nunca vou compreender essa tendência emocional dos humanos em antropomorfizar objetos inanimados – disse o oficial vulcano.

O Doutor McCoy, que estava em pé do outro lado da cadeira do capitão não perdeu a chance de provocá-lo.

— Para entender isso você teria de acessar sua metade humana – disse o médico – mas seria perigoso. Poderia dar um curto-circuito nessa sua lógica gelada.

O vulcano olhou para McCoy e levantou a sobrancelha.

Antes que o embate pudesse prosseguir, o capitão Kirk interrompeu, dirigindo-se ao piloto.

— Sr. Sulu... – pediu suplicante.

O piloto sorriu e informou:

— Curso marcado e pronto, capitão – disse ele.

— Então, por favor, acionar – ordenou James Kirk, aliviado.

E mais uma vez a Enterprise entrou em velocidade de dobra, desaparecendo em uma breve explosão de luz.

— FIM -

Referência do Capítulo:

(1) Qapla é uma expressão de vitória na língua klingon, que pode ser traduzida como “Sucesso”.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.