Eu já não dormia direito há muito tempo, esses últimos dias na UTI foram além de cansativos. Eu queria receber a notícia de que tudo ficaria bem, gostaria de abrir meus olhos e tudo ser um pesadelo, gostaria de ir até a varanda e descobrir o porquê da cama estar vazia e então ficaríamos ali, abraçados, observando as estrelas. Faríamos planos para o dia seguinte e quando chegasse iríamos ao quarto da nossa filha Chloe, íamos tomar café, igual aquelas famílias de comercial de margarina, como diz o Greg.
Mas infelizmente a vida não é como queremos. Quando é a nossa hora, é a nossa hora, nada pode ser feito. Nossos momentos juntos vão ficar para sempre na minha memória, eu vou o levar para sempre em meu coração. Do nosso amor, nasceu Chloe e sempre que eu a olhar, vai ser como olhar para ele.
Ainda lembro de suas últimas palavras. E logo depois, ele se foi. Eu o segurei em meus braços até o cérebro dele morrer, chorando, não querendo acreditar que aquilo estava acontecendo, que eu não o teria mais em minha vida. A dor que senti era horrível, insuportável, como uma faca no peito sendo torcida. Era um segundo pior do que outro.