Mais tarde, ao chegar em casa Anita deu com a figura de Ben parado na cozinha com um copo na mão, ela pensava a todo o tempo em tentar resolver sua situação com o garoto, mas a coragem lhe faltava ainda mais depois da dura que Vera havia lhe dado pela manhã, Anita tinha consciência que não seria fácil se ela realmente decidisse voltar para o garoto.

– Oi. – Anita falou indo em direção a Ben e largado a bolsa em cima do sofá.

– E ai. – Ben respondeu olhando para Anita.

– Você tá sozinho aqui. – Ela o questionou.

– Estou eu vim conversa com o meu pai e trazer essas planilhas pra Vera e a Bernadete. – Ele se justificou.

– Nossa essa casa agora vive vazia todo mundo ocupado. – Anita disse.

– É, a Vera tá bem animada com a empresa. – Ben disse alegre.

– Mais e você o que veio fala com o Ronaldo aconteceu alguma coisa. – Anita indagou.

– Não ele queria fala sobre. – Ele ficou em silêncio sem terminar.

– Sobre a gente. – Anita soltou.

– Como é que você sabe. – Ben perguntou não entendendo.

– Pelo visto foi combinado, a minha mãe veio me sondar hoje de manhã também. – Anita afirmou enquanto ajeitava o cabelo.

– É deve ter sido. – Ben respondeu olhando para Anita.

– E o que você falou pro Ronaldo. – Anita perguntou prestando atenção em cada movimento de Ben.

– Ué eu falei que a gente não voltou, mas que eu não podia afirma que isso não iria acontecer pelo menos da minha parte. – Ele respondeu fitando Anita querendo que ela respondesse o mesmo.

– Eu, eu, foi o que eu tentei explicar pra minha mãe. – Anita falou vendo o olhar de Ben a deixar desconcertada.

– É mais eles não acreditaram muito não é não se deram por satisfeito. – O garoto falou.

– Não mesmo, e de pensa que a gente pensou em casar eles iam ter um treco. – Anita disse deixando a frustação transparecer.

– É eles iam pirar, fato. – Ele falou suspirando.

– Muito. – Anita afirmou perturbada com as lembranças.

– Bom eu tenho que ir, tenho que ir pro trabalho agora. – Ele disse.

– Tá vai lá. – Anita disse sorrindo.

– Tchau. – Ele falou.

Anita apenas ficou vendo Ben se afastar pela porta, e ficou a se perguntar o porquê dela não ter tentado pedir ao garoto que os dois terminassem a conversa da noite que os dois se beijaram, beijos, aliás, que ela não conseguia esquecer e que vieram a sua mente enquanto ela subia as escadas. Chegando ao quarto ela deu de cara com Sofia se maquiando em cima da cama.

– Oi não fala mais com as pessoas. – Sofia disse implicando com Anita.

– Vem cá, essa é a única maneira de nós duas não acabarmos aqui no chão rolando. – Anita retrucou encarando a loira nos olhos.

– Isso tudo é só porque eu beijei o Ben. – Sofia disse depois de revirar os olhos com as afirmações de Anita.

– Não, isso tudo é porque você não consegue ter um pingo de compaixão nem por mim que sou tua irmã, e definitivamente eu tenho enfrentado problemas de mais pra me preocupa com os teus desvios de caráter. – Anita respondia enquanto ia até o armário pegar uma roupa.

–Ai você é muito dramática viu. – Sofia respondeu virando a cara.

– Veja como você quiser, eu vou tomar um banho. – Anita respondeu não se importando e saindo pela porta novamente.

Sofia estava descendo as escadas para sair, quando nesse momento ouviu alguém bater a porta.

– Ah oi deve ser cliente da mamãe né, ela deve tá por ai da licença to muito ocupada. – Ela disse a mulher morena de pele clara com uma aparência bastante simpática parada a porta.

– Não eu. – A mulher ainda tentou se explicar mais Sofia a interrompeu.

– Já disse tenho um compromisso mais espera ai pode fica a vontade. – Sofia disse saindo impaciente, a mulher apenas ficou sem ação parada a porta.

– O Sofia, quem tá ai, você tá falando com quem. – Anita falava indagando a loira que já tinha ido, ela havia escutado a conversa quando saia do banheiro.

– É oi. – Anita disse percebendo a porta aberta com a mulher parada sem saber se realmente entrava.

–Oi. – Ela apenas respondeu.

– Entra. – Anita disse meio confusa.

– Ai obrigada uma menina loira abriu a porta, mas saiu eu não sabia o que fazer pensei até em não entrar.

– Desculpa o mau jeito é coisa da minha irmã a Sofia, ela não é digamos atenciosa e paciente. – Anita explicou tentando conter a sai justa que Sofia acabou aprontando.

– Então você deve ser a Anita. – Ela falou a garota.

– E sou, mas como você sabe o meu nome, se bem que olhando melhor eu tenho a sensação que te conheço mais não sei de onde. – Anita disse confusa.

– É talvez conheça não pessoalmente, eu sou a mãe do Ben. – Ela respondeu.

– A mãe do princi... Do Ben. – Anita repetiu um tanto nervosa e quase falando de mais.

– Cícera sou eu. – Ela repetiu tentando ser simpática.

– Claro ele sempre fala de você, deve ter sido alguma foto que ele mostrou pra gente. – Anita falou um tanto assustada com a nova notícia.

– Sim deve ter sido isso e você tem ótima memória. – Cícera disse sorrindo para a garota.

– Você quer sentar, comer alguma coisa deve ter vindo direto do aeroporto pra cá né. – Anita disse um pouco sem reação.

– Se você puder me arrumar um copo de água eu agradeço a viagem foi cansativa eu vim pra cá porque não tinha o endereço de onde meu filho tá morando. – Ela afirmou.

– Claro senta ai eu vou pegar um suco pra você. – Ela disse enquanto pegava a jarra na geladeira.

– E o Ben onde ele anda. – Ela questionou.

– É, ele tava aqui agora a pouco foi pro trabalho. – Anita dizia enquanto tentava disfarçar o incomodo com a situação, sua sorte era pouca mesmo, ela se perguntava o porquê da mãe do garoto ter aparecido justo quando ela estava sozinha, Anita pensava no provável que ela soubesse do seu envolvimento com Ben e de tudo o que aconteceu já que ela deixou escapar que sabia que o filho não morava mais no casarão, na sua cabeça vieram o quanto Cícera, deveria estar pensando o quanto ela virou de cabeça para baixo a vida de seu filho.

– Você pode ligar pra ele eu não consegui avisar que eu viria, o Ben nem sabe. – Ela pediu a Anita.

– Posso sim. – Anita disse solicita.

– Pronto liguei, ele nem acredito. – Anita falou sorrindo feliz pelo garoto ela mais do que ninguém sabia que o começo no Brasil longe da mãe foi difícil para ele.

– Então me conta à menina que saiu é tua irmã. – Cícera indagou Anita.

– Sim ela é minha irmã, filha da minha mãe Vera que casou com o Ronaldo e do meu pai Caetano. - Anita disse enquanto se sentava.

–Pelo visto a família é maior do que eu imaginava. – Ela brincou.

– Muito, mais daqui a pouco você se acostuma. – Anita disse.

– E pelo pouco que estive aqui da pra ver que ela é muito diferente de você. – Ela afirmou.

– Água e vinho, bom pelo menos as pessoas nos definem assim, mas não se preocupa, não é só você que percebe. – Anita respondeu simpática.

– O Ronaldo tem mais dois né. – Ela indagou.

– Na verdade três, o Vitor a Giovana, e mais o Pedro filho dele com a mamãe. – Anita explicou.

– Sim desculpa eu esqueci. – Ela respondeu.

– Imagina é muita gente mesmo. – Anita falou percebendo que ou a mãe do garoto era muito bacana ou não queria constrange-la perguntando da relação dela com Ben.

– Mãe eu não acredito. – Ben disse entrando apressado pela porta.

– Oi meu filho que saudade. – Ela disse correndo para abraçá-lo.

– Nossa quando a Anita disse no telefone que você tava aqui achei até que fosse brincadeira. – Ben afirmou sorridente.

– E eu ia brinca com isso. -Anita disse ainda tentando se acostumar com a situação.

– Não, mas é que foi tão surpreendente que eu fiquei meio na dúvida quando vinha pra cá. – Ele respondeu encarando Anita.

– Tudo bem, vou te desculpar só porque o baque foi grande. – Anita brincou rindo.

–E obrigada Anita por ter me recebido, por pouco não dei de cara com a porta. – A mãe do garoto disse olhando Anita parada com os braços cruzados um tanto surpresa com tudo.

– Imagina não foi nada, bom eu vou subir deixar vocês conversarem a sós muita coisa pra colocar em dia. – Anita falou receosa do que seria essa conversa.

– Obrigada. – Ben disse enquanto fitava Anita parada.

– Não tem de que, não fiz nada de mais. – Ela falou constrangida com os olhares que o garoto a lançava, Ben tinha o dom de deixá-la sem jeito nas situações mais improváveis e isso ela não gostava nem um pouco.

– Tá certo. – Ele falou sorrindo.

– Então eu vou subir, qualquer coisa chama. – Anita falou indo em direção as escadas.