POV Victoria

Hoje eu acordei com uma dor enorme do meu coração. Eu mordia meus lábios para não gritar a verdade, para não chamar Maria Fernanda de filha. Eu não podia mais aguentar essa dor, essa angustia que me consumia junto com a minha cegueira. Eu não podia falar nem ver nada, eu era um grande estorvo para todos que eu amo. Eu não poderia deixar Maria Fernanda se casar com Fernando José!Eu ano poderia deixar meus filhos fazerem tal desgraça em suas vidas!Se eles soubessem de toda a verdade, se eu pudesse fazer com que a minha consciência ficasse tranquila, calma... Mais eu não consigo fazer isso. Eu não mereço ter tudo o que tenho, eu não mereço estragar a vida de todos que eu amo!Eu não quero mais viver assim!Eu não quero mais prender meus lábios para falar a verdade. Eu deveria ter contado toda verdade quando Maria abriu a boca. Eu sou a pior das covardes!Eu não sou mãe de nenhuma forma!

—Eu não quero mais viver!—Falo chorando e caminho com cuidado até a escada.

Eu não poderia fazer nada para impedir que meus filhos acabem com as suas vidas. Fui uma péssima mãe. Maria Fernanda não teve o amor da mãe verdadeira, ela nunca me viu como mãe!Fernando José amadureceu muito novo, e viu desde pequeno que a vida não era um conto de fadas. Cristina pegou a pior parte... Ela pegou a parte a qual eu não era a sua mãe, e sim sua filha. Cristina cresceu cuidando de mim!

—Não... —Falo me lembrando do revolver que Otavio tinha guardado. Nunca pensei que ele fosse se tornar útil agora. Eu voltei calmamente para o nosso quarto. Eu tinha que fazer isso, não consigo impedir nada. Mais serei a única responsável pela minha morte...

—Mamãe vou tomar um pouco e sorvete... —Cristina fala e meu coração palpita mais forte. —Quer um pouco?

—Não, filha. —Falo e começo a chorar.

—Porque chora mãe?—Ela pergunta e eu desabo e caio no chão sentada. —Mãe!Me fala o que houve!—Ela pede enquanto eu permaneço chorando. —Mamãe, me fala o que te aflige pelo amor que você sente e idolatra pela Maria Fernanda!

—Eu... Eu não posso!—Exclamo ainda chorando. —Eu não posso falar porque...você e muita pequena.

—Mais sou sua filha!—Ela exclama e me abraça. —Me conta mãe!

—Eu não quero que saiba disso agora!—Falo ainda chorando. —E o que me preocupa também e que seus irmãos vão se casar, mais não podem... Não podem.

—Meu pai prometeu dar um jeito para que eles não se casem... —Cristina fala alisando meus cabelos. —Se acalme...

POV Maria

Eu estava preocupada com Victoria, Cristina me avisou que ela estava muito deprimida e eu sei que ela esta pela sua consciência. Não era só a consciência dela que estava dessa forma. A minha estava manchada e na escuridão. Mais há poucos minutos eu venho me perguntando: Por que eu tenho essa idolatria com Maria Fernanda?

Porque eu não quis devolve-la para Victoria e Otavio enquanto ainda era tempo?Porque eu não pensei em poupar o sofrimento de Victoria?Que tipo de monstro eu sou?Porque carrego esta culpa nas minhas costas?Porque Victoria me e tão familiar?Talvez porque começou tão humilde como eu. Mais Victoria foi adotada muito nova, parece que ela foi deixada na porta de um orfanato e ninguém nunca soube de ninguém da sua família.

—Porque tão pensativa?—Estevão pergunta e eu volto a realidade. —Maria, você não parece estar bem.

—E só a minha consciência. —Falo e ele me olha mais preocupado ainda. —Não se preocupe apenas me sinto muito culpada pelo o que esta acontecendo com Victoria.

—Ainda temos tempo para falar a verdade. —Fala sugestivo e eu me arrepio.

—Tem algo nela... —Falo me levantando da cadeira e ficando de costas para ele. —Victoria não me e estranha.

—Vocês duas se parecem um pouco. —Fala e eu suspiro. —Às vezes me dá a impressão de que são irmãs.

—Victoria foi abandonada em um orfanato e adotada muito tempo depois. —Falo com vontade de chorar. —Quando eu disse que Maria Fernanda seria minha filha, às vezes eu sentia que ela não queria que Maria Fernanda sofresse tanto.

—Nenhuma mãe quer Maria. —Ele fala e eu desabo no choro .—Mais se controle, temos que ser fortes.—Fala me abraçando forte.—Estamos juntos nessa, nunca deixaremos um ao outro.

—Eu sinto que algo de muito ruim vem .—Falo e ele alisa meus cabelos.—Amanhã Maria Fernanda se casa com Fernando José.—Falo e o olho chorando.

—Otavio prometeu impedir este casamento, e espero que ele consiga. —Estevão fala tentando me acalmar.

—Mais e amanha que chega os exames de Maria Fernanda ...—Falo pensativa.—Será que ela realmente esta grávida?

—Se estiver temos a certeza de que a criança e filha de Fernando Luiz.—Estevão fala pensativo e eu o olho.—E eles pensam que não podem se casar.

—Temos que falar a verdade...—Falo e ele me olha com medo.—Temos que enfrentar tudo,Estevão.

—O problema e que também tem Victoria.—Fala um pouco desanimado.—Ela é a mãe de Maria Fernanda.

POV Demetrio

Eu não poderia acreditar que Maria Fernanda poderia estar grávida de Fernando Luiz.Eu não poderia acreditar que Maria Fernanda já pudesse estar com um herdeiro á caminho.Eu tinha que fazer alguma coisa para que essa criança não existisse.Eu não poderia ficar sem o seu dinheiro, sem me vingar de Maria e de Estevão.E aproveitar para fazer Victoria e Otavio sofrerem.Eu amava fazer as pessoas sofrerem lentamente...

—As pessoas gostam de sofrer lentamente.—Falo bebericando o meu whisky.

—E isso,Demetrio?—Escuto Maria Fernanda perguntar e me arrepio.—Saiba que eu adoro ver as pessoas sofrerem lentamente.—Fala e eu deixo o copo de whisky cair.

—Se refere a se vingar da sua família?—Pergunto enquanto percebo que ela esta de luvas.Logo fico de costas para ela quando sinto algo extremamente forte bater com violência na minha cabeça.

—Não, estou falando de me livrar de quem vejo que é uma pedra no meu caminho.—Fala enquanto vejo meu sangue sair e fico sem forças.—Sou muito boa para ficar do lado de um fracassado.—Fala com raiva.—Até porque se você morrer agora eu estarei livre deste pacto.

—Se eu sobreviver vou contar tudo a todos.—Ameaço sem forças.

—Se você sobreviver...—Fala entre os dentes.—Tenha a certeza que vou atrás de você até debaixo da capa de satanás.—Fala diabólica.—Eu avisei para não brincar comigo.—Fala e eu a olho.—Você e meu fantoche, e vai fazer o que eu quiser, quando eu quiser, e com quem eu quiser.—Avisa e eu fico zonzo.—Entendeu?

—S-sim...

—Para minha família eu sou capaz de tudo!—Exclama furiosa.—Só eu tenho o direito de acabar com eles.