Darla esfregou-se no colo de Angelus. Ele então acordou de seus pensamentos e encarou a vampira loira.

─O que você quer, Darla?

─Se já conseguiu chegar onde queria, por que não acaba com ela? Ou eu mesma terei a honra?

Ângelus ficou de pé.

─Se chegar perto dela... ─Ameaçou.

─Vai me matar? ─Ela riu. ─Sou sua criadora. E você me trairia por causa de uma simples humana? Eu não o reconheço mais.

Darla, em seguida, saiu. Angelus sabia que ela iria atrás de Buffy.

*****

Buffy empurrou a porta do armário. Ela estava irritada, confusa e decepcionada. Há tempos não encontrava Angelus e depois do que fizeram... Balançou a cabeça. Havia coisas mais importantes a fazer naquela noite que se lamentar. Ela estava fora, patrulhando o cemitério quando ouviu alguém gritar. Ela correu o mais rápido que pode em direção ao som.

*****

Na casa de Buffy, Joyce estava sozinha, cuidando de algumas tarefas domésticas. Ela estava limpando o balcão quando ouviu um barulho. Era uma casa velha e talvez não fosse nada, mas então o barulho se fez presente e ela teve que investigar. Procurou e ouviu uma batida na porta. Joyce abriu a porta e encontrou uma mulher loira, sorrindo.

─Olá?

─Olá, sou uma amiga de sua filha. Meu nome é Darla.

─Oh, desculpe. Oi. ─Cumprimentou.

─Buffy não disse que eu estava vindo? ─Indagou. ─Combinamos de estudar.

─Não, eu pensei que ela estava com Willow. Mas entre, ela deve chegar em breve.

Joyce deu-lhe passagem e Darla entrou na residência.

─Não desejo incomodar.

─Não é incômodo, querida. ─Caminhou para a cozinha. ─Está com fome?

─Faminta. ─Darla respondeu.

Do lado de fora, Angelus estava andando, procurando saber se Buffy estava em casa. Pela janela ele viu Darla e Joyce na janela e sabia que algo não estava certo. Ele correu para a casa e Darla já estava se alimentando.

─Solte-a! ─Exigiu.

─Não haja como se não quisesse se alimentar. ─Ela então jogou uma Joyce desmaiada para Angelus e riu. ─Acho que você terá de se explicar.

O cheiro de sangue invadiu suas narinas e Angelus deixou o rosto demoníaco se manifestar. Em outros tempos não hesitaria, contudo agora era diferente. Então a porta da frente se abriu e Buffy veio dentro.

─Mãe, estou em casa.

Buffy foi para a cozinha e congelou. Ângelus fez o seu melhor para depositar Joyce no chão e voltou a seu rosto bonito.

─Buffy...

Buffy correu para Angelus. Ele pulou para cima do balcão, bloqueando o golpe. Ela correu novamente e conseguiu agarrá-lo. Ela o jogou para fora. Ângelus rolou pelo chão e olhou para ela. O olhar de ressentimento em seu rosto.

─Se eu te ver novamente, eu vou te matar.

Ele então saiu para a noite. Buffy correu para sua mãe e sabia que tinha que levá-la ao hospital.

No hospital, Joyce estava recebendo uma transfusão por causa da perda de sangue. Ela amava sua mãe e Angelus tentou se alimentar dela. Tudo que tiveram foi uma mentira. Joyce estava desorientada, mas acordada.

─Você não se lembra de nada, mãe? ─Indagou.

─Sua amiga veio até em casa, e eu desmaiei.

─Descanse, sim? Você está bem agora.

Buffy saiu do quarto. Giles estava no corredor.

─Ela vai ficar bem. ─Suspirou. ─A culpa é minha. Eu o convidei.

Ela havia feito um breve resumo sobre como conheceu e se envolveu com Angelus. E descobriu que ele não era um rosto desconhecido. Um dos vampiros mais perigosos de todos os tempos.

─Não foi sua culpa, Buffy. Como poderia saber? Seu paradeiro era desconhecido há quase 80 anos.

─Agora eu sei. ─Ela o encarou. ─Sei também o que tenho que fazer.

─Angelus não é um vampiro normal, ok? Este foi um dos nomes mais temidos da Europa por quase duzentos anos. Talvez você não esteja pronta.

─Então vamos descobrir...

*****

Angelus encarou uma Darla muito sorridente.

─Você sabe, ela está te caçando agora. Ela nunca vai olhar para seu verdadeiro rosto e te amar. Você sabe que é apenas um monstro. Já matou tantas da espécie dela. Uma não faria diferença.

Ele mudou seu rosto bonito e agarrou o pescoço de Darla. Rosnou para ela.

─Então vamos acabar com isso!

Buffy estava nas ruas, procurando Angelus. Ela estava ao redor do Bronze, parecia um bom lugar para começar. Ela ouviu alguma coisa e era o som de vidro se quebrando. Ela seguiu o som para dentro do Bronze.

*****

De volta ao hospital, Willow, Xander e Giles estavam com Joyce.

─Buffy fala tanto de vocês. Ela estava tão triste desde minha separação. Fico feliz que ela tenha encontrado bons amigos. ─Ela sorriu. ─Embora ela nunca tenha mencionado Darla. Deve ser uma amiga nova.

Giles olhou para Willow e Xander.

─Darla? ─Willow indagou, não conhecendo o nome.

─Sim, ela veio e em seguida eu desmaiei. Espero não tê-la assustado.

─Desculpe-nos um momento.

Giles saiu com os garotos.

─Quem é Darla? ─Xander indagou.

─Um vampiro, com certeza. ─Disse Giles. ─Tenho que encontrar Buffy antes que ela cometa um erro.

─Se Angelus é um vampiro, Buffy não devia matá-lo também?

─Não estou preocupado com o vampiro, e sim com Buffy. Ângelus não a deixaria chegar perto se não quisesse.

─Onde vamos? ─Perguntou Xander.

─Buffy disse que começaria pelo Bronze.

*****

Buffy estava agora dentro do Bronze, procurando por Angelus. Ela olhou ao redor. Estava escuro e ela estava nervosa. Poderia ela matá-lo? Buffy ouviu alguma coisa e se virou.

─Eu sei que você está ai. Mostre-se, Angelus.

─Você não me conhece. ─Ele saiu das sombras com seu rosto vampiro. ─Mas vamos em frente com isso. Eu matei sua irmã caçadora, sua antecessora. Agora me mate.

Buffy ergueu a besta e disparou contra ele. Angelus agarrou a seta e a partiu ao meio. Ela recarregou a besta novamente e disparou, mas ele foi mais rápido. Ele deu um soco duro e ela caiu. Em seguida, ela o sentiu prende-la sob ele. buffy tentou tirá-lo, contudo ele era incrivelmente forte.

─Eu matei minha família, meus amigos, sua antecessora. E sou muito bom no que faço. mas eu nunca mordi sua mãe.

Resignado, saiu de cima dela. Buffy pegou sua besta e apontou para ele.

─Por que eu deveria acreditar em você?

─Não deveria. ─Abriu os braços. ─Por que não acabamos com isso?

─Eu sabia que você não poderia matá-la. ─Uma voz disparou e ambos olharam para ela. ─Triste ver o que você se tornou nos últimos meses.

─Você a conhece? ─Buffy perguntou, porém Angelus não respondeu.

─Claro que conhece. O Mestre me fez, em seguida, eu o fiz. Sempre fomos tão bons juntos, não é, Angelus?

─As coisas mudam. ─Ele respondeu.

─Amar alguém que nos mata?! Isso é doente e assustador. Mas as armas são mais assustadoras. ─Darla então tirou duas pistolas e Angelus saltou. Buffy virou uma mesa de bilhar e se escondeu.

─Angelus! ─Ela ouviu Darla rir.

─Balas não matam um vampiro. Mas doem muito. ─Explicou.

Angelus deitou no chão com dor e Buffy começou a correr para o balcão. Darla disparou e Buffy se escondeu.

─Buffy. ─A voz de Willow veio das vigas. ─Não foi Angelus quem mordeu sua mãe. Foi Darla!

─Um pouco tarde, não acha? ─Era a voz de Darla.

Buffy apontou sua besta e atirou. A flecha não a acertou e ela teve que se abaixar para recarregar. Ângelus saltou na frente de Darla e chutou-a e desarmou-a. Ele viu um pedaço de madeira e correu para ele.

Darla olhou chocada para Angelus e seu rosto voltou ao normal. Talvez, pela primeira vez em séculos, aquela era a verdadeira Darla, e Angelus olhou para sua criadora, vendo a mulher que ela foi antes de se transformar. Em seguida, ela era pó diante de seus olhos.

Buffy levantou-se de trás da parede e viu Angelus de costas. Ela ergueu a besta para ele, sabendo que era sua única chance de acertar, no entanto desistiu. Abaixou a arma e saiu de seu esconderijo.

─Não vai atirar? Não sou o vampiro grande e mal?

A voz de Angelus a surpreendeu. Ela balançou a cabeça, mesmo sabendo que ele não a via.

─Se o fizesse, sei que me arrependeria. Não vamos nos ver novamente, contudo.

─Pois saiba que sempre terá alguém olhando por você nas sombras, Buffy.

Num piscar de olhos, ele se foi. Buffy deixou a besta cair no chão e olhou para cima. Giles e seus amigos viram a cena toda. Ela não tinha certeza se não se veriam novamente. Os sonhos sobre o Mestre vinham aumentando e Buffy sabia que precisaria de Angelus se quisesse sobreviver. No momento, apenas podia esperar.