Anjos Humanos 02

14 – Gabriel


Rafael acordou as 06:00 da manhã para realizar sua corrida matinal. O Nefilin estava usando roupas de moletom cinza blusa de capuz e calça com um tênis preto.

A manhã estava um pouco fria em alameda dos anjos, o jovem cobriu sua cabeça com o capuz da blusa e começou a correr.

Quando estava terminando o percurso na qual Rafael fazia desde que iniciou o seu treinamento o Nefilin estava bem próximo do convento quando sentiu sua pele se arrepiar. Não era um arrepio comum, mas aquilo incomodou Rafael que acelerou os seus passos e em dois minutos ele havia chegado ao convento.

– Gostei desse pique você deu no finalzinho! – Comentou Juriciel assustando o Nefilin.

O caído estava usando calça jeans preta e surrada com sapatos da mesma cor, usava também uma camisa xadrez de cor vermelha e preta. Com os braços cruzados e com um sorriso no rosto ele olhava com satisfação para Rafael.

– Va...valeu... – Comentou o Nefilin com a voz ofegante. – Ei você não percebeu nada de diferente por aqui, não é?

A pergunta de Rafael preocupou o caído que começou a olhar em volta.

– Não eu não sinto nada de anormal Rafael por que a pergunta?

– Bom eu...quer saber não deve ser nada eu devo ter imaginado coisas.

– Certo... – Assentindo lentamente o caído iniciou mais um dia de treinamento do jovem Nefilin.

No dia seguinte a rotina de Rafael se repetia, as 06 horas o jovem já estava de pé devido ao treinamento do dia anterior suas roupas ficaram sujas e rasgadas, Rafael não teria coragem de usar aquelas roupas novamente. Agora ele estava usando um agasalho todo preto calça e blusa sem capuz e tênis branco.

Ao sair de casa Rafael iniciou sua corrida. Exatamente como no dia anterior ao chegar próximo ao convento Rafael sentiu um arrepio em sua pele, pensando que não fosse nada demais o jovem Nefilin continuou correndo em seu ritmo, mas algo estava errado. O arrepio que Rafael sentia aumentava e não resistindo ele acelerou o passo e novamente ao chegar no convento Juriciel o aguardava com um sorriso no rosto.

– Estou gostando de ver agora fará isso todo dia, quando estiver próximo do convento de esse pique sempre até chegar aqui no convento isso vai ajudar com a sua resistência. Lembre-se de que você tem um lado humano e é esse lado que temos que treinar.

Rafael não gostou da notícia que acabou de receber, ele não correu para mostrar a Juriciel que estava se empenhando, mas sim por que novamente sentiu algo e aquilo o assustou.

Pelo jeito Juriciel novamente não havia percebido nada de anormal. Rafael sabia que Juriciel estava sempre atento a tudo, se o perigo estivesse próximo o caído perceberia e assim, mais um dia de treino se iniciou.

Novamente no dia anterior as 06 Rafael estava de pé. Dessa vez o jovem Nefilin vestiu uma bermuda preta, com uma camiseta regata da mesma cor e uma blusa de capuz verde, tênis pretos e meias brancas.

Exatamente como nos dois dias anteriores o Nefilin estava próximo do convento o arrepio pode ser sentido por ele.

– A de novo! – Sussurrou Rafael protestando.

Ele iria aumentar o passo quando algo o surpreendeu o fazendo parar. Uma figura escura apareceu em sua frente. Essa figura era diferente percebeu Rafael. Ela tinha uma asa branca em seu corpo e ela parecia estar olhando para Rafael com atenção.

– Ra...Rafael! – Disse a figura assustando ainda mais o caído.

– E...essa coisa sabe...o ... o meu nome? – Disse o Nefilin gaguejando. – Co...como ela sabe o meu nome?

– Rafael! – Disse a figura se aproximando. Rafael deu um passo para trás ainda com medo e figura se aproximou dando mais um passo.

– PARE! – Disse uma voz alta atraindo a atenção dos dois. Rafael conhecia a voz e ficou aliviado em ouvi-la.

Juriciel estava atrás da figura que virou lentamente ficando em sua frente. O caído estava usando apenas uma calça jeans azul e sapatos pretos. Ele estava sem camisa e em sua mão uma espada de tamanho médio de bronze era vista.

Juriciel encarava a figura e estava com a espada a sua frente. Ele a olhava com atenção como se estudasse cada um de seus movimentos.

– Rafael você está bem? – O Nefilin assentiu e Juriciel ficou um pouco aliviado. – Vai ficar tudo bem dessa vez eu pude sentir que havia algo de errado. Eu sinto muito demorei para perceber que essa coisa estava aqui eu deveria ter percebido.

– Eu não sou uma coisa! – Disse a figura surpreendendo o caído. – Meu nome é Lee!

– Lee?

– Isso mesmo e estou procurando os arcanjos! - Juriciel e Rafael se surpreenderam com a revelação da figura. – E já encontrei um. – Ela apontou para Rafael que voltou a se assustar. – O Arcanjo Rafael!

– Ei eu não sou o... – Antes que Rafael pudesse concluir sua frase Juriciel se aproximou em alta velocidade e com um rápido movimento atacou a figura escura. Ela se desviou do ataque do caído que agora estava na frente de Rafael o protegendo.

– Juriciel, Rafael vocês estão bem? – Disse uma voz novamente atraindo a atenção de todos.

Era a voz de Gabriel ele e seu irmão Miguel chegaram ao local. Os arcanjos estavam trajando suas armaduras. Gabriel pousou a frente de Juriciel e Rafael. Miguel por sua vez pousou nas costas da figura e rapidamente começou a ataca-la.

A figura desviou de seu ataque e Miguel continuou investindo sobre ela.

– Não...pare! – Ao ouvir a voz da figura agora era a vez de Miguel e Gabriel se surpreenderem. – Arcanjo Miguel por favor pare eu não sou seu inimigo. – Miguel não se deixou abalar e continuou atacando a figura que se defendia de seus ataques.

– Por favor Arcanjo Miguel...eu já disse não sou seu inimigo!

– Calado! – Disse o arcanjo e se preparava para atacar novamente. O punho direito de Miguel começou a brilhar, o som de um trovão pode ser ouvir e isso fez Miguel parar. Ele recuou alguns passos ficando ao lado de seu irmão Gabriel que o olhava confuso.

– Eu também ouvi meu irmão... – Disse Gabriel com a voz baixa.

Os arcanjos guardaram suas espadas. Gabriel sondou as mentes de Juriciel e Rafael que olharam confusos e surpreso para ele.

***

No pátio do convento os arcanjos estavam reunidos junto com as irmãs, Rafael, Juriciel e a figura escura Lee.

As irmãs estavam surpresas e ao mesmo medo da presença daquela figura que olhava tudo em volta. Ela mostrava estar feliz por estar naquele lugar, a madre tomou coragem e se aproximou dos arcanjos e antes de dizer alguma coisa Gabriel tomou a iniciativa e começou a falar.

– Irmãs... nosso pai ordenou que não destruíssemos essa figura escura, mas disse que deveríamos escutar tudo o que ela tem a dizer e protege-la!

As palavras de Gabriel chocaram a todos não apenas as irmãs, mas também a Juriciel e Rafael.

– Deus... quer que vocês protejam essa figura escura? – Comentou Rafael e arcanjo assentiu.

– Eu não sou uma figura escura! – Disse a figura surpreendo as irmãs que até agora não tinham ouvido a figura falar. – Eu tenho um nome o meu nome é Lee!

– Lee? – Perguntou a Madre e quando a figura a olhou a reverenda se afastou com medo.

– Sim Lee é o meu nome...eu não sou como os outros e estou procurando os arcanjos para ajudarem o meu amigo!

– Espera você veio pedir a ajuda dos arcanjos? – A pergunta de Rafael surpreendeu a todos. A figurou o olhou para o Nefilin e assentiu.

– Isso mesmo Arcanjo Rafael.

– Eu não sou o Arcanjo Rafael!

– É sim eu sei qual é a aparecia dele assim como sei as dos demais arcanjos.

– Meu nome é Rafael Compton, eu não sou um arcanjo eu sou um Nefilin!

– Ne...Nefilin? – Perguntou a figura confusa.

– Como você sabe sobre os arcanjos? – Perguntou Miguel com a voz autoritária atraindo a atenção para si mesmo. – E quem é esse amigo que você quer a nossa ajuda para salva?

A figura agora olhava para o arcanjo que a encarava. Todos puderam perceber uma coisa. A figura escura conhecia como Lee estava com medo de Miguel.

Todos queriam entender o que estava acontecendo por que aquela figura estava ali? Como ela sabia sobre os arcanjos? E o mais importante...quem era o tal amigo que ela queria que eles salvassem?

Lee ficou quieta por um tempo, ela tentava não olhar para Miguel, mas algo a atraia e quando voltava a olhar para o arcanjo o medo a dominava. Ela estava em conflito consigo mesmo outro fato que despertava mais ainda a curiosidade de todos no local.

– O meu amigo...me ensinou sobre vocês! – Disse Lee com a voz um pouco tímida.

– E quem é esse seu amigo?

A figura novamente tremeu ao escutar a voz de Miguel, mas tomando coragem ela disse o nome do seu amigo e novamente voltou a surpreender a todos.

– Metatron!