POV Maria Fernanda

Começava uma busca dramática por Cristina. Fosse aqui ou na Suíça todos estavam atrás delas. Até mesmo a policia estava entre isso, o que poderia ser bom. Cristina deveria estar com a cabeça quente, isso não é muito a cara dela. Para onde ela iria? Com quem? Alguém com muita irresponsabilidade deve ter ajudado ela a fugir daquele internato. Por um lado ela estava fazendo birra. Aquele internato não era tão ruim assim...Bom, eu também consegui fugir com facilidade dali. Só que com Cristina é diferente, ela não tem nenhum namorado. Na verdade Cristina nem saber o que é o amor. Ela é apenas uma criança!

–Você não deve ir, Fernanda. –Fernando Luiz fala impedindo com que eu saia de casa. Maria e Estevão me olhavam e se entreolhavam. Quem ele pensa que é para me impedir de ir?

–Ela é minha irmã. –Falo. –E além do mais eu não tenho que te pedir permissão nem deixar você mandar em mim.

–Eu não estou querendo mandar em você! –Fala com a voz alterada e eu o olho incrédula. O que significa isso? –Você não vai, apenas.

–Eu não estou a beira da morte. Fique tranquilo, você um dia vai ter o seu titulo de herói. –Falo e ele me olha incrédulo. Sorrio. Logo o driblo e saio de dentro de casa.

–Você não acha que esta sendo um pouco teimosa? –Maria pergunta quando eu estava prestes a abrir o portão.

–Ela é minha irmã, mãe. –Falo quase chorando. –Pela primeira vez na minha vida tenho que fazer algo por ela.

POV Cristina Escutar: Sueño Contigo – Maite Perroni

A fazenda era o melhor lugar para que eu pudesse me esconder. Seria o ultimo lugar que eles viriam atrás de mim. E além do mais eu tinha Arthur e Mariana me ajudando. Mesmo um pouco amedrontada , Raquel, mãe deles estavam e ajudando. Por fim, Mariana tinha me contado a verdade que no inicio não pensei que fosse possível. Ela era minha irmã, meia-irmã na realidade. Eu não acreditei que meu pai havia traído a minha mãe com tão pouco tempo antes de eu ter nascido.

–Já esta pronto. –Raquel fala sobre a torta que estava fazendo. –Espero que goste.

A casa deles não era tão simples assim. Eu cheguei ate a desconfiar que meu pai ainda fosse amante de Raquel. Porém essa teoria é impossível.

–Sabe o que vai falar quando seus pais virem te procurar na fazenda e te acharem? –Pergunta preocupada. Ela coloca um pedaço de torta no meu prato.

–Eu saio da fazenda antes. –Falo colocando o primeiro pedaço de torta á boca. Sorrio irônica e ela me olha incrédula

–Já? –Arthur pergunta sobre eu estar comendo a torta de ameixa de sua mãe. –Será que vai ter briga por causa da torta?

–Como? –Pergunto incrédula e a mãe dele sorri e logo sai da sala. –É melhor que a torta de pêssego da minha mãe.

–Só não é melhor que a torta da sua irmã. –Fala e eu entendo com duplo sentido. –Não pense pornografias, por favor. Digo da torta que ela faz com maçãs, querida.

–Ela sempre é melhor, Arthur. –Falo olhando séria para ele. –Se não tivesse acontecido tudo o que aconteceu com ela talvez, só talvez , eu não tenha nascido.

–Bobagem. Teria vindo como outra pessoa. –Fala sarcástico e eu sorrio. Quase me engasgo na realidade. –Bons modos, por favor.

–Fala aquele que briga por comida. –Falo e engulo o ultimo pedaço de torta. –Onde esta Mariana?

–Talvez entre os pomares escutando a conversa alheia. Sabe o porque! Ela quer ficar ‘’infiltrada’’ para saber o que as pessoas falam sobre o seu desaparecimento. –Fala e eu concordo com ele. –Porque fez isso?

–Não gostava do internato. –Minto e ele me olha serio. –Queria chamar a atenção deles.

–Você quer ser igual a sua irmã? –Ele pergunta e eu o olho incrédula. –Quer dizer, foi exatamente o que ela fez. Melhor dizendo, todos ficavam atentos á ela e se esqueceram de você. E dos outros dois...Fernando Luiz e Fernando José. Pelo amor de Deus! Dois ‘’Fernandos’’ e uma Fernanda? Eu sempre achei que Fernando Luiz fosse seu irmão e Fernando José seu primo! –Fala tudo de uma vez quase sem ar e eu começo a rir.

–Quando eu era pequena eu também me confundia. –Falo ainda rindo. –O pior que o nome da primeira filha que a minha mãe iria ter seria Fernanda Cristina.

–Bonito, porém um pouco antiquado. –Fala fazendo uma ara engraçada. –Me diga que o nome da sua avó materna não é Cristina nem Fernanda.

–Não. –Falo chorando de tanto rir. –É Maria Victória.

–O nome da sua mãe e da sua tia?! –Pergunta e exclama incrédulo me fazendo rir alto. –Não é o mesmo nome da filha da sua irmã? A que ela teve aqui?

–É sim. –Falo e ele começa meio que a sapatear. –È muita ‘’Maria’’ , esta bem? São muitas!

–Não irei colocar esse nome em nenhuma filha minha. –Falo parando de rir. – Na verdade não sei qual colocarei.

–Emanuel para homem e Camilla para mulher. –Fala sugestivo e eu concordo com ele.

–Pode ser. –Falo e ele me puxa pelo braço. –Socorro! –Exclamo quando ele me enche de beijos. –Vai ter uma festa bem pequena aqui no povoado, vamos?

–Vão me ver. –Falo.

–Mariana falou com todos, amor. Não vão falar de ti nem que os cubram de ouro. –Fala me enchendo de beijos novamente.

–Para! –Peço.

–Cristina! –Mariana grita e eu fico gelada. O que poderia ser? –O filho de Fernando José e Catharina nasceu. –Fala.

–Não grita! Alguém pode escutar. –Eu e Arthur falamos ao mesmo tempo e ela nos olha incrédula. Rimos nós três juntos.

–Melhor eu pegar alguma roupa para você vestir hoje na festa. –Mariana fala e eu concordo. As roupas que eu trouxe não eram para essas ocasiões. Na verdade, eu ainda estava com a maldita farda do internato. –Ou não vai?

–Claro que vou, Mariana! –Exclamo e logo os dois me abraçam. Quase fico sem ar.