Setrákus Ra sai da nave, sua pele tinha um tom de cinza, seu cabelo era curto e tinha uma cicatriz enorme e roxa em seu pescoço, aperto os olhos e vejo os pingentes de Um, Dois e Três pendurados em seu pescoço como se fosse um troféu. Meus olhos se enchem de ódio a ver essa imagem. Quando começo a correr na direção de Setrákus Ra em corpo fica imóvel.

- Você de novo Numero Oito. – Disse Setrákus – Vejo que você cresceu.

Sinto uma dor de cabeça muito forte, como se tivesse alguém se remexendo dentro dela.

- Interessante. – Setrákus diz sorrindo. – Você já viu a profecia.

- Sai da minha cabeça. – Grito.

- Eu tenho algo que te interessa, garoto.

Tudo fica completamente escuro. Não vejo absolutamente nada. Ando para a frente arrastando os pés, com as mãos estendidas. De repente um feixe luz aparece e começo a ver com dificuldade.

- Naveen – alguém sussurra.

É uma voz conhecida, começo a andar na direção dela. De repente uma forte luz brilha e vejo Devdan, meu mestre e amigo. Ao lado dele está Setrákus Ra, olho para os lados e vejo que estamos numa câmara enorme. Setrákus está no centro exibindo seus dentes podres. Devdan está em uma jaula esférica, seus braços estão esticados para cima e suas pernas separadas e amarradas com correntes.

- Devdan! – grito.

Devdan está todo ensanguentado, com certeza todo este tempo que ele esteve desaparecido ele estava sendo torturado pelos Mogs. Me sinto péssimo por ter desistido de procura-lo. Ele pega sua espada e os pingentes em seu pescoço brilham e o meu responde brilhando forte em meu peito. Setrákus começa a passar sua espada no corpo ensanguentado de Devdan, que solta um forte gemido.

- Pare com isso!

- Só estou começando. – ele responde.

- Eu vou te matar. – grito com ódio.

- Não é assim que as coisas funcionam. – De repente Setrákus desaparece do lado de Devdan e aparece na minha frente e crava em meu peito sua espada. Fico sem ar, sangue escorre pela minha boca, sinto que estou indo embora, quando tudo volta ao normal, Setrákus ao lado de Devdan e eu em frente deles. – Você não pode me matar, criança. Você já está condenado. – sorri Setrákus.

- Aquilo não é real. – digo.

- Não minta para você mesmo, pequeno Lorieno.

- Eu não sou pequeno! – digo me transformando em dragão de vinte metros. Setrákus sorri.

- Você pode mudar de forma, é um legado interessante, mas não é o suficiente. – Ele estala um dos dedos e não consigo mais me manter na forma de dragão e volto ao normal.

- Tenho uma proposta para você. – Ele me encara. – Se entregue, me de seu pingente e eu deixo esse velhote e seus amiguinhos vivos. Topa?

Sinto que meu colar desaparece de meu pescoço e perco totalmente minhas forças.

- Jamais! – grito, e sinto o colar voltar ao pescoço me fortalecendo.

- Então será do jeito difícil. – ele diz nervoso. – Nos vemos em breve Numero Oito.

Tudo fica branco outra vez.

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Volto para a batalha onde as garotas Gardes e os homens estavam lutando com os Mogs. A batalha já havia terminado e eles estavam enterrando um corpo. Vejo só um homem e suponho que eles estão enterrando o outro. Mais uma perda. Temos que parar de perder! Vejo o homem chamar as três garotas e escuto claramente suas palavras:

- Li sobre um menino que parece ter poderes extraordinários na Índia. – Eu arregalo meus olhos. – O menino mora no meio da cordilheira do Himalaia. Alguns acreditam que ele seja a reencarnação do deus hindu Vishnu, outros pensam que é um impostor alienígena com poder de alterar fisicamente sua forma, podendo se transformar em animais e outros seres.

- E se for uma armadilha? – diz a garota de cabelos pretos.

- Quanto mais lia sobre esse garoto, mais acreditava que ele era um membro da Garde, e mais, acredito que ele pode ser aquele que tem todos os Legados, aquele capaz de enfrentar e matar Setrákus. Temos que encontra-lo o mais rápido possível.

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Acordo assustado. Ainda estou de joelhos sobre a cova de Reynolds. Estou ofegante, parece que meu coração está saindo pela boca. Meu colar brilha fortemente que tenho que tapar meus olhos. Olho para os lados e não vejo ninguém, me levanto e olho a cova de Reynolds e com telecinese arranco algumas flores que estavam não muito longe e coloco sobre a cova dele.

- Adeus Rey, eu vou honrar sua morte. – falo enxugando as lagrimas. – Obrigado por tudo, te amo.

Começo a caminhar pelo bosque pensando nas palavras daquele homem: Ter todos os Legados? Enfrentar e matar Setrákus? Será que sou eu?

Com vários teleportes chego até a base do comandante Sharma.

- Comandante Sharma. – Grito.

- Sim meu Lorde. – diz Sharma correndo em minha direção. – O senhor precisa de mim?

- Comandante preciso muito do senhor.

- Estou as suas ordens meu Lorde.

- Preciso que você desça até Nova Deli.

- Quando?

Sinto uma forte sensação. Essas sensações me ajudaram muito durante esses anos, não me resta duvidas de que elas são um Legado.

- Preciso que busque uns amigos meus. Eles chegarão de avião amanhã.

- Quantos são, senhor?

- Três garotas e um homem.

- Sim senhor. – diz Sharma saindo para preparar seus homens.

- Comandante? – Imediatamente Sharma olha para trás. – tome cuidado.

- Eles são perigosos?

- Sim, mas são meus amigos.

- E se eles resistirem?

- Leve as armas e se for preciso obriguem eles virem até mim. Mas tenham cuidado, eles são tão poderosos quanto eu. Você não vai querer arrumar briga com eles, não é?

- Não senhor. O senhor virá conosco?

- Não posso. Não quero que vocês lutem por mim, não quero que mais ninguém morra. Vocês vão para capital e minha fama por lá não é muito boa. Eu posso atrair um conflito desnecessário.

- Senhor nós o protegeremos.

- Comandante eu não posso. – digo com ar mais duro. – Vocês precisam ser discretos.

- Sim senhor. – diz Sharma correndo para preparar seus homens.

O comandante Sharma é um grande aliado, mas não posso continuar fazendo isso com a fé dele. Ele foi à pessoa que mais cuidou de mim, tive uma vida de rei. Mas sei que quando a Garde chegar até aqui vou ter que abandona-lo.

Sharma prepara seus homens e os Humvees para descer até a capital. Preciso pensar em algo que a Garde acredite nele. Olho para os Humvees e chamo o Comandante.

- Comandante por favor, pinte o numero Oito nas portas dos carros, eu vou preparar algumas distrações no caminho, vocês não podem ser seguidos. Fique atento, peça a alguns soldados descerem com roupa civil.

- Senhor, quer que eu mande alguma mensagem?

Eu olho nos olhos do comandante Sharma e digo:

- Eu sou o Numero Oito. Bem-vindos a Índia. Por favor venham me ver assim que possível.

Dou abraço em Sharma e ele abre um sorriso de orelha a orelha. Sharma entra em sua caminhonete e começa descer a montanha.

Sinto um frio na barriga. Chegou à hora de enfrentar os Mogs, Reynolds sempre dizia: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Em algumas horas estarei com meus amigos, estou animado, mas não posso baixar minha guarda. Setrákus Ra mexeu com minha cabeça tenho que preparar testes para confirmar que eles são realmente de Lorien. Se Setrákus pensa que irei morrer, ele está muito enganado.

Eu Sou o Numero Oito.

CONTINUA EM ASCENSÃO DOS NOVE

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.