Amálgama — Interativa

Cada um com sua responsabilidade.




Capítulo 14. Cada um com sua responsabilidade.

Sign of the Times

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências."

Pablo Neruda.

— E você resolveu que a melhor ideia seria me chamar? — Kaled indagou, apontando para si mesmo, enquanto fitava Maxford dar de ombros. O filho de Aladdin passou a mão pelo rosto, e fechou a boca para não xingar Maxford e lhe estapear ali mesmo, no meio do refeitório (se bem que não seria um problema, considerando o fato de que só estavam os dois ali).

— Qual é, Kaled, ajudar as pessoas não é coisa que um herdeiro deveria fazer? — Maxford provocou, com aquele sorriso de escanteio, e Kaled revirou os olhos, baixando a cabeça, e tentando encontrar uma saída dali.

Ele não estava com medo de ir atrás de alguém que matou Norwood no meio da madrugada numa floresta desabitada. Não... Ele estava com medo do silêncio interminável de que iria ser feito, do fato de que todos iriam estar sérios, pensando em uma única coisa que definitivamente não era o que Kaled queria pensar.

— Eu não sei... — o moreno ergueu a cabeça, fitando Maxford que lhe olhava ansioso. — Eu nunca fui muito fã de Norwood mesmo — deu de ombros, ajeitando a postura.

Maxford suspirou.

— Eu também não, mas Phoenix levantou a hipótese de que talvez possa ser um assassino em série, e bem, eu não quero ser o próximo alvo — Max acrescentou, e Kaled arregalou os olhos.

O moreno aproximou-se mais de Maxford, ainda com os olhos espantados, mas parecendo mais nervoso.

— E você quer me levar para caçar alguém que possa me matar? — indagou num sussurro mais nervoso.

Maxford também abaixou o corpo, aproximando o seu rosto do rosto de Kaled.

— Você tem uma flauta mágica, eu sou um bruxo, nada vai acontecer com você, Kaled, eu te garanto isso — sussurrou com a voz calma, quente e aconchegante. — Agora você tem que me ajudar a garantir de que nada irá acontecer com os outros — acrescentou, erguendo uma sobrancelha, e iniciando o afastar.

Kaled baixou o olhar, não deixando de dar uma espiada nos lábios de Maxford que pareciam deliciosamente saudáveis. Ok, o certo, mas não tão certo segundo todos os outros, deveria ser ele ajudar. O errado, mas não tão errado e talvez até mais certo, seria ele contar a Fada Madrinha.

— Quem mais vai? — indagou, voltando a postura ereta, e afastando seu rosto do de Maxford. Kaled sabia que ele não iria simplesmente o atacá-lo ali, especialmente porque ele o faria sem o consentimento de Kaled, e Maxford era respeitoso demais para fazer isso, mas mesmo assim, ele ainda tinha receio de ficar tão perto do rapaz assim. Sabia que a qualquer hora poderia simplesmente desistir de dizer não, e se acontecesse isso, Kaled não tem certeza se conseguiria ficar longe de Maxford.

— Além de nós — Maxford enfatizou — Ethan, Phoenix, Avery, Finnegan, Aaron e talvez Rosemary e Sarazal — respondeu, também se colocando ereto, e deixando as mãos juntas em cima da mesa que mantinha a distância entre os dois. — E não é um assunto do Clube, por isso não estamos falando para todos, além de que eles estão desconfiados de todos.

— Até de mim? — Kaled perguntou, levemente ofendido.

Maxford deu de ombros.

— Norwood tinha uma segunda face, todos aqui podem ter também — o moreno continuou, e por algum motivo, Kaled se sentiu pior do que estava. Mas no segundo momento, estava sentindo a mão quente de Maxford na sua, e o sorriso caloroso que o filho do Dr. Facilier dava. — Eu confio em você, e sei que você não o matou — acrescentou, com uma sinceridade extrema, e Kaled não conseguiu segurar os lábios, logo dando um sorriso caloroso pro menino. — Posso considerar isso como um sim? — Maxford insistiu, e Kaled suspirou, colocando sua mão para longe do mais velho.

— Estou dentro — Kaled falou, e Maxford sorriu, já pronto para um abraço. — Com uma condição — Kaled acrescentou, erguendo o dedo indicador.

— Oh-oh — Maxford rapidamente abaixou os braços, ficando seriamente sério. — Por favor, que não seja algo impossível de se realizar, eu posso ser bruxo, mas não faço o impossível — acrescentou com o rosto nervoso.

Kaled quis rir, mas ficou sério, para assustar ainda mais o rapaz. Vê-lo daquele jeito realmente o estava divertindo muito.

— Nélida vai com a gente — falou e baixou o dedo. — Essa é a minha condição.

— Por quê? — Maxford indagou, franzindo o nariz.

— Porque eu quero — Kaled deu de ombros, já pegando sua mochila, e colocando-a no ombro. — Se eu for, ela vai — acrescentou, com a voz mais firme.

Maxford suspirou, e baixou a cabeça, enquanto erguia o polegar, afirmando que aquilo iria acontecer. Kaled levantou com um sorriso no rosto, e bagunçou os fios castanhos de Maxford.

— Foi bom fazer negócios com você, Maxie.

[...]

— Isso não é perigoso? — Rosemary indagou, enquanto observa Phoenix atentamente.

O filho de Gaston LeGume deu de ombros, mas sua resposta era clara, é bem perigoso. Os dois estavam sentados em um dos banquinhos que havia na praça afronte a Torre dos dormitórios. Estava anoitecendo, e o Sol dividia espaço com a Lua, deixando uma composição de cores absolutamente lindo, para uma conversa não tão linda assim.

— Vivermos em um mundo onde o assassino de Norwood está solto é mais perigoso ainda — Phoenix retrucou, olhando para o chão a sua frente, brincando com suas próprias mãos, controlando seu corpo.

— Mas a Fada Madrinha-

— A Fada Madrinha não está fazendo muito progresso em capturá-lo — Phoenix cortou a menina. Aaron já tinha sondado Jane esses últimos dias para tentar descobrir mais coisas, mas quanto mais o tempo passava, menos a menina sabia, e isso deixava Phoenix inconformado e acreditando na possibilidade de que ela não estava procurando direito. — Nós vamos — acrescentou.

Rosemary mordeu o lábio pensando na possibilidade. Era verdade que ela não gostava de Norwood, mas não era verdade o fato de que estava feliz por ele ter morrido. Ninguém merecia morrer como ele de forma tão nova como ele. Entretanto, ela não sentia que buscar por vingança era a forma mais sadia de superar a morte de Norwood. Eles iriam ficar revivendo aquela morte e talvez nunca mais conseguirem superá-la, pois poderão nunca mais achar quem quer que o tenha matado.

E aquilo incomodava Rosemary. Porque ela queria que Phoenix superasse. Ela queria que ele seguisse em frente, e entendesse que o que aconteceu, aconteceu. Ele nunca poderia voltar atrás e recuperar o que havia perdido.

— Eu sei que você não gostava do Norwood — Phoenix começou a falar ao perceber o som quieto que havia se formado ali, ao perceber que Rosemary não daria sua palavra tão rápido e tão fácil quanto ele tinha achado que ela daria. — Mas... Descobrir quem o matou, isso fará com que várias questões sumam da minha mente, da nossa mente — o loiro prosseguiu, a voz firme e aguda.

— Nix... — Rosemary soltou com a voz mais calma, e virou seu corpo para o menino, que a fitou ainda com a cabeça baixa. — Eu sei que é isso que você quer, mas você não acha que pode atrapalhar seu ano? — indagou temerosa, com medo de que ele talvez a deixasse ali e nunca voltasse. — É o seu último ano aqui, você não deveria-

— Se você não quer ir, não vá — Phoenix interrompeu a menina, virando seu rosto para frente, e cerrando os punhos. Rosemary não era a primeira a tentar fazê-lo mudar de ideia, assim como não seria a última. E Phoenix não mudaria de ideia só porque ela era que estava pedindo. — Eu não vim aqui para ter conselhos do que fazer — acrescentou, levemente alterado. — Eu vim aqui para saber se você quer ir, e se você não quer ir, não vá — terminou, logo abrindo a mão, e deixando uma onda de alivio se libertar.

Rosemary ficou quieta. Porque ela não queria ir por Norwood, mas não queria que Phoenix fosse somente com aqueles que ele tinha falado que iriam. Ela queria que ele tivesse alguém ali para segurar sua mão nos piores momentos. Mas era tão perigoso...

— Tudo bem, eu vou com vocês — resistiu, dando de ombros e fitando o rosto do menino, que ainda olhava para o chão. Phoenix abriu um leve sorriso, e virou um pouco o rosto para a menina ao seu lado.

— Obrigado — e sorriu mais, logo voltando a olhar para o chão de pedra a sua frente.

Rosemary mordeu o lábio, e aproveitando a deixa, suspirou.

— Com quem você vai ao Baile de Outono? — indagou ocasionalmente. Ela sabia com quem ele iria, tinha ouvido de Maxford, e ela acreditava em Maxford. Mas ouvir de Phoenix faria a situação ficar mais... Real.

— Avery — Phoenix respondeu com um pequeno sorriso, antes de franzir o nariz e fitar Rosemary. — Por quê?

— Hum... Nada, é que eu escutei falarem um negócio ai e... Fiquei curiosa — mentiu, forçando um sorriso.

Phoenix ergueu uma sobrancelha.

— Que negócio?

— Nada importante, só... Com quem você iria — acrescentou, mordendo o lábio inferior logo em seguida para não falar mais nada.

Phoenix franziu a testa novamente.

— Deve ser porque é tradição... — o menino pensou alto e logo virou seu rosto para encarar Rosemary. — Eu e Avery sempre fomos juntos, e prometemos sempre irmos juntos — explicou com um sorriso largo, e Rosemary sorriu para o rapaz. — Em especial esse ano, não poderia deixar de ir com ela — o loiro terminou, voltando seus olhos para o chão, e Rosemary sabia perfeitamente sobre o que ele falava.

Rosemary assentiu com a cabeça, a possibilidade de fazê-lo mudar de ideia sumindo repentinamente da sua cabeça. Ela não era egoísta a ponto de deixar a menina que não tem mais namorado só porque gostaria de ir com o par dela. Não. Rosemary não era assim, e nunca seria.

— Com quem você vai? — Phoenix indagou após alguns segundos de silêncio.

— Não sei ainda — respondeu, dando de ombros. — Tenho alguns dias para resolver, então...

— Você vai encontrar alguém legal — Phoenix respondeu dando um sorriso confortante para a menina, e logo vendo Maxford caminhando na direção da Torre dos dormitórios. — A gente se encontra hoje de madrugada, então? — indagou, já levantando, e Rosemary apenas assentiu, perdida na repentina mudança de humor. — Até, Rose — falou, e saiu dali o mais depressa possível.

[...]

— Não, não e não — Nélida negou, levantando da sua cama e indo para perto da porta, preparada para fugir a qualquer momento. — Kaled você tem ideia do quão idiota isso soa? — a menina indagou, cruzando os braços, e Kaled soltou um suspiro, olhando o horário no seu celular. Maxford já deveria ter chego.

— Nélida, é por uma boa causa — Kaled acrescentou. Só queria que Nélida fosse para conseguir fazer mais amizade, além de que com ela, ele poderia falar coisas sem nexo ou sem sentindo, porque sabia que a menina não tinha fortes sentimentos por Norwood, como a grande maioria tinha. E Nélida estava na lista de “pessoas que quero mudar” de Kaled (e era prioridade já que na lista só estava ela com um grande risco embaixo). Mas convencê-la estava sendo mais difícil que o esperado.

— Eu sei, mas é loucura de qualquer jeito! — falou, gesticulando e logo cruzando os braços novamente. A menina realmente queria a presença de Loraine no momento, mas por algum motivo, a filha da Lady Tremaine ainda não havia voltado.

— Nélida, você vai estar segura, tá? — o menino argumentou. — Max tem poderes e falou que ficaria de olho na gente. Eu tenho minha flauta e vou ficar ao seu lado o tempo todo — acrescentou.

— E porque você quer que eu vá? Não seria mais útil sua irmã? Ou qualquer outra pessoa? — indagou. Nélida até que queria ir. Viver uma aventura nova, perigosa, uma história para contar aos seus descendentes. Ao lado de Phoenix ainda por cima. Ela realmente queria ir. Mas... Algo dizia que ela só estava sendo uma substituta, e Nélida tinha sentimentos fortes o bastante para não ser a substituta. — Eu não vou ajudar em nada — resmungou, cruzando os braços e baixando a cabeça.

Kaled deu um pequeno sorriso, aproximando-se da menina, e colocando suas mãos nos braços da garota.

— Nélida, você vai arrasar, apenas isso — o moreno falou com aquele sorriso gigante, e depois colocou sua mão no ombro da garota. — E não precisamos das pessoas por terem poderes, mas sim pelo o que elas são — acrescentou firme, já temendo que Nélida pudesse fazer várias outras perguntas. Onde diabos o Maxford se enfiou?

Mas antes que a menina pudesse contra argumentar, os dois ouviram batidas na porta, e logo em seguida, ela abriu-se com Maxford colocando sua cabeça para dentro.

— Não estão pelados, podemos entrar — falou, entrando no quarto e dando passagem para Phoenix, que mantinha a testa franzida.

— Porque diabos eles estariam pelados?

— Nunca se sabe — o moreno deu de ombros, esperando Phoenix fechar a porta atrás de si para fitar Nélida com um sorriso gigante. — Já sabe da história toda?

Nélida apenas assentiu com a cabeça, surpresa demais, aflita demais, nervosa demais. O que Phoenix Cesar LeGume estava fazendo em seu quarto? Quando Nélida imaginaria que isso ocorreria?

— Ótimo, porque nós realmente precisamos de você — Maxford falou, dando uma cutucada discreta em Phoenix, e se aproximando de Nélida, pegando as mãos da garota.

— É verdade, nós precisamos de você — Phoenix falou, aproximando-se, mas ainda mantendo uma distância saudável. Ele só estava ali a mando de Maxford, que queria a ajuda dele para levar Nélida para levar Kaled. É claro que no início ele não havia entendido nada, mas enquanto os dois andavam pelo corredor dos quartos femininos do primeiro andar, Maxford soltou a bomba que Nélida gostava dele, e ela iria se ele pedisse. Phoenix achava golpe baixo, mas faria de tudo para conseguir encontrar aquele desgraçado que matou seu melhor amigo.

Até mesmo abusar de um sentimento bonito.

— Viu? — Kaled indagou, sorrindo divertido, e fitando Nélida, que parecia segurar a respiração, com medo de acordar logo em seguida e descobrir estar em um sonho. — Eu não sou o único que te quero nisso — acrescentou com um sorriso.

— E eu tenho certeza de que os outros ficarão felizes com sua presença — Phoenix acrescentou, sentindo-se imensamente culpado em estar ali, fitando a menina que tinha olhos esperançosos e brilhantes. Como ele nunca havia reparado nela?

— Então, você aceita, ou vai continuar dizendo não? — Kaled indagou, e Nélida retirou os olhos de Phoenix para fitar o chão a sua frente, ainda sentindo as mãos quentes de Maxford segurando as suas.

A menina suspirou, antes de erguer os olhos e fitar Phoenix diretamente nos olhos.

— Contem comigo.

E a partir daquela noite, a vida de Nélida mudaria para sempre.

[...]

Não demorou muito para que Ethan e Sarazal encontrassem o pessoal reunido na clareira que era o ponto de encontro do Clube. Phoenix fitava o local com mágoa, mas toda a decoração já não estava mais lá, e todas aquelas pequenas recordações de madrugadas maravilhosas haviam sido raptadas e provavelmente jogadas em uma caixa para serem sempre esquecidas.

Avery foi a primeira a notar a presença dos dois, Ethan que vinha na frente, sério como sempre, segurando uma lanterna e com um casaco azul de moletom, com bermuda e tênis de corrida, ele realmente estava pronto para caminhar. Sarazal vinha logo atrás, com cara de poucos amigos, o cabelo preso em um rabo de cavalo parecido feito as pressas, e ainda com a camisa grande e os shorts pequenos de pijamas, mas com o tênis que ainda estava desamarrado.

— Ela não queria vir — Ethan se pronunciou ao perceber o olhar de Avery sobre si.

— A culpa não é minha se eu fui acordada repentinamente às três e meia da madrugada com alguém me obrigando a ir pro meio da floresta — a filha de Gothel retrucou, agachando para poder amarrar o cadarço.

— Eu já pedi desculpas — o filho da Branca de Neve respondeu, ainda de costas para a menina, como se estivesse com culpa de ter feito a garota ir até lá. O gesto não passou despercebido a Avery, que ergueu uma sobrancelha para o menino, que apenas moveu os lábios num perfeito “eu estou bem”.

— Podemos ir agora? — Kaled indagou, ao perceber a presença do casal. Estava adorando ficar vendo as cartas que Maxford havia trago para mostrar o futuro e o passado de Nélida, que havia recusado até o momento em que Phoenix sentou-se ao lado deles para poder observar melhor o local do Clube. Mas no momento, Kaled realmente queria começar a andar.

— Nós temos de esperar Finnegan — a morena falou, fitando Kaled.

— Ele não vai vir — Aaron respondeu, fitando a tela do celular, e logo colocando no bolso da sua calça após bloqueá-lo. — Finn mandou uma mensagem dizendo que tinha que resolver uma emergência — acrescentou dando de ombros.

Avery mordeu o lábio, fitando os outro oito.

— Ok — a menina respondeu segurando um suspiro, ainda fitando todos os outros oito que os fitavam ansiosos, e uma grande onda de responsabilidade a invadiu no momento. Mesmo não sendo determinada por votação ou coisa do gênero, ela era a Líder, e no momento sentia que deveria proteger a todos. E se qualquer coisa acontecesse naquela madrugada, a culpa seria unicamente dela. — Nós vamos em dois grupos, longe o suficiente para se um for pego, o outro fugir, e perto o suficiente para perceber que há algo de errado.

— Ok, como vai ser a divisão de grupos? — Kaled indagou, esfregando uma mão na outra.

— Eu já decidi — Avery acrescentou rapidamente. — Kaled, Nélida, Phoenix, Rosemary e Aaron vão cortar caminho — apontou para uma pequena trilha que estava coberta por árvores e arbustos atualmente. — Enquanto eu, Ethan, Sarazal e Maxford vamos pela trilha — prosseguiu, apontando para a trilha que era comumente usada para ir até o riacho. — Vamos procurando por pistas no meio da trilha, e quando chegarmos ao riacho iremos nos comunicar, e procurar mais pistas por lá.

— Nós não deveríamos fazer algum tipo de votação para decidir os grupos? — Maxford indagou, parecendo muito desapontado. — Eu estou me sentindo o responsável por trazer Nélida e Kaled para cá, acho que deveria ficar com eles — deu de ombros, mas todos dali sabiam exatamente o motivo de querer ficar no mesmo grupo que os dois.

— Você e o Kaled são os únicos que possuem a magia de um bruxo — Avery acrescentou, cruzando os braços e fitando Maxford fixamente. — Além do mais, eu te falei algo muito importante na última reunião, Max — falou com aquele sorriso meio diabólico, e Max apenas torceu a boca, se aproximando do seu grupo, que já começava a se dividir. — Se algum dos grupos estiver com problemas, por favor, pisque duas vezes a lanterna na direção do outro grupo — a morena soltou um suspiro que estava entalado, e acendendo sua lanterna mirou seu pequeno grupo. — Vamos lá.