Apenas uma Foto

Paraíso Tempestuoso


A viagem foi longa e um pouco desgastante. Eles podiam ter escolhido ir de avião, mas seu pai tinha um amor pela estrada e não perdia uma oportunidade para dirigir horas por ela. Ela nunca entendeu assim como ele nunca entendeu seu amor pela fotografia. Ela não podia ver a praia, mas o aroma do mar salgado já invadia seu sentido. Ela não era amante de praias, mas nenhum lugar dava a paz necessária para ela do que ali. Sua família amava fazer encontros lá, era o local favoritos deles depois da casa do lago, esta na Austrália e distante demais para eles voltarem novamente. Existe tempos que ela daria tudo para voltar.

O carro parou próxima a uma casa de praia azul linda com seu designe um pouco antigo, mas com alguma atualidade nele. Havia mais dois carros ali, eles não foram os primeiros a chegarem como sempre. –Chegamos! –seu pai anuncio e suspirou um pouco para enfatizar algum desgosto por ter sido arrastado para esse encontro. Sua mãe olhou para ele e revirou os olhos, e saiu do carro. Seu pai odiava finais de semanas como esse, ele nunca amou essa família agregada de sua mãe. Ela respirou fundo e ganhou coragem para sair do carro também.

O sol estava forte dificultando um pouco de focar no borrão que vinha correndo para encontrá-la. Ela deu um paço para trás quando dois braços a abraçaram forte, Nati sempre a receptiva. Sua prima era linda, magra, cabelos castanhos lisos ondulados e longos, íris verde folha herdado do pai e rosto afinado. O que tinha de princesa no exterior tinha de lutadora de vale tudo no interior, sangue quente em todos os níveis. E como de costume, ela deu um soco em seu braço e sorriu como uma lady. Sua outra prima olhou tudo escorada na parede da casa sorrindo e só depois de um momento caminhou até Sarah e a abraçou, um olá carinhoso dela. Katie era a cada dia a imagem de sua mãe tirando quando sua expressão ficava séria, todos juravam que ela encarnava o pai dela. Ela tinha cabelos negros repicados e loucos, olhos verdes profundos, não era magra e nem gorda e tinha uma tatuagem em seu ombro esquerdo de uma fênix. Festeira, alegre, um pouco narcisista, briguenta, nunca quebre sua confiança porque nunca terá de novo.

—O esquadrão reunido finalmente! -Nati falou com entusiasmo.

—Chamem a polícia...Ou o batman. – Katie comentou com um leve sorriso de menina travessa fazendo as duas rirem.

—Deus ajude a humanidade! – Sarah comentou e Nati piscou para ela.

—Sarah, a humanidade nos criou. Ela que arque com seus monstros. –Nati riu, parou e ficou reflexiva. –Nós somos loucas ou retardadas.

—Nati, todo mundo sabe que você é retardada. –Katie comentou e recebeu um olhar assassino de sua prima. –Mas, ainda é minha pessoa favorita. –Nati apenas olhou para ela enquanto Katie sorria amorosamente.

—Em vez de vocês começarem a discutir, que tal levar as malas para dentro. –Seu pai falou exaltado enquanto carregava duas malas. Nati, rapidamente, pegou uma mala, girou, jogou na direção de Katie que quase caiu tentando segurar e sorriu amorosamente para ela enquanto pegava mais uma mala. Sarah observou tudo e, quando elas começaram a caminhar para a casa, pegou uma mala e seguiu o mesmo caminho.

A casa por dentro era uma mistura de moveis antigos e atuais de forma harmônica. Havia seis quartos nela, um para cada casal, para as meninas, outro para os meninos e o ultimo sempre era para os idosos, mas a única viva estava na Austrália bem instalada e feliz com um novo namorado, ela merecia. Sarah levou suas coisas para o quarto dela e jogou em cima da cama, sentando ao lado. A luz do sol junto com o pó dançando em seu raio deixava tudo um pouco solitário e, ao mesmo tempo, em paz. Ela já havia tirado algumas fotos dessa cena, mas sempre desejava muito mais, era uma compulsão. Ela desejou poder ficar ali, quieta e tranquila. Sua mente não parava nenhum segundo e a cada segundo que sua mente se perdeu olhando para a estrada pensava nela. Ela se abria fácil com as pessoas, mas ela era péssima em se expressar em palavras e, ali, estava a pessoa certa para ela fazer isso só precisava agora de coragem. Respirou fundo e saiu daquele lugar pacifico.

Encontrou parte de sua família na sala. Sua mãe estava conversando com Cassandra, mãe da Nati, sobre onde Samy foi e, compreendido por ela, ela foi buscar sua irmã e seu cunhado no aeroporto. Cassandra era gentil, mas a primeira impressão dela era de uma pessoa chata ou metida. A beleza da sua filha havia uma grande parte origem dela e se diferenciava apenas pela cor do cabelo e olhos, estes, respectivamente, loiro avermelhado e cinzas, não era atoa que foi por um tempo modelo. Todos ali tinham pleno o conhecimento de manter a calma enquanto Cass e Samy estivessem juntas na mesma casa. Elas eram pólvora e gasolina e só precisava de uma fagulha para tudo ir para alto. Quando comentava isso, muitos acreditavam estar exagerando, mas, Sarah as seus oito ano, presenciou uma das grandes brigas. Ela nunca soube o motivo direito de tudo começar, mas, do nada, ela ouviu barulhos estranhos proveniente da sala e, como todos na casa, foi ver o que era e encontrou suas duas tias se agredindo sem dó e piedade. Seu pai arrastou ela dali imediatamente. No final, quatro homens foi necessário para separar as duas e todos os adultos foram para o hospital. Sua família não era nem um pouco convencional. Acenou para ela, cumprimentando-a que lhe devolveu com um sorriso. Ela podia ouvir barulhos na piscina, provavelmente suas primas e mais um dos seus primos.

Caminhou pelo corredor da casa procurando algo e descobriu logo seu primo, Derek, no quarto vago jogando grand turismo. Ele estava tão absorto no jogo que em nenhum momento percebeu a entrada de sua prima. Ela não queria dar um susto nele, mas seus olhos avistaram uma almofada, pensou, pegou-a e jogou nele. Ele pulou, sem saber direito o que aconteceu e quando viu-a, correu para ela segurando a almofada. Bateu nela enquanto ela ria e pedia para parar. Ela subiu na cama tentando se proteger, pegou outra almofada e o atacou. Ficaram assim, rindo e batendo as almofadas uns nos outros até perderem o folego e se jogarem na cama.

—Olá! –Disse Derek ainda sem fôlego, com rosto vermelho e cabelo todo bagunçado. Ela certamente estava igual.

—Olá! Melhor recepção a nossa! – Ele concordou e ficaram ali até estarem totalmente recuperados. –Achei que era a única tentando se isolar, mas não, sempre existe o Derek também. –Ele riu um pouco, sentou na cama, respirou fundo e caminhou até o jogo novamente.

—Quer? –Ele estendeu o segundo controle em sua direção. Ela aceitou imediatamente e antes de opinar ele falou. –Relaxa, vou colocar a corrida na pista favorita sua.

—Obrigada. –Eles ficaram assim por alguns minutos apenas concentrado no jogo. Ela respirou fundo e finalmente perguntou. –Eu te conheço, Derek. O que foi? –Assim como ela, ele respirou fundo.

—Me sentindo deslocado apenas com tudo. Viver com a minha mãe foi realmente bom, mas sei que depois daqui vou voltar para meu pai e ele está em outra, família nova, filho novo. Minha irmã está já fora de casa, na faculdade e tal. E aqui, Katie e Nati são irmãs gêmeas de alma, não se desgrudam e Nathan é o Nathan. –Ele falou tristemente. Derek era um amor de rapaz aos seus 15 anos e diferente de sua irmã, Katie, e sua mãe, Samy, era calmo, na dele e nenhum pouco festeiro. Ele ainda estava na fase de transição, sua voz ainda estava engrossando, estava ganhando peso agora depois de seu surto de crescimento. As meninas chamariam ele de fofo com seus olhos verdes da sua mãe e cabelo cor de terra de seu pai. Ele era o mais novo deles e o mais descolocado.

—Ainda tem eu aqui. – Ele sorriu ainda olhando para a corrida na tv.

—Eu sei. Sabe, é a primeira vez que não vejo você com a câmera por perto. Sem inspiração? –Sim. –Achei que era impossível.

—Honestamente, eu também.

—Nathan é um canalha e me culpa pelo término dele. –Ele só tinha coragem de falar isso apenas para ela. Derek tinha uma mini paixão pela ex namorada de seu primo e odiou as traições escondidas do garoto para ela. Samy tinha inúmeros defeitos, mas criou seu filho para ser incrível com qualquer mulher. Tudo isso levou a ele ser o principal suspeito por ter enviado a foto do seu primo com outra para atual, mas, Sarah sabia, foi sua prima Nati. Ela não tinha provas então nunca comentou.

—Diga algo que não sei. Não ligue, logo logo vai passar e tudo vai voltar à normalidade. A rancorosa aqui é sua irmã.

—Um grande ponto! – Eles riram e continuaram jogar e, por sorte, foi ganhado por Sarah que fez uma comemoração um pouco agressiva. Derek apenas fingiu não conhecer ela.

O dia passou rapidamente e pacificamente. Mary, Robert e Samy não demoraram muito para chegar e trouxeram agitação para a casa. Daniel, pai de Nati e Nathan e irmãos mais velho, era o sisudo e dono da razão enquanto Mary era alegre, calma e amorosa. Sua mãe quando viu-a abraçou-a forte com um sorriso transbordando felicidade. Elas haviam sido extremamente unidas mais jovens, mas a vida as separaram e todas as vezes que se encontravam sentiam tristeza por deixar a vida fazer isso. Elas, sempre, resolviam os problemas melhores juntas.

A janta foi cheia de risada na mesa lembrando de bons momentos e ruins com bom humor. Os mais velhos, logo, se retiraram para respectivos aposentos para descansar da longa viagem. Os mais jovens até teriam pique para sair, mas hoje decidiram ficar na área da piscina apenas curtindo a madrugada quente. As meninas deitaram na grama e observavam o céu. Sarah se perdeu na beleza sem se preocupar em querer tirar foto ou não, ela estava tranquila e feliz. Sentia uma calmaria na loucura existente em seus pensamentos ultimamente. Esse era um dos motivos por amar aquela casa, todos conseguiam encontrar algum equilíbrio novamente.

—Seu irmão culpa Derek pelo término do relacionamento dele. –O comentário apenas saiu de sua boa e Nati virou o rosto para ela imediatamente.

—Meu irmão pirou? Até seu pai sabe que Derek nunca faria isso.

—Diz isso para ele. –Nati fechou os olhos, respirou fundo e olhou para o céu.

—Meu irmão é um canalha e ainda prefere culpar os outros pelo seu erro, mereço isso. –Ficaram em silêncio novamente enquanto Katie apenas observava muito atípico dela. Ela não gostava de se envolver até que fosse necessário, ela era super protetora de seu irmãozinho.

Elas estavam tão absortas naquela bolha de tranquilidade e sono que não perceberam um princípio de discussão do outro lado da piscina. O comentário parece ter atraído uma discussão inevitável. Derek estava sentado em um dos bancos próximos da piscina jogando em seu celular e Nathan chegou por trás arrancando o celular do dono. Derek virou para ele com raiva e tentou pegar, mas Nathan jogou o objeto longe com intensão de causar danos ao aparelho. Derek olhou para ele com raiva e descrença.

—Qual seu problema? Aquilo era meu e diferente de você não sou filhinho da mamãe.

—Sua mãe tem dinheiro para dar doze iguais aquele, não se preocupe. Não é legal quando fazem algo com algo seu.

—Já disse que não fiz nada, mas, honestamente, estou feliz. Ela merecia alguém muito melhor do que você. Você pode tocar seu violão e cantar e encantar muitas meninas, mas no final você perderá todas porque você é incapaz de ser fiel com alguém além de você mesmo!

—Não fale algo que não sabe!

—Falo e repito: você é um canalha possessivo. Ela não é sua e nunca será.

—E você é um invejoso que queria ter ela, mas como a vida é doce, ela foi minha. –Ele chegou perto de Derek que ficava a cada segundo mais vermelho de raiva. Nathan nunca foi de violência física, as palavras machucavam mais e ele sempre conseguia encontrar o ponto franco para atacar. –O quanto você desejou isso? Deve ser horrível saber que sempre será o deslocado, sempre o segundo em tudo. Deve estar tão feliz com a chegada do novo irmãozinho talvez ele consiga dar orgulho a seu pai.

Derek agarrou a camiseta do seu primo e arrastou eles até a piscina. Ele não gritou de raiva, mas as lágrimas estavam ali em seus olhos querendo sair. Quando caíram na piscina, foi troca de chutes e tentando boiar na piscina que no fundo era de dois metros e quinze. A queda deles alertaram as meninas, se levantaram rapidamente do chão. Nati foi a primeira a caminhar e, quando encontrou seu irmão e primo se estapeando como duas crianças de cinco anos, assobiou altíssimo chamando atenção de todos ali. Eles pararam imediatamente.

—Vocês enlouqueceram? Vocês parecem crianças brigando! –Derek olhou culpado enquanto Nathan olhou apenas para Katie que tinha um olhar terrivelmente perigoso. –Me diga que não é por causa da sua ex?

—Ele além de cobiçar minha ex a cada segundo ainda mandou a foto. Esse pivete merece uma surra.

—Toque no meu irmão e você vai conhecer ataques dolorosos de cinco lutas. –Nathan ficou quieto. Katie era perigosa.

—Ninguém vai ver golpe nenhum porque primeiramente até eu cobiçava a sua ex. –Todos olharam para Nati chocados. –O que? Ela era linda, carinhosa, escolhia ótimas festa e sabia fazer um cupcake que é comer e pedir a pessoa em casamento depois. E segundamente, fui eu que mandei a foto e é meio obvio, só você não viu.

—Você é minha irmã...

—E você um canalha. Olha, eu prometi não fazer nada, mas, depois de conhecer ela, eu fique mal em saber tudo que sei sobre seus casos e eu não aguentei. Ela tinha o direito de saber e você a perdeu por ser a pessoa que é. Você é meu irmão e te conheço melhor que ninguém, isso me dá o direito de fazer isso. E, a Sarah tinha tirado uma foto realmente boa, ótima para ampliar e focar na sua parte.

—Eu sempre tiro fotos boas. –Derek sorriu enquanto Katie revirou os olhos.

—Eu, realmente, gostava dela. –Nathan comentou depois de um tempo.

—Talvez na próxima faça certo. Vocês são primos e amigos, não vamos brigar por uma menina. Sabe quantas vezes a Katie cobiçou o mesmo cara que eu ou vice versa? Muitas, mas nunca brigamos. –Na verdade...-Xiu! Estou tentando fazer uma lição de moral descente e você fica querendo me atrapalhar, katie. Vai a merda. E voltando, vamos deixar isso no passado e seguir em frente.

—Tá de parabéns com seu discurso. –Sarah comentou. Sentiu alguém a empurrando e caiu perdendo o folego quando chocou com a superfície da água. Duas mãos puxaram para cima. Nathan a segurava forte enquanto ela tentava recuperar o fôlego. Ele era lindo mesmo todo molhado não era atoa que fazia muitas meninas suspirarem e até meninos. Tinha cabelos loiros avermelhados similar da sua mãe, olhos vedes, queixo forte e barba em estilo balbo bem aparada.

—Super madura de você, irmã. –Falou enquanto olhava fixamente para Sarah. Ela se sentiu um pouco desconfortável com esse olhar. Ela sentiu em uma lista de conquistas dele. Nadou um pouco para longe dele enquanto ouvia o som de alguém mergulhando e, quando olhou para Nathan novamente, ele estava sendo afundado por Nati.

—Isso é por ser ridículo! – Ela ria e quando ele submergiu riu também, começaram a jogar água um nos outros. Derek nadou até ela e ficaram só observando. Katie olhava tudo com alegria e desgosto, e mal percebeu estar em um lugar próximo demais da beirada. Derek e Sarah se olharam e sorriram travessamente, tiveram a mesma ideia. Ficaram na posição e puxaram Katie para lá também, essa soltou um grito ao cair.

—Vocês me pagam! –Ela fez menção de ir até eles, mas Nati pulou nas suas costas rindo.

E logo, estavam jogando água um no outro e rindo muito. Totalmente esquecido a desavença, mas as certas palavras amanhã ainda estarão sendo repassadas na mente dos seus primos. Quando estavam juntos, tudo se resolvia rapidamente e a diversão tomava conta. Eles não eram bons em lidar com problemas apenas colocar no passado e esquecer, mas, a verdade, isso só acumulava mais e mais ressentimentos entre eles. Ouvir palavras cruéis de um estanho não se compara em ouvir de seu melhor amigo, seu primo, parte de sua família que deveria estar lá para você. O caminho semelhante seguido pelos seus pais e pouco aconselhado.

Brincaram até cansarem e ficaram, por um tempo, apenas nadando ou refletindo. Depois de algumas horas, saíram da água, se secaram e caminharam para os quartos e imediatamente pegaram no sono. Os raios de sol invadiram o quarto preguiçosamente. Katie resmungou algo e se cobriu com o coberto quando a claridade tornou-se intensa, Nati nem percebeu a claridade. Sarah abriu os olhos lentamente e suspirou um pouco de cansaço, mas resolveu levantar depois de alguns minutos passados apenas curtindo o calor confortável da sua cama. Sentada na cama podia ouvir vozes na casa já, estendeu a mão, pegou o celular, no criado mudo, para ver a hora exata. Era quase nove. Sua atenção não se fixou nas horas, mas na nova mensagem recebida de Lorie. “Já sinto saudades” Seu coração inchou de felicidade e as borboletas em seu estômago, esses dias sumidas, reapareceram com força.

—Esse sorriso de boba apaixonada seu está me dando dor de cabeça. –Nati comentou sentando na cama e esfregando os olhos, parecia um gatinho. Sarah desconhecia a presença do seu sorriso e sumiu com ele rapidamente. –Posso saber quem está fazendo sorrir dessa forma?

—Era apenas uma coisa que me enviaram nada demais.

—Uhum! Acredito demais. Sarah, admita que está apaixonada.

—Quem está apaixonada? –Katie perguntou tirando o coberto de seu rosto. Seu olhar era de puro sono, cabelo bagunçado e na cara.

—Sarah. –Respondeu Nati. –Tem baba no seu cabelo, só queria dizer. – Katie bufou, jogou o coberto no rosto e tentou voltar ao mundo dos sonos. –Katie, não ouse voltar a dormi. Me ajuda aqui. –Nati levantou e começou a puxar o coberto da Katie que resmungava em protesto.

—Quer saber, tchau. Vou tomar café, ganho muito mais! – Sarah saiu rapidamente do quarto e foi para a cozinha.

Mary estava sentada na mesa conversando com sua mãe tomando café. Samy, como sempre, estava preparando o café da manhã e dançava no ritmo da música que ouvia. Os homens mais velhos haviam ido pescar como disseram ontem. Mary sorriu para ela e colocou café em um xícara para ela. Diferente de seus irmão, Mary tinha o cabelo cacheado curto castanho e olhos da mesma cor, um pouco bronzeada. Samy, a cada prato pronto, foi colocando na mesa enquanto os mais jovens chegavam um por um na cozinha. Comeram rindo de comentários de suas tias principalmente de Mary e Sarah tentava evitar suas primas com perguntas perigosa.

Olhou para Samy e desejava um momento sozinho apenas com ela. Sua tia era a pessoa certa para conversar, mas parecia estar cada segundo ocupada ou com alguém. Ela já estava ficando irritada.

Depois do café, resolveram ir na praia. Se divertiram na água por um tempo, mas, no final, cansaram e começaram um jogo de vôlei. Os meninos de um lado com auxílio de Samy, e as meninas do outro. Foi tudo pacifico até Nathan atingir Katie com a bola, iniciando uma competição. Acabaram com os braços vermelhos e um pouco roxeado de segurar os ataques. Chegaram em casa e encontraram os outros também lá. Fizeram almoço, comeram e ficaram curtindo o momentos juntos. Essa era a intenção de ir até lá, terem um momento juntos e se divertirem com ele. Suas primas e Nathan não aguentaram o ritmo relaxante e resolveram encontrar alguma diversão na praia. Tentaram persuadir Sarah, mas ela não estava em clima dessa diversão deles. Derek ficou jogando seus jogos no quarto junto com seu pai, ela vendo notícias no celular na sala enquanto os adultos conversavam.

—Mas, Mary, quando pretende ter um novo filho? A casa deve estar quieta demais. –Cass comentou sem maldade. Sarah olhou em direção a elas, sua mãe fez uma careta enquanto o rosto de Mary tornou-se sem expressão.

—A casa estar quieta não tem relação a minha filha não estar lá. E não pretendo ter mais filhos. –A voz de Mary era fria escondendo uma dor ainda profunda. Sua mãe fez menção a querer mudar de assunto e, infelizmente, Cassandra foi mais rápida.

—Você precisa seguir em frente e não deixar esse fato te parar de fazer algo. –Samy entrou na sala nesse momento e sentiu a tensão no ar.

—Não me diga como devo superar, Cassandra! –Falou exaltada. –Você diz isso porque não foi um de seus filhos, mas acho que os substituiriam com alguma outra criança e tudo ficaria ótimo para você, não é? –Daniel, quando ouviu a voz alta de sua irmã correu para a sala, parou na porta e foi seguido por Robert.

—Você não sabe o que está falando, você não sabe como eu me sentiria.

—Então, não tente me dizer como devo me sentir ou agir! –Os olhos dela brilhavam com lágrimas não caídas e sua voz quebrada e fraca. –Me deem licença. –Ela caminhou para fora da sala rapidamente.

—Mary...

—Cala a boca, Cassandra! –Falou Samy com raiva. –Você já fez o suficiente. –Robert seguiu Mary enquanto Daniel caminhou até as mulheres.

—Não me venha com lição de moral, Samy. Pelo menos eu tento falar sobre isso enquanto todo mundo aqui finge estar tudo bem e nada aconteceu. SUA irmã está a tempos muito mal e você o que faz?

—Não me venha dizer o que devo fazer ou não. Eu tento.

—Mas, não o suficiente. –Comentou seu irmão. –Ela precisava de sua irmã e você estava no Havaí. E agora tudo que faz é fingir que tudo está bem.

—Se eu falhei VOCÊ também! Você é irmão dela também! –Falou exaltada e com raiva. Derek e Mark entraram na sala tentando descobrir o que estava havendo enquanto Sarah e Lilian apenas observava tudo, sem saber como interferir e calmar os irmãos.

—Sim, eu sou, mas nunca fui eu quem ela precisou. Ela nunca encontrou proteção comigo ou pai ou mãe apenas com você, Samy. Você era a pessoa que a protegia, que ela corria quando tinha algum problema, apenas você. Ela te defendia a cada segundo da vida dela, estava com você sempre e o que você fez? –Ele tinha um olhar machucado e Samy sentia cada segundo mais culpada. - Pare de se fazer de vítima! Você se coloca sempre na posição de sozinha, como se nós estivéssemos virado as costas para você. Mas, a verdade, quando você precisava da gente, nós estávamos lá. Onde você estava quando a gente precisou de você? –Todos os não envolvidos apenas observavam com tristeza.

—Vou andar um pouco. –Samy falou de um tempo e olhava apena para baixo. Se olhasse para cima e enfrentasse o olhar de seu irmão, não conseguiria segurar suas lágrimas.

—Fuja como sempre faz! –Daniel manteve a voz firme, mas seu olhar demostrava o puro ressentimento pelos atos de sua irmã.

Sarah esperou um pouco e seguiu Samy. Ela sabia exatamente onde encontrá-la. E lá estava ela, sentada na areia da praia, olhando para o início do pôr do sol e fumando um cigarro. Sarah caminhou lentamente e sentou ao seu lado. Podia ver vestígios de lágrimas no rosto de sua tia, essa tragou uma última vez o cigarro e apagou-o.

—Achei que não fumava.

—Melhor do que encher a cara, não acha? –Samy nenhum momento olhou para ela apenas ficou ali esperando alguma solução dos últimos raios do sol. –Odeio admitir, mas meu irmão está certo. Eu escolhi jogar meu celular na água e me desligar do mundo. Eu não estava lá e quebrei mais uma confiança em mim. Meu maior dom é ser uma bagunça, arrastar pessoas maravilhosas para ela e chuta-las para fora depois de um tempo. Richard estava certo em querer distância...Por que eu faço isso? –Sua voz quebrou. Ela queria chorar e gritar novamente. Respirou fundo e tentou se recompor.

—Você não arrasta ninguém. Todos sabem como você é, mas tentam apenas olhar para suas qualidades. No fundo, todos sabem, você vai fazer algo e vai machuca-los. –Samy olhou para ela e sorriu. –Ás vezes, algumas pessoas valem o risco. Mas, se quer corrigir isso, precisa começar a tentar de verdade e você sabe. –Samy riu um pouco.

—Eu não sei como. Eu sei que minha irmã está sofrendo muito ainda, não sou cega, mas eu não me sinto capaz de ajuda-la.

—Então esteja, pelo menos, lá para ela. –Ela sorriu e ela lhe retribuiu. –Por que gosta daqui tanto? Nunca entendi. –Samy olhou de novo para a visão linda a sua frente.

—A primeira vez aqui, eu estava sufocada pela bola de problemas que é minha vida e encontrei o mais lindo pôr do sol aqui. E por alguns minutos, eu senti esperança. Eu venho todas as vezes aqui para encontrar esperança de novo. Única forma para acreditar que vou resolver tudo de errado na minha vida. –Ela deu uma pequena risada de descrença nessa possibilidade. Ela não era tola, sabia quem era ela. –Mas, encontrar você aqui sem uma câmera é novidade. Eu jurava que aquela câmera era colocada em sua mão. –Sarah riu, mas não olhou para ela enquanto sua tia a observava fixamente. –Você tem olhado para mim como se precisa desesperadamente me contar algo. Vamos, fale! O que está acontecendo?

—Estou apaixonada por alguém, eu acho. –fechou os olhos para finalmente de admitir isso em voz alta. –E é uma garota. –Samy deu uma pequena risada, mas se conteve rápido.

—Desculpa, mas não posso dizer que estou chocada, eu desconfiava. –Ela bufou e sua tia sorriu. –Mas, a pergunta qual é o grande problema disso tudo? Você estar gostando de garotas ou dessa garota?

—Honestamente, eu não sei. Eu estou confusa. Eu gostava de garotos, eu acho, e sim achava algumas meninas bonitas, mas isso... Eu só não sei. Eu estou confusa e não sei lidar com esse sentimento crescente dentro de mim. –Ela vomitou as palavras sem saber se faziam sentido ou não. Suplicou com o olhar para Samy entende-la.

—Misericórdia! Você é horrível para se expressar. –Sarah concordou e Samy respirou fundo, caçando as palavras certas em sua mente. –Sarah, ninguém está te obrigando a titular-se. Isto, de certa forma, é novo para você então tenha o seu tempo. Mas, acho que você já sabe o que você gosta ou não gosta e está com medo de lidar com que possa trazer isso. Eu te conheço desde quando nasceu e sei, você tem mania de fugir de situações decisivas. Você não pode fugir disso porque é você, Sarah.

—E se eles não me aceitarem? –Lá estava a menina com medo de nadar sozinha na imensa piscina conhecida pela Samy. Ela entendia porque Sarah a escolheu, ela não falaria coisa bonitas e felizes, ela falaria a verdade.

—Você tem mais da metade da sua família conservadora e tradicional, vai ter algum olhar torto principalmente da Marta. –Sua avó por parte de pai não era uma pessoa fácil de lidar. –Mas, você nunca ligou para o que pensam de você. Eles te chamam de mini Samy quer adjetivo mais degradante. –As duas riram um pouco com o comentário, mas logo a expressão da sua tia ficou séria. – Seu pai e Batian é o que te preocupa. Existe essa possibilidade com eles, não vou negar, mas se isso acontecer é porque eles não te amavam totalmente e não merece seu amor. Algumas pessoas são passageiras na nossas vidas e não adianta segurar.

—É assim que você se sentiu com seu pai?

—Sarah, você gosta de garotas e eu era uma alcoólatra aos dezesseis anos, fichada na polícia e com três expulsões de escolas. Richard agradeceria se uma menina me tirasse dessa vida. –Samy virou totalmente para seu lado e fixou em seu olhar. –Seja você. Se precisar falar, gritar, faça, mas não crie uma versão mais aceita de você para todos te aceitarem. Só não cometa o meu erro de ser arrogante e não aceitar a existência de defeitos que todos temos, e não tentar melhorar, evoluir.

—Ok. Eu...Eu não queria estar apaixonada. Eu quero correr para ela e dizer o que eu sinto, mas eu tenho medo de ser rejeitada. –Samy voltou a sua posição antiga, mas ainda olhava para ela.

—Infelizmente, você tem que dar a cara tapa e torcer para receber um beijo ao invés de um tapa. Fale para ela e se acontecer um coração quebrado, você cola ele de novo.

–Fácil, uma pessoa que nunca esteve apaixonada, dizer isso.

–Eu já estive apaixonada, só não saio gritando isso. Eu desisti dele, eu vi ele casar e ele está feliz hoje. Quebrou meu coração, mas eu sou uma bagunça pelo menos uma pessoa eu evitaria não arrasta-la totalmente para tudo isso. Por isso é melhor saber ou colocar um ponto final. Você sofre, mas não fica presa a esperança, ilusão ou qualquer coisa parecida. Mas, você precisa fazer algo. Sem pressão. –Sarah riu relaxadamente. Ela precisava ouvir todas essas palavras de alguém. Ela se ajeitou e deitou a cabeça no colo da sua tia.

—Como é? Beijar uma garota? Quer dizer você já fez isso, né? –Samy riu enquanto fazia cafuné nela.

—Sarah, eu transei já com cinco pessoas ao mesmo tempo. É claro que já beijei uma garota! –Ela fez um careta com as informações desnecessárias de sua tia. –Nem reclame, meu filho sabe disso e de coisa pior. E respondendo sua pergunta, é como qualquer outro beijo, o que diferencia é o sentimento envolvido. É o que posso dizer, nunca fui muito atraída por mulheres, mas um dos melhores orgasmos da vida veio de uma. Fica empatado com o indiano flexível. Saudades dessa minha época, melhores orgasmos.

—Eu tenho dó dos seus filhos. –As duas riram.

—Obrigado, Sarah! –Não era apenas um obrigado por estar lá ou tentar ajudar sua situação com sua irmã, mas por confiar nela. Sarah sorriu enquanto curtia o carinho em seus cabelos de sua tia. –Obrigado, Samy! -Elas ficaram, ali, observando o fim do espetáculo da natureza.