Amê Souer

Capítulo 5 - Rubi


O coração de Ladybug falha uma batida.

Não há como ela chegar até Alix a tempo. Ela só pode ficar ali esperando a sua amiga ser atingida.

A heroína desvia o olhar, querendo que tudo aquilo não passe de uma alucinação.

O grito de empolgação de Alix morre em sua garganta. Os seus olhos se arregalam e o seu coração parece perder o compasso.

Ela vê a esfera flamejante vindo em sua direção, veloz e brilhante como um cometa.

Alix fecha os olhos, sem querer ver - e muito menos sentir - o impacto do cometa em si.

O ar ao seu redor começa a ficar mais quente à medida que o ácido se aproxima cada vez mais.

Porém, quase no último instante, algo vindo na direção oposta, colide contra ela, a jogando no chão, a vários metros de distância. Ela sente um corpo junto ao seu, ambos rolando como um carro capotando.

Até que o mundo para de girar e ela abre os olhos, vendo Luka logo acima dela, com um olhar espantado na face.

Quando seus olhos se encontram, eles ouvem o som da explosão e o clarão do acido corroendo o chão.

Um momento se passa onde eles parecem ter se esquecido de que uma batalha ocorre em volta deles.

Até que Alix percebe a posição em que eles estão e suas bochechas adquirem um cálido tom rosado, combinando com os seus cabelos.

— Você parece um rubi quando fica corada, sabia? – Luka acaba soltando a frase, sem nem perceber o que estava falando.

Ele sabia que devia estar brigando com ela por ter sido tão imprudente, mas a sua fúria se desfez por completo ao ver que ela estava bem, que não havia se machucado.

Alix revira os olhos, o empurrado para longe dela ao se sentar.

— Sim, sim, eu sei que sou uma preciosidade, Roqueirinho – Alix resmunga, em tom sarcástico.

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Ao notarem que, tanto Luka quanto Alix, estavam seguros, Ladybug troca um olhar com Cat Noir antes de ambos investirem contra o sentimonstro.

Ele salta, usando o seu bastão para se impulsionar.

Já ela lança o seu ioiô, para agarrar a mão do senti-pirulito, onde está o canhão. Ladybug puxa a corda do ioiô, fazendo o monstro cambalear e jogar o seu peso para frente.

Cat Noir enfim atinge o seu objetivo, pousando de pé no braço do Sentimonstro e correndo para cima o mais depressa possível, sabendo que sua parceira não conseguiria segurar o Sentimonstro por muito tempo naquela posição.

Ao passar pela articulação do cotovelo do gigante, Cat Noir deu mais um salto.

Quem assistia lá do chão, via tudo quase que em câmera lenta quando Cat cruzou o ar num semicírculo amplo, entre o braço e a cabeça do Sentimonstro, com o bastão em punho, acertando diretamente o olho do gigante de pirulito.

O monstro urrou e esperneou, levando suas patas até os olhos, se desvencilhando da corda do ioiô de Ladybug.

Cat Noir tentou se agarrar ao monstro, mas a movimentação o fez cair em queda livre no ar.

Ladybug se lança em seu ioiô, pegando Cat Noir pela cauda, segundos antes que ele possa se chocar contra o chão.

Ela sente o orbe corrosivo vindo na direção dos dois e consegue se desvencilhar, desviando da rota de colisão por apenas poucos milímetros.

Virando o rosto, a heroína vê quando o ácido se choca contra uma casa, a consumindo em segundos, espalhando a sua destruição e resumindo tudo a ruínas.

Esse akuma não estava mesmo de brincadeira, ela teria que chamar reforços e já até tinha alguém em mente.

Sabia exatamente que herói chamaria para derrotar aquele maldito akuma destruidor de encontros.

Com um plano já se formando em mente, ela colocou o gatinho no chão, dizendo:

— Cat, pode distrai-lo por um momento?

— O que tem em mente, My Lady? – o loiro perguntou, aliviado por sua Lady ter pensando em um plano rapidamente.

Até porque ele não estava gostando muito daquele monstro literalmente amargo.

— Eu vou buscar reforços. – foi só o que a Lady disse.

Ele a olha com indignação e quase é acertado pela pata do senti-pirulito, mas salta para longe bem a tempo, já vendo sua Lady ir atrás do tal reforço.

Reforço esse que o gatinho já imaginava quem fosse.

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Luka estava tentando arrastar Alix para um lugar seguro, onde aquele monstro não pudesse machuca-la.

O rapaz sabia que devia ir até Ladybug e oferecer ajuda, mas antes disso teria que se livrar da ruiva, o que não seria nada fácil.

Enquanto Luka tentava arrastar Alix, que protestava veemente, ele viu Ladybug os espreitando. Esta por sua vez lhe lança um olhar significativo que ele entende muito bem.

Sabendo que não há tempo a perder, o Couffaine tenta deixar Alix em um local seguro, onde aquele monstro não possa tentar machuca-la novamente. Afinal, Luka não conseguiria auxiliar Ladybug se tivesse que ficar se preocupando com aquela ruivinha que parecia não ter medo de virar uma poça de ácido.

Impaciente e ainda preocupado com ela, ele diz num tom autoritário, como se falasse com uma criança pequena:

— Fique aqui. Eu vou ver como estão às coisas e já volto.

— O quê? Nem Pensar! Vou junto! – ela retruca, indignada.

— Pra ser atingida por uma bola daquelas? – ele arqueia a sobrancelhas, deixando clara a estupidez dela.

— Se eu tivesse o meu Miraculous aquilo não teria acontecido! – a ruiva cruza os braços, na defensiva.

Luka fica espantado com essa afirmação.

— Como!? Um Miraculous? Qual Miraculous? – ele pergunta, olhando bem para ela, tentando descobrir se ela está ou não brincando com ele.

Alix então percebe que havia falado demais, porém, sabe que não tem como voltar atrás, por isso completa:

— Um dia vou receber o Miraculous do tempo. Eu sou a Bunnyx – Alix parece orgulhosa disto, até que prossegue, com a testa franzida: – Na verdade, vou ser.

Luka piscou desnorteado.

— Bunnyx!? – foi só o que ele conseguiu balbuciar.