Antes que Termine o Dia

Viaja comigo para Ohio?


O relógio logo iria despertar e Carlos Daniel acordaria para tomar seu banho e se preparar para a grande reunião que teria hoje, a reunião que ele esperou meses. Estou vendo-o dormir... Ele é tão lindo. Ops! O despertador... Carlos Daniel abre seus olhos com forças tentando encarar a claridade que incendeia o quarto. Ele desliga o despertador e olha para mim que estou praticamente em cima dele.

— Eu vou sentir muito sua falta, sabe disso não sabe? - Eu digo a ele e passo minha mão em seus braços musculosos, ele me olha estranho e logo se dá conta.

— Ah Paulina, são só algumas semanas. - Ele responde e vira novamente fechando seus olhos.

— É... - Dou um sorriso de canto. - Algumas semanas que vão parecer uma eternidade, não é. - Eu complemento novamente e ele dá um sorriso dessa vez apertando o travesseiro.

— A eternidade... E mais um pouco. - Ele me responde e se vira.

— É isso aí, seu inglês dos infernos! - Eu brinco com ele. - Era algo que tínhamos, eu vim de Ohio onde nasci, e Carlos Daniel é inglês.

— Hmmm. Fala de novo.

— Falar o quê? - Eu brinco, Carlos Daniel me coloca na cama e fica por cima de mim

— Eu gosto de te ouvir falar assim... Fala de novo.

— Inferno. - Murmurei. Carlos Daniel encosta seus lábios quentes em mim me dando um beijo.

— Agora fala maldito. - Ele me pede ainda em cima de mim, olho para seus olhos negros e dou um sorriso.

— Maldito! - Ele se aproxima me dando um outro beijo. Apoio minhas mãos em seu rosto. - Seu maldito dos infernos! - Eu brinco, Carlos Daniel dá um sorriso e me dá um selinho.

— Ah... Delícia! - Ele responde e então ganho um outro beijo. Não podia esconder o quanto o amava. Nossos lábios estavam ali nos beijando, deixo sua língua passar em minha boca e logo sinto uma mordida vou passando minhas mãos em seu corpo. - Ah droga! - Ele diz e se levanta.

— Ai que pressa! - Eu digo a ele e me apoio com os cotovelos na cama o observando. - O que foi? - Pergunto.

— Ah tenho que me vestir, ensaiar minha apresentação.

— Ah tem um colapso nervoso. - Eu digo e fico de joelhos na cama e me aproximo dele que está levantando da cama. - Ignore sua namorada quase nua. Me dá dois segundos. - Eu digo e o jogo na cama indo direto me trocar, tinha uma surpresa para ele.. - Paulina. - Ele resmunga. Eu dou risada. - Fica aí e não mexe esse lindo bumbum inglês.

— Já sei tem surpresa. - Ouço ele que muda o tom de sua voz.

— Uhum. Tem sim. - Eu digo e retiro meu sutiã. Ouço os passos de Carlos Daniel no quarto.

— Sempre tem. Eu me sinto... Culpado. - Ele me diz.

— Ora... Essa é a ideia. - Eu respondo e dou risada.

— Eu também tenho um presente. - Ele diz e novamente ouço o barulho da cama, Carlos Daniel se sentou. - Só que eu vou dar depois porque é uma surpresa.

— Ótimo... Eu adoro surpresas! - Respondo e vou até ele vestindo um lindo casaco marrom que comprei para ele pois sabia que Carlos Daniel gostava, espero por sua reação, ele aponta para o casaco.

— Uau! - Ele diz eu dou um sorriso contente por ter feito o que planejei. Deixar ele sem palavras. - É perfeito. - Ele complementa olhando para o casaco que estou vestindo.

— Eu sei! - Respondo entusiasmada. - É da PortoBello Road, 10 libras... E, ainda vem com isso. - Eu respondo e abro o casaco vestindo uma das suas cuecas favoritas que comprei também e por cima usava um sutiã branco que havia colocado.

— Gostei do forro... É seda? - Ele pergunta e me olha ironico, olho para ele com um rosto de triste e contente ao mesmo tempo. Na verdade eu não tinha reação. - AHHHHHH! - Carlos Daniel vem ao meu encontro e me pega ao colo me jogando na cama. E então volta a me beijar, ainda visto seu casaco que comprei para ele. - Ahhh... - Ele para de me beijar e olha para o relógio.

— O que foi? - Pergunto ficando descontenta.

— Eu tenho que me arrumar. - Ele me respondo, solto um "Ó" e me levanto. - Sabe como é importante a reunião, se tudo der certo sabe o que pode acontecer? - Ele me pergunta, eu retiro o casaco ficando de sutiã. - Carlos Daniel. - Eu o chamo que olha para o meu corpo e volta a colocar o casaco em mim. - Paulina... Por favor, pelo amor de Deus.

— Sabe de uma coisa? - Eu digo e o sigo que caminha para o banheiro. - Antes de fechar o acordo e derrubar ele. - Me sento na pia grande do banheiro e o puxo com minhas pernas, Carlos Daniel mexe em seus cabelos negros. - A gente vai ter um momento perfeito. - Agarro meus braços em volta de seu pescoço e Carlos Daniel caminha pelo banheiro comigo em seu pescoço ligando o chuveiro. - Para relaxar e... - Carlos Daniel olha para mim "E?" ele diz. - E... Irmos para Ohio.

— Paulina. - Ele diz, eu salto para o chão ainda olhando para ele com minhas mãos em sua volta.

— Eu quero muito que vá ao casamento da minha mãe. - Eu digo a ele. - Pode conhecer todo mundo. Ele fica me olhando sem dizer nada. - Vem comigo? - Pergunto. Ele dá um suspiro fundo e olha para a água que escorria.

— Eu tentei dar um jeito na situação, mas... Você sabe como o trabalho está agitado. Desculpa, tá? - Ele me diz, eu olho para ele e faço um não com a cabeça e mexo os ombros.

— Tudo bem. - Respondo e saio do banheiro voltando para o quarto. Me sento na cama e Carlos Daniel fica parado na porta do banheiro.

— Aí... Não fica triste por causa de Indiana!

— OHIO!- Eu respondo.

— Droga, desculpa de novo. Ah, eu conheço sua mãe no próximo noivado.

— Que noivado? - Pergunto.

— O nosso. No ano que vem. - Viro o rosto e me deito na cama.

— Hm, eu? Me casar com você? Um cara que confunde Ohio com Indiana. Acho que não. - Eu digo e suspiro fundo.

— Ah, olha eu tenho que tomar banho. - Ele responde e retira sua camisa caminhando para o banho.

— Vai. É o melhor que tem a fazer. - Eu digo para mim mesma mas em voz alta. Enquanto ele toma banho e logo coloca seu terno e fica decidindo qual gravata é melhor usar, fico fazendo o café da manhã. Na esperança de pelo menos tomar café com ele.

— Lina? - Ele me chama, olho para ele que está com sua pasta preta na mão novamente, acho que o vi mais com a pasta do que comigo nos últimos meses. - LINA. - Ele caminha até a cozinha do nosso apartamento. Estou virando as panquecas.

— Uhh. Consegui. - Eu digo e coloco a panqueca no prato dele e dou um sorriso. - Pronto pro café da manhã? Bom apetite. - Eu complemento, e novamente Carlos Daniel olha para seu relógio descontente com a hora. - Olha, não me interessa se a reunião é importante. - Eu digo a ele com a frigideira na mão ainda. - Você vai comer.

— Não vai dar estou sem tempo. - Ele responde, eu pego o bule e acabo me queimando.

— Droga, sou tão desastrada. - Ligo a torneira e coloco meu dedo lá, Carlos Daniel corre para a geladeira e pega um gelo vindo na minha direção, me sento no balcão da cozinha.

— Deixa eu ver. - Ele me pede, mostro para ele que coloca o gelo em cima. -Ai. - Ele resmunga. - Melhorou? - Perguntou.

— Muito. - Respondo e olho para ele que dá um sorriso.

— Bom... - Não tomamos o café juntos, na verdade me apressei para me arrumar pois logo iria trabalhar e encontrar Lottie. Saímos do apartamento pouco tempo depois, segurava o guarda-chuva pois o tempo ameaçava chover, mas apenas estava garoando. Carlos Daniel treinava o que iria falar na reunião. "Um dia o acesso da composição genética vai ser tão..." ele suspira fundo e fica nervoso, e novamente repete a frase "...Vai ser tão fácil quanto preencher um cheque, esse conhecimento nos dará o poder de alterar o nosso destino!" Olho para ele e estamos prestes a atravessar a rua.

— Alterar o destino? - Pergunto. - Acredita nisso?

— É claro que eu acredito. E digo que nos próximos 50 anos. - Ele arruma sua pasta e me olha que corto o que ele iria dizer.

— As pessoas ainda vão morrer. Vai chover depois de lavar o carro, e os Stones... Ainda vão estar em turnê. - Eu respondo e dou um sorriso indo atravessar a rua, Carlos Daniel se apressa atrás de mim. - Olha, não pode controlar isso sabia? Não pode controlar suas escolhas.

— Peraí. - Ele diz e continuamos andando. - É um outro ponto de vista. Mas, eu tô sem tempo para debates, eu tenho que praticar o meu discurso. - Um rapaz esbarra em mim e Carlos Daniel que andava na frente olha para mim "Foi mal" o cara responde e continua caminhando. - Se a gente não se falar, vamos jantar no "Tantra" ás 19h em ponto. - Carlos Daniel me diz e dá um sorriso de canto eu dou outro a ele.

— Hoje? Ás 19h? Tá brincando não é? - Eu pergunto esperando que não fosse verdade o que acabava de ouvir.

— Brincando, como assim brincando? - Ele volta a me perguntar.

— Minha audição... - Eu digo e mudo meu tom de voz. - Aquela que eu estudei por três anos. Caiu a ficha? - Pergunto, Carlos Daniel fica corado sem ter o que responder.

— É... Sua audição de formatura, eu não esqueci. Eu só... - Ele responde e olha para o lado.

— Então... É hoje. Ás 19h.