Anne With an E: Temporada 1: Episodio 5

(“Um laço de amizade”)

No inverno, o professor resolveu fazer uma aula de soletração, dizendo que era um “pré-teste” para saber se estávamos lendo corretamente os livros que ele passava para nossas atividades nos fins de semana.

Um a um meus colegas foram eliminados por erros “bobos” e no final ficara eu e Anne na competição.

Ás vezes eu me dava o luxo de olhar para a garota ruiva ao meu lado e ela fazia o mesmo, mas não para intimida – lá na competição e sim porque alguma coisa em seu rosto me chamava à atenção e não eram somente os olhos azuis da garota ruiva e muito menos seus cabelos cor de fogo e suas sardas fofinhas, sempre achei que tinha algo diferente em Anne, só não entendia porque eu gostava tanto disso.

A cada frase que o professor dizia para soletrarmos, eu aproveitava e encarava a garota ruiva a meu lado.

Mas hoje tinha alguma coisa diferente e parecia sentir algum incômodo ou algo parecido, mas continuei me esforçando na soletração e também ficava olhando para aquela garota ruiva ela era muito inteligente.

Errei de propósito a soletração quando notei Anne ficando um pouco mais pálida que o normal e sorri.

—- Parabéns Anne – falei quando a soletração foi encerrada e ela me encarou no corredor -- Eu deveria ter colocado outro “s”— falei e ela apenas assentiu, continuei encarando a garota ruiva preocupado com o incômodo que ela sentia, mas procurei pensar em como melhorar na próxima vez e voltei a minha leitura.

Naquela tarde, voltei pra casa e procurei arrumar as coisas da fazenda e cuidar das macieiras por causa da neve fiquei com medo de elas estarem prejudicadas para a próxima colheita e fui dormir muito tarde, acabei acordando muito atrasado e corri para preparar o café da manhã para meu pai a senhora Kincannon logo chegaria em casa e também para não me atrasar na escola, estava mais perdido que não sei o que naquela manhã de inverno, preparei o café da manhã de meu pai e me preocupei com sua nova onda de tosse e ajeitei o meu lanche para escola rapidamente, se não eu me atrasaria ainda mais para escola estudar e por algum motivo eu gostava e ficava feliz por ver Anne e suas histórias mirabolantes seus sorriso espontâneos e ri disso... Espera... Porque eu fazia e sentia isso?

—- A senhora Kincannon vai chegar logo – murmurei no corredor na direção do quarto de meu pai.

—- Está tudo bem filho, vai logo para escola – disse ele com a voz baixa e teve uma nova onda de tosse.

Voltei para o quarto e o encontrei tomando seu café da manhã lentamente deitado em sua cama.

—- Pai, eu volto logo da escola e vou cortar lenha e ajudar o senhor – falei, ele apenas assentiu bebendo um pouco do leite em sua xícara e eu suspirei saindo rapidamente dali, não queria perder ainda mais aulas.

—- Está tudo bem Gilbert, vai pra escola, você vai se atrasar – murmurou ele tossindo e eu assenti.

Sai rapidamente de casa e no meio do meu quintal da frente encontrei com s senhora Kincannon.

—- Bom dia senhora Kincannon – falei parando frente a frente com a velha senhora que se assustou comigo.

—- Gilbert? Você está atrasado! – disse ela preocupada com meu atraso para a escola e eu sorri.

—- Eu prometo paga a senhora semana que vem – justifiquei e ela apenas revirou os olhos e me encarou.

—- Não se preocupe, eu sei onde você mora – disse ela caminhando em direção a minha casa e eu sorri.

Sai correndo rapidamente pelos campos em meio à neve e torcendo para não tropeçar no caminho.

Com a última viagem de meu pai, consegui ler e entender um pouco sobre o “mapa mundi” e aprendi novos métodos para decoração de meus estudos e o professor Phillips me fez uma pergunta.

—- Quais distritos compreendem as pradarias? Gilbert? – disse ele e eu me coloquei em pé.

—- Os distritos de Athabasca, Alberta, Saskatchewan e Assiniboia. – respondi e voltei ao meu lugar.

Depois que respondi a pergunta do senhor Phillips ele logo se encaminhou para Anne que parecia menos pálida do que a ultima vez que eu a vira, mas ela permaneceu em completo silêncio parecia perdida com a pergunta do professor Phillips e depois das palavras rudes que ele direcionara a ela, Anne se sentou.

Anne estava nervosa por causa da pergunta do professor que ela não soubera responder e eu tentei ser um bom amigo e a ajudar com isso, com o novo método que eu havia aprendido, não custava ajudar ela.

—- Não Engane Nem Barre Indios Pelo Estado – murmurei para Anne enquanto pegávamos nossos casacos.

—- Como é? – questionou Diana Barry e notei Anne de costas para mim com a cara mais fechada possível.

—- É uma técnica para ajudar a memorizar e serve para as províncias atlânticas: Nova escócia, nova Brunswick, I.P.E e não se engane...

Enquanto falava Anne estava de costas para mim e resolveu usar Diana Barry para falar comigo.

—- Diana, pode dizer ao Gilbert Blyte que não preciso de nenhuma ajuda? – disse ela colocando o cachecol.

—- Por que não fala diretamente comigo, eu estou aqui – falei seriamente e a ruiva me encarou séria.

—- Foi o que eu acabei de fazer – respondeu ela ríspida – Aprenda a ler nas entrelinhas – finalizou ela fria.

—- Ah e Mnemônica é com “M”— murmurei e Anne continuava a me ignorar e eu resolvi fazer o mesmo.

—- Não que você precise da minha ajuda – murmurei frio e ajeitei minha boina em minha cabeça e as olhei.

—- Tenham um bom final de sema – murmurei educadamente, apenas Diana Barry respondeu a isso, antes de sair para ir direto para minha casa, pelo canto dos olhos pude ver Anne encarar Diana com um olhar frio e a mesma murmurou um desculpe e vi Anne revirar seus olhos azuis e eu segurei um riso e fui para casa.