Animos Domi

Capítulo 20 - floresta


Onde Anne estaria? A ultima lembrança que tinha era da caverna que fora estudar. Mas definitivamente não estava na caverna. Estava amarrada! Alguém a havia amarrado! Ela tentou gritar mas notou que havia um pano em sua boca. Ela se virou de lado, tentando ficar mais confortável. Então notou que havia outra pessoa ali também.

John Smith. Ela o conhecia de torchwood, embora não tivesse certeza de que ele a conhecesse. Mas esse não era o caso: Ele não parecia bem. Estava bastante pálido e um filete de sangue escorria por sua cabeça. Ela tentou se soltar, mas estava muito bem amarrada. Precisou de o que julgou uma hora de contorções, viradas, puxões e mordidas para conseguir se soltar.

Ela foi até John e o desamarrou. Então olhou melhor ao redor. Seja lá quem fosse que tivesse prendido-os ali, tivera um cuidado especial. Todas as janelas estava fechadas, de modo que o lugar ficava mais quente. Havia, além das camas duras, uma porta e uma mesinha bamba com alguns tipos de sanduíches, alguns grãos, frutas e uma jarra de água com dois copos. Ela deu um pouco de água para John; Qualquer outra coisa seria arriscada, afinal, não sabia o que acontecera.

Faminta, ela comeu tudo o que aguentou. O mais incrível era que sempre que ela virava de costas, a mesinha se reenchia de comida. Ela tomou um copo de água e tentou abrir a porta e as janelas, mas estavam terminalmente trancadas. Ela se distraiu com a tarefa por um bom tempo, depois se sentou na cama, as mãos doendo.

Algum tempo depois, John murmurou alguma coisa e se mexeu, inquieto. Ela se levantou e se aproximou. Ele despertou, olhou em volta por alguns segundos, como se não entendesse o que estava havendo, então gritou e se colocou de pé, bambo, com os punhos erguidos.

--O que foi?—perguntou ela. –Você devia se sentar.

Ele continuou parado, encarando-a.

--Mas o que você tem?—Perguntou ela. Por que ele agia daquele jeito? –Devia se sentar, você está machucado.

--Não vou cair nessa. –Disse ele.

--Cair em que?—Perguntou ela, confusa. Realmente não sabia do que ele estava falando.

--Ah, acha que sou burro o bastante... –Riu-se ele.

--Mas o ...? –começou ela. –Olha, não importa. Não sei o que estou fazendo aqui nem como vim parar aqui. Só quero entender. Não me lembro de nada.

Algo em seu tom fez John baixar os punhos.

--Então coloque as mãos para o alto. –Disse ele. Ela obedeceu e John se aproximou, cauteloso. John olhou seus olhos: Estavam calorosos, vivos.

Anne não pode deixar de notar que ele era muito bonito.

John pareceu aliviado, então voltou a sua cama e se sentou, limpando o sangue da testa com a manga da jaqueta. Ele agora percebia que algo devia te-la usado, usado sua mente, do mesmo modo que usara ele e Holly na caverna. Na verdade, percebera quando ela o tentava matar em casa.

--Tente comer algo. –Sugeriu ela levando um sanduíche de frango. Ele olhou desconfiado. –Estavam aqui desde que acordei. Já comi um bocado.

Ele aceitou. Pelo seu relógio de pulso eram três da tarde. Não se admirou quando conseguiu comer cinco dos sanduíches.

--Mas como viemos parar aqui?—Perguntou ele depois de comer.

--Achei que você soubesse. –Disse ela, desapontada. –Não me lembro de nada...

John baixou os olhos, mas ela pareceu notar.

--Você sabe! Me diga, o que eu andei fazendo?

--Tentou me matar duas vezes. –Disse ele. Uma parte muito grande sua ainda sentia raiva. –E também Rose, Liz e Holly, amigos meus.

--De torchwood também. –Disse ela, parecendo confusa e magoada. –Sei quem são. Mas eu feri alguém? Como posso ter feito isso e nem lembrar...

--Não, não foi sua culpa. –Disse John, se sentindo culpado na mesma hora por ter dito o que disse. –Acho que aqueles seres controlaram sua mente.

--Os bi? Eu os chamo assim.

--Como sabe deles?—Perguntou John, encostando-se na parede. Seu corpo todo doía como se tivesse sido pisoteado.

--Antes de vir parar aqui, estava estudando cavernas para torchwood, fazendo mapeamentos. Eles estavam lá, mas foram gentis. Me seguiram por onde fui e me acompanharam na saída. Mas daí para frente não me lembro de mais nada...

--Seria bom sairmos daqui— Comentou John, mas não se levantou.

--Está tudo fechado, eu já tentei. –Disse ela.

John suspirou. Parecia que tudo acontecia com ele.

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--A quanto tempo faz que ele sumiu?—Perguntou o chefe de policia.

--Chegamos em casa a quase uma hora, mas podem ter levado-o antes... –Disse Rose, completamente em pânico.

Ela e Pete haviam chamado a policia. Os homens olharam tudo, cada coisa quebrada e jogada e recolheram um pouco de sangue do chão com um frasquinho. Agora faziam as perguntas finais e se preparavam para ir embora, deixando Rose ali, segura pelos braços do pai.

--Acho que vou buscar Holly e sair com ele perguntando as pessoas se viram John em algum lugar por ai. –Disse Rose quando os policiais saíram.

--Vou junto. –Disse Pete.

Um tempo depois tinham passado em torchwood e pego Holly e Liz, que meio que fugira da enfermaria para ajudar. Eles pegaram fotos impressas do humano e se dividiram, percorrendo ruas e mais ruas. Mas quase ninguém havia visto nada. Apenas algumas pessoas haviam visto, mas não se lembravam dos detalhes.

--Acharam algo?—Perguntou Rose assim que eles se reuniram. Os outros balançaram a cabeça.

--Não fica assim, Rose. –Disse Liz. –Ele está bem.

--Alden!—Disse Rose de repente.

--Hã?—Perguntou Holly.

--Alden!Ela sabe de tudo, deve saber onde ele está!

--Mas onde podemos encontrá-la?—Perguntou Pete.

Rose abaixou a cabeça, a esperança que brotara dentro dela morreu.

--Geralmente ela nos acha... –Murmurou.

--Sim, acho. –Disse uma voz longe. Rose olhou e viu Alden vindo em sua direção. Mas havia algo errado. Ela tinha vários cortes nos braços e no rosto e andava devagar, como se estivesse prestes a desmaiar.

Todos correram junto dela, cumprimentando-a, perguntando mil e uma coisas ao mesmo tempo.

--Calminha, gente!—Disse Pete. –Deixem ela falar.

--Sei o que houve e posso ajudar, mas antes eu preciso de ajuda. –Disse ela. –Explico quando estivermos em um lugar trancado.

Pete dirigiu um tanto rápido demais até em casa, onde todos entraram e Rose fechou a porta.

--Então. –Disse assim que chegaram a cozinha e Pete serviu um chá. –Do que precisa?

--Apenas cuidados. Digamos que tive uma enorme aventura com aqueles seres da caverna.E peguei isso.

Ela colocou três pedras e três orbes em cima da mesa. Todos ficaram estupefatos por vários minutos.

--Você é incrível. –Disse Rose por fim.

--Peguei duas nas caverna e uma eu tirei de uma mulher que os seres estavam usando para impedir que essas pedras chegassem a nós. –Explicou Alden. –Quanto ao humano e Anne, estão presos.

--Ele está... –Começou Rose.

--...Bem. –Completou Alden. –Mas não posso saber onde esse lugar fica exatamente. Há alguma proteção contra minhas habilidades em volta dele. Sei apenas que fica em uma floresta. Mas ele tem comida e algum conforto. E Anne, a agente, está com ele.

Todos, menos Pete, empalideceram. Mas Alden tratou de acrescentar.

--Mas ela não teve culpa. Do mesmo modo que John, teve a mente controlada. Agora, preciso dormir. Sinto muito, mas não posso mais ficar acordada.

--Pode ficar no quarto de John. –Disse Pete. Alden simplesmente subiu, provavelmente sabendo onde o cômodo ficava. –Vamos começar a procurar nas florestas.

--Se Anne fizer algo com ele... –Disse Rose entre os dentes.

--Relaxa, Rose. –Comentou Liz. –Vamos achá-los.