Amor por contrato

"Você só precisa assinar aqui.."


POV Agus

—Escreve o que eu estou dizendo Ruggero, essa empresa vai estar no meu nome em 6 mesês! Meu irmão não tem a menor chance! –digo recostando na minha cadeira de couro.

—E se ela disser “não”? –meu amigo pergunta pelo telefone.

—Ela não vai dizer não! Esse é o plano perfeito! Agora, eu vou desligar, te ligo depois para te contar do meu sucesso!

—Você é terrível! –responde.

—É, eu sei! –sorrio e desligo.

Ajeito meu terno, e me preparo para colocar minha ideia em ação. Aperto o botão do telefone que conecta a mesa dela com minha sala, e depois do “biip”, ela responde:

­-Sim?

—Carolina, pode vir aqui por um momento? Preciso falar com você.

—Estou indo...

Logo em seguida ouço seus saltos batendo no chão, a porta de madeira se abre, ela entra no ambiente e fica parada esperando por uma ordem. A observo discretamente, de cima abaixo, ela é bonita e elegante, mas não faz meu tipo, muito formal e certinha, “meu tipo” significa aquelas que gostam de se divertir, que eu não preciso ligar no dia seguinte e dar satisfação.

—Pode se sentar... –indico a cadeira na frente da minha mesa. Ela junta as sobrancelhas estranhando a situação, mas como sempre, faz o que eu mando.

—Se isso é sobre aquela ruiva que saiu da sua sala terça-feira, toda descabelada, não se preocupe, não é assunto meu e eu não vou falar para o seu pai! –responde e eu me seguro para não rir.

—Isso não tem nada haver com... Meus assuntos pessoais... –digo e ela parece mais relaxada- Quero lhe oferecer uma proposta de trabalho! Se aceitar, ganha um aumento de 40% no seu salário e crédito estudantil. –a jovem se surpreende na hora.

—Qual será minha nova função? Porque isso parece muito para uma simples secretária... –me olha desconfiada. Ela é inteligente, não esperava outra reação.

—Você só precisa fingir ser minha noiva por cinco meses! –respondo e ela solta uma risada.

—Sério... O que eu vou ter que fazer?

—Estou falando sério! Finja ser minha noiva por cinco meses, e conseguirá ir para Londres e pagar a faculdade que quer!

—O que? Espera, como sabe sobre isso?! –agora sim se surpreende.

—Tenho os meus contatos!

—Eu não estou entendendo nada. Por que você quer que eu finja ser sua noiva?

—Como você deve saber, meu pai vai se aposentar, e colocar essa empresa no nome de um dos seus filhos. Ele não disse qual ainda, mas tenho certeza que ele já escolheu o meu irmão, porque ele acha que eu sou um irresponsável baladeiro, que não leva nada a sério! Então se eu aparecer noivo de alguém como você, e manter esse “relacionamento” durante cinco meses, ele vai acreditar que eu mudei! Que posso levar as coisas a sério!

—Isso é loucura... Ninguém vai acreditar! E o que você quer dizer com “alguém como eu”? –ela cruza os braços e eu rio.

—Sem ofensa, mas você é certinha, toda séria... E meu pai te conhece, vive falando como você é uma boa menina! Eles vão acreditar, é só falar que estávamos namorando em segredo! Então?

—Longe da sua família nossa relação não vai mudar e tudo vai ser estritamente profissional?

—Isso! Vai ser como brincar de faz de conta. –confirmo- Esse fim de semana vai ser o aniversário da minha vó, em uma casa de praia da família, e lá eu anunciarei o noivado... Fingiremos um pouco e segunda feira, tudo volta ao normal... Durante o resto dos meses eu só continuar fingindo que estamos juntos, mas preferimos manter uma relação mais discreta...

—Vamos ficar em quartos separados durante o fim de semana? –pergunta ainda desconfiada.

—Não sei! Mas você não vai dizer “não”, para um futuro diploma em Oxford, só porque não quer dividir uma cama comigo né? –respondo e era revira os olhos.

—É melhor ir rezando para que tenha um sofá no quarto, porque se não, você vai ter que dormir no chão! –diz e eu sorrio vitorioso.

—Ótimo! Então estamos decididos!

—Espera, como eu vou saber que você vai mesmo me pagar tudo o que disse depois?

—Eu sabia que ia falar isso... –abro minha gaveta e tiro de lá uma folha e caneta- Aqui está o contrato! Eu assino aqui... –mostro para ela- E você aqui!

Carolina pega o papel da minha mão e começa a ler... Depois de alguns minutos diz:

—Vou poder estudar na faculdade dos meus sonhos sem pagar nada...

—Você só precisa assinar aqui... –indico novamente sorrindo.

—Me dá a caneta! –responde.

Isso! Às vezes eu até me assusto de sempre conseguir o que eu quero!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.