Annabelle Jean Granger

Capítulo 35 - Saudades


Quando acordei o dormitório estava vazio, me levantei e coloquei o meu roupão por cima do pijama e desci até o salão comunal onde ouvia vozes. Que descobri ser de Hermione, Ron e Harry e pelo que parecia Hermione tentava fazê-los ficar quietos para que ela pudesse ler o livro, que eu havia lhe dado, em paz.

Quando me viu descer ela parou de falar, e me olhou com reprovação.

_Já era hora né? – e percebendo que estava de pijamas ainda, completou – Por que ainda está de pijamas?

_Não enche Hermione! – disse com mau humor me sentando no sofá

_Sabe que horas são? – a repreendeu

_Sei. Hora de você parar de bancar a mamãe. Se não reparou já está sendo difícil o bastante sem ela pra você ainda ficar mandando em mim. Sabe que hora fui deitar? – era uma pergunta retórica. – Eram duas da manhã! Fiquei aqui em baixo sozinha, se não fossem por Fred e Jorge que vieram me fazer companhia. Por tanto, você não vai mais me obrigar a fazer nada, se eu me ferrar por não fazer a culpada vai ser eu e vou aprender a lição.

Hermione estava com ar despreocupado, essa não seria a primeira vez que eu explodia com ela, mas Harry e Ron ficaram me olhando como se eu fosse cuspir fogo como um dragão. Aproveitaram e saíram de fininho.

_Tudo bem, você está certa. Desculpe-me, por te deixar sozinha ontem, e me desculpe por ser tão mandona. É que eu não quero que você se dê mal aqui. Prometo parar com isso. – disse ela.

_Tudo bem, me desculpe também por falar assim com você. – e completei – Vou me trocar. Sabe onde está todo mundo?

_Não faço ideia. Vou para o jardim, se encontramos lá. – pegou o seu livro e passou pelo buraco do retrato da mulher gorda.

Troquei-me rapidinho peguei minha mochila e fui dar bom dia pra Manchinha. Aproveitei e deixei-a passear um pouco, mas pedi para que ela voltasse se eu assobiasse, será que ela iria atender? Só saberia quando o fizesse.

Assim que pisei no jardim veio Malfoy e seus cachorrinhos.

_Olha se não é a Granger estressadinha? – debochou ele.

_Malfoy você me ama não é? Vive atrás de mim, vê se me erra. Mas não se esqueça, o que é seu está guardado. – passei por ele e fui até Hermione que estava sentada em baixo de uma árvore.

Sentei-me ao lado dela e fiquei observando todos. Alguns brincavam, outros riam, alguns fazia dever e outros apenas conversavam. Hogwarts era um lugar aconchegante, era como uma segunda casa para todos, talvez mais do que isso para alguns. Essa linha de raciocínio me lembrou de mamãe e papai.

_Mione, não escrevemos pra mamãe e papai. – me lembrei de repente.

_É mesmo Belle. Vamos escrever antes que eles fiquem preocupados, tem papel e caneta ai? – perguntou olhando que trouxera minha mochila.

_Sim, eu havia deixado em minha mochila para isso, mas acabei me esquecendo. – disse pegando duas folhas e duas canetas. – Você escreve uma e eu outra.

O que iria escrever? Sobre o que contaria? Era tanta coisa para explicar por carta.

Papai e mamãe,

Desculpe-me pela demora, acabamos esquecendo com tantos deveres.

Mione e eu ficamos na mesma casa, que são como turmas. Hogrwarts possui quatro casas, Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal. Mione e eu ficamos na grifinória, fizemos amigos e estamos nos dando bem. Um amigo nosso já sabe voar e entrou para o time de Quadribol, que é como se fosse futebol de bruxos, mas os alunos do primeiro ano não entram para o time e ele apenas entrou porque é muito talentoso.

Os professores são ótimos, pelo menos até agora. Acredita que temos um professor que é um fantasma? Pois é, inacreditável. E há outros vários fantasmas que circulam pelo castelo, que por sinal é enorme.

As pinturas dos quadros se mechem, conversam com todos. Eu conheci o Hagrid, ele é enorme deve ter quarto metros de altura.

Tudo isso é loucura eu sei, mas se acostumem porque acho que ainda tem mais por ai.

E caso nos demorarmos a escrever, não significa que nos esquecemos de vocês, mas apenas que estamos sem tempo. Vocês fazem uma falta enorme.

Beijos.

Belle.

Hermione escreveu na dela basicamente a mesma coisa. Colocamos em um envelope e endereçamos para a nossa casa.

_Como vamos mandar pra eles? – perguntou Hermione olhando as cartas com lágrimas nos olhos.

_Assim, olhe. – olhei para o céu e assobiei. E para a minha surpresa logo a Manchinha apareceu e pousou em meu colo. – Lindinha você veio, achei que não viria. Temos um trabalho pra você.

Peguei uma fitinha de couro que eu usava as vezes para prender o meu cabelo e amarrei na perninha dela junto com os dois envelopes.

_Pode entregar para papai e mamãe? – ela me deu uma bicadinha em resposta – Só volte quando eles colocarem as cartas na sua patinha.

Dei um beijinho nela e deixei que ela voasse na esperança que ela fizesse o que eu havia pedido. Quando olhei para o lado Hermione estava chorando.

_Sinto saudades. – foi o que conseguiu dizer

Eu a abracei e disse que sentia também. Ficamos lá um bom tempo chorando e abraçadas.