Apatia

único


Eu tenho um amigo chamado Zoro, ele parece um marimo. Ele se mudou para a casa abandonada e eu gostava de dizer a ele se não trombava com algum fantasma, mas Zoro não tinha medo. Na verdade, Zoro não esboçava sentimentos facilmente e, por causa disso, as outras crianças inventaram histórias.

Algumas diziam que ele não tinha medo justamente porque os fantasmas eram seus amigos.

Mas “amigo” era eu e eu sabia que Zoro não tinha medo por ser simplesmente corajoso.

Ele nunca me provou isso, eu nunca o prendi num quarto escuro e o deixei lá, mas eu via em seus olhos castanhos. Se Zoro fosse para o mundo Digimon, seu brasão seria coragem, certeza.

A casa abandonada foi reformada e eu acompanhei o progresso, lembro que fiquei puto que não poderia mais brincar nela, assustar alguém, fazer teste de coragem; porque ela estava ganhando um aspecto amigável.

Mas Zoro veio assim que a reforma acabou e eu vi que não foi tão ruim.

A mãe de Zoro me chamava para brincar lá, comer e tudo mais. Eu gostava de correr, há algo nas minhas pernas, então corria bastante. Zoro ficava pra trás, sem ar algum; mas ele se esforçava para me pegar e era impossível, visto que nenhuma criança conseguiu tamanha façanha. Eu só lembro de vê-lo bebendo muita água em um período curto de tempo e dizendo pra eu me tornar um atleta quando crescesse. Sua mãe servia fatias de melancia para comermos naquele verão.

E ele pegou na minha mão sob os fogos do festival.

Zoro era discreto, mas foi o primeiro a dar o passo.

Eu retornei o aperto, pensando que ele não era mesmo o garoto sem sentimentos como diziam as outras crianças.

Ele se tornou o meu primeiro amor.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.