Angel Rebel

Arriscando


***BELLA***

-Por que está fazendo isso?

-Não sei.-Passou as mãos no cabelo e me encarou.-Eu simplesmente não sei.

Eu não queria chorar,mas preferi isso a ter que bater nele. Os homens na terra tem essa facilidade de machucar as mulheres quando se trata de relacionamentos. E elas sempre caem. Sempre.

-Esquece,ta legal? Eu não estou com...

Sua mão quente tocou a pele em minha costas. Respirei fundo segurando o ar,que sorte eu teria se conseguisse me sufocar.

-Estou sendo sincero com você e você esta mentindo de novo?

Pisquei algumas vezes me afastando.

-Pode me entender? Tem arcanjos atrás do meu pai. Tem sombras me vigiando. Esperando que eu erre em alguma coisa,na verdade,estou errando desde que cheguei. Eles devem,que perceberam,que você também é um erro.

-O que eles vão fazer se nos pegarem?

-Como assim” nos” pegarem? Eu e você não irá se juntar.

Sorriu.

-Estou falando serio. A minutos atrás eu era quase invisível pra você Tânia estava aqui,já se esqueceu?

-Não Eu não esqueci. Mas a minha atitude foi outra. Pode ver na minha mente se eu a deixaria ir em outros tempos.

-Você esta com febre,pessoas com febre ficam alucinadas.

-Eu estou bem.

-Então eu posso ir.

Segurou meu vestido da noite passada.

-Vai rasgar.

-Já vi tudo ai.

-Edward.

Me puxou me arrastando ate a mesa. Puxou uma cadeira e me sentou ali. Minhas mãos estavam tremendo,essa era a primeira vez que não o via nem temer a meu olhar.

-Vamos falar serio agora.

-Falar o que? Que depois que deixamos o erro acontecer,coraçãozinhos foram pintados a nosso redor? Não.

-Depois que nos transamos a exatamente uma semana atrás você ficou diferente. Olha pra todos como se quisessem mata-los,parou de me atormentar com mais freqüência,odeia a Tânia mais do que o normal,mas mesmo assim. A quer por perto. Não me olha nos olhos. Age como se eu fosse ataca-la a cada meio segundo. Não invade mais minha mente,esta mais fria também Quer mais motivos,ou esses estão bom?

Cravei a unha em sua coxa.

-Onde quer chegar com tudo isso?

-Onde eu não paro de pensar naquele dia. Nem no seu jeito,seu modo de me tratar. Eu gostava da Bella de antes.

-Ótimo,eu volto a ser aquela de antes.

Puxou a cadeira para mais perto. Sua mão quente repousou em meu pescoço

-Não seja tola. Estou falando de sentimento.

-Atracão e desejo é sentimento aqui?

bufou.

-Você sabe que não.

-Então não é sentimento Edward. Eu vou te ajudar,isso vai ser difícil Eu nem sei se você vai acreditar em mim no fim disso tudo. Mas vou te ajudar.

-E depois?

Me afastei seguindo para escada.

-Vou cuidar do Charlie.

Me seguiu.

-Se o pegarem,o que vai acontecer?

-Vão apagar a mente quantas vezes for possível Ele pode enlouquecer. Eu posso acabar com a vida dele.

-Mas não será você

-Sim,será.

***

-Bells?

-Sou eu,pai.

-O que faz aqui sozinha?

Sequei as lagrimas e me ajeitei na cama.

-Não queria atrapalha-lo. Como a Sue está?

-Esta bem. O que aconteceu?

Tanta coisa.

-Eu não sei o que eu faço. Eu não sei pai.

-Seu chefe.-Bufou.

-É tudo. Estou no meio do fogo cruzado e preciso decidir o que fazer. Mas só posso escolher uma coisa no meio disso tudo.

Me abraçou.

-Escolhe a certa.

-As duas são erradas.

Segurou meu rosto. Seu olhar era preocupado.

-O que minha pestinha aprontou?

Sorri. A muito ninguém me chamava assim.

-Sabe quando você ama muito uma pessoa e não quer perde-la,mas se você escolher ela pode estar abrindo mão de algo ainda mais importante?

-Sei.

-Eu quero os dois.

Suspirou.

-Bells,meu amor. Se o problema sou eu,esquece. Pode seguir em frente,eu vou estar aqui sempre.

-Não-O abracei.-Eu nunca vou te deixar Charlie. Tem que ter outra maneira.

-Aposto que o outro é o seu chefe,não é?

Assenti.

-Isso é estranho. Eu nunca senti isso antes.

-Eu deveria explicar o que é?

-Te livro dessa.-Sussurrei.

Ficamos um longo tempo ali.

-Se você gosta dele...acho que deveria dizer isso a ele.

-Ele já sabe.

Sorriu.

-Se dê uma chance então

-Não posso. É complicado.

-Mas não é impossível. Arrisca.

-Eu posso perder muita coisa se eu fizer isso.

Apertou o abraço.

-Vai estar perdendo se não tentar. Que se dane o que outros vão pensar.

O fitei.

-O que foi?

-Andar com os quileutes está te deixando descolado.

Gargalhou.

-É,deve ser. Bom,vou me deitar. Vai ficar aqui hoje?

-Tenho uma carona me esperando.

-Devo saber sobre isso?

Neguei.

-Ótimo Boa noite filha.

-Boa noite pai.

Só sai quando vi que ele realmente havia dormido. De uma chance,eu queria,mas tinha medo do que poderiam fazer com...os dois. Eu sei o quanto errei. Eu tenho total noção do tamanho do meu erro,se eles descobrirem antes,é ai que vou estar encrencada mesmo.

Em poucas horas o sol poderia estar surgindo. Edward continuava na cama encolhido. Sorri com suas feições,ele estava com raiva,mas era raiva de criança. Menino mimado. Por deus,eu queria beija-lo. Queria sentir a força de suas mãos,também queria que ele fosse só um estranho como todos os sem sorte que entraram um dia no meu caminho. Deitei a seu lado o encarando,suspirei bem baixinho e seus olhos se abriram.

-Você demorou.-Sussurrou piscando.-Por que fugiu?

-Não fugi...Fui ver o Charlie.

Esfregou o rosto contra o travesseiro e me encarou. Ficamos assim por um tempo.

-Está melhor?

-Quer mesmo saber?

-Isso é meio obvio.

Sorriu,e para minha surpresa se aproximou. Podia sentir a temperatura quente de longe. Seu cabelo estava brilhando.

-Por que você esta doente?

Sorriu.

-Não sei. As pessoas ficam doente.

-O que eu posso fazer?

Segurou minha mão

-Fica aqui.

-Eu já estou aqui.

-Esta não. Esta longe.

Estou mais perto do que você imagina.

-Você é sempre mimado assim quando esta doente?

-Só as vezes.-Suspirou.-Hoje cedo,eu falei serio.

Por que ele fazia isso?

-Edward...

-Eu sei,é errado. Mas errar parece que nunca foi um problema pra você

E não era ate você surgir e ferrar com tudo de vez.

-Agora é.

-Por que?

-Porque se eu levar isso adiante eu posso perder você e Charlie. E no fim não vai valer a pena.-Estava sufocando.-Não era pra ser assim. Não era.

Eu devia afasta-lo,mas eu não consegui. Por que eu estava sendo tao idiota? Por que me transformei em um ser vulnerável? Por que eu cedi,desde o começo?

-Não estou mais confuso.-Sussurrou.-Posso provar.

Me encolhi.

-Quer que eu prove?

-Isso vai ser perigoso.

Sorriu. Se afastou puxando o celular na comoda. Reclamou baixinho quando a luz do visor o incomodou

-O que esta fazendo?

-Ligando para Tânia

-Pra que?

-Pra terminar com ela.

O encarei.

-Edward! Não faz isso. Quer dizer,faça,mas não por mim. Você nem sabe se gosta de mim.

-De alguma maneira eu sei.

Era o certo,mas não por mim.

-Agora não. Ainda não.

Me entregou o celular.

-Mas eu vou fazer. Eu preciso fazer isso.

-Eu devia ficar feliz?

Me puxou. Seu corpo quente cobriu o meu.

-Sim...eu acho. Você ainda me ama,não é?

O que você acha seu infeliz? Assenti.

-Ótimo Esperei uma semana para dizer as verdades. Minha cabeça já estava uma confusão Isso tudo parece arriscado..

-Não tem medo de ir para o inferno?

Negou.

-Alice disse que temos que arriscar.

-Alice? Claro.

-Estou arriscando. Talvez seu lugar não é no céu.

Controlei minha respiração

-Tem uma coisa que eu quero fazer.

-Edward...

-Posso beija-la?

Isso. Pula no inferno de cabeça,as portas se abriram.

-Está esperando o convite?-Sussurrei quase pra mim mesma.

Arriscar. O resto seria as cegas.