Já se passaram duas semanas desde o dia em que reencontrei Laura. Ela tem vindo aqui todos os dias e eu como prometi a Gil e a mim mesma, estou sendo educada e gentil com ela. Não consigo chama - lá de mãe ainda e vai demorar para que isso aconteça. Descobri muitas coisas sobre ela. Atualmente ela está sendo voluntária em um abrigo para mulheres que sofrem de violência doméstica, contando sua história. E isso foi o mais perto que chegamos a falar sobre o acontecido. Hoje ela está aqui novamente .Estamos sentadas no sofá, Chloe, ela e eu. Gil foi chamado logo depois do meio-dia no laboratório.
— Vovó porque você colocou o nome da minha mãe de Sara?
— Bom querida... Eu não sabia que nome colocar e então eu decidi que quando ela nascesse e eu a visse eu daria um nome. Sua mãe tinha um rosto muito bonito, era diferente de qualquer outro bebê, ela parecia uma princesa. E Sara significa princesa.- reponde Laura sorrindo
— Meu pai me chama de princesa, então meu nome tinha que ser Sara - diz Chloe nos fazendo rir
— Você não precisa ter o nome Sara para ser chamada de princesa. Cada um tem um nome que o significado é perfeito para si mesmo.
— Hã? - murmura Chloe confusa
— Por exemplo , sua mãe parece uma princesa, então o nome Sara combina com ela. Você sabe o significado do seu nome?
— Não vovó.
— Chloe significa "erva esverdeada”, “broto verde”, “folhagem nova, viçosa”. O nome foi um apelido da deusa grega Deméter, em razão da qualidade de deusa da vegetação. E você me mostrou as suas plantas, você quem cuida delas.Você é como Deméter, deusa da vegetação.
— Que legal, vou lá na casa da minha amiga contar pra ela tá mamãe?
— Tudo bem querida!
— Ela é uma boa menina - disse Laura ainda olhando para a porta que Chloe saiu
—Ela é. É um presente de Deus. A melhor parte de mim.- digo a ela
— Eu lembro quando você me chamava de mamãe- murmura sorrindo e me olhando nos olhos - Eu adorava ouvir você me chamar assim. Durante um tempo quando eu estava na clínica eu ouvia você me chamar de mamãe. Você que sempre precisou da minha ajuda e vivia me chamando, eu pensava em quem iria te ajudar .
Ela ficou em silêncio me olhando ,mas eu não sabia o que dizer. Na verdade eu queria ser grossa com ela e tirar aquele olhar de pena do qual ela me direcionava. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela continuou.
— Eu perdi boa parte da sua vida Sara. Estou feliz que estou aqui com você agora. Podemos compensar o tempo perdido, você pode me chamar de mãe de novo e...
— Como é? - eu disse a interrompendo - Não dá para compensar o tempo perdido, ele já foi e não vai voltar. Eu sinto muito mais eu acho que não conseguiria te chamar de mãe de novo. E você está aqui sentada como se o passado não fosse algo que tenhamos que conversar. E você precisa admitir que o matou...
— Eu não o matei. Não porque eu queria, eu precisava fazer aquilo. Você estava lá, você viu! - respondeu Laura me interrompendo
— Exatamente! Eu estava lá e eu vi. E você não quer admitir que o matou! - eu disse gritando com ela
— Mas você tem que entender o que eu passei filha.
— Não me chama assim!
— Opa opa o que está havendo aqui? - perguntou Grissom entrando na sala
— Quando você dizer"eu o matei" eu penso no assunto.
Disse e virei em direção às escadas e subi indo para o quarto. Deitei na cama e mesmo não querendo deixei que minhas lágrimas saíssem. Não sei quanto tempo se passou quando senti braços me envolverem e beijar meus cabelos, me acalmando. Era nosso ritual, Grissom sempre faz isso quando estou assim. Me virei para ele e não disse nada, só fiquei o olhando enquanto ele beijava cada parte do meu rosto até chegar aos meus lábios com um beijo suave e gentil.
— Você está bem?
— Estou. Ela já foi?
—Sim. Ela saiu chorando pedindo desculpas. O que houve aqui?
—Eu não quero falar disso agora.
— Tudo bem. Onde está Chloe?
—Na casa da Alicia. Que bom que você está aqui- disse chegando mais perto dele e o beijando. - Vai ficar em casa hoje?
— Não posso. Eu tenho muitos papéis me esperando na minha mesa. E provavelmente há um caso na minha mesa também.
Há uma semana o caso em que Heather estava envolvida foi resolvido. O que é uma coisa a menos para mim pensar.
— Sinto sua falta! - eu disse o beijando e o puxando para cima de mim.
— Eu também querida, mas eu realmente não posso - murmurou interrompendo o beijo e se levantando.
—Ta tudo bem Grissom? - pergunto ao perceber a inquietação dele
— Tá tudo bem honey. - sussurrou chegando perto de mim na cama e me dando beijos suaves- É quarta-feira e eu tenho muito trabalho acumulado é só isso. Acredite eu queria muito ficar aqui com você.
—Então fique. Ainda é cedo. Você tem 3 horas antes do turno começar. Eu posso aliviar seu estresse e você o meu - sussurei o beijando profundamente e ele correspondeu um pouco, até que me afastou.
— Honey...
— Então ta bom Grissom! - disse e me afastei sentando na cama enquanto ele continuou me olhando- Vai fazer o ia fazer antes.
— Caramba- disse ele indo em direção a porta e trancando. - Eu te amo, não quero que pense que estou rejeitando você.
Murmurou me beijando e tirando minha blusa, logo minha calça e então as roupas dele. Logo nos tornamos um só.
~~♡~~
— Tchau papai.
— Tchau princesa! Amo você.
Disse Gil indo em direção à porta, onde eu o esperava. Saímos até a garagem quando ele parou.
— O que foi? - perguntei
— Aquela dor na barriga.
— De novo?
— Já vai passar.
— Já vai passar? Você está dizendo isso há duas semanas Gil.
— Você mesmo disse que é normal sentir dor de vez em quando.
— Mas você está sentindo há duas semanas! Você tem que ir ao médico.
— Tudo bem eu vou qualquer dia. - disse vindo na minha direção.
— Qualquer dia não, amanhã mesmo você...
— Tudo bem honey, estou bem! - murmurou Gil me beijando e interrompendo o que eu falava. - Boa noite querida.
— Boa noite Gil!
~~♡~~
A semana passou tão rápido quanto começou e já é Sexta-feira de tarde. Gil finalmente resolveu ir no médico logo pela manhã, então não pude o acompanhar por causa do trabalho. Logo depois que ele saiu de lá ele me ligou dizendo que recebeu um chamando do laboratório. Laura não apareceu mais, somente ligou para tentar falar comigo, mas acabava falando com Chloe. Alguns velhos hábitos não morrem. Ela ainda faz de tudo para não enfrentar os seus problemas. É começo de noite quando Gil chega em casa. Eu estou vendo televisão com Chloe.
— Em casa? - pergunto
— Sim. - responde enquanto esvazia os bolsos, retirando as chaves e o celular. - Resolvi tirar a noite de folga e ficar com os meus amores. - murmura Gil sorrindo e nos dando um beijo e logo fazendo seu caminho pelas escadas.
Depois que ele toma banho, se junta a nós na sala para ver televisão. Logo Chloe está dormindo, então Gil a carrega para o quarto e vamos para o nosso.
— Você não disse como foi no médico. - digo enquanto nos deitamos abraçados
— Foi tudo bem.
— Tudo bem? Tá mas o que ele disse?
— Ele só pediu alguns exames e eu já os fiz. Tá tudo bem.
— Quando você pega o resultado?
— Quarta-feira.
— Ah ta. Senti falta de dormir assim com você. Sempre durmo melhor com você.
— Eu também Honey. Eu te amo.
— Eu te amo Gil.
E logo pego no sono.