Anjo Pecador : A Volta Do Anjo

Porque Não Existe Melhor Coisa Que A Maldade


POV Maria Fernanda

Todos estavam felizes pela grande noticia. A noticia de que eu estava gravida mais uma vez. A felicidade da família poderia ser bem maior do que a minha. Eu não sabia se sorria ou chorava. Eu tinha que parar de ser tão indecisa nesses assuntos. Acho ate que no meu casamento vou ficar em duvida se caso ou não. Talvez essa loucura fosse herança de família, ou talvez eu esteja mais confusa do que nunca. De novo...

–Não parece estar feliz, filha. –Maria fala preocupada alisando os meus cabelos. –O que esta sentindo?

–Eu estou bem, mãe. –Falo sorrindo para tentar disfarçar o medo que estava dentro de mim. Mas ela conseguia fazer me fazer feliz nessas horas.

–Eu vou para casa. Melissa esta me esperando. –Minha tia Cecilia fala sorridente.

–Dê um abraço bem forte nela por mim, por favor? –Peço e ela me olha contente.

–Com certeza. –Fala soltando um beijo para mim e logo sai do quarto.

–Melissa tem a idade da filha que eu tive. –Falo me lembrando do passado.

–Por isso você ama tanto ela. –Minha mãe fala olhando para mim. Maria tentava não chorar. –Mas eu quero voltar logo para casa ver meus dois filhos.

–Maria Victória e João Paulo. –Maria fala. –Eles estão gostando da fazenda, sabia?

–Com a idade que eles tem eles vão gostar de tudo , Maria. –Minha mãe fala procurando algo dentro de sua bolsa.

–Quero ir logo para casa. Quero ver todo mundo. Inclusive Mariana, mamãe. Ela deve estar se sentindo culpada pela queda que levei. –Falo e Maria para de alisar meus cabelos e vai para perto da minha mãe.

–Agora você precisa descansar. –Minha mãe fala sorrindo para mim. –Agora precisa descansar mais do que nunca. –Fala e vem beijar a minha cabeça.

–Esta certo. Irei descansar.

POV Cecilia

Maria Fernanda não sabia da verdade. Da verdade que eu sabia...Ela pensava que Melissa era filha de Maria Sófia. Sendo que o escândalo que Maria Sófia deu na fazenda foi somente parte da sua vingança contra Maria Fernanda. Assim que a filha de Maria Sófia foi abandonada no orfanato ela rapidamente encontrou-a, morta. A menina não tinha a saúde totalmente boa. Assim que a filha de Maria Fernanda nasceu ela foi entregue á mim. Maria Sófia havia me dado a filha de Maria Fernanda e em seguida mentiu dizendo que a criança nasceu morta. Melissa é a filha de Maria Fernanda.

–Mamãe! –Melissa exclama correndo ate mim. –A tia Maria Fernanda esta bem? –Ela pergunta com um brilho no olhar.

–Ela esta bem, filha. –Falo tentando segurar o meu choro. –Ela em breve vai estar aqui com agente.

–Vai estar mesmo. –Maria Sófia fala aparecendo do nada. Eu olho para Melissa com temor.

–Filha vá pro quarto. –Falo para Melissa que rapidamente sobe as escadas. –O que você faz aqui?

–Vim te falar para batizar Melissa. –Maria Sófia fala e eu fico sem entender.

–Porque isso agora? –Pergunto e ela da um sorriso maligno.

–Preciso que batize a menina agora. E que... –Para de falar e abaixa o olhar. –Que Christiano José e Maria Fernanda sejam os padrinhos dela. –Fala me deixando incrédula. Porque Christiano José? O que ele tinha haver com isso. E porque Maria Fernanda? Ela era mãe de Melissa.

–Colocar Christiano como padrinho de Melissa seria um absurdo. Ninguém da minha família gosta dele. E colocar Maria Fernanda como madrinha é uma loucura! –Exclamo brava.

–Faça o que eu mando. –Fala. Eu tinha que obedecer. Estava refém de Maria Sófia. Assim como Christiano. –Maria Fernanda além de mãe vai ser madrinha da própria filha. –Fala saindo da minha casa. –E a história se repete mais uma vez.

POV Maria Fernanda

Eu não conseguia dormir. Não havia motivos para eu estar tão nervosa e inquieta como estou agora. Parecia que algo de ruim estava acontecendo e eu precisava saber. Uma das enfermeiras já haviam me dado calmantes que não surtiram efeitos em mim. Esses remédios nunca me deixavam calma.

–Pelo menos ir ao banheiro posso ir sozinha. –Falo entrando no banheiro. Logo vou lavar o meu rosto e escuto a porta do meu quarto se abrir.

–Maria Fernanda? –Fernando Luiz me chama e eu abro a porta do banheiro e ele vê onde estou. –Os remédios não serviram. –Fala.

Estranhamente eu sinto uma dor forte em meu ventre. Ele percebe que estou passando mal e vem correndo em minha direção. Logo olho para o chão e vejo o meu sangue sendo derramado.

(...)

Eu me sentia presa dentro de mim. Parecia que não havia nada mais além da escuridão. Não havia paredes nem mesmo algo solido para que eu me segurasse. Eu apenas sentia que algo muito estranho estava acontecendo comigo. Estava aflita pelo meu mal-estar dentro do banheiro. Será que isso prejudicou a minha gravidez?

–Eu errei uma vez. Eu me arrependo por ter sido culpada por tantas crueldades na vida deles. –Falo sentindo algo estranho dentro de mim. –Eu passei a minha vida toda achando que o mal sempre iria vencer o bem. Que ser sozinho era a melhor coisa do mundo. Mas ninguém pode viver sem outra pessoa ao lado pelo resto da sua vida. –Falo chorando. –Eu quero ser feliz. Eu quero ser a esperança que meu pai tanto desejou. Eu quero ser a filha madura que Maria sempre quis... –Falo sentindo um vazio dentro de mim. –Eu estou vivendo me distanciando de quem me ama. E isso precisa para agora... –Falo e logo sinto uma forte dor de cabeça. –Eu quero ser alguém melhor. Eu quero ser a Maria Fernanda que voltou no tempo e se arrependeu de não ter feito Maria Sófia sofrer mais do que já sofreu. –Falo sentindo uma ira enorme dentro de mim. –Eu não posso cair agora. Ainda tenho um inimigo para derrubar.

Assim que falo acordo no mesmo quarto de hospital e percebo que minha mãe segurava a minha mão com carinho. Eu tento me acalmar, eu tento ficar bem. Era algo inevitavelmente inevitável.

–Filha! –Minha mãe exclama e eu sinto o quanto ela tinha ficado aliviada por eu ter acordado. –Se sente bem?

–Eu. Eu não... –Falo e ela me olha assustada. Logo vejo Maria em minha frente. –Quanto tempo eu fiquei desacordada?

–Algumas horas. –Maria responde enxugando as lagrimas.–Foi uma hemorragia muito forte. Vocês dois estão bem agora. –Fala se referindo á mim e ao meu filho.

–Como acordou antes do previsto? –Minha mãe pergunta sem acreditar que eu estava bem.

–Determinação. –Falo olhando para ela sem entender o que fiz. Maldade, vingança e ira... –Mamãe. A chamo e as duas me olham. –A escuridão nem sempre equivale ao mal. Assim como a luz nem sempre traz o bem. –Falo sorrindo e as duas me olham incrédulas. As duas se olham pela primeira vez e ficam sem entender.

–Se sente realmente bem? –Maria pergunta com medo.

–Estou melhor que antes. –Falo maligna. –Porque agora eu tenho alguém para destruir sem ter que me esconder. Agora vou poder destruir alguém como eu sempre quis, mamãe. –Falo dando um sorriso maligno que as fazem se assustar. Logo uma lagrima sai dos meus olhos. Não era uma lagrima de tristeza, era uma lagrima de pura alegria.