POV Maria Fernanda

Eu permaneci escutando toda a conversa dos dois.Até que Cristina entrou dentro do quarto.Ela estava tão diferente, parecia ser mais alta.De qualquer forma parecia que eu estava presenciando algo que poderia acontecer se eu não tivesse nascido.Se Victória não me tivesse, a essas alturas todos estariam dessa forma.Minha cabeça esta doendo mais do que nunca, escutava choros perto de mim mais me continha.

—Tia Maria vem almoçar com agente?—Cristina pergunta.

—Acho que sim.—Victória me responde.—Porque vocês não vão na frente?—Ela pergunta sugestiva.—Eu vou depois.

—Então vamos.—Otávio fala e sai com Cristina.Logo Victória se senta na cama e começa a chorar descontroladamente.Ela tentava parar mais não conseguia , ela segurava uma manta com as siglas MF bordada.Eu sabia muito bem de quem era aquilo...

—Você me faz tanta falta!—Ela exclama chorando com mais intensidade.—Você me faria tão feliz.

(...)

Depois de ver como Victória estava eu fui na casa de Maria.O que era mais estranho era que ninguém me via nem me escutava.Estava chegando a conclusão de que estava morta.E isso que eu via agora era como seria se eu não tivesse nem nascido.As coisas seriam tão diferentes, seriam mais insuportáveis.E quando eu vi Victória chorar naquela forma me veio uma força e alegria de abraça-la e nunca mais soltar.Eu não era assim...

—Até que em fim...—Falo entrando dentro da casa.Ando pela sala e vejo que o enorme quadro de Maria estava lá.Como sempre.

—Maria Fernanda...—Maria fala do topo da escada.Eu a olho com felicidade.Ela podia me ver!—Pensei que não viria mais!—Ela fala passando de mim por despercebido e eu fico sem entender.Logo me viro e vejo com quem ela falava.Era uma mulher, com o mesmo nome que o meu.

—Mãe.—Ela chama Maria de mãe...Espere, mãe?—Vamos mesmo almoçar na casa da minha tia?

—Claro.—Responde alisando seus cabelos.—Sabe de Fernando Luiz?—Pergunta séria.

—Deve estar chateado pelo o que Catharina fez com ele.—Maria Fernanda responde.Ela era tão diferente de mim.Tanto que com isso assumo que sou muito ingênua em nunca desconfiar que não era filha de Maria e Estevão.

—Melhor eu sair daqui.—Falo com lágrimas nos olhos.

POV Fernando Luiz

Lá estava ela, como sempre, sozinha.Maria Fernanda não parecia estar bem , eu não me sentia bem.Mais ela não acordava de jeito nenhum, ela estava com a respiração fraca.Até que em um momento ela acordou um pouco tonta.Ela falava coisa com coisa até que Victória chegou para ver como ela estava.Eu me aproximei e vi aquela cena.Eu fiquei sem nenhuma reação só de ver aquilo!Maria Fernanda assim que despertou e viu que Victória estava perto dela a abraçou.Sem mais nem menos ela abraçou a sua mãe...

—Ela...—Catharina fala mais para ao ver o que estava acontecendo.Eu o quanto meus pais ficaram felizes por aquilo esta acontecendo.Eles só não estavam felizes por Maria Fernanda aceitar Victória como sua mãe.Mas estavam felizes porque em fim poderiam viver em paz sem ter as suas consciências pesadas.

—Eles vão poder viver em paz.—Falo me referindo aos meus pais.E quando olho para Victória e Maria Fernanda percebo que elas ainda estão abraçadas.

—Ela á aceitou como mãe!—Mina mãe exclama emocionada.—Finalmente.—Meu pai fala abraçando a minha mãe.Os dois choravam como duas crianças, era tanta felicidade...

A verdade foi dita, Maria Fernanda precisava apenas aceitá-la.E em fim aceitou, talvez, ela tenha se colocado no lugar de Victória por algumas horas.

(...)

Todos nós saímos para comemorar duas coisas.Primeira, Maria Fernanda não tinha tido nada demais.Segundo, ela aceitou Victória como sua mãe.Agora não tinha mais nada pelo o que temer.Não tinha mais dor,intrigas,falsidade e tristeza.Agora éramos uma grande família unida, que não pretendia se separa nem tão cedo.Todos estavam com um sorriso no rosto, e , talvez alguns com lágrimas nos olhos.Mais eram lágrimas de alegria, lágrimas que finalizavam toda essa angústia que passávamos , uns sem saber e outros com medo de serem descobertos. A verdade é a melhor opção que se tem, a mentira apenas te faz ser um covarde á mais no mundo.

—Imaginou se ela não tivesse nascido?—Cristina me pergunta olhando para Maria Fernanda.

—Seria diferente.—Respondo.—Ninguém seria cego, ninguém choraria, ninguém se tornaria mais forte.—Falo pensativo.—Nós não seriamos nós.—Falo e ela sorri.

—Filosofou!—Exclama brincalhona.—Quando vocês se casam?—Pergunta e eu fico chocado.—Vocês se amam, já tem dois filhos, só falta se casarem...

—As pessoas não se casam de um momento para outro, Cristina.—Falo.—Mas seria até legal ter dois casais casando no mesmo dia...

—Você e ela, Fernando José e Catharina?—Pergunta e eu afirmo.—Tanto a Catharina eu não gostaria que ela se casasse com meu irmão.

—Porque não?—Pergunto sorrindo.

—Catharina não é a pessoa certa para ele, Fernando Luiz, Catharina não esta me parecendo boa pessoa.—Fala me deixando incrédulo.

—Cristina ela mudou.—Falo e ela revira os olhos.—Ela ama Fernando José, todos sabem.

—Catharina amando Fernando José?—Cristina pergunta incrédula e com deboche.—Eu preferia Maria Fernanda casada com Fernando José.—Fala e eu fico indignado.—Um casamento, uma farsa.—Fala com raiva.—Daria no mesmo.

—De repente ficou assim...—Falo com medo.—Cristina você tem alguma coisa.

—Tenho sim.—Fala.—Tenho medo de que Fernando José sofra!Entre ele e Maria Fernanda eu não sei qual o que mais sofre pelas suas atitudes.

—Do que esta falando?—Pergunto e ela me olha séria.

—Eu descobri uma coisa muito grave.—Fala me assustando.Percebo que estamos na frente de todos.Ninguém escutava nossa conversa.—Fernando José é meu meio irmão.—Fala me assustando.—Ele não é filho do meu pai, Fernando Luiz, minha mãe se casou grávida de outro homem.

—De quem?—Pergunto e ela me olha com um pouco de receio.—Não falarei para ninguém.

—Eu tenho a quase certeza de que Fernando José é filho de um ex-namorado da minha mãe.Que voltou, e que talvez descubram tudo agora.—Fala.—Ele se chama Christiano José Castro.—Fala e eu a olho com medo.—O pai de Catharina e Vitor Hugo.