POV Maria Fernanda

Por um momento meu coração gelou como um iceberg ...E na verdade ele era como tal.Eu senti que aquilo que minha mãe falou parecia ser verdade,ela nunca mentiu e nem brincaria com algo assim.Minha cabeça ainda girava, eu parecia ser uma granada prestes a explodir e machucar todos que estavam perto de mim.Naquele momento que ela falou `` Maria Fernanda e filha de Victoria e Otavio.`` meus olhos doíam para chorar de alegria, meu coração atendeu a algum chamado que senti antes de saber que as duas sofreram o acidente que as deixou cegas.Algo me disse que eu seria a melhor coisa que aconteceu com Otavio e Victoria em todos esses anos.Alguma coisa no fundo da minha alma escura pediu para que eu chamasse Victoria de mamãe...

—Sim, sabemos perfeitamente que Maria Fernanda e filha da minha mãe.—Cristina falava com raiva.

—E a Maria Fernanda que a minha mãe perdeu á tantos anos.—Fernando José falou um pouco mais calmo.—Ela usurpou o lugar da minha irmã.

—Mais de toda forma somos irmãos.—Falo com a garganta em fogo.

—E você não sabe como eu me sinto sabendo que somos irmãos.—Fernando José fala com raiva nos olhos e eu fico com medo.—Pode acreditar que todo o amor de irmão que eu senti por você...acabou de morrer.—Fala bem perto de mim enquanto eu olho nos seus olhos verdes chamativos.

—Você e apenas nossa meia irmã...—Cristina fala um pouco mais calma também.—Não e a Maria Fernanda que a minha mãe carregou no ventre por nove meses.—Ela tenta falar em um tom obvio.

—Chega.—Victoria pede e eu abaixo a minha cabeça fracassada.—Eu não aguento ver vocês dois apedrejarem Maria Fernanda desta forma...—Ela fala e todos permanecem em choque.—Ela pode não ser minha filha, mais e irmã de vocês por causa de seu pai.—Fala como se tivesse mentindo e falando a verdade ao mesmo tempo.—Eu seria a mulher mais feliz se ela fosse minha filha.—Fala e eu vejo uma lagrima descer dos seus olhos.

—Eu acho que já esta na hora de ir para casa.—Falo pegando a minha bolsa e me lembro na hora que Fernando José foi me buscar em casa.

—Eu te levo.—Estevão fala e minha mãe parece concordar em ir com Heitor.

(...)

Eu permanecia calada no jardim da minha casa, eu não queria entrar agora.Talvez eu devesse ir embora, mais eu me lembrava do ´´ ódio ´´ que sentia por eles.E isso me fazia ficar para fazer eles sofrerem.Eu devo permanecer aqui para fazer eles sofrerem até não poderem mais chorarem.Mais hoje quando olhei nos olhos de Cristina e Fernando José eu desabei...Era como se eles fossem meus irmãos, filhos dos mesmos pais...Infelizmente não era bem assim o ritmo da musica.

—Ainda por aqui?—Demetrio pergunta me assustando.

—O que diabos faz aqui?—Pergunto entre os dentes e com medo de que alguém nos veja.

—Eu só vim conhecer a mais nova herdeira de Victoria Mendonza de Santiago.—Fala sínico e eu fico sem entender.Maria Lua...

—Eu não vejo a hora de me livrar de vocês.—Falo irônica e ele se aproxima de mim.

—Só irá se livrar de mim e de Maria Lua quando nos matar...—Fala com a voz diabólica e eu respiro fundo.

—Não é uma má ideia...—Falo ameaçadora e ele fica com medo nos olhos.Ri.Mais ri da própria desgraça.—Não sou doce...Apenas sou um demônio disfarçado de anjo.—Falo entre os dentes.

—Você e um anjo pecador.—Fala mudando a voz.—Você tem uma pele de anjo...

—Se iluda...—Falo irônica.—Mais você nunca irá se atrever a saber quem realmente sou por dentro.—Falo olhando nos seus olhos.—Posso ser doce...anjo...Mais nunca serei aquilo que você quer, e que você pensa que sou.—Falo e vejo novamente o medo em seus olhos.—Agora vá...

—Sim...—Fala um pouco estranho mais eu não baixo a guarda.

(...)

—Tenho o gosto da maldade na boca...—Falo me olhando nos espelho.—Mais meus olhos transmitem doçura.

Escuto passos lentos indo ate as escadas e vou atrás da pessoas.Logo vejo que e minha mãe e que esta prestes a descer as escadas, como uma cega ninguém duvidaria que ela tropeçou nos degraus da escada.Eu fico atrás dela sem que ela sinta a minha presença e quando ela põe o pé no primeiro degrau e eu a empurro.Logo ela sai rolando entre as escadas e eu saio dali apressadamente.Mais antes de ir embora percebo que ela esta inconsciente...Será que realmente tenho a coragem de matar uma pessoa?

—Deus...—Falo ao fechar a porta do meu quarto.—Porque tenho tanta maldade no coração e na alma?—Me pergunta e começo a chorar.

Porque sinto que errei ate me nascer?Porque sou má com as pessoas e quando estou sozinha comigo mesma eu me sinto a pessoa mais infeliz e miserável?Porque eu sou assim?Mais aos pensar em suicídio, percebo que essa seria a melhor solução...

—MARIA!—Escuto a voz de Estevão.Com certeza deve ter a visto caída no chão,morta...talvez.Mais como eu pude empurrar a minha própria mãe da escada?

—Mamãe!—Escuto Estrela e Heitor falarem aos mesmo tempo com medo em suas vozes.

—O que houve?—Escuto a voz de Fernando Luiz assim que a porta se abre e se fecha com rapidez.

—Eu disse para ela não descer as escadas sozinha...—Estrela fala com a voz de culpada.

—Não seja por isso!Maria conhece muito bem cada canto desta casa!—Estevão fala com raiva.—Alguém a empurrou!

—Quem poderia fazer isso?—Heitor pergunta e escuto passos indo ate a escada.

—O que houve?—Tia Carmen fala da escada e eu sinto a tensão lá de baixo.Isso...ela levaria toda a culpa.

POV Maria

Eu tinha sido empurrada de escada a baixo sem nenhuma piedade.E mesmo sem estar cega, a pessoa veio como uma alma que ninguém vê.A unica coisa que eu me preocupava, era com Maria Fernanda.Ela deve estar mais desesperada que todos.Oh filha!Não quero partir agora, não quero te deixar tão sozinha...