POV Fernando José

Ali estava o enorme caixão de madeira sobre o mármore.Ali estava o corpo dela, o corpo sem alma.Logo a sala encheu e todos oravam pela partida de Maria Fernanda mesmo com dor e saudades.As lembranças vinham rapidamente e as lagrimas também.Não sabia quem chorava mais de tanta dor.Maria ou meu pai...Pois minha mãe permanecia calada e fria.Parecia que não tinha acontecido absolutamente nada.Parecia um dia a mais em sua vida.Ela estava o tempo todo acompanhada de Cristina.Até que eu me aproximei delas, mais nem Cristina nem ela ligaram para mim.

—Mamãe, quer voltar para casa?—Pergunto e ela muda rapidamente.

—Eu quero que depois que enterrarem sua irmã...—Ela começa a falar um pouco chateada.—Me leve ao hospital.

—Se sente mal,mãe?—Cristina pergunta preocupada.

—Quero ver meus netos.—Fala me surpreendendo.—E depois quero que viaje comigo para a Alemanha.

—Por quê?—Pergunto olhando preocupado para Cristina.

—Quero fazer a minha cirurgia lá.—Fala e eu me espanto.—A cirurgia que pode me trazer a luz dos meus olhos.

—Mais a senhora pode fazer isso aqui.—Cristina fala um pouco confusa.

—Não.Não, quero que ninguém saiba dessa cirurgia.—Fala me dando medo.—Por isso você vai ficar com o seu pai,Cristina.

—Mais...—Cristina tenta dialogar.

—Eu perdi de ver a minha filha crescer, quero ver Maria Victoria crescer agora.—Fala e eu percebo que ela escolheu Maria Victoria para cuidar.—Mais não falem isso para ninguém.

—E até quando vai esconder tudo isso?—Pergunto segurando sua mão.

—Até eu ler a carta que Maria Fernanda me deixou.—Fala decidida e parece estar mais fria do que nunca.Não tinha nenhum sentimento nela.

POV Maria

Eu observava Fernando José e Victoria conversarem seriamente.E aquilo me dava medo, medo de que Victoria estivesse guardando algo para si mesma.E que não quisesse gritar o quanto doía perder um filho.E que não havia nenhuma forma de trazê-lo de volta.Mais com isso eu também chorava por que a minha hora de partir também estava chegando.A doença que eu tinha estava me matando aos poucos e em breve eu morreria.Maria Fernanda morreu sem saber quem era sua mãe, mais morreu suspeitando de que havia algo de errado.E eu vou morrer sem ter Victoria do meu lado.Por isso queria lhe dizer para cuidar de Maria Victoria e João Paulo.Por quê eu não vou poder vê-los crescer.

—Esta abatida.—Estevão fala e logo eu enxugo minhas lagrimas.—E ainda não começou a fazer a quimioterapia.

—Eu já disse.—Falo com raiva.—Se esta na minha hora...

—Maria, você não pode desistir tão fácil.—Fala me fazendo chorar.—Lute por mim...Por nossos filhos.—Pede chorando.—Lute por si mesma.—Fala segurando nas minhas mãos.—Termine de escrever essa historia, Maria.—Fala chorando mais.—Você e a autora dela...E todos nos precisamos de você.—Fala e me abraça.

—E seu não me restar mais tempo?—Pergunto chorando.—Se for tarde demais?

—Nunca é tarde demais para os anjos.—Fala chorando.—Você é um anjo,Maria, não pode nos abandonar.—Pede.—Já perdemos um anjo, não queremos perder outro.

—Isso mesmo, mãe.—Fernando Luiz fala sentando perto de mim.—Não podemos perder a senhora.

—Esta na hora.—Otavio avisa e eu fico incrédula.

—Já?—Pergunto.—Nem abrimos o caixão.

—Vamos.—Fernando José praticamente ordena e logo levam o caixão.

—Mas...—Tento falar mais eles vão seguindo os outros.

—Maria, vamos...—Estevão pede com paciência.

—Vamos.—Falo e logo me levanto.Assim que me levanto tenho uma tontura e volto a me sentar.

—Mãe?—Heitor vem ate mim nervoso.—O que a senhora tem?

—Deve ser a emoção, filho.—Falo tentando acalma-lo.—Nada mais.—Falo sabendo que era a minha doença.

Laura Pausini – Non C’é ( https://www.youtube.com/watch?v=ZHVdScgUm7U&list=HL1394759815 )

Logo estávamos diante da despedida.Eu estava vendo Maria Fernanda ser enterrada.E só de lembrar em como eu a conheci.Como foi o nosso primeiro contato...

Flash Back On

—Meu deus!—Falo ao ver o recém-nascido.Logo a pego nos braços.Logo vejo que estava vestida em uma roupa rosa bem clara e com uma pequena coberta com as letras MF.Meu deus, quem poderia ter abandonado essa menina aqui?Quem poderia a mulher desalmada a deixar sua filha na porta de uma casa?

Eu não poderia ir agora para o hospital.talvez eu devesse chamar Estevão e contar0lhe sobre isto.Mais ele também teria a mesma reação que eu tive ao ver esta menina aqui.Seria melhor se nos criássemos ela.Meu deus porque a deixaram justamente aqui?

Flash Back Off

Para mim as coisas mudaram muito rápido.Não me fazia bem lembrar de que ela estava sendo enterrada agora.Mais eu já tinha perdoado imediatamente pelo o que ela fez.Mais sabia que ela tinha sido apenas uma vitima.Mas agora faríamos justiça por tudo o que Demetrio fez.

Flash Back On

—Ai filha, você e o anjo que preencheu o céu do meu coração.—Falo alisando sua cabecinha.—Se um dia seus pais voltarem para te levar eu na vou deixar.—Falo firme.—Não vou deixar.

—Não deixaremos.—Estevão fala me abraçando por trás.—Temos dois anjos inocente em casa agora.—Fala e olhamos para Fernando Luiz e Maria Fernanda.

—Vamos vê-los crescer.—Falo e rimos.

—E também nos darão muitos problemas.—Fala e ficamos sem falar mais nada.—Mais o que você disse e o certo.—Fala serio.—Se um dia os pais de Maria Fernanda voltarem para busca-la.. não permitiremos.

—Seja lá quem for.—Falo seria.

Flash Back Off

POV Victoria

Maria Fernanda...Filha!Eu sinto uma dor enorme no meu peito por você ter morrido.Que nunca mais sentirei seu perfume,seus cabelos,sua pele,nem escutarei a sua voz.Nunca mais te abraçarei, nem te apoiarei em minha vida.Mais eu prometo fazer justiça, filha.Eu prometo cuidar de seus filhos como você pediu.Eu nunca vou te esquecer.Não vi você crescendo,filha!Mais agora verei seus filhos crescerem.E vou ser a ‘’mãe’’ deles.Por quê vai ser com eles que vou dar o amor que nunca te dei.

—Não.—Falo quando sinto que nunca mais vou ter ela perto de mim.—Ela não pode ter morrido.—Falo e Fernando José me abraça.

—Mãe se acalme.—Pede e eu começo a chorar descontroladamente.—Mãe...

—Não!—Grito sentindo uma vontade de morrer.—Ela não pode ter morrido...Isso é apenas um pesadelo.—Falo chorando.

—Calma, Victoria.—Estevão me pede muito nervoso.—Tem que ser forte.

—Como quer que eu seja forte,Estevão?—Pergunto com raiva.—Se eu abandonei ela na porta da sua casa e depois você e Maria não me derma ela de volta?Por quê não tiveram pena?—Pergunto com mais raiva.—Como quer que eu me sinta?Se eu não há vi crescer?—Pergunto chorando e ele permanece calado.

POV Demetrio

Eu sentia que precisava fazer alguma maldade.Sentia que tinha que fazer mais alguém infeliz.Sentia que mais alguém tinha que morrer.Que eu tinha que me dar a esse prazer de tirar a vida de mais alguém.Não me continha só com a morte de Maria Fernanda!Tinha que ver alguém implorar de dor.Mesmo que eu anão tenha matado Maria Fernanda...Mais fiz com que Maria sofresse.

—Pai?—Maria Lua me chama perto da janela.

—Não foi ao enterro de Maria Fernanda?—Pergunto diabólico.

—A essas alturas devem estar sabendo de tudo.—Fala e eu me aproximo dela.—Pai?

—Filha...

—Por quê me olha assim?—Pergunto enquanto eu seguro seus braços e ela fico com medo.

—Eu não queria fazer isso com você.—Falo diabólico.—Mesmo sendo minha filha.—Falo e ela começa a chorar.—Desculpa...—Falo alisando seus cabelos.—Mais a minha maldade e maior pelo amor que tenho por você,filha.—Falo e a empurro da janela.Logo me deparo com o seu corpo no chão.Acho que depois de ser jogada do décimo quarto andar ela deva estar morta...