Anjo Pecador : A Volta Do Anjo

De Volta Ao Mesmo Ponto, Agora Com O Amor.


‘’Voltei ao ponto anterior. Agora sem você...E você não sabe o quando fico aliviada por ter uma pessoa tão suja e leviana com o você longe de mim.’’—Fernanda Mills

POV Maria Fernanda

Eu me afastei com Maria Victória em meus braços. Dei as costas para Victória pela primeira vez na minha vida, não gritei nem relembrei o passado que tivemos juntas. Me esqueci que tínhamos o mesmo sangue, que foi ela quem me colocou neste mundo. Eu me esqueci de tudo que tínhamos entre nós, da mesma forma que ela esqueceu quando me colocou na rua como um animal doente. Eu me esqueci dela completamente, eu me esqueci que era filha dela.—Penso tremendo e começando a chorar.—Não era possível, eu não me importava mais com ela.

—Mãe, vamos.—Escuto Cristina chama-la e eu me afasto um pouco mais dela.

—Maria Fernanda.—Estevão fala me olhando com atenção. Ele queria que eu voltasse a falar com Victória, mas eu não faria isso nem mesmo se ela morresse.

Eu engoli o choro enquanto ela ainda não havia saído da casa. Logo que escutei a porta sendo fechada eu me virei para a mesma. Tive vontade de ir atrás de Victória, mas permaneci no mesmo lugar.

—Você deveria ter ido.—Fernando Luiz fala e eu entrego Maria Victória para ele.

—Você iria atrás de alguém que só faz te abandonar?—Pergunto seria e ele me olha sem ter o que responder. Maria e Estevão me olhavam sem nenhuma reação.—Eu me sinto bem sem ela. Nunca me senti tão livre.—Falo olhando para Maria agora.

Eu subo as escadas e vou para o meu quarto. Abro o meu guarda-roupa para pegar uma nova veste para mim eu vejo , dentro de uma caixa, a coberta feita de tricô com as siglas em vermelho ‘MF’’. —Eu a pego com delicadeza e sinto o seu perfume.—Eu seguro as minhas lágrimas.

—Daqui a algumas dias fará 23 anos que você feita. Daqui á alguns dias eu farei meus 23 anos.—Falo me lembrando de tudo o que me aconteceu.

Eu me ajoelho no meio do quarto com a coberta em minhas mãos e começo a chorar descontroladamente. O meu passado era tão...Ele era tão escuro, tão confuso. Eu não me sentia mais a mesma desde que Vitor Hugo ofereceu a sua vida para me salvar e salvar Catharina. Quando ele fez aquilo o meu pacto se desfez, ele não vale mais nada...Eu não acreditava que eu completaria meus 23 anos em poucos dias, não acreditava que eu veria meus filhos crescerem!

—Maria Fernanda?—Fernando Luiz me chama sem estar com a nossa filha nos braços agora.—Porquê chora?—Ele pergunta já sabendo a resposta. De repente ele faz algo inesperado comigo, me abraça. Ele me faz levantar do chão e continua a me abraçar com força.—Não, pare de chorar. Apesar de tudo, eu não gosto de te ver assim!—Exclama e eu o abraço sem me importar.

—Eu vou aguentar, eu vou aguentar.—Falo repetindo várias vezes tanto oralmente quanto mentalmente.

Eu vou aguentar, eu vou aguentar...

—Chore tudo o que tem para chorar agora.—Ele fala segurando o meu rosto com as suas mãos.—Você esta com a sua felicidade, isso de hoje foi apenas o fim de uma história sem amor, você não precisa mais de Victória.

POV Maria

Maria Fernanda havia ido para o seu quarto e Fernando Luiz havia ido atrás dela, era o óbvio. Eu havia ficado com os gêmeos enquanto Estevão havia ido para as empresas atender ao pedido de Victória, era o óbvio. Eu resolvi ligar para Victória, não para impedi-la de fazer algo ou consola-la pelo o que Maria Fernanda fez....Mas sim para lembra-la tudo o que eu sempre lembrei, pela ultima vez.

—Porquê ligou?—Ela pergunta com a voz firme.

—Não é óbvio?—Pergunto alisando os cabelos de Maria Victória. Ela estava se parecendo mais com Maria Fernanda, a cada dia que se passa.—Te alertar do que sempre te alertei.

—Do que esta falando?—Victória pergunta sem entender e eu reviro os olhos.

—Fique longe da minha filha, Victória. Você a abandonou, duas vezes...Não importa se da primeira ela era inocente e da segunda ela cometeu um erro. Das duas vezes você foi a culpada, você estava doente e cega.—Falo.—Eu sempre avisei para você ficar longe dela.

—Pensei que tínhamos nos resolvido...No dia em que ficamos cegas, lembra?—Pergunta irônica.—E melhoramos mais quando descobrimos que somos irmãs.

—Antes eu me importava com você, agora não ligo para você nem para Cristina, que de fato só faz se esconder debaixo da sua saia. Mas, que sempre fala maus bocados de ti.—Falo sorrindo ao ver João Paulo tentar andar e ajudar Maria Victória.—Eu troquei cada fralda, fiquei com Maria Fernanda a cada febre e dor física e psicológica, Victória. Você não tem direito nenhum sobre ela, me entendeu?—Pergunto.—Voltei ao mesmo ponto anterior , faltando dias para ela completar 23 anos. Mas, desta vez...Você não chegará nem perto dela.—Falo desligando o telefone antes que ela fale algo.—Agora, vamos ver o que vocês dois estão fazendo...—Falo vendo meus netos brincarem.

POV Cristina

Eu havia notado que minha mãe ficou muito inquieta com a ligação da minha tia. Minha mãe apenas olhava para o nada e chorava, mas rapidamente enxugava as lagrimas. Eu não iria conforta-la, ela não merecia meu apoio. Ela sempre colocou a minha irmã acima de todos nós, acima dela mesma! Ela tinha que sofrer com as consequências das ações que ela mesma fez. Eu não sentia necessidade de abraça-la nem de consola-la como fiz varias vezes. O choro dela para mim não estava valendo absolutamente nada.

—Senhorita, tem visita á aguardando...no jardim.—Uma das empregadas fala e eu vou até o jardim. Porquê a minha visita não entrou em casa?

Assim que eu saio para fora da casa e olho para o jardim vejo Arthur sorrindo. Eu corro o mais rápido que posso e me atiro em seus braços para abraça-lo. Ele retribui o abraço e me gira até eu ficar quase tonta.

—Porquê demorou tanto?—Pergunto alegre.

—Tive alguns problemas. Mariana teve que conversar com Otávio, e eu vim para cá,—Fala e me beija.—Mas, porquê ainda não arrumou nada?

—Do que fala?—Pergunto sem entender nada.

—Bom, mesmo você sendo muito nova, o seu pai nos deu a permissão de nos casarmos.—Fala e eu fico completamente sem ação alguma.—Vamos nos casar no civil e depois no religioso, Cristina. Porquê ainda não arrumou nada, meu amor?—Ele pergunta brincalhão e eu o abraço mais uma vez.

—Eu te amo! Eu te amo!—Exclamo varias vezes o beijando. Eu não poderia acreditar...Eu vou me casar com o homem que eu amo.

POV Fernando Luiz

Maria Fernanda havia se acalmado depois de ter chorado muito. Eu ainda a abraçava, eu ainda sentia o seu perfume perto de mim. Ela não se importava como estávamos agora, e o que eu fiz para que ela se case-se comigo.Ela apenas me se sentia confortável e protegida em meus braços. Eu temia muito, temia por nunca mais estarmos assim. Juntos...

—Como você me vê agora?—Pergunto sem papas na língua. Eu queria uma resposta séria.

—Como assim?—Ela pergunta se soltando de mim. Eu a olho seriamente enquanto ela esperava uma explicação.

—Como me vê, Maria Fernanda? Como marido ou como um simples amigo?—Pergunto sem paciência, mas logo trato de voltar ao normal.—Quero saber se ainda tenho chances com você. Maria Fernanda, eu te amo mais do que devo! Preciso que me ame!—Exclamo colocando tudo para fora.

—Você tem sim. Porquê eu descobri que o que eu sentia por Christiano era apenas uma paixão. Mas, eu preciso confiar em mim, em você de novo...—Fala tentando me acalmar.—Preciso que você se acalme.

—Eu não posso! Não posso mais perder tempo...—Falo.—Eu te amo. Eu sempre cresci vendo meus pais se amarem como se amam, Maria Fernanda. Eu estou tendo como exemplo eles...Porquê como o amor deles, o meu por você é grande.—Falo roubando um beijo dela. Ela relutava em não retribuir, mas no final retribuiu com todo o amor que ela pensava que não tinha.