— Veja mamãe! – Alain e as gêmeas puxavam a saia da mãe, dentro do coche, encantados com a nova cidade! Berlim não era em si tão diferente de Paris, mas os novos ares e a linguagem diferente. Assim como a Cidade-Luz, havia inúmeros prédios culturais de arquitetura historicista ou eclética que, embora fizessem Erik torcer o nariz pelo que dizia ser “um mau-gosto despropositado em que interior e exterior são desconexos”, eram grandiosos e imponentes! A iluminação elétrica já figurava nas ruas principais, assim como em sua cidade-natal, e por determinação do Imperador Guilherme II as artes eram incentivadas, bem como as melhorias e embelezamento da cidade.

Feliz com o entusiasmo dos filhos e da irmã, Annika ia lhes contando o que lera nos livros, antes de virem para o novo país. Falou sobre os prédios e a história, sobre as guerras entre França e Alemanha, sobre o renascimento urbano de Berlim. E mesmo que Erik tentasse parecer indiferente à “bárbara cultura alemã de parasitas que se desenvolviam às custas da França”, até mesmo ele sorria de canto de lábios ao ouvir o interesse com que sua amada falaa sobre diversos assuntos. Finalmente, até mesmo ele se manifestou:

— Depois que estivermos acomodados em nossa casa temporária, podemos ir visitar a linha férrea urbana. – e ante o olhar triunfante de Annika – as crianças iriam adorar.

— Sei... São as crianças que têm paixão pelo estudo de motores a vapor, e tentam desenvolver um projeto de motor de combustão interna, Erik? – ironizou a esposa do Fantasma, familiarizada com as teorias do esposo de que, se a fornalha de alimentação das caldeiras fosse fechada, o próprio calor da queima poderia ser usado para potencializar a energia liberada no processo. Ela mesma já se debruçara com ele por pelo menos algumas horas, discutindo as possibilidades, ainda que seus conhecimentos de mecânica fossem limitados.

— Apesar de tudo, é uma pena que o desenvolvimento industrial tenha se fortalecido assim... Duvido que o céu vá ser como nossa mãe contava – manifestou-se Gabrielle, pondo a cabeça para fora do coche.

— Mas como a mãe de vocês sabia tanto da Alemanha, oras? – indagou Erik, curioso acerca de uma francesa que sabia tanto sobre o Império Alemão quanto sobre a própria casa. Gabrielle e Annie riram:

— não te contamos? – e ante a negativa dele, Gabi continuou – nossa mãe era alemã. Mudou-se para a França aos dez anos, e fez de lá o seu lar, mas nasceu aqui, no Reino da Prússia, nos limites do Império. – e antes que o Fantasma se manifestasse – hey, crianças, o que acham de uma visitinha ao rio Spree e, depois, ao rio Havel? Está frio demais para nadar, mas podemos caminhar na margem e, com sorte, poderemos passear de barco!

As três crianças se manifestaram favoravelmente, com gritinhos de felicidade e empolgação; aquilo tudo lhes parecia simplesmente fantástico, e mal podiam esperar para começar a explorar! Gabrielle parecia ter voltado à infância, compartilhando de todo o entusiasmo infantil:

— Annie, é verdade que os rios correm por dentro da cidade?

— De acordo com os livros, é sim, abelhinha – Annika tentava se localizar – assim como o Havel, no qual ele deságua... Se conseguirmos pegar um barco, conseguiremos ver boa parte da cidade... Sem falar na Ilha dos Museus. – aquilo fez brilharem os olhos de Erik, que não conseguiu mais fingir desinteresse e voltou-se para a esposa:

— Museus?

— Numa ilha do Rio Spreen. – e riu – touché, sabia que ia te vencer com isso! – ela segurou as gêmeas sentadas em seu colo, enquanto Alain azougueava ao lado de Gabrielle, e inclinou para beijar seu esposo. Ele tomou seus lábios num beijo suave, pouco mais que um roçar de lábios, mas cheio de carinho e amor:

— Sabe que apenas por você eu faria isso, não sabe?

— Eu sei. É por isso que te amo – sussurrou a mulher, devolvendo o beijo antes de se dirigir à irmã – preparada, Gabi?

— Se preparada significa tremendo de alegria e ansiedade ao esmo tempo, sim. Céus, se estou assim apenas em chegar na cidade, tenho medo de que minhas mãos não me obedeçam quando tiver de tocar o violino diante de uma plateia! – a mais velha riu e beijou o topo da cabeça da irmã:

— também estou nervosa, querida. Mas estamos todos juntos, e vai dar tudo certo. – ela acariciou o rosto da menor, antes de se eixar aninhar pelos braços de Erik – você será brilhante. – o músico sorriu e abraçou ambas as mulheres, assegurando:

— Ambas serão.

O coche os levou até o escritório onde os diretores da Ópera Estatal de Berlim os aguardavam. Já na entrada dois cavalheiros de cabelos dourados e olhos azuis – provavelmente gêmeos, dada a extrema semelhança – trajados com roupas formais os receberam, ajudando Annika e Gabrielle a descer da diligência e cumprimentando os três adultos polidamente. Olharam com estranhamento para as crianças, o que fez a pianista de imediato esclarecer a situação:

— São meus filhos, senhores.

— Não é um espaço para crianças, Dame Destler – declarou um deles, mas a dama apenas segurou a mão de Caroline e Selene, inflexível:

— Pode nos levar a Herr Müllet e Herr Hersig? Minha irmã e eu temos um contrato a assinar.

De cenho franzido os gêmeos guiaram a família ao escritório, abrindo a porta para que entrassem; antes de entrar, Gabrielle e Erik se abaixaram e sussurraram aos pequenos que se mantivessem calados durante a conversa, que não se demoraria. Ante a concordância dos três, os adultos adentraram o sóbrio e bem-decorado espaço, de janelas amplas com esquadrias de madeira, móveis de madeira escura envernizada, uma larga e longa mesa onde contratos e livros de contabilidade se empilhavam de modo organizado. Assim que os recém-chegados entraram no aposento, os dois senhores se levantaram: o primeiro, Herr Müllet, devia contar cerca de sessenta anos, com cabelos brancos penteados para trás, barba e bigode cheios e fartos, estatura grande e semblante simpático. O segundo, Herr Hersig, tinha cabelos num tom louro-escuro, quase castanhos, barba e bigode aparado curtos, olhos castanhos vivos e inteligentes, estatura menor que a do ancião, mas ainda imponente o suficiente para impor respeito. Fizeram ambos uma reverência aos franceses, apertando a mão de Erik e beijando as de Annika e Gabrielle. Mr. Hersig, para a surpresa de todos, ajoelhou-se e dirigiu-se às crianças, cumprimentando-as do mesmo modo que fizera aos adultos:

— Bem vindos, Damen e Herr Destler. – com paciência, conduziu os pequenos ao sofá e pediu – aguardem aqui, enquanto falamos com seus pais, está bem?

Erik e Annika trocaram um sorriso ao ver seus pequenos reagirem com desenvoltura ao simpático administrador, que depois retornou para junto dos adultos, explicando-se:

— Perdão pela intromissão, mas tenho crianças da mesma idade... Sei como é levá-las a algum lugar. – e indicando as cadeiras aveludadas diante da mesa – por favor, senhoras, senhor...

Sentaram-se todos à mesa, e o contrato foi apresentado: como acertado por carta, previa o trabalho das jovens na casa de óperas por três meses, renováveis por mais três meses mediante acordo mútuo. A companhia cederia também residência, e um salário em marcos equivalente a vez e meia o salário mensal em francos de cada moça; eram estipulados os horários de trabalho e ensaio – que poderiam ter alguma flexibilidade mediante necessidades da companhia ou das contratadas. Tudo estava em ordem, de modo que o contrato foi assinado sem mais delongas. Quando tudo parecia terminado, porém, Herr Müllet se dirigiu a Erik:

— Herr Destler, temos uma proposta para o senhor, também.

— Para mim? – o músico se surpreendeu: participara das negociações e da composição do contrato de sua esposa e cunhada, mas nem por uma vez haviam mencionado qualquer coisa a seu respeito. – O que haveria de ser?

O ancião pegou do meio dos papéis uma encadernação em couro, que o Fantasma reconheceu como sendo uma de suas composições, e o pousou sobre a mesa:

— Reconhece, certamente?

— A Batalha do Reno, composta em 1889.

— Exato. Nossa companhia, como sabe, tem grande interesse em suas composições, e no modo como acrescenta elementos inovadores na atuação, cenário... Pois bem, discutimos, e optamos por lhe propor ser diretor artístico adjunto da companhia, pelo período em que sua esposa permanecer na Alemanha.

Erik franziu o cenho, surpreso, e olhou para sua esposa: ela tinha um brilho orgulhoso no olhar, assim como Gabi, e ambas anuíram discretamente, incentivando-o... Porém... Isso significaria expor-se de um modo com o qual não tinha certeza de conseguir lidar. Enfim, voltou-se para os administradores e deu sua resposta:

— É uma proposta tentadora, senhores, mas preciso de um ou dois dias para pensar. Cedem-me este tempo?

— É claro. – Hersig se levantou, guardando uma das vias do contrato e entregando a segunda às irmãs – Bem, serei eu a ter o prazer de levá-los a sua casa. Por favor, sigam-me.

Despediram-se de Herr Müllet, e seguiram com o mais jovem de volta para o coche; o administrador não entrou num carro, mas subiu às costas de um cavalo que já o esperava encilhado por um criado. Virando-se para os ocupantes do carro, pediu:

— Sigam-me, não fica longe daqui. – o cocheiro fez como dissera o outro, e após alguns minutos o coche parava diante de uma bela casa branca, de telhado íngreme, janelas de madeira, porta alta e floreiras. Era linda, e parecia extremamente aconchegante!

Jörn Hersig desmontou do cavalo e acompanhou a família para dentro da casa: era ampla, com três quartos e duas salas de banho no andar de cima, cozinha, salas de estar e jantar, uma sala de música. Aos fundos, um jardim onde as crianças certamente haveriam de brincar muito! Era perfeito! Enquanto as damas mostravam tudo para os pequenos, Erik retirou as malas do coche e pgou ao cocheiro, liberando-o, recebendo de bom grado a ajuda de Jörn para levar tudo para dentro; finalmente, estendeu a mão a ele num cumprimento e agradeceu:

— Não tenho como expressar nossa gratidão, Herr.

— É um prazer recebe-los, Monsieur. Esperamos sinceramente que estejam confortáveis; mandaremos uma criada para ajudar sua senhora e a irmã com a preparação da casa e lhes dar maiores informações sobre a cidade e as cercanias. Desejo-lhes um bom final de semana e, se necessitarem de algo, sabem onde me procurar. – ele pareceu se lembrar de algo – ah, sim: se desejarem um bom lugar para jantar, hoje, sugiro que vão ao Bäumler. Não é longe daqui: indo em direção ao Portão de Brandeburgo, cerca de dez quarteirões.

— Certamente o iremos conhecer. Obrigado pela atenção e gentileza, Herr Hersig.

— Apenas Jörn. Meu colega se apega a tais formalismos, mas eu prefiro tratar com meus colegas de modo mais informal. – Erik anuiu com o mais próximo que conseguiu esboçar de um sorriso, seu semblante nem de longe mostrado o quanto aquele longo dia já exigira de seus nervos. Um grande alívio o inundou quando oAnnika veio descendo as escadas, tendo Selly no colo e Alain ao seu lado... Sua família era a segurança e estabilidade que lhe davam força para interagir outra vez com o mundo, e não seria diferente agora.

Herr Hersig se despediu de todos e montou outra vez em seu cavalo, deixando a família se acomodar na nova residência.

***

A refeição no restaurante indicado por Jörn fora mais do que satisfatória, após uma tarde ajeitando as coisas com a ajuda de Frau Ines Beck, uma distinta senhora que lhe serviria de criada, e que logo de início se tomara de amores pelas crianças dos Destler. Ela ajudara Annie e Gabi a guardarem as coisas das crianças, mostrara onde os utensílios domésticos ficavam guardados, em caso de necessidade, e finalmente orientara os adultos acerca de lojas e estabelecimentos próximos, para as necessidades da família. Havia sido uma ajuda preciosa e, depois que ela se fora, os seis haviam ido ao restaurante para jantar. A refeição fora deliciosa e descontraída – até mesmo Erik se sentira à vontade com o modo reservado dos alemães, que não encaravam sua máscara por mais do que um segundo – e agora estava relaxados e felizes, esticados diante da lareira após colocarem as crianças para dormir.

Com uma taça de vinho na mão, Gabrielle tomou a iniciativa do brinde:

— A uma temporada de sucesso aqui, em Berlim. – Annika sorriu e ergueu seu cálice:

— Ao sucesso!

— A nós todos – complementou o Fantasma, e os três tocaram os cálices antes de beberem alguns goles do vinho tinto levemente seco. – Estou surpreso que a Alemanha tenha bons vinhos – riu-se o homem – achei que só bebiam cerveja.

— Você é impossível! – riu-se Annie, estendendo os pés descalços para o fogo aceso, aquecendo-os naquele frio inverno – melhor parar com piadas sobre alemães, ou vai nos colocar em maus lençóis!

— Eu as faço em francês, querida; acha que eles entenderiam?

— Caso não tenha reparado, mestre – interrompeu Gabi, também risonha – os administradores falaram em francês conosco, hoje.

— Bem, qualquer pessoa minimamente culta deve saber falar francês, não é? – riu-se o Fantasma, o que lhe rendeu um tapa no pescoço da parte da esposa:

— Você é incorrigível!

— Deixe, Annie – pediu Gabrielle – é uma raridade vê-lo rir, em vez de mal-humorado feito um javali raivoso. – Erik lhe lançou um olhar zangado e, ao ver que a garota esvaziara a própria taça, arrancou o objeto de suas mãos:

— Já chega, Gabrielle! Uma taça cheia em menos de cinco minutos certamente afetou sua cabeça!

— Erik Destler, sou uma mulher adulta e casada, e eu decido quanto devo ou não beber! – ela tentou pegar a taça de volta, mas Annika apoiou o esposo:

— Não mesmo, Gabi. Nós duas já fomos viciadas em álcool, e não quero você viciada de novo. Uma taça é mais do que o suficiente. – e assim dizendo, tampou a garrafa de vinho, o que fez Erik comentar entre risinhos:

— Pelo visto até eu estou proibido de beber mais, por hoje!

— Pode apostar! – a pianista soltou sua taça e deslizou manhosamente para o colo do marido, aninhando-se ali. Sem cerimônias, Gabrielle veio para junto deles e se enroscou junto ao Fantasma e à irmã, de modo que seu tronco descansasse sobre as pernas de Annie e junto ao ombro de Erik, que sorriu ao ter sua musa e a pequena “abelhinha” consigo. Sua família.

Aninhada no colo da irmã e do cunhado, a jovem começou a bocejar e esfregar os olhos. Reconhecendo os sinais de sono da mais nova, Annie sorriu e, desvencilhando-se lentamente dos braços de Erik, sussurrou:

— Acho que alguém está com sono.

— Não. Não estou... – outro bocejo a interrompeu – com sono. – seus olhos estavam pesados, mas ela queria continuar ali, com o casal, compartilhando a sensação de vitória e realização. Contudo, logo se viu erguida pelos braços do cunhado, que brincou:

— Hora de colocar o bebê para dormir. – ela riu baixinho e deixou-se levar para cima; ele a deitou na cama e Annie a cobriu carinhosamente; ainda por um instante a adolescente pensou em relutar, mas no momento seguinte a voz combinada do casal fez a mente da pequena se aquietar, e o sono a embalar suavemente, num cantarolar sem letra que a lançou ao mundo dos sonhos.

— Ela tenta ser tão adulta... – murmurou Annika, acariciando com delicadeza a bochecha rosada da irmã – mas é tão menina... Mesmo depois de tudo, é o meu pequeno anjo... Meu bebê.

— Ela é jovem, sim, Annie – Erik abraçou a esposa pelas costas – mas não é mais um bebê. Você a criou bem: fez dela uma mulher corajosa, forte e talentosa... Exatamente como a irmã. - A mulher sorriu e se virou para o esposo, que a beijou com todo o amor, antes de continuar – está frio, estamos cansados... Vamos dormir, meu amor. – e antes que ela pudesse dizer algo, ele a ergueu nos braços e carregou para o quarto, deitando-a na cama e começando a abrir a fileira de botões de eu vestido. Ela riu baixinho e deixou que ele o fizesse, abrindo o colete de seu esposo... Entretanto, sentia-o trêmulo sob suas mãos...

— Erik, o que houve? Está tremendo, e garanto que não tem a ver com o frio.

— Bem... Estou um pouco fora de minha zona de conforto. – Ele se sentou na cama, ao lado da esposa, sentindo-a abraçar seus ombros – Sabe que viver fora da Ópera não é fácil, para mim. Não posso passar o resto de meus dias trancado, mas, muitas vezes, é o que desejo. É irracional e ridículo, eu sei...

— Não é ridículo ter medo. – sussurrou ela, acariciando o rosto de seu amado – sei como se sente, meu Anjo. – ela o beijou e, despindo-o do casaco, colete e camisa, deitou-o na cama para que pudesse massagear as costas tensas. – Sabe... Eu também sinto o impulso de me isolar, de correr para longe de todos, onde ninguém poderia me ver ou me tocar, além de você, e admiro muito a coragem que tem, meu querido. Não é fácil ter de lutar com o medo a cada passo, a cada dia... Mas estou aqui, com você.

— Eu sei – ele se deitou de costas e terminou de abrir o vestido da dama, retirando-o e passando então às roupas de baixo dela – você é meu motivo para ter forças. É minha alegria e minha coragem, é tudo o que eu poderia desejar. Você me leva para fora das trevas, quando deve fazê-lo, e abriga-me nelas quando não tenho mais forças. Você é meu tesouro, Annika.

— E você, o meu. Não pense que eu não sei o quanto tudo isso lhe custa, e como você só está aqui por minha causa. – ela terminou de se despir, ignorando o frio, e colocou-se sobre seu esposo, beijando-o, sentindo as mãos dele em sua cintura. Levou as mãos ao cinto dele e o abriu, terminando de despi-lo; Erik puxou o cobertor sobre ambos, e começaram a trocar beijos e carícias mais calorosos e intensos. Deitada sobre ele, a jovem encaixou seus corpos, deixando escapar um gemido de prazer enquanto se moviam juntos, devagar, desfrutando daquela união tão íntima. Seus temores se acalmaram, seus corações mais brandos; tudo o que importava agora era que estavam juntos, e assim deveria ser para o resto de suas vidas.

Adormeceram juntos, ainda abraçados, com um sorriso nos lábios. No dia seguinte, teriam tempo de conhecer melhor a cidade que seria seu lar, e se familiarizar com aquele novo lugar. Mas por hora estavam no único lugar em que se sentiam realmente seguros: nos braços um do outro.