Capítulo 12. Ciclo torto.

Way Down We Go

"A verdade é que todo mundo vai te machucar. Você apenas tem que encontrar aqueles pelos quais vale a pena sofrer."

Bob Marley.

Mas por algum motivo, Finnegan queria gerar uma discussão.

— Então Rosemary também não vai — o de fios descoloridos disparou.

— Ela vai — Phoenix retrucou com a voz firme.

— Ela não vai — Finn rebateu, e poderia continuar fazendo isso a madrugada inteira.

— Ela vai, porque a Avery, que é a nossa Líder, deixe-me lembrá-lo, falou que ela ia — a voz de Phoenix estava grave, e era definitivamente a primeira vez que todos os garotos dali o viam daquele jeito. Avery se lembrava da última vez que ele elevou a voz com alguém. Não teve um final feliz.

— Oh claro, e ai ela estraga nossa missão completamente ganhando uma cauda de sereia e mostrando os peitos! — Finnegan esbravejou, batendo no peito de Phoenix, que deu um passo para trás, um tanto quanto assustado com a reação do filho de Jim.

Os outros que estavam somente parados esperando a discussão se aquietar, assustaram. Em especial, Aaron que conhecia o Hawkins tão bem e nunca o havia visto daquele jeito.

Finn passou a mão no cabelo, dando as costas para Phoenix, que já cerrava os punhos. As aulas de Luta ao menos valeriam para alguma coisa em sua vida.

— Se a Atlanta não for, a Rosemary não vai, nem o Kaled, e muito menos a Sarazal — Finnegan anunciou, ainda de costas para o resto do pessoal.

— Você não manda em nada, Finnegan — Maxford se contrapôs, já começando a ficar irritado. Estava adorando ver a ceninha entre Phoenix e Finn, em especial porque não mexia com seus próprios interesses. Mas agora...

— Gente, pelo amor de Deus, vocês-

— Não, mas isso é uma ameaça — o de fios descoloridos virou para encarar os colegas. — Se eles podem levar aqueles que eles querem pegar, porque eu não posso levar a menina que quero pegar? — indagou, cruzando os braços e fitando Avery intensamente.

— Porque a menina que você quer pegar nunca gostou do Norwood, e nunca irá gostar — Avery rebateu, colocando-se de pé, mas ainda enrolada na coberta. — Ela não irá querer ajudar a procurar o assassino daquele que ela odeia — concluiu.

— Assim como a Rosemary, e ela vai mesmo assim — Finnegan falou firme, dando uma breve olhada em Phoenix, que agora estava sentado. — Por quê?

— Porque além dela fazer parte do Clube-

— Mas isso não é uma porra de uma reunião do Clube! — Finnegan esbravejou, assustando Maxford que estava explicando. — Isso é a porra da gente procurando o assassino de Norwood, okay? — falou, desta vez mais calmo.

— Ok, chame a Atlanta — Avery falou, abanando a mão na direção do rapaz e se apoiando na parede.

O que? — Phoenix ergueu a cabeça fitando a morena. — Não, não, não, não, eu não dou esse direito pra você, Finnegan — apontou para o de fios descoloridos, que deu um sorriso irônico e se aproximou um passo do loiro.

— Avery é a líder, e ela concordou — respondeu ainda sorrindo, e Phoenix levantou-se, dando um empurrão em Finnegan, que logo foi segurado por Ethan. — Me solta, desgraça! — mas Ethan continuou firme segurando-o, pois sabia que se soltasse o rapaz, ele atacaria Phoenix.

— Avery, Atlanta é sua melhor amiga, minha irmã! Como você pode deixá-la ir enfrentar algo desconhecido e que pode ser muito mais perigoso do que quer que tinha naquela Ilha?! Você perdeu o juízo? — Phoenix gritou para a menina, que fechou os olhos, controlando-se internamente.

— Eu estou dizendo, se a Atlanta não for, nenhum dos outros vão! — Finnegan gritou de onde estava, tentando-se soltar de Ethan, que pediu ajuda a Maxford, que não recusou, aproximando-se do garoto. — Não toca em mim! — Finn gritou quando percebeu a aproximação do moreno. — Avery, você falou que a Atlanta iria!

— Gente, vocês são muito ridículos — a filha da Pocahontas comentou com um sorriso no rosto, negando com a cabeça, e fitando Finnegan e Phoenix. — Vocês querem levar pessoas que vocês gostam, que vocês se preocupam para ir procurar um assassino, ou assassina, no meio da madrugada, no meio da floresta — a menina negou com a cabeça, aproximando-se dos dois. — Vocês não pensam, não? Se eu estivesse a fim de pegar alguém, a última coisa que eu imaginaria seria levar esse alguém para o meio do mato procurar uma pessoa que matou outra.

A morena continuou ali em pé, olhando para os dois, em especial Finnegan, que ainda ofegava, mas agora já não se debatia mais contra os braços de Ethan.

— Pode me soltar — o de fios descoloridos pediu, e Ethan o fez. — A Atlanta não vai — Finnegan rapidamente falou, fitando os olhos de Avery, que assentiu brevemente, enquanto fitava Phoenix, que apenas deu de ombros. — Bom, eu já fiz a minha parte! — o rapaz falou, com um pequeno sorriso e logo se sentando no chão, cruzando as pernas.

— Desculpe, Avery, mas eu... — Phoenix começou, mas logo sua voz morreu, e o menino deu de ombros. Avery havia entendido o recado perfeitamente, e apenas assentiu. Se ele quisesse levar a pessoa com quem se importava, que levasse.

— Kaled é útil — Maxford deu de ombros, voltando a se sentar, feliz por aquela madrugada não ter dado em pancadaria, mas em uma pequena discussão adorável.

— Assim como a Sarazal — Ethan rapidamente acrescentou, fitando Avery, que apenas assentiu.

— Mas se eu ver alguém de vocês trocando saliva ou carícias, eu mesma irei jogá-los no riacho — a morena ameaçou, olhando fixamente para os três.

Maxford riu.

— Pode ter certeza de que a última coisa que vai acontecer lá é o Kaled me beijar — sorriu novamente, mas logo apontou para o Phoenix. — Ele também não vai beijar a Rose, porque ele não tem coragem de fazer isso — deu de ombros e virou para Ethan, que o encarou. — E o Ethan só beija aos sábados, então... Ninguém vai beijar, Avizinha, fique tranquila.

Avery deu um sorriso para Maxford, e logo fitou Ethan, junto com todos os outros, esperando uma reação do loiro que sempre vinha logo em seguida. Mas ele estava apenas de braços cruzados, a cabeça apoiada na parede atrás de si, e o rosto sereno e calmo.

— O que foi? — indagou ao ver os olhares sobre si.

— Você não negou ou coisa do tipo — Finnegan explicou, e Ethan suspirou.

— Todos já sabem o óbvio, e eu realmente não gosto de ficar mentindo o tempo todo — acrescentou, dando de ombros.

Maxford riu, logo bagunçando os fios loiros de Ethan.

— O nosso menino quer assumir, onwwww — falou, sorrindo divertidamente, e Ethan apenas sorriu também, retirando as mãos de Maxford da sua cabeça.

— Vocês realmente querem assumir? — Finnegan rapidamente entrou no assunto, arrastando seu corpo para próximo de Ethan, que o fitou levemente assustado por ver o rapaz querer se interessar no assunto.

— Mas já estava na hora, também — Avery reclamou, voltando a se sentar na cama de Phoenix, ao lado do loiro. — Faz quanto tempo? Dois meses?

— Um mês — Ethan respondeu. — E nós não queremos assumir, eu só estou ficando meio irritado em ter que ficar mentindo sobre algo que todo mundo sabe que é verdade — deu de ombros, fitando a todos e ao mesmo tempo, ninguém.

Ownn, alguém está começando a se apaixonar — Maxford brincou, dando um leve empurrão no loiro, que apenas balançou a cabeça negativamente.

— Não, eu só estou cansado mesmo — explicou-se, e Finnegan abriu a boca assustado.

— Cansado da Sarazal? — Finn indagou surpreso.

— O que? Não, Finn — Ethan respondeu, franzindo o nariz. — Cansado de esconder e ficar mentindo, apenas isso.

— Vocês dois fazem um casal legal — Avery opinou.

— Ao menos um de nós está dando sorte no amor — Aaron bufou.

— Sorte é o que eu menos tenho, Aaron — Ethan deu de ombros, com um pequeno sorriso. — Só tive sorte em ser o primeiro a ser visto naquela noite, mas tirando isso... Sorte é o que eu menos tenho.

— Ah, mas vai dar certo, tu vai ver só — Maxford opinou, com um pequeno sorriso no rosto. — Agora, eu e o Kaled, rapaz, isso eu estou com muita pouca fé, viu?

— Eu realmente não sei o motivo de você ter ficado obcecado por ele — Phoenix falou, fitando Maxford.

O moreno riu.

— Não estou obcecado, Phoenix — explicou com um sorriso de canto, e dando de ombros logo em seguida. — Mas ele é um sabor que eu ainda não experimentei, então...

— Deus, você deveria ao menos tentar fingir que não está o vendo como um objeto — Aaron pediu, com uma cara amarga, e Maxford riu, se aproximando e dando dois leves tapas no joelho do mais novo.

— Pode deixar, Aaron, vou tentar mudar meu jeito.

E então Maxford riu, pois ele sabia que ele aquilo era mentira, e duvidosamente ele mudaria seu jeito. E todos os outros seguiram seu ritmo, rindo também. Pois eles precisavam daquilo. Precisavam de um momento para relaxarem a cabeça, relaxarem a mente e apenas rirem. Esquecem-se do fato de que iriam perseguir o culpado da morte de Norwood em certo momento, e que talvez um dia, eles o encontrariam.

Avery foi a primeira a deixar de rir, fitando as várias caixas que haviam do lado de Norwood do quarto.

— São dele? — a morena indagou apontando para as várias caixas. Ninguém precisaria dizer quem era o ‘ele’ pois todos sabiam.

Phoenix assentiu, abaixando a cabeça logo em seguida, e juntando as mãos.

— A Fada Madrinha pediu para eu juntar tudo que ela irá mandar para a Ilha dos Perdidos — explicou, erguendo o rosto para Avery, que levantou de onde estava, deixando a coberta para trás, e indo em direção as várias caixas. — O Capitão Gancho pediu como uma última lembrança do filho.

— Ao menos isso — Avery comentou, amarga. — Ao menos isso ela faz para ele — concluiu, indo em direção a primeira caixa com várias roupas do rapaz. Estava com vontade pegá-las e cheirá-las, ver se o cheiro de Norwood ainda estava ali. Mas era tão óbvio que não, que a menina apenas se controlou em passar a mão pelas camisas bem dobradas. — Onde está a camisa do time? — indagou, virando-se para Phoenix, que apontou para uma caixa em cima da cama do morto.

Avery foi em direção a ela, no exato momento em que Finn e Ethan trocavam um olhar preocupado com Maxford, que os ignorou, pois parecia estar encantado em cada movimento de Avery.

Não demorou muito para Avery encontrar a camisa de Norwood. Um grande 9 estampava as costas da camiseta azul, logo abaixo do grande ‘JONES’. Avery sorriu pra camiseta, lembrando-se dos vários momentos que havia passado com Norwood ainda vestindo-a. Dos momentos em que ela ia pros jogos só para vê-lo, e que toda a vez que ele marcava um ponto, logo ia para perto da arquibancada e apontando para Avery gritava ‘essa é pra você’. E no final, todos os pontos eram para Avery.

A morena não resistiu, e logo colocou a camiseta em seu corpo, ela chegando até as suas coxas, e um sorriso de saudade brotou no rosto de Avery. Seus amigos todos assistindo a menina em silêncio, pois sabia que ela deveria estar sofrendo mais do que eles.

— A primeira vez que a vesti, ela estava toda molhada de suor — a morena comentou sorrindo, passando a mão por cima da camiseta, e então fitando os colegas. Ethan deu um pequeno sorriso, pois se lembrava daquele especial dia. — O Fighting Knights havia ganho a final — a morena continuou, e então deu um passo na direção deles, ainda sorrindo, e os olhos começando a lacrimejar. — E foi nesse dia também que Norwood me pediu em namoro — relembrou, sentando-se no chão ao lado de Finnegan.

— Você fez uma cara de nojo quando ele simplesmente tirou a camiseta e colocou no seu pescoço! — Ethan comentou, o sorriso aumentando.

Avery riu.

— Ela estava encharcada de suor! — defendeu-se. — Mas depois eu deixei, mesmo sabendo que eu iria ter que tomar banho depois — falou, os olhos vagos.

— Você ficou com a camisa a noite inteira — Phoenix sorriu, lembrando-se dos poucos momentos em que eles saiam como amigos de longa data, não como colegas do mesmo Clube. — E de meia em meia hora a gente tinha que mandar vocês dois irem para um quarto — comentou, sorrindo largamente.

— Ele estava atacado aquele dia — Avery comentou, virando o rosto para Phoenix, que sorriu divertido.

— Eu lembro como se fosse ontem — Maxford comentou, apoiando a cabeça na parede atrás de si. — E depois ele fez todos do time pularem na piscina, lembra? — o moreno perguntou sorrindo divertido.

— Como esquecer? — Ethan riu, virando-se para Maxford. — Eu levei uma puta bronca no dia seguinte.

— E ainda ficamos na detenção — Finnegan concluiu, mas com um sorriso de lado. — E que detenção, hein!

— Era realmente cômico passar pela sala de vocês com sunga e com as bóias só para ficar exibindo que nós estávamos indo na piscina e vocês não podiam — Aaron comentou sorrindo, logo fitando Avery, que foi sua cúmplice naquela tarde.

— Mas a gente aprontou bastante lá, hein — Phoenix sorriu. — Vocês lembram daquele dia que o Wood encontrou uma aranha gigante no Clube? — o loiro indagou, segurando a risada.

Maxford gargalhou.

— Eu nunca ri tanto na minha vida! — falou alto, continuando a gargalhar, chamando a todos para soltar suas gargalhadas também. — “Quem diria que o grande Jones teria medo de uma aranha” foi exatamente o que a Avery falou — o moreno prosseguiu.

— E aquele dia em que ele fez questão de te beijar no meio refeitório só para mostrar que não era homofóbico? — Aaron falou, soltando um sorriso e apontando para Maxford, que sorriu divertido.

— Oh, e não se esqueça do “eu ainda te quero na minha cama, Avery” que veio logo em seguida — Ethan apontou, fazendo a morena cobrir o rosto com as mãos, mas não deixando de sorrir. — Aquele dia foi épico.

— Foi com ele que eu aprendi a ser insistente — Finnegan falou com um sorriso de canto.

— Bota insistente nisso — Phoenix comentou, e mesmo com a discussão feita há momentos atrás, os dois riram como se nada tivesse acontecido. Porque, no fundo, eles iriam sempre fazer isso. E discutir entre amigos com circunstâncias não favoráveis e no meio da madrugada morrendo de sono era extremamente normal naquele grupo anormal.

— Oh, mas eu aprendi tanta coisa com o Norwood — Maxford comentou com um sorriso de canto. — Mas tanta coisa!

— Por favor, não venha com aquele papo besta de que foi ele quem te ensinou a gozar — Avery pediu apontando para o rapaz, que riu alto.

— Mas é sério, foi ele quem me ensinou os prazeres da vida — Maxford sorriu mais abertamente antes de começar a gargalhar, junto de Avery. — Mas realmente, grande parte do que eu sei foi com ele que eu aprendi.

— Um belo professor, diga-se de passagem — Finnegan completou com outro sorriso de canto, e Avery fitou o rapaz. — Foi ele quem me ensinou a dirigir — completou, sorrindo abobado.

— É... Foi ele também quem nos aproximou — Phoenix concluiu, sorrindo para os amigos, que assentiram levemente. — E não podemos nos esquecer o quão imperfeito ele deixou o Ethan — riu apontando para o loiro, que baixou a cabeça, soltando um sorriso.

— Tão imperfeito... — Aaron comentou ironicamente, fazendo os outros soltarem pequenas risadas. — Oh, e não podemos nos esquecer de quando o chamaram de machista e ele fez questão de distribuir flores para todas as meninas de Auradon Prep., e de aplaudir toda a vez que uma professora entrava na sala de aula.

— É! — Avery soltou animada, relembrando do épico dia. — Ele realmente fez questão de comprar todas as flores, e de escrever bilhetes em todas elas. E fez questão de ser um bom aluno naquela semana — a morena comentou, sorrindo de canto. Nunca havia visto Norwood tão determinado a mudar a ideia do pessoal sobre ele.

— E aquele dia em que ele protestou contra o Baile de Outono porque queria ir com o Max? — Ethan falou, apontando para o moreno ao seu lado, que sorriu de forma divertida. — Eu lembro direitinho dele sentado na frente da porta do escritório da Fada Madrinha por dias!

— Ele foi realmente um louco nisso — Avery comentou.

— E no final nem conseguiu o que queríamos — Maxford deu de ombros. — Mas foi realmente impagável ver a cara do pessoal toda a vez que eles passavam pelo “garoto loiro louco” — riu.

— Mas nada foi mais engraçado que aquele dia em que ele fez uma cena de ciúmes porque o Ethan estava almoçando com os gêmeos — Finnegan comentou sorrindo, e Ethan concordou. — “Escuta aqui, Ethan, eu te ensinei tudo o que você sabe, me respeita seu moleque!” — imitou o jeito de Norwood naquela tarde, fazendo os outros ao seu redor rirem.

— Eu não acredito que vocês vão embora — Aaron comentou após as risadas cessarem, fitando Avery, Phoenix e Maxford. Os três estavam no quarto ano, o último ano em Auradon Prep. E depois eles iriam para as faculdades e seguirem com a sua vida em Auradon.

— Por favor, Aaron, não começa, se não eu vou chorar aqui — Finnegan pediu, ficando repentinamente sério, fazendo os outros ao seu redor rirem, e Avery bagunçar seu cabelo.

— Nós vamos fazer esse ano valer a pena — Avery afirmou convicta de si. Seu sorriso estava mostrando perfeitamente que era verdade. Mesmo com a morte do maior integrante daquele pequeno grupo, eles iriam fazer o último ano da vida deles naquela escola valer a pena. — Norwood gostaria disso.

— Além do mais — Maxford começou. — Nós não vamos sumir do mapa, só vamos entrar na faculdade, e podemos nos falar todos os dias pelo grupo, ou então combinar de nos encontrarmos mensalmente ou semanalmente — deu de ombros, sorrindo com a possibilidade.

— Nós não vamos deixar de ser amigos — Avery finalizou com um sorriso, fitando cada um de forma atenciosa e carinhosa. — E nós sempre vamos estar ali um para o outro, mesmo a quilômetros de distância.

— Mas a escola definitivamente não vai ser a mesma sem vocês — Aaron acrescentou com um sorriso triste. Phoenix colocou sua mão no ombro do mais novo e lhe deu um sorriso confortante.

— Mas nós nunca vamos abandonar vocês e o nosso grupo — o loiro falou, deixando de fitar somente Aaron para fitar os outros dois. — É o que amigos fazem. Eles nunca abandonam os outros, em hipótese alguma.

— E sempre seremos o pessoal torto — Avery comentou, relembrando dos primeiros momentos do grupo, que não tinha ainda a participação de Aaron. — Mas lindos e maravilhosos e perfeitos tortos.

— Okay, vocês conseguiram, eu estou chorando — Finnegan falou, erguendo os braços para cima, enquanto as lágrimas escorriam por suas bochechas.

Avery riu, se aproximando do rapaz e puxando-o para um abraço de irmã. Ethan que estava próximo também se aproximou, junto de Maxford, e os quatro se abraçaram quietos, enquanto esperavam a chegada de Phoenix e Aaron, que não tardou. E ali, no quarto que outrora era de Norwood Jones, no completo silêncio de uma madrugada comum, eles sabiam que um sempre iria ajudar o outro, porque era isso que amigos fazem. E no fundo, todos eles sabem que nunca deixarão de ser amigos.

Mesmo quando há discussões bobas sobre garotas, ou sobre garotos, discussões sobre o certo ou errado, e sobre o que fazer nos momentos de desesperos. Discussões sobre qualquer coisa, e sempre com farpas e indiretas nos momentos errados. Brigas feias até, com direito a empurrões e risadas. Mas nenhum deles estava se importando com isso, porque uma amizade era assim.

E mesmo não conseguindo prestar atenção em nenhuma aula, dormindo na primeira aula, ou perdendo a primeira aula porque acordou tarde, e tendo que ir parar na detenção, eles ficaram ali. Conversando, relembrando bons momentos que nunca irão voltar. Ficaram até o amanhecer, sorrindo, gargalhando, até trocando indiretas e rindo com elas.

Porque no final, todos eles precisavam um do outro.

E isso nunca, nunca, iria mudar.