No capitulo anterior...

"Honda então percebe que o menino vestia uma camiseta que estava muito comprida para ele e que até parecia um mini-vestido.

-Ahh, Momiji-kun, essa é a camiseta que o Kyo usou antes de ontem...

-Eu a achei no banheiro, não tinha outra para colocar."

-Essa camiseta está suja.... hum, se não se importar, posso te emprestar uma camiseta e a minha calça de ginástica para que possa dormir.

-E por que iria me importar? Eu gosto de vestir roupas de garotas.

-Err, é verdade, na primeira vez que eu até fiquei em dúvida se era mesmo um garoto.

O menino desce da cama e se aproxima da Tohru que estava de costas para ele, pegando a roupa e lhe fala próximo do ouvido e com um sorriso.

-E eu achei a Tohru-chan muito bonita. Um pouco atrapalhada, mas muito bonita.

Tohru fica um pouco corada e o seu coração se enche de alegria, aquela era a primeira vez que um garoto lhe falava que ela era bonita.

#Dizem que as crianças só falam a verdade, então o que o Momiji-kun diz é a verdade.#

-Aqui estão. Pode se trocar.

Momiji pega as roupas das mãos da Tohru e começa a tirar a camiseta que vestia, por pouco que a garota não o vê pelado, ela se vira e cobre os olhos.

#As crianças são ingênuas mesmo, ele nem se importa de se trocar na minha frente.#

-Viva, estou vestindo as roupas da Tohru-chan. Está tão cheirosa.

Tohru se virá com cuidado e vê que o menino já estava vestido.

-Se quiser, pode levar a camiseta.

-Posso mesmo?

-Sim, eu já não uso a muito tempo.

-Nhaa... Muito obrigado, Tohru-chan. Esse é o primeiro presente que ganho de uma garota. Certamente vou cuidar muito bem dela.

-Então vamos dormir, por que amanhã teremos um lindo dia pela frente.

Momiji se deita e espera que a garota também se deite e lhe dá um beijo na bochecha.

-Oyasumi, Tohru-chan.

-Oyasumi Momiji-kun.

O menino aproxima apenas a sua cabeça da dela, estava tomando todo o cuidado para não se transformar. Tohru fecha os olhos com um sorriso nos lábios, estava feliz por que ia dormir com uma linda criança ao seu lado. Uma criança que tinha lhe falado que ela era bonita e que não tinha vergonha de mostrar os seus sentimentos. Aquela era a segunda vez que ele a beijava.



Hatori pára diante da porta do quarto de Akito e respira profundamente. Fazia esse mesmo ritual toda vez que ia examinar o patriarca. Como nunca sabia com qual humor Akito-san o iria receber ele sempre ficava muito apreensivo de ir até aquele quarto. Respira mais uma vez e abre a porta. Akito estava deitada no meio da cama toda encolhida e com o quarto totalmente escuro.

-Por que está no escuro?

Hatori acende a luz e caminha até o patriarca, mas ela nem se mexe na cama.

-Está sentindo alguma dor?

Ele senta-se na cama e coloca a mão em sua testa para verificar a temperatura, mas ela não demonstra nenhuma reação.

-Sua temperatura está normal. Vou deixar que descanse então.

Hatori passa a mão na cabeça de Akito e se levanta, mas o patriarca se virá rapidamente segurando o rapaz pela gravata.

-Não mandei que fosse embora ainda.

Akito o segurava firmemente pela gravata levando o rosto dele para mais perto do dela, mas depois solta e o empurra.

-Agora vá.

O médico afrouxa a gravata olhando para Akito que volta a ficar na mesma posição que estava

#Ela está com um péssimo humor hoje.#

Ele respira novamente profundamente e volta a se sentar na cama.

-O que fez hoje?

-Nada!

-O Yuki-kun já está melhor. Mas recomendei que eles fossem passar o final de semana nas termas.

-.....

-A Tohru Honda também irá com eles.

-.....

#Definitivamente ela está com um péssimo humor.#

O rapaz passa a mão em sua longa franja e respira.

-Já te falei para não fazer isso quando está ao meu lado.

-Me desculpe. É a força do habito.

-Pode ir embora. Não preciso de você hoje.

#É melhor eu ir. Quando ela fica assim não posso fazer nada.#

Ele se levanta e caminha em direção da porta, mas antes de fecha-la, olha novamente para a garota encolhida no meio da cama.

-Oyasumi, Akito-san.

Ele fecha a porta, mas deixando a luz acessa. Quando escuta o barulho da porta fechando, ela olha na direção.

#Que oyasumi porcaria nenhuma... Acha que terei uma boa noite de sono apenas porque assim me desejou?#

Akito se descobre com uma certa violência mandando o cobertor diretamente para o chão e se levanta da cama.

#Que droga! Que droga! Passo o dia todo esperando por esse momento. Eu me odeio por isso. Me odeio!#

Akito olha em sua volta e acha um vaso sob uma mesa de canto, mas o vaso fica poucos segundos inteiro, ela logo o manda em direção da porta e o faz em pedaços.

#Odeio ainda mais quando ele passa a mão naquela maldita franja. Eu sei que te feri. Sei que está quase cego por minha culpa, mas não precisa me lembrar disso.#

Ela olha em sua volta a procura de um outro objeto para atirar, mas não encontra nenhum e se senta no chão olhando para as suas próprias mãos.

# Como eu pude ter sido capaz de fazer aquilo? Eu já sei o porquê. Mas não quero acreditar nisso. Não quero admitir que.... #

Akito leva as mãos até o rosto e se inclina para frente, deitando-se no chão.

#....não quero admitir, mas eu gosto dele. Eu gosto do Hatori. Durante esses dois anos estou tentando negar para mim mesma que o amo. Mas a cada dia está ficando mais difícil me enganar.#

Ela dá um soco no chão.

-QUE DROGA! EU NÃO QUERO. NÃO QUERO ADMITIR ISSO. EU NÃO QUERO. NUNCA IREI ADMITIR!

#O que será que ela não quer admitir?#

Hatori estava encostado na porta do quarto de Akito escutando ao patriarca gritar. Ele já havia percebido que a garota sempre ficava mais agitada assim que ele saia do quarto e sempre ficava esperando pelo som do objeto se quebrando para ter a certeza de que estaria tudo bem com ela e só depois voltar para a sua casa. Ele fica prestando atenção para ver se escuta mais alguma coisa, mas o quarto volta a ficar em silêncio.

#Já está mais calma. Agora posso ir embora.#

O médico começa a caminhar pelo longo corredor que estava iluminado apenas pela luz que vinha de fora.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.