Duas semanas haviam se passado desde aquele beijo que tirou meu fôlego. Eu estava ignorando Jace, que já estava puto da vida comigo. Por que eu estou o ignorando? Ah, pelo simples fato de que, quando fomos apresentar o trabalho de Biologia, eu descrevi sua personalidade e ele, o sabor do meu beijo. Eu corei e fui encarada por Aline e sua melhor amiga Anna durante dias. Fora as piadinhas de Mike e o sorriso malicioso de Daniel. Sebastian foi outro que não me deixou em paz, vivia insistindo para que eu saísse com ele. Eu sempre inventava uma desculpa, mas eu via Jace zombando dele e me dava pena do coitado.

Hoje, eu me levantei cedo e me arrumei, peguei a mochila e fui arrastada por Isabelle até a sala de aula. Sebastian me aguardava no corredor, junto com o Jace. Eu já estava acostumada com Sebastian me esperando.

– Sebastian! - cumprimentei. Izzy só sorriu para ele.

– Oi Fray! - ele sorriu para mim. - Quer ir ao cinema amanhã?

Jace já se preparava para gargalhar, Izzy revirou os olhos e eu só sorri. Jace não conseguiu conter o riso por muito tempo. Eu o fuzilei com os olhos e me virei para Sebastian.

– Eu adoraria! Tem um filme novo em cartaz que eu adoraria assistir! - Dei meu melhor sorriso. Jace começou a tossir de espanto e Sebastian se virou para ele.

– Toma essa Lightwood! - E riu feito criança. Jace olhou incrédulo para mim e rosnou, pulando em cima de Sebastian.

Eles rolaram no chão, uma hora Jace por cima socando o rosto de Sebastian, outra hora Sebastian por cima dando cotoveladas. Havia sangue, eu não sei de quem. E, por fim, Jace parou por cima, pegando uma mecha de cabelo de Sebastian e batendo sua cabeça repedidas vezes no chão.

– Mantenha suas mãos longe dela, seu babaca! (Tributo à Fallen, by: Lauren Kate.)

– Não ouvi! - Dessa vez foi Sebastian que falou, agora por cima de Jace. Me meti no meio dos dois, mas logo me vi voando para a outra parede do corredor. Minha cabeça atingiu a Quina de um quadro e eu sentia algo escorrer do machucado. Passei a mão e vi: Sangue! Meu Sangue! Logo tudo foi ficando borrado e eu só lembro de ouvir um grito agudo, provavelmente de Isabelle, e algo loiro me carregando.

– Não durma, Pequena! - a coisa loira ficava repetindo, como um mantra. - Fique comigo, continue comigo!

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Acordei com um barulho de algo quebrando.

– Que Merda! - ouvi Izzy dizer. Abri meus olhos. Eu estava em uma enfermaria, aparentemente. As paredes eram azuis e tinha duas poltronas roxas. Jace estava dormindo em uma, a cabeça inclinada para trás e a outra estava ocupada por Alec. Isabelle e Sebastian estavam ao meu lado. Ele suspirou de alívio. Izzy bateu palmas.

– Nossa! Minha cabeça tá estourando! O que foi que eu bebi? - perguntei, estarrecida. Jace levantou de súbito, seu olhar ainda lerdo, e olhou para nós três. Ele praticamente correu em minha direção.

– Por Deus, Clary! Você está bem? - Ele parecia preocupado.

– Tô, eu acho... - Falei, ainda meio grogue. - Por que? AiMeuDeus o que aconteceu?

– Você não se lembra? - Izzy perguntou, chocada. Sebastian era o único quieto, ele ficava o chão.

– O idiota do Sebastian te bateu! - Jace exclamou. Isabelle deu um tapa nele.

– Não foi bem assim! - ela explicou. - Eles estavam brigando e você foi tentar separar. Bom, um golpe que Sebastian deferiu a Jace pegou em você, que voou pra parede e desmaiou. Jace te carregou até aqui, você dormiu por algumas horas.

Me sentei. Izzy me trouxe um copo de suco de laranja e Sebastian continuou encarando o chão.

– hey, Verlac! Não foi culpa sua! - tentei ser dócil. - Eu tô legal!

Ele sorriu para mim e me deu um beijo na bochecha.

– Como assim não e culpa dele? - Jace exasperou-se. - Eu vi Claramente quando...

– Cale-se Jace! - o repreendi. - Nada disso aconteceria se você não tivesse atacado ele!

Ele fechou a cara. Sebastian chegou mais perto.

– Então o cinema de amanhã está cancelado, né? - Ele parecia triste.

– Oh, Não! Eu estarei lá! - pisquei para ele. O celular dele tocou e ele foi atender.

– Eu não gosto de joguinhos, Fray! - Jace se pronunciou. - Não engane o Verlac para me fazer ciumes porque ciumes para mim é uma palavra inexistente.

– Então, por que você a pronunciou duas vezes? - Zombei dele.

– Admita que você me quer, Pequena!

– Eu quero que você vá ao Inferno, Lightwood! - Berrei. Ele parecia adorar me tirar do sério.