Tooru Oikawa, o levantador talentoso e charmoso do Colégio Aobajōsai, era conhecido por sua habilidade no vôlei e por sua popularidade entre as garotas da escola. Seus passes precisos e jogadas impressionantes conquistavam não apenas vitórias para sua equipe, mas também os corações das colegas de classe.

No entanto, havia uma exceção: Sn. Ela era a representante do grêmio estudantil, inteligente, independente e completamente imune ao charme de Oikawa. Enquanto outras garotas se derretiam por ele, Sn mal levantava os olhos quando ele passava.

Isso o intrigava e, de certa forma, irritava Oikawa, simplesmente por parecer invisível aos olhos dela. Ele não estava acostumado com essa falta de atenção, especialmente de alguém tão bonita quanto Sn. Por isso, em vez de ignorá-la como fazia com as outras, ele escolheu provocá-la.

Um dia, enquanto ela estava trabalhando em algo no grêmio estudantil, Oikawa entrou, como se estivesse buscando algo.

—- Olá, Sn-chan -- disse ele com um sorriso malicioso.

Sn apenas o olhou por cima dos óculos, sem se incomodar em responder.

Oikawa inclinou-se na mesa dela, ficando mais perto do que era necessário.

—- Você sabe, seria uma pena desperdiçar todo esse charme com tanta indiferença.

Sn bufou, sem se deixar intimidar por ele.

—- Seu charme é o que te torna insuportável, Oikawa.

Ele riu, divertido.

—- Ah, então você acha que sou charmoso?

—- Não, eu te acho um baita de um convencido -- retrucou ela, sem nem ao menos erguer os olhos. Oikawa ficou surpreso com a resposta franca. Ele não estava acostumado com garotas que não se derretiam por ele e isso era frustrante e, de certa forma, intrigante.

A partir daquele dia, Oikawa e Sn desenvolveram uma estranha dinâmica. Ele continuava provocando-a, e ela continuava o ignorando. Mas, aos poucos, ele começou a perceber que a indiferença dela o afetava mais do que ele gostaria de admitir e com isso intensificou, sempre a provocando, fosse em um encontro inesperado por estrarem no mesmo local onde as palavras escapuliam:

Oikawa: "Olá, Sn-chan. Surpresa em me ver aqui?"

Sn: sem levantar os olhos "Não mais do que você está em me ver."

Fosse uma tentativa barata de jogar charme para cima dela repetindo a mesma conversa curta do grêmio:

Oikawa: "Você sabe, seria uma pena desperdiçar todo esse charme com tanta indiferença."

Sn: bufa "Seu charme é o que te torna insuportável, Oikawa."

Um ato de convencimento:

Oikawa: "Você acha que sou charmoso?"

Sn: "Não, eu acho que você é convencido."

A atrapalhando nos estudos:

Oikawa: olhando para o livro que Sn está lendo "Estudando duro, huh? Isso é raro."

Sn: levanta os olhos brevemente "A única coisa rara aqui é você tentando aprender algo que não seja sobre os esportes."

Ou comentários sobre as péssimas habilidades dela em quadra:

Oikawa: "Gostaria de uma aula particular de vôlei? Tenho certeza de que poderia te ensinar algumas coisas."

Sn: revira os olhos "Não, obrigada. Prefiro não aprender como ser convencido."

As provocações passaram a ser intensas:

Oikawa: "Sn-chan, ouvi dizer que está solteira. Deixe-me adivinhar, nenhum homem está à altura do seu padrão elevado, certo?"

Sn: levantando os olhos do livro já irritada pela presença do levantador "Na verdade, Oikawa, prefiro ficar sozinha do que me envolver em relacionamentos vazios só para ter alguém ao meu lado. Mas você, é claro, não entenderia nada sobre isso."

Oikawa: "Mas eu ouvi dizer que você ainda não tem par para o baile. Que triste, ficar sozinha enquanto todos se divertem. Mas não se preocupe, eu posso fazer essa caridade para você." Ele sorriu de maneira calma e convencida, sem saber que escutou a conversa pela metade, Sn não tinha par por que rejeitou simplesmente para ficar livre na sexta.

Sn: levantando os olhos para encará-lo mais uma vez, um pouco incomodada com o comentário ridículo e sem entender o motivo de se sentir assim, mas achou graça ao mesmo tempo. E resolveu repetir as palavras em um repertório comum, onde não precisava gastar muito vocabulário para lidar com ele "Prefiro ficar sozinha do que me envolver com alguém que troca de interesse como troca de roupa. Não preciso de uma falsa companhia só para preencher um vazio temporário."

No fim das contas Tooru não obteve o que queria e Sn não conseguia entender por que ele continuava a provocá-la. Não fazia sentido algum.

Um dia, durante um jogo de vôlei, Aobajōsai estava lutando para manter a vantagem. Oikawa olhou para a arquibancada e viu Sn assistindo ao jogo, concentrada, mas sem demonstrar emoção, mesmo que por dentro vibrasse e sua mente gritasse para torcer por ele.

Tooru decidiu que era hora de provar a ela do que era realmente capaz.

Com passes perfeitos e jogadas incríveis, Oikawa liderou a equipe para a vitória. E quando o jogo acabou, ele olhou para Sn na arquibancada, esperando por uma reação mínima que fosse, nem mesmo Hajime compreendeu a ideia do amigo, até olhar na mesma direção que ele.

Sn observou por um momento antes de olhá-lo fixamente, e então sorriu. Era um pequeno sorriso, mas para Oikawa, significava tudo, principalmente depois de meses sendo ignorado por ela constantemente e naquele momento, ele notou que não precisava do charme para conquistar Sn. Tudo o que precisava fazer era ser ele mesmo.

E a partir daquele dia, Oikawa parou de provocá-la. Em vez disso, ele começou a mostrar a ela quem ele realmente era. E, para sua surpresa, Sn começou a gostar do que viu.

[...]

Oikawa e Sn estavam sentados em um banco no parque da cidade, aproveitando o sol da tarde. Era um daqueles raros momentos em que eles não estavam ocupados com suas responsabilidades escolares.

Oikawa olhou para ela ao seu lado e sorriu.

—- Você sabe, Sn-chan, o sol não é tão brilhante quanto o seu sorriso.

Sn revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir um pouco.

—- Você realmente não desiste, não é mesmo?

Oikawa riu.

—- Eu disse que faria qualquer coisa para te conquistar, não disse?

Sn balançou a cabeça, mas não pôde deixar de admitir para si mesma que gostava da atenção dele, a mesma atenção que há meses atrás rejeitou com tanta veemência.

Eles continuaram conversando, rindo e aproveitando a companhia um do outro. E, à medida que o sol se punha no horizonte, Sn percebeu que não se importaria de passar mais tempo com Oikawa.

Tooru olhou para o céu escurecendo e depois para Sn ao seu lado.

—- O que acha de irmos tomar um sorvete juntos?

Sn sorriu e se levantou do banco.

—- Acho que posso fazer essa caridade para você, Oikawa. -- Essa era a primeira vez que ela retrucava com as palavras dele e era impossível para o castanho ficar quieto.

—- Talvez eu possa te ensinar umas coisinhas. -- A resposta carregada de ironia fez com que Sn reavaliasse as próprias decisões, realmente estava gostando do tempo ao lado dele.

Eles caminharam juntos em direção à sorveteria mais próxima, provocando um ao outro pelo caminho, mas dessa vez com uma pitada a mais de flerte e risadas.

O sol já havia se posto, e as luzes da cidade começavam a se acender quando Oikawa e Sn terminaram seus sorvetes. Eles decidiram retornar ao passeio pelo parque, aproveitando a noite fresca.

Enquanto andavam lado a lado, Oikawa pegou suavemente na mão de Sn. Ela olhou para ele, surpresa, mas não resistiu ao gesto.

—- Você sabe, Sn-chan, eu realmente gosto de passar tempo com você -- disse Oikawa, seu tom usualmente brincalhão agora mais suave e sincero.

Sn sentiu seu coração acelerar um pouco. Ela olhou nos olhos dele e viu algo lá que a fez sorrir, poderia ser facilmente comparado ao brilho das estrelas.

—- Eu também gosto de passar tempo com você, Oikawa -- admitiu em um sussurro suave na noite.

Tooru sorriu e se aproximou lentamente dela. Seus olhos se fecharam enquanto ele se inclinava, e Sn sentiu o coração bater forte no peito esperando pelo que estava por vir.

E então, seus lábios se encontraram em um beijo suave e delicado, onde a esquerda dele aos poucos se dobrou e seus dedos desferiram uma caricia leve na bochecha dela antes de apoiar no queixo macio, mantendo o polegar sobre a face, a língua em contato direto com a dela e a mão direita que aos poucos trouxe o corpo alheio para mais perto sentindo-a melhor em um momento que pareceu durar para sempre.

Quando se separaram, Oikawa olhou nos olhos de Sn com ternura.

—- Eu queria fazer isso há tanto tempo.

Sn sorriu, sentindo-se mais feliz do que esperava, os lábios dele são macios e gostosos de beijar e sem pensar muito ela respondeu francamente:

—- Eu também.

E naquela noite, sob as estrelas brilhantes e o lumiar das luzes da cidade, Oikawa e Sn descobriram que, poderiam se suportar muito bem, principalmente quando se beijavam sem parar, onde a falta de fôlego os trazia de volta e talvez, só talvez, Sn estivesse gostando intensamente de Tooru, já Oikawa torcia para que aos poucos ela percebesse sua paixão que passou a fluir a partir de um mero acaso e um olhar fulgaz, um curto sorriso e as palavras da representante do grêmio que poderia vir a ser algo bem mais.

Mas isso é uma história para um futuro ao qual ele ainda não desvendou.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.