Você esta nos perdendo.

Cap. 4 – Você está nos perdendo.

Abriu. Fechou. Abriu novamente.

O que via diante dos seus olhos era espetacular.

Um campo verde, borboletas coloridas voavam pelo ar, somente pousando em flores de todas as cores imagináveis e possíveis, espalhadas pelo campo. Uma cachoeira dava um toque ainda mais imaginário ao lugar.

Ele estava em cima de um morro, não muito grande. Lá em baixo podia vê-la, seu bebê lindo. E ela estava de pé, não só andando, mas também correndo pelo campo.

- Ela é linda, não é Edward?!

Ele reconheceria aquela voz em qualquer lugar do mundo. Era sua voz, mas ela não parecia feliz.

- Marie. Sinto tanto a sua falta, Marie.

Me encaminhei para abraçá-la ainda ajoelhado, meu rosto encostado em sua barriga. Ela colocou as mãos em meus cabelos e foi descendo em uma caricia lenta até meus ombros parando ali e me empurrando levemente.

Até que me afastei.

Nos meus olhos sentia as lagrimas.

- Marie, o que há? Porque age assim?

- Não posso estar aqui, Edward, e ao mesmo tempo preciso.

- Não lhe estou entendendo.

- Você quase a matou,... Edward.

- Você... Sabe... que não foi culpa minha.

-Deve me escutar Edward. Não devia estar fazendo essas coisas.

- Por que é tão cruel Marie? Eu te amei e ainda te amo todos os segundos da minha droga de vida. O que ainda quer de mim? Por que é tão cruel Marie?

- Porque você é tão cruel Edward. Você realmente não vê?! Ela é parte de mim, ela é parte de você, Edward. Sangue do nosso sangue, carne de nossa carne. E você simplismente a trata como um lixo, como... se ela não fosse nada.

- Ela te matou Marie.

- Ela... é um fruto do nosso amor Edward. Não a culpe por algo que seria inevitável. Você não poderia impedir minha morte, Edward. Olhe para ela, o que você vê?!

- Vejo a mim mesmo, nos cabelos, nos sorrisos, nos gestos, nas decisões. Eu não agüento olhar para ela e me ver quando queria te ver, Marie...

- Tem mais de mim nela do que você vê Edward basta procurar.

- Não sei se consigo Marie.

- Você tem de se entender agora, entender a sua filha, ela precisa de você.

- Eu preciso de você, Marie, eu não posso passar por isso sem você!

- Você me tem mais perto do que imagina, olhe outra vez e mais outra se não conseguir ver, mas, por favor, precisamos que você veja. Você esta nos perdendo Edward.

VEJA!

Olhando mais uma vez, viu a filha se aproximar de um tipo de luz vinda da cachoeira. Olhando de novo e com mais atenção viu que o rosto iluminado pela luz se parecia muito com o de Isabella, mas também podia ver Marie ali, era como se os rostos se trocassem de lugar toda vez que piscava era uma delas que via. Mas quando focalizou pela ultima vez.

Viu as duas juntas em um só.

Então piscou os olhos e quando os abriu se viu no quarto de hospital de sua filha. Esticou a mão para tocá-la, mas logo a recolheu com medo de acordá-la. A mesma estava pálida, deitada na cama próxima ao sofá que ele estava sentado, o mesmo sofá onde ele havia dormido e sonhado com Marie. E ainda nesse mesmo sofá ele via Isabella ressonando tranqüila com a cabeça em seu ombro. Sem se segurar passou as mãos no rosto da garota, sentou-se melhor no sofá e deixou que ela se acomodasse melhor agora deitada em seu peito, tão tranqüila quanto um céu sem nuvens.

- O que será de mim Marie?

Com ela aninhada em seu peito o confortando, ele voltou a dormir acariciando os longos cabelos de Isabella.